por Carlos Chagas


Eu sou você amanhã, diz a Grécia ao Brasil e demais países do mundo que seguem a receita neoliberal da banca mundial

A receita tem sido a mesma há milênios: quando as nações ricas defrontam-se com dificuldades por elas mesmo criadas, recorrem às nações pobres, seja para aumentar-lhes os encargos, seja para surripiar ainda mais seu patrimônio. Vai ecoar até o final dos tempos o conselho da bruxa inglesa aos endividados do terceiro mundo: “vendam suas riquezas”.
                                                      
A crise na Grécia deve-se mais aos empréstimos que o mercado financeiro internacional oferecia e impunha aos governos de Atenas do que à óbvia  imprevidência de seus dirigentes. Agora, quando  os gregos chegaram à insolvência anunciada, assiste-se à rotineira vigarice dos credores: os  aportes de bilhões de euros jamais sairão dos bancos alemães, ingleses e franceses, muito menos dos organismos internacionais que fingem destiná-los sob o rótulo de ajuda emergencial. Ficarão nos respectivos cofres e até engrossarão, por conta dos juros cobrados.
                                                    
Em compensação, exigem da população sacrificada a redução de 22% no salário mínimo, o corte de 10% nos salários de quem tem menos de 25 anos, o congelamento dos demais salários, a demissão de 150 mil funcionários públicos, a diminuição das isenções fiscais, a privatização das empresas estatais e cortes no orçamento, com ênfase para os investimentos sociais. Como em séculos passados já roubaram a maior parte do patrimônio artístico da Antiga Grécia, só falta agora exigirem a exportação do Partenon, inteiro ou aos pedaços. 
                                                     
A sociedade grega paga a conta, mas o mundo mudou e povo está na rua. Nas telinhas e páginas de jornal assistimos a sagrada ira dos que não tem  mais nada a perder, pois perderam tudo, ou quase tudo. Queimam a sua capital, botam a polícia para correr e depõe sucessivos governos. O mesmo aconteceu e acontecerá na Irlanda, Portugal e adjacências, pela simples razão de estar-se  esgotando o modelo canibalesco dos ricos. Vai demorar um pouco, ainda, até o advento de uma nova ordem econômica européia e mundial, mas outra saída não existe.
                                                       
Toda essa tragédia se expõe por conta daquela propaganda de vodca. Nós somos eles, amanhã? Apesar de toda a cortina de fumaça publicitária e da ilusão dos atuais detentores do poder em termos superado o subdesenvolvimento, que ninguém se iluda: aumentando as agruras do sistema financeiro internacional, em especial americano, mas sem esquecer o nacional, onde seus mentores buscarão alívio senão na população e nas riquezas  aqui no quintal? Quantas vezes em nossa História repetiram a fórmula mágica de desviar  recursos brasileiros para sustentá-los em suas aventuras? Já foi pau-brasil, depois cana-de açúcar, ouro, diamantes, café, borracha, areias monasídicas, biodiversidade, petróleo, terras e muito  mais. Se bobearmos, até água, de que dispomos em profusão.
                                                                
Salários, já os temos estrangulados. Vá qualquer banqueiro tentar  viver com 622 reais por mês. Privatizações? Chegamos ao limite, ou melhor, o PT chegou. Cortes orçamentários? Dona Dilma que responda. É bom tomar cuidado.

5 alimentos que engordam e 5 que não engordam

Fazendo dieta?... Então evite comer:
  1. Batatas fritas
  2. Outros tipos de batata
  3. Bebidas adoçadas com açúcar
  4. Carnes vermelhas processadas
  5. Carnes vermelhas não processadas
Troque os alimentos acima por:
  1. Frutas
  2. Iogurte
  3. Verduras
  4. Legumes
  5. Oleoginosas

Vagas de Emprego



Pintura do dia


É provável que conheça Botero, ou que, pelo menos, dele já tenho ouvido falar. Se não for o caso, aviso já que hoje não estou virada para biografias - e se a deste artista colombiano, quase a fazer 80 anos, tinha por onde explorar! Estou virada apenas para contemplação. Um pouco ao jeito das figuras de volumetria exagerada por que é famoso, como que paradas no tempo a olhar apenas para dentro de si mesmas. Mesmo quando acompanhadas. Mesmo quando de livro na mão, como as representou uma vez e outra.
É para esses quadros que olho. É neles que me perco. Não em detalhes circunstanciais como o facto de, na adolescência, o pequeno Fernando ter chegado a andar dois anos numa escola para ‘matadores’ – mas era melhor no atelier com papel e pincel do que na arena com espada e capote.

Josias de Souza: O que Serra tem a oferecer a São Paulo?

[...] fora a inapetência para exercer o cargo, nada.

Tucanos optam pela ‘autodestruição’ da espécie


Com mais de duas décadas de vida sobre a Terra –o PSDB completa 24 anos em 25 de junho—, o tucano atinge em 2012 o mais alto grau de civilização. Alcança uma capacidade de domínio das forças e dos mistérios da natureza de que nenhum outro ser vivente jamais se aproximou.
O tucano tornou-se o único animal a atingir conscientemente o que todos os outros só alcançam pela inconsciência: a autodestruição da espécie. Todos seremos destruídos. Mas o tucano, tomado de corajosa estupidez, é o único que apressa o próprio extermínio, realizando-o.
Em São Paulo, a cinco meses do início do horário gratuito de televisão, o tucanato oferece ao eleitorado cinco opções. Tem quatro candidatos que debatem os problemas da cidade e se dispõem a disputar numa prévia a preferência do partido. São eles: José Aníbal, Andrea Matarazzo, Bruno Covas e Ricardo Trípoli.
Tem um candidato que não se diz candidato e não se anima a disputar prévias com os outros quatro. Chama-se José Serra. Diante desse quadro, os bicudos que comandam o ninho já fizeram uma opção. Optaram pelo não-candidato. Coube a Geraldo Alckimin verbalizar a decisão. Vale a pena ouvi-lo:
“Se ele quiser ser candidato é um ótimo candidato. Essa é uma decisão pessoal do Serra, que nós devemos aguardar.” Supondo-se que Serra decida virar o que diz não ser, o PSDB convidará o eleitor a fazer papel de idiota, acomodando na prefeitura um sujeito que não deseja ser prefeito.
Normalmente, um políticos nega a condição de candidato para esconder o jogo e confundir os adversários. Não é o que se passa com Serra. A dúvida do preferido do PSDB é feita da mesma matéria prima que o fez trocar a candidatura presidencial pelo governo do Estado em 2006: o medo. Medo de ser derrotado por Lula.
Em 2010, Serra venceu a hesitação. Trocou o medo pela ousadia. Foi à sorte dos votos contra Dilma Rousseff. Após uma campanha ruinosa, perdeu a Presidência da República para a poste de Lula. Em 2012, escanteado pelo partido da partida de 2014, Serra volta a flertar com o pavor.
Tomado pelo último Datafolha Serra é desejado por 21% do eleitorado e rejeitado por 30%. Algo que o faz temer uma nova derrota, dessa vez para Fernando Haddad, o novo poste de Lula, dono de 4% das intenções de voto. A falta de apetite e o pavor de Serra oferecem munição fácil aos antagonistas.
Não é preciso ser um gênio do marketing para intuir o que dirão Haddad e Lula nos palanques e na propaganda televisiva. Eles constatarão: beleza, Serra é o candidato do PSDB. Depois, perguntarão: eleito, o que Serra tem a oferecer a São Paulo? E responderão: afora a inapetência para o exercício do cargo, nada.
Contra os tucanos Aníbal, Covas, Matarazzo e Trípoli pode-se dizer muita coisa. Falta-lhes o acessório (a experiência de Serra). Falta-lhes também o essencial (votos). Mas ninguém pode acusá-los de covardia. Exibem disposição para o embate e vontade de administrar a cidade.
Se o PSDB acha que pode disputar uma eleição com o único candidato que foge da briga, problema dele. Como ensinava Jânio Quadros, “política é como fotografia: se mexe muito não sai.” Tratando a cotoveladas quem se mexe para ganhar o foco, o tucanato se auto-extingue e ajuda a levar Haddad ou qualquer outro à foto da posse.
Em tempo: ilustração via ‘Nani Humor’.

Foto do dia

Criativa e divertida
Super legal

Frase do dia

Quando me dá vontade de julgar alguém...corro para me olhar no espelho e rapidamente desisto desta mania feia.
Joel Neto