A presidente Dilma deve garantir Participação Popular

Fracassei em tudo que tentei fazer na vida:

  • Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui
  • Tentei salvar os índios, não consegui
  • Tentei fazer uma universidade séria e fracassei
  • Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei
Mas meus fracassos, são minhas vitórias!
Eu detestaria estar no lugar de quem me "venceu"!

Com ou sem decreto, Dilma deve assegurar Participação Popular
por Helena Sthephanowitz, na RBA


Paulo Moreira Leite: Devolve Gilmar!

Quando os brasileiros retomam o debate sobre reforma política e as regras do financiamento de campanha eleitoral, cabe recordar o que aconteceu no STF em abril de 2014. Quando ficou claro — por 6 votos a 1 — que a maioria do Supremo rejeitava a contribuição financeira de empresas às campanhas eleitorais, o ministro Gilmar Mendes interrompeu os debates para pedir vistas e suspendeu a votação com o seguinte argumento:

— Não cabe discutir isso agora. O financiamento já está feito para esta campanha, já está estruturado — disse, conforme registrou o Globo (2/4/2014).

Em novembro, o pedido de Gilmar completa oito meses. Sua argumentação poderia fazer sentido quando não havia urgência em prosseguir um debate que não teria qualquer efeito prático sobre a campanha presidencial de 2014, já que toda mudança na legislação eleitoral precisa ser aprovada com pelo menos um ano de antecedência.

Mas também poderia ser uma tentativa de ganhar tempo para convencer colegas influenciáveis do plenário para mudar um placar que, naquele momento, anunciava uma derrota de seu ponto de vista, favorável a manter a regra que permite contribuições eleitorais de pessoas jurídicas. Aliado frequente de Gilmar Mendes no plenário, o relator Luiz Fux puxou o voto da maioria.

Hoje em dia, não faz sentido algum, no entanto, impedir que o STF dê sua contribuição ao debate que envolve o país inteiro sobre contribuições de campanha — a menos, claro, que se pretenda garantir, até de forma artificial, a conservação do sistema atual. As mudanças que forem aprovadas agora poderão ter efeitos em 2016, quando o eleitor irá às urnas para as eleições municipais, e também em 2018, na próxima eleição presidencial.

Num plenário de onze votos, uma maioria de 6 a 1 indica que pode haver muito assunto para se discutir no plano da teoria mas nada há para se modificar na prática. A menos que outros juízes modifiquem seus votos — é raríssimo, mas pode acontecer — no momento em que o STF encerrar a votação, as eleições brasileiras serão realizadas sob um sistema mais igualitário e menos vulnerável à pressão do poder econômico. As brechas para a corrupção, que sempre são abertas por interesses privados que buscam manter acesso privilegiado aos cofres do Estado, podem não ser inteiramente eliminadas — nunca serão, em parte alguma do mundo — mas se tornarão muito mais estreitas e em muitos casos perderão sua razão de ser.

Para que a votação seja retomada, é preciso que Gilmar exerça seu direito, vote como quiser e devolva o processo ao STF. Apenas isso.A função lhes faculta votar como quiser, com o argumento que considerar mais apropriado.

Só não é razoável impedir — por um artifício — que se faça o debate. É um absurdo jurídico e uma manobra antidemocrática.

Imagine como o país iria reagir se, em outubro de 2012, o ministro Ricardo Lewandovski pedisse vistas no processo da AP 470, carregasse 60 000 documentos para seu gabinete e ficasse anos sem devolver a papelada, impedindo que os ministros tomassem uma decisão que acabaria condenado José Dirceu, José Genoíno, Delubio Soares e os outros. Como Gilmar Mendes iria reagir? E Joaquim Barbosa? (Joaquim, aliás, votou a favor de proibir contribuições de pessoas físicas).



Conforme decisão sancionada em 2006 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, todo juiz tem o direito de pedir vistas de um processo, interrompendo uma deliberação para um exame mais acurado. O prazo fixado em 2006 era de dez dias. Em decisão posterior, o Supremo definiu que seus ministros teriam um prazo de vinte dias. Mas essa decisão não costuma ser cumprida de forma rígida.

Há casos em que um ministro faz um pedido de vistas e interrompe um processo por meses e anos. Muitas vezes, o caso só volta ao plenário quando o juiz que interrompeu a votação se aposenta. Pode nunca voltar. “Mas não estamos falando de uma decisão individual, mas de uma mudança que interessa a todo país,” afirma o advogado Aldo Arantes, que representa a OAB no caso. “Estamos falando de uma decisão que afeta 200 milhões de brasileiros.”

O projeto da OBA proíbe a contribuição de empresas a partir de uma constatação de caráter ontológico. A tese central é que a Constituição diz que a participação em eleições — seja pelo voto, seja pela contribuição financeira a candidatos e partidos — é uma prerrogativa exclusiva de homens e mulheres, sem distinção de classe, raça, orientação sexual ou origem social. Não pode ser ampliada a seres inanimados, desprovidos de consciência própria, como as empresas — sejam empreiteiras, bancos, ou prestadoras de serviço. Este é o debate. O projeto da OAB permite contribuições de pessoas físicas, mas num limite bastante razoável: R$ 700 por eleitor, reajustados a cada pleito para cobrir a inflação.

Os argumentos contra o projeto são dois. O primeiro foi extraído da fracassomania, escola de pensamento econômico criticada por pensadores como Albert O. Hirshman e condenada, igualmente, pelo PSDB em seus primórdios — quando os líderes tucanos faziam questão de se distanciar de formas banais de conservadorismo. Consiste em sugerir que nenhuma mudança de cima para baixo nos usos e costumes de um país pode dar certo — pois as forças já estabelecidas sempre irão encontrar caminhos para reagir e restaurar a antiga ordem.

Ao fazer críticas ao projeto da OAB, Gilmar Mendes fez uma crítica ácida neste sentido. Lembrou que o crime organizado já se infiltrou na política brasileira, sugerindo que os esforço para impedir a corrupção seriam inócuos. Errado, diria Hirshman. Conforme o professor, apesar dessa reação conservadora, iniciativas progressistas podem dar certo e devem ser apoiadas, pois trazem benefícios à maioria.

O outro argumento consiste em explorar determinados instintos do eleitorado, perguntando: vamos tirar dinheiro de escolas, hospitais e estradas para dar para os políticos? É uma banalidade recordar que, de uma forma ou de outra, o dinheiro privado que alimenta as campanhas eleitorais será extraído, com folga, dos cofres públicos. Cedo ou tarde, retorna aos doadores privados, na forma de obras superfaturadas e licitações dirigidas.

Outro ponto. As contribuições eleitorais de empresas não envolvem decisões políticas, mas investimentos de natureza econômica. Sua aceitação implica no desenvolvimento de um capitalismo distorcido por trocas de favores com políticos que comandam o Estado.

Num país onde o poder econômico aluga políticos para atuar a seu serviço, seja às claras, em contribuições registradas pela Justiça Eleitoral, seja às escondidas, pelos envelopes e malas de dinheiro do caixa 2, a mudança permite alterações notáveis. A contabilidade da campanha presidencial de 2010 — a última com dados definitivos — fechou em R$ 4,5 bilhões. Neste universo, altamente concentrado, 0,5% das empresas brasileiras responde por 61% de todas as contribuições. A mudança em debate no STF produz benefícios consideráveis.

O primeiro é assegurar o princípio democrático de que, numa eleição, vale a regra de que cada homem = 1 voto, e não a regra de que há eleitores de 1 voto e outros de 1 bilhão de reais. Não custa lembrar que a presença de grandes doadores privados muda a natureza das eleições. Ajuda a criar um mercado eleitoral, que se torna mais decisivo do que o próprio debate de ideias e propostas políticas, contribuindo para que políticos sejam vendidos como marca de sabonete. Um efeito não desprezível das campanhas de alto preço é que todos concorrentes precisam de mais recursos para manter-se competitivos — o que é meio caminho andado para serem cooptados pelo poder econômico, assumindo uma face perante seus eleitores, outra perante seus financiadores.

Na recente campanha para deputado federal, em São Paulo, era possível gastar R$ 4 milhões — em alguns orçamentos chegou-se a R$ 10 milhões — para se obter um mandato, exorbitância que exclui lideranças populares que tem presença real junto ao eleitorado, mas não dispõem da menor condição para competir com concorrentes que contam com uma vantagem tão colossal. O saldo final é a transformação do Estado numa colônia de interesses privados, que exclui outros setores da sociedade, mesmo majoritários.

A presença de empresários na atividade política é natural num regime democrático, mas não custa reparar num dado curioso. Em 2002, 275 empresários disputaram uma cadeira de deputado. Em 2006, esse número cresceu para 333 e em 2010 chegou a 453. Em 2014, havia mais empresários candidatos do que vagas disponíveis: 593 para 515. No final, foram eleitos 141 empresários, contingente de qualquer modo maior do que qualquer outra atividade no Congresso, inclusive advogados e médicos. No mesmo processo, o número de sindicalistas caiu 44%, passando de 83 para 46.

A partir de 2015, a agenda do Congresso inclui o debate sobre flexibilização das leis trabalhistas, nome disfarçado para uma revisão da CLT. Também pode envolver uma reforma tributária — onde caberá discutir quem vai ganhar e quem vai perder com novos tributos. Já deu para entender qual é o jogo, certo?

Devolve, Gilmar!
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Economia - Saia do SPC e Serasa

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Advogado de Youssef confirma: Veja "armou"

do 247 Brasil


O crime eleitoral cometido pela revista Veja, que pertence a Giancarlo Civita e é comandada pelo executivo Fábio Barbosa e pelo jornalista Eurípedes Alcântara (à dir.), foi confirmado, nesta quinta-feira, por reportagem do jornal Valor Econômico, pelo próprio advogado Antônio Figueiredo Basto, que defende o doleiro Alberto Youssef; reportagem da semana passada diz que Youssef afirmou que "Lula e Dilma sabiam de tudo"; eis, no entanto, o que aponta Figueiredo Basto: "Não houve depoimento no âmbito da delação premiada. Isso é mentira. Desafio qualquer um a provar que houve oitiva da delação premiada"; caso está nas mãos de Teori Zavascki, ministro do STF, que pode obrigar Veja desta semana a circular com direito de resposta; atentado à democracia envergonha o jornalismo


247 - A situação da revista Veja e da Editora Abril, que atingiu o fundo do poço da credibilidade no último fim de semana, com a capa criminosa contra a presidente Dilma Rousseff, acusada sem provas pela publicação, pode se tornar ainda mais grave.
Reportagem do jornal Valor Econômico, publicada nesta quinta-feira, revela algo escandaloso: o "depoimento" do doleiro Alberto Youssef que ancora a chamada "Eles sabiam de tudo", sobre Lula e Dilma, simplesmente não existiu.
Foi uma invenção de Veja, que atentou contra a democracia, tirou cerca de 3 milhões de votos da presidente Dilma Rousseff e, por pouco, não mudou o resultado da disputa presidencial, ferindo a soberania popular do eleitor brasileiro.
Quem afirma que o depoimento não existiu é ninguém menos que o advogado Antônio Figureido Basto, que representa o doleiro. "Nesse dia não houve depoimento no âmbito da delação. Isso é mentira. Desafio qualquer um a provar que houve oitiva da delação premiada na quarta-feira", disse ele.
Basto também nega uma versão pró-Veja que começou a circular após as eleições – a de que Youssef teria feito um depoimento e depois retificado. "Não houve retificação alguma. Ou a fonte da matéria mentiu ou isso é má-fé mesmo", acusa o defensor de Youssef.
Com isso, a situação de Veja torna-se delicadíssima. No fim de semana, a publicação passou por uma das maiores humilhações de sua história, ao ser obrigada a publicar um direito de resposta contra um candidato – no caso, a presidente Dilma Rousseff – em pleno dia de votação.
Agora, a revista pode ser condenada a circular neste próximo fim de semana com uma capa e páginas internas, também com direito de resposta. A decisão está nas mãos do ministro Teori Zavascki, que pode decidir monocraticamente – ou levar a questão ao plenário do Supremo Tribunal Federal. Mas mesmo no plenário Veja tende a perder. Afinal, como os ministros justificariam o direito de informar uma mentira, com claras finalidades eleitorais e antidemocráticas?
Veja cometeu um atentado contra a democracia brasileira, que envergonha o jornalismo, e este crime é apontado pelo próprio advogado do doleiro Youssef. Os responsáveis diretos são: Giancarlo Civita, controlador da Abril, Fábio Barbosa, presidente da empresa, e Eurípedes Alcântara, diretor de Redação de Veja.
Abaixo, reportagem do Valor Econômico sobre o caso:
Advogado de Youssef nega participação em 'divulgação distorcida'
Por André Guilherme Vieira | De São Paulo
O advogado que representa Alberto Youssef, Antonio Figueiredo Basto, negou envolvimento na divulgação de informações que teriam sido prestadas pelo doleiro no âmbito da delação premiada, sobre o conhecimento de suposto esquema de corrupção na Petrobras pela presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Asseguro que eu e minha equipe não tivemos nenhuma participação nessa divulgação distorcida", afirmou ao Valor Pro. A informação de que Dilma e Lula sabiam da corrupção na Petrobras foi divulgada na sexta-feira passada pela revista "Veja".
No mesmo dia, o superintendente da Polícia Federal (PF) no Paraná, delegado Rosalvo Ferreira Franco, determinou abertura de inquérito para apurar "o acesso de terceiros" ao conteúdo do depoimento prestado por Youssef a delegados da PF e a procuradores da República.
"Acho mesmo que isso tem que ser investigado. Queremos uma apuração rigorosa", garante Basto, que já integrou o conselho da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). "Eu não tenho nenhuma relação com o PSDB. Me desliguei em 2002 do conselho da Sanepar [controlada pelo governo do Estado]. Não tenho vínculo partidário e nem pretendo ter. Nem com PSDB, nem com PT, nem com partido algum", afirma. O Paraná é governado por Beto Richa desde janeiro de 2011. Ele foi reconduzido ao cargo no primeiro turno da eleição deste ano.
A reportagem menciona que a declaração de Youssef teria ocorrido no dia 22 de outubro. "Nesse dia não houve depoimento no âmbito da delação. Isso é mentira. Desafio qualquer um a provar que houve oitiva da delação premiada na quarta-feira", afirma, irritado, Basto. O advogado diz ser falsa a informação de que o depoimento teria ocorrido na quarta-feira para que fosse feito um "aditamento" ou retificação sobre o que o doleiro afirmara no dia anterior: "Não houve retificação alguma. Ou a fonte da matéria mentiu ou isso é má-fé mesmo", acusa o defensor de Youssef.
Iniciadas no final de setembro, as declarações de Youssef que compõem seu termo de delação premiada são acompanhadas pelo advogado Tracy Joseph Reinaldet dos Santos, que atua conjuntamente com Basto.
O Valor PRO apurou que o alvo principal da operação Lava-Jato disse em conversas informais com advogados e investigadores, que pessoalmente considerava "muito difícil" que o presidente da República não tivesse conhecimento de um esquema que desviaria bilhões de reais da Petrobras para abastecer caixa dois de partidos e favorecer empreiteiras.
"Todo mundo lá em cima sabia", teria dito o doleiro, sem, no entanto, citar nomes ou apresentar provas.
O esquema de corrupção na diretoria de Abastecimento da Petrobras teria começado em 2005, segundo a investigação e o interrogatório à Justiça Federal do ex-diretor de Abastecimento da petrolífera, Paulo Roberto Costa. Era o segundo ano do primeiro mandato do então presidente Lula. Dilma foi nomeada ministra de Minas e Energia em 2003.
Segundo a versão de Costa à Justiça, Lula teria cedido à pressão partidária para nomeá-lo diretor da Petrobras, sob risco de ter a governabilidade ameaçada pelo trancamento da pauta do Congresso. "Mesmo que essa declaração do Paulo Roberto [Costa] seja fato e que a comprovemos nos autos, qual é o crime que existe nisso?", questiona um dos investigadores da Lava-Jato. "Uma coisa é a atividade política. Outra é eventual crime dela decorrente. Toda a delação de Costa e outras que venham a ocorrer serão submetidas ao crivo do inquérito policial e da devida investigação", esclarece.
A PF também instaurou inquérito para apurar supostos vazamentos da delação premiada de Costa.
Investigações sobre vazamentos podem resultar em processo penal. No dia 21 deste mês, o deputado federal Protógenes Queiroz (PC do B-SP) foi condenado pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por violação de sigilo funcional qualificada. Queiroz, que é delegado da PF, foi responsabilizado por "vazar" informações da operação Satiagraha, deflagrada em São Paulo em 2008.

Para onde vão Marina e a Rede?...

- Provavelmente para baixo -, por Cesar Maia - Ex-blog

1. Marina saiu da eleição presidencial de 2010 fortalecida e em ascensão. Tornou-se um destaque nacional e internacional, sinalizando que, em 2014, seria uma alternativa de poder.  Em função da "plasticidade" do PV, Marina rompeu com o partido e se declarou independente.
         
2. Agrupou em torno dela um grupo com ideias afins, sendo que muito poucos com mandato, talvez uns 3 deputados federais. Em função da afirmação de princípios e redação de documentos, atrasou a criação de seu partido ao qual denominaram Rede - rede de sustentabilidade.
         
3. Por esse atraso, no limite do prazo para criação de partidos, as assinaturas de apoio apresentadas não foram suficientes. Havia a expectativa de uma adesão significativa de parlamentares. Desnorteados, reúnem-se nessa mesma noite/madrugada e após um telefonema de Marina ao governador Eduardo Campos, decide ingressar no PSB, apontando a hipótese de vir a ser vice de Campos, coisa que acabou ocorrendo.
         
4. Logo em seguida, o Congresso aprova uma lei terminando com o direito de que novos partidos criados tenham direito ao fundo partidário e ao tempo de TV proporcional aos deputados federais que atraíssem. A lei termina assim com a portabilidade dos deputados federais que, ao trocarem de partido nas condições permitidas pela lei, levariam consigo o tempo de TV e a parte do Fundo Partidário proporcionais a eles.
         
5. Campos e Marina realizam reuniões públicas e afirmam uma parceria. Marina lembra que é provisória até criar a sua Rede. As pesquisas indicam para Campos intenções de voto quase a metade do que indicavam para Marina.
         
6. Com a morte de Eduardo Campos, Marina assume a candidatura a presidente e imediatamente as pesquisas a projetam para uma posição de liderança, derrubando Aécio Neves para um terceiro lugar afastado. Marina passa a ser alvo de seus adversários e vacila. No final do primeiro turno já estava em empate técnico com Aécio e em processo de desgaste.
          
7. Já na entrada ao PSB não houve consenso na Rede. Alguns preferiam que entrasse para o PPS e imediatamente assumisse a candidatura presidencial.
          
8. Com sua imagem afetada, segue para o segundo turno e, com o reforço da família de Eduardo Campos, adere a Aécio Neves em três momentos: declaração à imprensa; depois o encontro dos dois com Marina sem coque e de rabo de cavalo (Freud explica); e, finalmente, na TV com um bom pronunciamento de apoio a Aécio.
          
9. Outra vez a Rede racha. Boa parte, talvez a maioria, preferia a neutralidade. O apoio de Marina a Aécio não altera a disputa no segundo turno. A eleição termina quase empatada e Marina como uma outsider nesse processo.
        
10. Hoje, o quadro é totalmente diferente do momento da tentativa de criação da Rede no TSE. Marina enfraquecida, seu grupo dividido e fragilizado, nenhuma expectativa de atrair parlamentares quando a Rede for legalizada.
         
11. O mais provável é que Marina não recupere mais o brilho de antes e que seu partido, uma vez criado, se torne inviável ou mais um micropartido pela quase nenhuma adesão de parlamentares, o que mesmo ocorrendo marginalmente, não trará mais os recursos e o tempo de TV que trazia antes.

Eles não vão desistir do Brasil

de Gustavo Castañon - para o Viomundo

Preparem-se para a continuação da luta, companheiros, não se desarmem: essas fascistas que rasgaram a fantasia nas suas timelines não vão desistir do Brasil. Não vão para Miami porque o máximo que conseguiriam lá seria lavar pratos. Não vão para a Europa, aonde nem isso conseguiriam. Não. Aqui é o paraíso deles.

Em que país da Europa eles poderiam pagar a carga tributária que pagam no Brasil, e ainda dizer que ela é alta? Onde lá poderiam pagar menos impostos que os pobres?

Eles só gostam de ir para a Europa para fazer turismo. Não gostam de limpar a própria privada. Como disse o Aécio, muitos deles nunca fizeram nem sua própria cama. Como suportariam uma vida aonde precisam limpar a própria casa e há tão poucos sinais de diferenças de classe? E o sentimento de pertencer a uma classe superior, que alimenta suas existências fracassadas? Como fica? Não. Eles não vão.


Não, nem pra Miami. Em que outro país do mundo civilizado eles poderiam ainda ter uma empregada doméstica? Certamente não nos EUA. Em que outro país eles poderiam manter um exército de miseráveis a explorar com o salário mínimo brasileiro? Faxineiras, babás, lixeiros, policiais filhos da classe baixa explorados como escravos para proteger seus patrimônios, morrendo e matando outros miseráveis… Não, eles não vão.

Aqui eles podem se jactar de seus conhecimentos técnicos como se fossem educação privilegiada. Podem se orgulhar de seu analfabetismo funcional que os torna incapazes de distinguir entre a informação e a opinião de um jornalista. Aqui eles batem no peito para  ostentar o acompanhamento de programas de um canal de notícias de TV fechada e a leitura de um pasquim semanal como auge da cultura pessoal. Não, eles não vão sair daqui.

Em que outro país civilizado do mundo eles teriam garantido o futuro de seus filhos, do mais retardado e vagabundo ao mais brilhante e trabalhador, simplesmente pela classe onde nasceu? Em que outro país do mundo poderiam chamar isso de meritocracia?

Aonde, meu Deus, aonde mais poderiam criar seus filhos ensinando-os que há cidadãos de primeira e segunda classe? Aonde poderiam estar acima da lei dependendo de quanto dinheiro tem? Aonde poderiam ser representados por um partido político que é o mais corrupto do país e está totalmente acima da lei e da justiça e se jactarem de serem decentes e honestos? Não, em nenhum lugar do mundo.

Em que outro lugar do mundo, em que outro, poderiam ter formado patrimônio recebendo em juros reais dos fundos dez, quinze por cento por dez anos? Ou antes, jogando no overnight? Em que outro lugar do mundo continuariam a ter agora rendimentos reais de 5 por cento ao ano em fundos e no tesouro direto? Onde arrumar dinheiro das sobras do saque do estado promovido por seus patrões? Não, eles não vão.

E em que outro país eles poderiam viver pagando menos impostos proporcionais que os mais pobres e ainda afirmar serem explorados por eles? Em que outro lugar do mundo poderiam explorar sua força de trabalho e ainda afirmar que que eles é que criam empregos e são somente eles que produzem no país?

Que outro país do mundo eles poderiam ter mantido o mais desigual do planeta por cinquenta anos enquanto impunham o mito da cordialidade do brasileiro e mantinham o escravagismo mais selvagem aplaudindo a alegria do povo no carnaval?

É por isso e muito mais que eles vão ficar. Eles sempre vão ficar. Eles não vão lutar de peito aberto porque são covardes. Eles vão querer que façam o serviço sujo por eles. A mídia. O judiciário brasileiro que é seu aparelho de classe. Os buchas de classe média baixa, o exército com seus soldados oriundos das classes mais desfavorecidas.

Mas eles vão se agarrar com unhas e dentes a esse país, para garantir que o banquete de pobres e miseráveis de seus donos seja tão farto que possam continuar se alimentando das migalhas de sua mesa, vão lutar contra a verdadeira meritocracia, contra o acesso universal à educação e à educação superior, contra a saúde pública universal, contra os programas de distribuição de renda. Eles são perigosos. Eles são o egoísmo, a injustiça, a mesquinhez e a irracionalidade que fez desse país rico um dos dez mais desiguais e injustos do mundo. E eles não vão desistir desse Brasil.

Papo de homem, por Bruno Passos

Minha roupa diz: A verdade sobre a moda e os homens gordos

Demorou. Demorou muito mesmo, mas eis que, finalmente, chegou a hora de falarmos sobre a imagem de quem está acima do peso!
Importante ser dito: muitas pessoas me pediam para escrever a respeito, contavam que tinham dificuldade para encontrar roupas e que, principalmente, não sabiam como usá-las adequadamente. Então, assim que eu pedia uma foto para fazermos a seção, elas desapareciam. Quando muito, me enviavam uma mensagem dizendo que se desculpavam, mas que não tinham coragem.
Por que diabos não tinham coragem?
Por que passaram uma vida sendo zoados por estarem acima do peso? Por que eram magros, mas conforme os anos passaram, relaxaram e foram ganhando quilos e perdendo confiança? Por que já levavam com naturalidade a zoação por serem obesos, mas daí a serem obesos que mandavam fotos pra sessões de “look do dia” já era demais?
Pois saibam, este não é um texto para fazer carinho nas suas panças, meus amigos. Não senhor. Graças à Internet, eles já existem aos montes.
roupas_boas_gordinhos_inverno_jorge_garcia

Aliás, quando o assunto é este, não tem erro, as dicas sempre são uma porcaria e as frases que imperam costumam ser coisas como:
“Ah, mas no fim, não encane, a beleza que importa é a do interior.”
“Ser gordo não é opção, ser feliz sim…”
“Você é gordo hoje, mas acreditando em você, amanhã não será.”
Você já pegou o espírito. Tá mal tratando a balança e quer se vestir melhor? Azar o seu, fera,vire budista e busque a felicidade dentro de você.
Meu deus, qual é o problema em apenas dar o raio das dicas de imagem? E se eu apenas for gordo e não conseguir ou não quiser mudar, ou se tiver outras preocupações no momento e a única coisa que estou querendo fazer com esta busca no Google é realmente encontrar a porcaria das dicas de como me vestir melhor no meu estado atual?
Pois é exatamente isso que iremos fazer aqui, senhores. Dar a porcaria das dicas!
Só posso imaginar qual será seu espanto ao começar a ler pela primeira vez um texto sobre o tema que não vá falar que “preto emagrece” ou para que evite listras horizontais.
Vamos pelo começo. Onde existe o problema, existe também a solução. Muito do que é sugerido esteticamente para pessoas acima do peso se trata apenas de disfarçar os quilinhos extras.