GREG NEWS com Gregório Duvivier | EMPRECARIADO

Os homens que mandam no Brasil

Em sua coluna de hoje (19/06) na Folha de São Paulo, Gustavo Patu, resume, com perfeição, as duas forças que realmente mandam e governam o Brasil.
Uma é o consórcio de policiais, procuradores e juízes reunidos em torno da Lava Jato. A outra são os economistas e tecnocratas, do Executivo, da academia e do mercado, empenhados na formulação e defesa das reformas.

A primeira conta com amplo apoio da população e a licença para matar —reputações— ao arrepio das garantias jurídicas dos suspeitos.
O poder da segunda emana da recessão devastadora, ainda por ser vencida.

“Nenhuma delas eleita pelo voto popular”, frisa ele, e eu acrescento que toda a legitimidade de que elas dispõem é o complexo de mídia e uma parcela da inteligência nacional que atira ao lixo séculos de esforço de compreensão dos processos políticos e sociais e, como num destes cultos fanáticos, brada contra o Satã da corrupção, que nos desvia do reino dos céus.
Ou os males do Brasil se reduziram à corrupção – sem dúvida, um deles – e  se anuncia, como fez ontem o Estadão, um “rombo” por ela causado de R$124 bilhões em cinco anos, mais ou menos o que os cofres públicos sangram em apenas três meses para alimentar o rentismo?
Claro que nenhum dos dois tem poder absoluto: Meirelles tem de ceder às distribuições de valores que Temer promove para ter sua maioria fisiológica; Janot precisa conter os seus mastins curitibanos, que pouco ou nada faltam para gritar “anauê”. Mas, no essencial, as maldições se resume em duas palavras malsãs: corrupção e gasto público.

A sepultura de Temer, o exílio de Aécio e a prisão de Moro, por Armando Coelho

Vaidoso, safado, conspirador e ladrão tem sido alguns adjetivos com os quais o enigmático político Ciro Gomes tem presenteado o impostor Michel Temer. Às vezes, esses mimos vêm acompanhados da gentileza com a qual torcedores costumam agraciar juízes de futebol. Tudo, entretanto, muito aquém do abominável e indescritível que possa representar esse ser repudiado por 95% dos brasileiros. Das supostas falcatruas no porto de Santos às urdiduras nos bastidores do golpe, nada serve de perfil para definir um político que mandou “bilhetinho” para Dilma Rousseff, deixou vazar discurso de posse antes do golpe e hoje empenhado em defenestrar da história um partido que ousou enfrentar a miséria do País.
Michel Temer (Fora!) encarnou o papel de barqueiro do Aqueronte - rio que no Inferno de Dante é apontado como a fronteira do Inferno.  Abandonado pelos Marinhos, que já cavam sua sepultura, sente o gosto da traição e o cheiro de podre que exala do covil tucano. O impostor não consegue ajustar as placas tectônicas do terremoto provocado por Joesley Batista. Gravações, jatinhos e malas com dinheiro sugerem crimes de obstrução da justiça, prevaricação, de responsabilidade, organização criminosa, corrupção ativa e passiva. Tudo isso a se somar a um obscuro passado, já que entre 1996 e 1998, teria seu nome associado a suspeitos US$ 345 mil. Nem Sérgio Moro conseguiu ajudar, indeferindo 21 perguntas de Eduardo Cunha.

Charge do dia

Escapou mesmo? E se for registrado como Geraldo Alckmin, o "Santo" da Odebrecht?...
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Obsessão, por Leonia Teixeira

Quando tento apagar palavras, esquecer momentos...você cai como jato de água, surge como fogo.
Me queima, me banha...assanha minha pele, sentidos.
Escorre pelos meus poros, incendeia...coração, alma.
Chega como ventania arrastando tudo e me leva, me joga perto de ti.
Ouço palavras...sinto o silêncio, vejo músicas tocadas, lembro risos escondidos, olhares disfarçados.
Me engano !
Caio de bruços no chão da sala, estremeço de frio...te procuro.
Cigarros, na mão taça de vinhos, me embriago...escancaro o riso.
Sorrio de mim.
Debocho da minha loucura e acompanho minha insensatez.

O conto do vigário de acordo entre Lula e Fhc

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Seria bom que a esquerda oficial se curasse da atração pela direita, a que se entrega “por um corte de cetim”.
Basta um aceno de ocasião do carona FHC para sonharem com o conto de vigário de um acordo entre ele e Lula.
Personagem da mais espetacular e duradoura perseguição políitca por parte do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, Lula vai se transformando na mais desesperada alternativa dos conservadores para ultrapassar o lodaçal em que estão atolados.
Por mais que tentem, ainda não conseguiram demonstrar que Lula faz parte dessa lama e, justo por isso, os perseguidores contribuem mais do que ninguém para a consolidação da imagem de Lula.
Muito mais do que praticamente imbativel candidato à Presidência da República, em eleições normais, a Lava Jato e as Organizações Globo estão demonstrando ser Lula um dos raros homens públicos com biografia decente.
Com faro oportuno, é à sua sombra que FHC tentará se abrigar, fugindo da liquidação moral do PSDB.
FHC e o Banco Itau precisam de Lula, o que tem cacife eleitoral e moral, e que pode dispensar tanto FHC quanto ​o ​ Itau.
Só os estrategistas da esquerda oficial não percebem isso.
A Lula restará decidir se se imola a uma coalizão à direita, em nome da restauração, ou se assume a oportunidade de circunstancial falência da direita (que ela tem conseguido disfarçar) e dá um passo à frente: sem eleição e plebiscito, não há o que conversar.
O FHC talvez até tope.
Artigo do professor Wanderley Guilherme dos Santos

Sobre palestras e a apropriação do público pelo privado, por Eugênio Aragão

"Quem bate esquece. Quem apanha, não", Ditado popular

Caro e prezado ex-colega Deltan Dallagnol

Primeiramente digo "ex", porque apesar de dizerem ser vitalício, o cargo de membro do ministério público, aposentei-me para não ter que manter relação de coleguismo atual com quem reputo ser uma catástrofe para o Brasil e sobretudo para o sofrido povo brasileiro. Sim, aposentado, considero-me "ex-membro" e só me interessam os assuntos domésticos do MPF na justa medida em que interferem com a política nacional. Pode deixar que não votarei no rol de malfeitores da república que vocês pretendem indicar, no lugar de quem deveria ser eleito para tanto (Temer não o foi), para o cargo de PGR.
Mas, vamos ao que interessa: seu mais recente vexame como menino-propaganda da entidade para-constitucional "Lava Jato". Coisa feia, hein? Se oferecer a dar palestras por cachês! Essa para mim é novíssima. Você, então, se apropriou de objeto de seu trabalho funcional, esse monstrengo conhecido por "Operação Lava Jato", uma novela sem fim que já vai para seu infinitésimo capítulo, para dele fazer dinheiro? É o que se diz num sítio eletrônico de venda de conferencistas. Se não for verdade, é bom processar os responsáveis pelo anúncio, porque a notícia, se não beira a calúnia é, no mínimo, difamatória. Como funcionário público que você é, reputação é um ativo imprescindível, sobretudo para quem fica jogando lama "circunstancializada" nos outros, pois, em suas acusações, quase sempre as circunstâncias parecem mais fortes que os fatos. E, aqui, as circunstâncias, o conjunto da obra, não lhe é nada favorável.