Parece Acauã, mas é o Pig

"Acauã, acauã vive cantando/ Durante o tempo do verão/No silêncio das tardes agourando/ Chamando a seca pro sertão/ Chamando a seca pro sertão..."
Humberto Teixeira/Luiz Gonzaga

Nos últimos dez anos a grande mídia brasileira vem intensificando seus ataques contra a agenda mudancista inaugurada por Luís Inácio Lula da Silva. No afã de atingir o governo, tentam incansavelmente criar um cenário de que tudo vai mal no país.

A tática é simples: foco na pauta negativa. O que é ruim a gente mostra, o que é bom a gente esconde. Acrescente a isso uma overdose de opiniões depreciativas dos chamados "comentaristas" políticos em relação à política em geral.

Uma mentira dita mil vezes pode se tornar verdade?

Para muitos que não têm fundamentação teórica e desconhece a conjuntura política, certamente sim. E pior, movidos pelo nobre sentimento de lutar por um país melhor, podem ser seduzidos pelos agouros da grande mídia e reivindicarem justamente os "reclamos do plim-plim". São cooptados a defenderem a pauta conservadora que vem embutida em meio a uma sortida lista de queixas.

"Teu canto é penoso e faz medo
Te cala acauã
Que é pra chuva voltar cedo
Que é pra chuva voltar cedo".

Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Batendo na mesma tecla dia e noite, a grande mídia tenta construir uma imagem extremamente negativa do Brasil. Nada presta. Todos são corruptos. Parece que temos a taxa de desemprego da Espanha e a inflação da Grécia. Se o dólar sobe, é o fim do mundo; se cai, é o apocalipse. E nessa toada, vai-se intensificando a pauta negativa. Nem a retirada de 50 milhões de brasileiros da linha de pobreza é comentada com boa vontade.

Claro que enfrentamos adversidades estruturais. Há um longo caminho a ser percorrido na superação de barreiras impostas pelas elites ao longo dos séculos. O otimismo dos que lutamos deve permanecer em alta, assim como a humildade de reconhecer os erros e as limitações para podermos alçar vôos maiores e cantar para todo povo ouvir, outro repertório, mais alentador e alegre que o choro agourento dos "acauãs" de plantão.

"Na alegria do inverno
Canta sapo, gia e rã
Mas na tristeza da seca
Só se ouve Acauã." 

As ruas é um espaço aberto privilegiado para esse canto ecoar. Mas não se pode, de maneira alguma, desguarnecer a luta institucional e a luta de ideias (esta cada vez mais exigida de ser travada nas novas ferramentas de comunicação).

O canto de esperança e de valorização de nosso país. Uma nação jovem com um povo trabalhador que hoje é a sexta economia do mundo e exemplo ao mundo no combate à pobreza merece ser cantada no momento presente.

Enaltecer o Brasil, sem encobrir as distorções e deformidades existentes. Cantar o presente, de mãos dadas, como nos ensinou o grande poeta brasileiro, Carlos Drummond de Andrade:

“Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.”

Luciano Rezende - Engenheiro Agrônomo, mestre em Entomologia e doutor em Fitotecnia (Melhoramento Genético de Plantas). Professor do Instituto Federal Fluminense (IFF)

Plebiscito: Lula comandará

É certo que na semana que vem – provavelmente já na segunda-feira, a Presidenta Dilma Rousseff  - mandará ao Congresso proposta convocando, ainda para o mês de agosto, o plebiscito que vai permitir que, diretamente, o povo decida sobre:
  1. financiamento público de campanhas eleitorais, com a vedação de contribuições de empresas e limite (baixo) de doação para pessoa física;
  2. voto por lista partidária possivelmente em dois turnos, o primeiro na legenda e o segundo em lista partidária
  3. redução do número de parlamentares (proposta ainda em exame);
  4. fim das coligações proporcionais;

Ainda não está fechado que serão apenas estes pontos – nestas horas, ninguém conta tudo – mas a tendência é que o número de perguntas não seja extensa.
A decisão de fazer a reforma por plebiscito foi tomada não pelo recuo em se fazer uma constituinte restrita, mas para evitar que o processo se protelasse além de 4 de outubro, um ano antes das eleições de 2014, quando a nova lei eleitoral deverá estar promulgada.
Para que isso não acontecesse, teria de ser revogado também o artigo 16 da Constituição, que define a anterioridade de leis eleitorais, detonando uma questão jurídica em torno da eficácia temporal  de  revogação de dispositivo constitucional,
O grande temor foi que se repetisse o ocorrido em março de 2006, quando a verticalização das eleições majoritárias – estabelecida por resolução do TSE – foi revogada por uma Emenda Constitucional aprovada pouco antes. O Supremo anulou a vigência da Emenda, com fundamento naquele artigo. Foram 9 votos a 2 pela derrubada e estavam lá muitos que ainda são atuais ministros do STF.
Vai ser extremamente difícil que o Congresso não retalhe em postas a proposta da Presidenta.
Essa luta tem de ser travada já,  enquanto os parlamentares estão sofrendo a pressão das ruas e se tornaram, subitamente “eficientes”, como provaram a votação dos royalties, da PEC 37 e, hoje, do agravamento das penas para o crime de corrupção.
Há um grande movimento para que Lula assuma o comando da campanha plebiscitária. Ele está totalmente disposto a isso,  cumprindo a promessa que fez, ao deixar o Governo, de que iria “lutar como um leão” para a aprovação da reforma política.

Movimentos de comunicação marcam ato na sede da Rede Globo em São Paulo

Protesto deve ser realizado na próxima quarta-feira (3); ideia é aproveitar efervescência política para pautar democratização da mídia
Movimentos que defendem a democratização dos meios de comunicação realizaram na noite de ontem (25) uma plenária no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, em São Paulo, para traçar uma estratégia de atuação. A ideia é aproveitar o ambiente de efervescência política para pautar o assunto. Concretamente, cerca de 100 participantes, decidiram realizar uma manifestação diante da sede da Rede Globo na cidade, na próxima quarta-feira (3).
A insatisfação popular em relação à mídia foi marcante nas recentes manifestações populares em São Paulo. Jornalistas de vários veículos de comunicação, em especial da Globo, foram hostilizados durante os protestos. No caso mais grave, um carro da rede Record, adaptado para ser usado como estúdio, foi incendiado.
Na plenária de ontem, o professor de gestão de políticas públicas da Universidade de São Paulo, Pablo Ortellado, avaliou que os jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, a revista Veja e a própria Globo, por meio de editoriais, incentivaram o uso da violência para reprimir os manifestantes. Mas em seguida passaram a colaborar para dispersar a pauta de reivindicações que originaram a onda de protestos, ao incentivar a adoção de bandeiras exteriores à proposta do MPL – até então restrita à revogação do aumento das tarifas de ônibus, trens e metrô de R$ 3 para R$ 3,20.
Os movimentos sociais, no entanto, ainda buscam uma agenda de pautas concretas para atender a diversas demandas, que incluem a democratização das concessões públicas de rádio e TV, liberdade de expressão e acesso irrestrito à internet.
“Devíamos beber da experiência do MPL (Movimento Passe Livre) aqui em São Paulo, que além de ter uma meta geral, o passe livre, conseguiu mover a conjuntura claramente R$ 0,20 para a esquerda”, exemplificou Pedro Ekman, coordenador do Coletivo Intervozes. “A gente tem que achar os 20 centavos da comunicação. Achar uma pauta concreta que obrigue o governo federal a tomar uma decisão à esquerda e não mais uma decisão de conciliação com o poder midiático que sempre moveu o poder nesse país”, defendeu.
"A questão é urgente. Todos os avanços democráticos estão sendo brecadas pelo poder da mídia, que tem feito todos os esforços para impedir as reformas progressistas e para impor uma agenda conservadora, de retrocesso e perda de direitos", afirmou Igor Felipe, da coordenação de comunicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
A avaliação é que apesar de outras conquistas sociais, não houve avanços na questão da democratização da mídia. "Nós temos dez anos de um processo que resolveu não enfrentar essa pauta. Nós temos um ministro que é advogado das empresas de comunicação do ponto de vista do enfrentamento do debate público", disse Ekman, referindo-se a Paulo Bernardo, da Comunicação.
Bernardo é criticado por ter, entre outras coisas, se posicionado contra mecanismos de controle social da mídia. "Eu não tenho dúvida que tudo isso passa pela saída dele. Fora, Paulo Bernardo!", enfatizou Sérgio Amadeu, professor da Universidade Federal do ABC e coordenador do programa Praças Digitais da prefeitura de São Paulo.
Amadeu acusa o ministro de estar "fazendo o jogo das operadoras que querem controlar a Internet" e trabalhar para impedir a aprovação do atual texto do Marco Civil do setor. "Temos uma tarefa. Lutar sim, para junto dessa linha da reforma política colocar a democratização", afirmou.
Rosane Bertotti, secretária nacional de comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e coordenadora geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, enfatizou a importância da campanha de coleta de assinaturas para a proposta de iniciativa popular de uma nova lei geral de comunicação.
O projeto trata da regulamentação da radiodifusão e pretende garantir mais pluralidade nos conteúdos, transparência nos processos de concessão e evitar os monopólios. "Vamos levá-lo para as ruas e recolher 1,6 milhão de assinaturas. Esse projeto não vem de quem tem de fazer – o governo brasileiro e o Congresso –, mas virá da mão do povo", disse.
Gisele Brito da Rede Brasil Atual

Veja o mar de Minas

...É lindo
kkkkkkkk

Frase do dia

Quem não tem cão, caça com ratos, e na falta de ato de ofício, vão de domínio da farsa.

O povo é o constituinte originário!

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, voltou a defender na tarde desta quarta-feira (26), em conversa com jornalistas no Palácio Piratini, as decisões anunciadas pela presidenta Dilma Rousseff para acelerar o processo de Reforma Política no Brasil. Tarso defendeu a realização de um plebiscito e não descartou a instauração de um processo constituinte. O chefe do Executivo gaúcho anunciou as sugestões de perguntas que encaminhou ao governo federal para o plebiscito: “Em primeiro lugar, devemos perguntar à população se ela quer a Reforma Política. Em segundo lugar, se quer, quem deve fazer, o Congresso atual ou uma Câmara Constituinte? Proponho que também seja perguntado à população se ela acha que pessoas sem partido devam concorrer”, listou Tarso, defendendo que o número de perguntas não...

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Na periferia as balas não são de borracha II

13 mortos na favela Nova Holanda na maré. Se percebe vendo o vídeo que as pessoas estavam saindo da comunidade com intenção de fechar a Av. Brasil querendo protestar assim como todo País tem feito, quando, talvez assustado com esses "monstros perigosos" alguns policiais deram inúmeros tiros para o alto. Não foram balas de borracha, foram munição de verdade, de aço.

Os moradores voltaram assustados para o interior da favela, onde de forma corriqueira havia dezenas de meliantes armados que com a situação também revidaram os tiros da polícia. 

Talvez alguns digam: " Mais está certo mesmo a polícia de reprimir esses vândalos (manifestantes) que iriam fechar a via e atrapalhar a vida de milhares de pessoas."

Dai eu digo, mas e os manifestantes (vândalos) que estão no centro da cidade e ou em todo país. Por que lá a munição é de borracha e na periferia é de aço, é letal?

Temos muito que lutar para conseguir chegar a um país de igualdade de direitos!!