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É duro!

[...] Mas quem disse que seria mole? 



Pode ser duro, mas quem disse que seria mole? À Presidenta não lhe falta inteligência e visão. Não é tonta, nunca foi. Sabia que o que viria seria um grande incêndio. Lula não quis enfrentar, é sagaz, também sabia. Sabia que da nossa militância seriam poucos a apoiá-la, posto que a maioria dos militantes estufam o peito para bradar bem alto que apoiam o PT, claro que sim! Desde que tudo esteja muito bem e o Estado esteja nadando num mar de glórias. Caso contrário criticam, criticam e criticam, exasperam e esmeram-se em críticas. Acho também eu que ela devia comunicar-se mais, mas como não tenho a solução para TODOS os problemas que enfrenta ela nesta gestão, prefiro informar-me mais do que proferir palavras ao vento. Será que toda a gente que está tecendo suas duras críticas a ela estão de olho no que está passando no congresso, senado, na economia, na educação, cultura e tantas outras coisas importantes. Ajudemos a governar protestando contra os desmandos de Cunha que já começaram, mas que os protestos contra os desonestos senhores e senhoras políticos/as e o apoio a Dilma sejam na rua e não atrás de uma tela de computador. É perigoso "fulanizar" e depois demonizar, pois agindo assim perde-se o foco dos objetivos a serem alcançados que é um governo verdadeiramente soberano. Livre. do povo. Como tem que ser.



Cartas a Lula

Bernardo Kucinski
Divulgação
Sinopse: Durante o mandato presidencial de Lula, entre os anos de 2003 e 2006, Bernardo Kucinski atuou como assessor especial da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e reúne nesse livro impressos escritos diariamente guardados em envelopes e entregues ao presidente na primeira hora do dia. As cartas narram de forma exclusiva o processo de criação do Fome Zero, os embates em torno do salário-mínimo e o estouro do escândalo do mensalão.  De forma crítica e direta, os informativos, também usados para pautar as reuniões diárias da cúpula do governo, comentam os principais temas veiculados na mídia e que seriam decisivos na vida do Brasil. Cartas a Lula revela as decisões e posições adotadas pelo presidente, e apresenta uma maneira singular de conhecer a história recente do país.
Abaixo, texto de Bernardo Kucinski sobre seu livro:

A ordem das redações é: Dilma é culpada, Dilma foi derrotada

Não há nada sob o sol que não seja culpada de Lula, da Dilma, e do PT.
Esta é a ordem que impera na redações dos jornais, revistas, rádios e tvs das famílias maviosas do Brasil.
A disputa da presidência da Câmara e do Senado é apenas mais uma prova disso.
Os colunistas e especialistas políticos amestrados já vaticinaram: Seja quais forem os vencedores nas duas Casas, a presidente é a grande derrotada.
Durma-se com uma canalhice dessa.
Eu apoio, escolho para quem vou trabalhar e mesmo eles ganhando, eu que perco?
Hilário, se não fosse cafajestice dessa imprensa imunda.
Mas...
Verdade seja dita: Uma culpa Lula, Dilma e o PT tem, pagam para serem crucificados, parece que são masoquistas.
É duro a gente apoiar quem gosta de apanhar, aff.
Desanima...



Os ladrões ganharam(?)




Nenhuma empresa privada declarou quanto roubou do Estado. Melhor, nenhum declarou no balanço quanto lucrou com a roubalheira GilmarPsdebepiguistisiana.


Sou petista, mas não sou filiado

Tenho certeza que fui o primeiro a publicar que Dilma seria o próximo presidente do Brasil.

- Acho que foi Dirceu que pensou isso antes de mim -

Ponto

Mas agora são outros 500.

Dilma foi eleita e reeleita.

Foi eleita por Lula.

Reeleita por ela.

E, o PT?...

A história dos três porquinhos brasileiros

No nosso amado Brasil - país da jabuticabas - a história real é o avesso da lenda. Aqui os *três porquinhos são vilões e o "**Lobo Mau" é o mocinho. Vamos aos fatos:

Era uma vez três porquinhos. Roberto, João e José Marinho. Um dia herdaram o Grupo Globo. Para continuarem a exercer o poder ilegítimo conquistado por seu pai - Roberto Pisani Marinho - com a ajuda inestimável dos ditadores de plantão, durante a ditadura militar.

Decidiram que unidos continuaríam poderosos e cada vez mais ricos. As custas de chantagens para que setores do mercado produtor continuassem anunciando nos seus jornais, rádios, revistas e tvs. Cobrando mais caro, mesmo tendo dia após dia menos audiência.

Mas, eis que o Lobo Mau aparece na história. E após quatro vitórias eleitorais na eleição presidencial fica provado que os porquinhos não tem mais o poder de eleger presidentes. Pior, não nomeiam nem demitem mais ministros ou presidentes de estatais - Graça Foster é o símbolo mor da decadência da hoje vênus enferrujada -.
Eis que é chegada a hora de enfraquecer ainda mais os bacurins e seus parceiros midiáticos.

Vai demorar (ainda) um pouco.

Porém, podem ter certeza:

Os três porquinhos não são mais "aqueles".

E o Lobo Mau continua e será ainda mais forte.

*Os filhos de Roberto Marinho
*** Lula, Dilma e o PT

Que instrumento o Psdb criou para combater a corrupção?

O PT criou:

  • CGU - Controladoria Geral da República 
  • Portal da Transparência
  • Delação Premiada
  • Lei de responsabilização Civil e Administrativa da Pessoa Jurídica - que pune empresas corruptoras -
  • Nomeação do Procurador Geral da República sempre foi do escolhido pela maioria dos promotores
  • Fortalecimento da Polícia Federal
  • Etecetera...
Tucanos e antipetistas criaram o que?...

Que eu saiba, Fhc fez foi baixar o decreto 1376/95, que extinguiu uma comissão especial, criada por Itamar Franco, para investigar as denúncias de corrupção no governo federal




Fernando Brito: Lula chama para debate político

Vencida a votação da reforma orçamentária e aprovadas suas contas de campanha, espera-se que Dilma Rousseff, finalmente, assuma uma postura mais ofensiva na política.
O que consiste, agora, em começar a designar as peças com quem fará este jogo.
Os ministros da política.
Os da conciliação e os do enfrentamento.
Os que façam debate político que Lula pediu ontem, no Congresso do PT.
E tirem o governo da defensiva, sobretudo na questão das denúncias de corrupção, como fez ontem o ex-Presidente:
“A delação premiada é um instrumento criado por nós. O portal da transparência fomos nós que criamos. A Lei do Acesso à Informação fomos nós que criamos. A Controladoria Geral da República fomos nós que criamos e demos autonomia. O Ministério Público nunca teve tanta autonomia. A Polícia Federal nunca teve tanto pessoal contratado para investigar”
E Lula foi além, porque percebeu que se forma, outra vez, aqui e no mundo inteiro, “uma doutrina contra a ascensão dos que nunca tiveram vez nem voz”. E disse, com todas as letras, que agora compreende o que fizeram contra Getúlio Vargas e João Goulart e que “agora a bola da vez somos nós”.
E que o único remédio para isso é a luta política.
Sem provocação, sem radicalismo e sobretudo sem transformar o que é correto, mas acessório, do que é central e decisivo.
Mas com firmeza na polêmica.

Frase do dia

"Dinheiro do Psdb vem do Criança Esperança, não vem dos empresários"
Lula

Dia Internacional de Combate a Corrupção

[...] Onde estão todos os envolvidos em casos de corrupção pelo PSDB?
A lista de escândalos é extensa: 

  • Pasta Rosa
  • Caso Sivam
  • Compra da reeleição
  • Mensalão Tucano
  • Trensalão… 
Mas o tempo de colocar a corrupção debaixo do tapete passou. Sem interferência na Polícia Federal, no Ministério Público e na Justiça, nunca se combateu tanto a corrupção como no governo Dilma Roussef. 
E o povo, que está de olho, já percebeu a diferença. 
Pesquisa recente do Datafolha indica: 

  • 46% dos entrevistados reconhecem Dilma como a que mais combateu  a corrupção contra apenas 4% que citaram FHC. 
Sobre quem mais puniu: 

  • Governo Dilma/PT 40% 
  • Governo Fhc/Psdb 03%



Vargas, Jango, Lula e Dilma: uma frase atualíssima

O presidente Lula quando ameaçado com impeachment, afirmou:

"Não vou me suicidar como Vargas, não vou renunciar como Jânio e não vou sair do país como Jango. Vou convocar o povo e defender o mandato que me deram pelo voto".

Fhc e o pig entenderam o recado e desmobilizaram o golpe.

Frase atualíssima para presidente Dilma Roussef, alvo de novas ações golpistas e desestabilizadoras...Leia mais>>>



Lula participará da abertura da Expocatadores 2014 em SP

O ex-presidente Lula participa hoje (01/12), às 10h, da abertura da Expocatadores 2014 no Centro de Exposições do Anhembi em São Paulo. Lula participou de edições anteriores do evento que acontece desde 2009 e reúne catadores de material reciclável de todo país. Veja aqui como foi a participação do ex-presidente em 2012: http://www.institutolula.org/lula-participa-da-abertura-da-expocatadores-2012 

O encontro reunirá especialistas em gestão de resíduos sólidos do Brasil e da América Latina para debater e contribuir com a valorização profissional dos catadores de materiais recicláveis e o fortalecimento do seu papel na cadeia produtiva de recicláveis com sustentabilidade e inclusão social.

A 5ª Expo Catadores deve reunir um público de mais de três mil catadores de 27 estados brasileiros, além de 14 países da Ásia, África, Europa, América Latina e Caribe. São esperados quatro mil visitantes diários. 




Serviço:
Data: 1/12/2014
Horário: 10h
Local: Centro de Exposições do Anhembi - Pavilhão Oeste – Av. Olavo Fontoura, 1200, Santana, São Paulo

No País de Lula, o grande conciliador

por Paulo Moreira Leite - Brasil 247

Os leitores do Brasil 247 tem o direito de festejar um fato raríssimo em nossa vida pública: um debate político franco, travado com ideias e argumentos, no qual a intenção de esclarecer se sobrepõe ao esforço nocivo de ganhar uma discussão de qualquer maneira. Estou me referindo a polêmica aberta por Breno Altman, um bom amigo, articulista claro e corajoso, a respeito de meu artigo “Dilma tenta evitar armadilha de Jango.” Breno comentou com o texto “Dilma está diante da armadilha de Getúlio.” Estamos falando de lutadores, no sentido figurado e no literal.  Admirei Waldemar Zumbano, avô de Breno, que era técnico de boxe. Assisti a muitas lutas de seus tios, inclusive Eder Jofre, campeão mundial. Também li muitos textos de Breno, referência em diversos debates. Tudo está disponível no Brasil 247. Aqui vai meu comentário:

Concordo com grande parte das afirmações de Breno Altman. Temos a mesma visão sobre a necessidade de proteger o bem estar dos trabalhadores e dos brasileiros mais pobres. No passado e no presente, nenhum de nós teve receio de assumir bons combates pela liberdade, pela Justiça, contra a criminalização das lideranças populares.
Mas creio que Breno Altman comete um erro essencial ao apontar a lógica da conciliação como uma espécie de desvio fundamental de grandes homens públicos brasileiros, como Getúlio Vargas e João Goulart.
Referindo-se ao Getúlio que deu o tiro no peito em 1954, ele escreve que, “mentor da estratégia” de conciliação, Vargas não entendeu, ou não quis entender, “talvez por sua origem de classe, que era preciso se preparar para um choque frontal contra os grupos reacionários” e “terminou isolado e enfraquecido, vítima da sanha dos homens oligarcas da terra, do dinheiro e da informação, mas também do tabuleiro político que havia desenhado, no qual a intervenção dos trabalhadores e do povo tinha somente papel eleitoral.”
Quanto a Goulart, também conciliador, “manteve-se preso a determinados paradigmas herdados de Getúlio.” O problema de Jango, explica, era resistir em se preparar para uma “uma situação de ruptura, na qual as contradições costumeiramente se resolvem pela vitória da revolução ou da contrarrevolução.”
LULA, O GRANDE CONCILIADOR
Acho que é impossível debater conciliação politica, no Brasil de 2014, sem discutir Luiz Inácio Lula da Silva, cujo espírito conciliador é um traço essencial de sua personalidade política.
Lula e seu espírito para negociar, ceder, avançar e ir em frente são parte inseparável dos progressos que o país obteve nos últimos doze anos, quando o Brasil deu passos importantes — ainda que limitados — na formação de um Estado de Bem-Estar Social.
Estamos falando de acordos nascidos de vários pactos de conciliação — alguns selvagens, outros elegantes, muitos desastrados — entre a classe dominante tradicional e a direção do Partido dos Trabalhadores, onde Lula sempre assumiu um papel destacado e único.
Palavra associada, erradamente, a capitulação e recuo, a conciliação é um exercício fundamental na prática cotidiana das democracias, onde as instituições existem para conciliar — compatibilizar, harmonizar, as palavras são muitas — os direitos da maioria e proteger a minoria.
A adaptação fácil a essa situação ajuda a entender o desempenho fora do comum de Lula na presidência da República. Sem perder sua referência de classe, que lhe garantiu o reconhecimento do eleitorado, ele não deixava de dialogar e mesmo fazer concessões a aliados, adversários e até inimigos.
Antes mesmo de vestir a faixa presidencial já se tornara amigo de infância de George W. Bush.
Refazendo um percurso ocorrido em vários países ao longo do século XX, autores como Tony Judt e Adam Przeworski relatam o que se pode chamar de grande conciliação universal desde a emergência dos trabalhadores na cena política européia.
Num processo diferenciado de um país a outro, a classe dominante aceitou abrir mão de uma parte de seus lucros para fazer concessões e benefícios aos assalariados, num grau de conforto que nenhum de seus profetas seria capazes de imaginar. Em troca, os trabalhadores concordaram em respeitar a propriedade privada, trocando a ideia de mudanças revolucionárias pelo respeito às regras do regime democrático.
Vivemos um país que, foi capaz de evoluir por negociação e também por ruptura. Um dos méritos da obra de Lira Neto sobre Vargas é mostrar que tivemos uma revolução de verdade em 1930, ao contrário do que sustenta uma historiografia da cordialidade. Boa parte de nossa legislação social é fruto desse período. Mas o país chegou a um momento essencial de sua história republicana, a Constituição de 1988, pela negociação democrática.
NOSTALGIA AUTORITÁRIA
Olhando o ministério que foi empossado por Lula em 2003, com Antonio Palocci e Henrique Meirelles nos postos principais, Joaquim Levy no Tesouro, alinhados pela Carta ao Povo Brasileiro que falava em elevar o superávit primário até onde fosse necessário — como sugeriu o empresário João Roberto Marinho, da TV Globo — é obrigatório falar em conciliação.
Olhando os resultados, cabe perguntar: conciliação entre quem?
Era possível, na época, ler jornais que diziam que o medo tinha vencido a esperança.
Economistas ligados ao PT diziam que Lula havia superado o presidente argentino Carlos Menem na fidelidade ao Consenso de Washington.
Impaciente com a demora na reforma agrária, a CNBB anunciou sua ruptura com o governo.
Um grupo importante de parlamentares e de organizações que atuavam no PT aproveitou a reforma da Previdência para denunciar o governo e fundar o PSOL.
Hoje reconhecido como um dos maiores programas de distribuição de renda do planeta, o Bolsa Família era criticado como “política compensatória”, uma espécie de esmola institucional propagandeada pelo Banco Mundial. Também foi acusado — internamente — como fonte de corrupção, prestação de favores e clientelismo.
Maior feito econômico do governo Lula, a resposta a crise de 2008 foi um carrossel de negociações com empresários, sindicalistas, banqueiros e políticos. Conciliação pura.
No Brasil dos anos 1950 e 1960, a democracia não era vista como um regime respeitável por si — mas como caminho para uma revolução socialista ou uma sala de espera para golpes de Estado.
Considerava-se que, em função de seu atraso econômico e perfil sociológico, o país não era capaz de alimentar regimes democráticos estáveis — nem possuía políticos à altura das necessidades da população. Lideranças populares, comprometidas com causas democráticas, eram tratadas com desprezo por estudiosos influentes de nossa vida pública. O professor Octavio Ianni, conceituado autor de O Colapso do Populismo no Brasil , costumava se referir ao sistema político como “democracia populista” — conceito-avô do “bolivarianismo” empregado hoje pelos adversários do PT.
Estudioso de uma geração posterior, em O Populismo na Política Brasileira Francisco Weffort, que anos mais tarde seria um dos fundadores do PT, escreveu: “Na impotência histórica da pequena burguesia está a raiz da demagogia populista. (…) por limitar-se às formas pequeno-burguesas de ação, o populismo traz em si a inconsistência que conduz inevitavelmente à traição.”
Essa visão mudou. A fraqueza da democracia liberal do pós-Guerra tinha a ver com suas origens — um golpe de Estado que derrubou um ditador popular — e também em seu pouco interesse para atender reivindicações das grandes camadas da população.
A democracia que vivemos nasceu nas campanhas de rua contra a ditadura, que envolveram estudantes e trabalhadores, a classe média liberal e mesmo empresários. Sofrida, difícil, a eleição direta não foi uma dádiva, mas uma conquista e isso é reconhecido pela memória da população, que despreza os movimentos de nostalgia autoritária



“NADA VIAM ALÉM DA REVOLUÇÃO
Apesar de uma imensa votação popular, Getúlio foi emparedado por uma conspiração de políticos, empresários conservadores e aliados locais do governo norte-americano, inconformados com a criação da Petrobrás, na época em que, no Irã, a CIA promovia — às claras — um golpe de Estado para derrubar um primeiro-ministro nacionalista e restaurar a monarquia.
Getúlio foi combatido, também, por quem poderia ter-lhe dado apoio e sustentação, pois falava em nome de uma parcela importante dos trabalhadores e da população pobre do país, o PCB, uma das principais organizações populares de então.
Alinhado com uma perspectiva ultra-esquerdista de expandir a revolução a qualquer custo, típica dos anos inciais da Guerra Fria, o PCB considerava Getúlio mais do que um inimigo de classe: um aliado do imperialismo, recusando-se até a fazer campanha por sua eleição, em 1950. Pregou o voto branco. Graças a esse comportamento, que auxiliava a elite que tentava derrubar Getúlio de qualquer maneira, após o tiro no peito, em 1954, a multidão que saiu às ruas para defender suas conquistas e esperanças empastelou as redações dos jornais do partido.
Jango tomou posse em função de uma luta democrática que chegou às fronteiras de uma guerra civil — quando Leonel Brizola mostrou que a democracia nem sempre pode ser defendida de mãos vazias. Procurando enfrentar uma inflação de 25% anuais, Jango não conseguiu apoio para o Plano Trienal de Celso Furtado, projeto que implicava num pacto social que previa o controle de preços, que os empresários não apoiavam, e de salários, que os sindicatos combatiam.
O esvaziamento desse possível acordo de conciliação foi seguido pela nomeação de Carvalho Pinto, político com fortes ligações com o empresariado paulista e também com a esquerda católica. Um de seus principais assessores na época era Plínio de Arruda Sampaio, que ajudou a levar o PDC para a base de apoio de Goulart e, décadas depois, seria dirigente do PT e, após nova mudança, candidato a presidente pelo PSOL.
Após a queda de Carvalho Pinto ocorre uma nova mudança no governo Goulart, que abandona projetos de acordo político para uma ação de ruptura. “Vendo que seu governo acabaria sem realizar as reformas, o presidente aderiu a proposta de enfrentamento pregada pelas esquerdas,” avalia Jorge Ferreira, na espetacular biografia João Goulart. “Mesmo contrariado, fez tudo o as esquerdas quiseram. Todos os projetos de lei exigidos foram enviados ao Congresso Nacional.”
Mas a cena política mudava rapidamente, liberando forças que pareciam mais importantes do que se pensava. Jango fora ultrapassado — embora não fosse fácil distinguir o rumo dos acontecimentos. Ferreira avalia que, diante do motim dos marinheiros — liderados pelo sempre obscuro Cabo Ancelmo — “as esquerdas, embriagadas pela arrogância e autossuficiência, nada viam além da revolução.”
A BUSCA DE UM NOVO GOVERNO
Dilma venceu as eleições mais apertadas ocorridas depois da democratização do país. Comprou e venceu o debate politico, o mais claro de nossas eleições recentes.
Mas Dilma foi derrotada em urnas de forte presença operária e tradição de voto no PT, como aconteceu no ABC paulista. Enfrentou uma campanha atroz por uma parte da elite de grandes empresários e da cúpula do aparelho de Estado, que terminou numa inaceitável tentativa de intervenção no resultado da eleição. Antes que seus eleitores fossem as ruas para celebrar a vitória, em várias cidades do país ocorreram manifestações de cunho fascista a favor de um golpe militar.
É nesse ambiente que Dilma tenta construir um novo pacto político, mais amplo do que o governo de 2010-2014. Convencida de que os problemas econômicos tem uma raiz política, quer ampliar a base do governo. Em sintonia com Lula, seus movimentos tem como objetivo aproximar-se dos mercados, que em vários momentos do primeiro mandato mostraram disposição de sabotar as medidas do governo.
É uma decisão que implica em alguma dose de risco para Dilma. Não se sabe até onde ela irá, para encontrar novos caminhos em relação ao modelo atual.
Pode-se apostar que, em breve, será pressionada a entregar plenos poderes a Joaquim Levy, afastando-se da área econômica. Qualquer senho franzido será motivo de crise midiática.
Esses movimentos fazem parte do jogo político. Mas temos o direito de duvidar que a presidente irá ceder.
Dilma também trouxe o empresário Armando Monteiro Neto, responsável pela campanha vitoriosa no Recife, e que foi duas vezes presidente da Confederação Nacional da Industria, CNI. Está comprando uma briga para nomear Katia Abreu, que foi presidente da Confederação Nacional da Agricultura, é inimiga número 1 do MST e dos movimentos sociais ligados a terra — mas tem uma boa relação pessoal com a presidente e, numa eleição disputadíssima, ajudou na vitória em Tocantins. Num movimento para o outro lado, Dilma recebeu o teólogo Leonardo Boff e Frei Betto, a quem disse que fará dos movimentos sociais a prioridade de seu governo.
Cumprindo o que disse, terá mais facilidades para enfrentar turbulências que certamente virão.
O reconhecimento popular pela importância da vitória se manifesta na empolgação pela cerimonia de inauguração do segundo mandato. As notícias são de uma grande mobilização rumo a Praça dos 3 Poderes.

Editorial

Dilma tem a confiança do povo e dos partidos aliados


O triunfo eleitoral da presidenta Dilma Rousseff conquistando mais um mandato para dirigir os destinos da nação nos próximos quatro anos é um episódio elevado da vida política republicana brasileira, que há poucos dias completou 125 anos. Como temos assinalado, foi a quarta vitória eleitoral sucessiva do povo brasileiro, coroando uma fase de desenvolvimento democrático e social virtuoso inaugurada em 2002, com a primeira eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Solidariedade

Numa aula exibição, o professor Fhc resolve debochar dos alunos e diz:

- Quem se considerar um idiota faça o favor de ficar de pé.

Todos se mantem sentados, até que Lula se levanta.

- Então quer dizer que você assume ser um idiota Lula? Fala Fhc, com um ar de superioridade estampado na cara.

- Sinceramente, não me considero um idiota. Mas fiquei com pena de vê-lo aí em, sozinho. Resolvi prestar minha solidariedade.

Recadinho da Dilma

Para gregos, troianos, oposicionistas e aliados:

Escuto a todos. Mas três pessoas em especial dou toda minha atenção, o primeiro é José Dirceu, o segundo é Lula e o terceiro o Carlos - a ordem não significa nada rssss- .

Разбра ли?

Ciro Gomes: O submundo do mercado e da política não deram a Dilma Rousseff nem 24 horas de trégua

... E não haverá paz!
Isso significa duas coisas neste momento: há muito pouco tempo para o novo governo se iniciar (o calendário gregoriano pouco importa aqui) e tudo o que ela não deve nem pode fazer, sob pena de se desconstituir muito rapidamente, é tomar iniciativas atabalhoadas que simbolizem uma rendição deslegitimadora a uns ou a outros. A alta dos juros básicos da economia, estabelecidos pelo Banco Central, na quarta-feira 29 foi péssimo sinal. Aumentar a gasolina neste contexto, fatal. Negociar com a escória que vota contra o governo na Câmara dos Deputados, e, logo, logo, no Senado, em seus termos e por meio da pedagogia da chantagem, será mortal.

Não creio exagerar em nenhum desses argumentos. Dilma Rousseff só venceu as eleições pelo fato de a maioria precária de nós, brasileiros, perdoarmos as graves contradições de sua governança e, especialmente, de sua condução da economia. E o fizemos por argumentos de duas ordens: confiamos em sua boa-fé e decência pessoal, vis-à-vis a crônica de desmandos e escândalos magnificados pelos sócios majoritários da imoralidade pátria, especialmente na grande mídia. E, acima de tudo, penso eu, por percebermos que, por trás de tudo, é possível enxergar que a “turma”que Dilma de fato representa, apesar de sua mania de andar mal-acompanhada, os valores mais importantes para o povo: o compromisso nacional, o trabalho como bem central em uma nação civicamente sadia, o compromisso moral com a superação da vergonhosa desigualdade que nos aparta (de um lado, uma elite minúscula, mas aferrada a uma cultura escravocrata, de outro, imensas maiorias excitadas com informação globalizada de um padrão de consumo ao qual não conseguem ascender com o pouco que evoluíram).





Não é o suficiente para sustentar um novo governo com os problemas graves e urgentes no horizonte, mas é suficiente para recomendar: nesses valores, e não naqueles dos reacionários, Dilma precisa escorar-se para enfrentar a difícil tarefa que lhe espera.

Algumas obviedades, outras nem tanto: equipe, agenda, foco, amor ao resultado, urgências. Nada disso caracterizou o governo que se “encerrou”. Na verdade é incrível que Dilma tenha escapado da derrota com a equipe (salvemos as raríssimas exceções) inacreditável com que governou. E o problema não é a conciliação com picaretas bem-recomendados pela “base”, enquanto a presidenta faz, repleta de sinceridade, um discurso moralista. O pecado do pecador é desculpável, o do pregador, nunca. Ou bem se reproduz a moralidade FHC/lulista de que “é assim ou não se governa”, ou conheçamos o exemplo recente de Itamar Franco, que governou sem conciliar com a ladroagem. Dando ao intermédio a condição de se entender aqui, em outra linguagem, na nossa: 36 anos de experiência me autorizam a afirmar, assim se obtém a maioria. O oposto levaria a uma crise de legitimidade e sinceramente não sei se Dilma teria condições de administrá-la.


Crise mesmo não é, porém, aquela essencialmente política, embora possa ser igualmente complexa. A crise potencialmente explosiva é a econômica. O País tem sido administrado da mão para a boca e nossas margens se estreitam de forma muito grave. Também aqui não creio exagerar. O ano de 2015 já será difícil se for feito tudo o que é preciso. E será pior se nada for feito.

Alguns números para embasar as minhas preocupações: o desequilíbrio nas contas correntes do Brasil com o exterior é o maior da história e tende a aumentar (86 bilhões de dólares). A balança comercial de produtos manufaturados (diferença entre o que compramos e vendemos no mercado internacional no setor industrial) alcança 106 bilhões de dólares. As contas fiscais se deterioraram aceleradamente nos últimos meses e a reversão pela via conservadora e não seletiva levará inevitavelmente à recessão.

Do câmbio vem uma pressão inflacionária, da área fiscal, uma pressão recessiva. Primeiro efeito: estagflação. Resultados mais graves: o estreitamento da margem para os ganhos salariais e, no médio prazo, para a manutenção do nível de emprego. Se acontecer, os fundamentos centrais do novo e precário contrato político de Dilma Rousseff com a maioria será atingido.

Para tudo há solução. Nenhuma delas mágica, acredito. Mas nenhuma produzida a partir da prostração ideológica que caracterizou a campanha eleitoral. Fora do trivial cardápio moralista, discutiram-se apenas as nuances de conservadorismo.





A presidenta precisa desinterditar o debate, chamar a inteligência brasileira e pedir que todos deixem suas certezas na porta de entrada e, livres de preconceitos, produzam uma ideia comovente ao País. Uma economia política inteligente guiada pelo pragmatismo na superação de nossos desequilíbrios. Um projeto de nação que coloque todo e qualquer sacrifício na perspectiva de uma construção de futuro.

Não duvide: se Dilma temer os riscos e preferir as acomodações que se planejam para ela e seu tempo precário... Bem, Deus proteja o Brasil.

Paulo Moreira Leite - política, opinião e cultura em parceria com Brasil 247

erasmo carlos13
O encontro de Lula com a bancada de senadores  foi um evento amigo e caloroso, que permitiu a celebração de uma vitória disputada até o último voto. Lula é o líder histórico e patrono da carreira de todos eles — inclusive nas vitórias de 2014 — o que autoriza diálogos com uma franqueza rara no universo político brasileiro.

A longa indigestão, por Luiz Fernando Veríssimo

no O Globo 

Quando o Brizola se convenceu de que não chegaria à Presidência da República, consolou-se com uma sentença: a elite brasileira teria que engolir um sapo barbudo em seu lugar. Quem estava vivo e consciente na época se lembra do quase pânico provocado pela perspectiva do Lula no poder. Oitocentos mil empresários fugiriam do país. Ninguém sabia ao certo o destino da sua prataria, nem de suas cabeças. A ideia de engolir um sapo, ainda mais um sapo com uma ameaçadora barba cubana, era revoltante. Mas, fazer o quê? Lula foi eleito legalmente, o sapo foi deglutido e empossado. E o pior não aconteceu. Poucos empresários emigraram e os que ficaram, principalmente do setor financeiro, não se arrependeram. E ninguém foi guilhotinado.
É verdade que o PT tratou de tornar-se mais palatável para ser eleito. Prometeu seguir o modelo econômico vigente, com alguns ajustes na área social para honrar seu passado e seus compromissos de campanha, mas sem fazer loucuras. E o sapo barbudo desceu pela goela da nação com a suavidade possível. Já a sua digestão foi outra coisa. Não se muda de dieta tão radicalmente sem consequências ao menos gástricas. Pela primeira vez o Brasil tinha na presidência um ex-operário, vindo das lutas sindicais, que errava a concordância verbal mas mobilizava a massa. Com todas as suas precavidas concessões ao status historicamente quo, o PT não deixava de representar a “classe perigosa”, como a nobreza francesa chamava os pobres antes da Revolução, no poder, o que também não ajudava o metabolismo. A resistência do patriciado brasileiro ao PT tem várias causas: diferenças ideológicas, interesses contrariados, medo, a própria arrogância do partido no governo e suas quedas na corrupção, e — especialmente inadmissíveis — os seus sucessos: distribuição de renda, políticas sociais, desemprego baixo etc. Mas o ódio ao PT só se explica como má digestão.


Doze anos de indigestão: é compreensível a irritação causada pela eleição de mais quatro anos de PT no governo e a continuação da praga do Brizola. Os que se manifestam contra uma suposta fraude no pleito apertado e pedem o impeachment dos vencedores estão exercendo o direito de todo perdedor, o de espernear. Só achei curioso ver, desfilando numa manifestação na Avenida Paulista, uma faixa que pedia a volta dos militares ao poder. Teoricamente, não é preciso mais de três pessoas para fazer e carregar uma faixa daquelas: uma para pintá-la e duas para segurá-la. Fiquei pensando em quantas pessoas no desfile além das três hipotéticas concordavam que outra ditadura militar é preferível ao PT no governo. Talvez ninguém, talvez a maioria. Nunca se sabe o efeito da má digestão num organismo.


O Brasil e as urnas, por Marcos Coimbra

A bela vitória de Dilma Rousseff no domingo 26 encerra a mais longa e mais renhida disputa eleitoral de nossa história moderna. Estivemos a vivê-la nos últimos três anos. Logo após a curta fase de lua de mel com a presidenta, que mal chegou ao fim de 2011, nada aconteceu na política brasileira sem ter relação com a eleição concluída agora.

As oposições nunca perdoaram a ousadia de Lula em lançar Dilma como sua candidata à sucessão. Tinham certeza de que a derrotariam, apesar de conhecerem a popularidade do ex-presidente. Com a empáfia de sempre, julgavam que qualquer um dos nomes de seus quadros era melhor.

A derrota para Dilma doeu mais do que aquelas duas infligidas por Lula. Ela não era uma liderança carismática ou figura extraordinária. Perder para ela significava que poderiam perder outras vezes e que não era necessário um (ou uma) Lula para vencê-las.

Quando ficou evidente o fato de Dilma, ao longo do primeiro ano de governo, conquistar a simpatia da larga maioria da população, tornando-se uma presidenta com avaliação em constante crescimento, desenhou-se um quadro inaceitável para as lideranças antipetistas na política, na sociedade e nos oligopólios midiáticos conservadores. O desfecho que temiam era o ocorrido neste segundo turno: a sua reeleição e a continuação do PT no comando do governo federal.

Chega a ser cômica a queixa dos adversários dirigida à presidenta neste ano, chorosos da "desconstrução" sofrida na campanha. Em nossa história política, não houve uma chefe de governo tão sistemática e impiedosamente "desconstruída" quanto Dilma.

Em 2012, a oposição inventou o circo do julgamento do "mensalão", transformando irregularidades eleitorais praticadas por lideranças do PT, absolutamente comezinhas na vida política brasileira, no "maior escândalo" da história brasileira. Com o apoio de figuras patéticas no Judiciário, fizeram um escarcéu midiático para atingir a imagem do partido, de Lula e, por extensão, da presidenta. Mal encerrado o capítulo anterior, procuraram nova estratégia para prejudicá-la. Desta feita, buscaram atingi-la em sua qualificação gerencial e mostrar a sua "incompetência". A prova estaria no insucesso na luta contra a inflação.

A mesma orquestração utilizada para apresentar o "mensalão" como o "maior escândalo" de todos os tempos passou a ser feita para, a partir do início de 2013, convencer a sociedade de que vivíamos um surto inflacionário agudo e não a crônica inflação que nossa economia enfrenta desde 1994.

As manifestações de junho daquele ano, que começaram de forma legítima, caíram do céu como uma dádiva para as oposições conservadoras. Fizeram o possível para assumir seu controle e dirigi-las contra Dilma e o governo federal.

No início de 2014, julgavam preparado o palco para a derrota da petista, com a Copa do Mundo no centro da ribalta. O vexame de um fracasso retumbante na organização do evento seria a pá de cal.

Os pretensos entendidos em política foram afoitos ao decretar que Dilma estava fadada à derrota. Primeiro, ao acreditar que enfrentava níveis de rejeição impeditivos de qualquer possibilidade de sucesso. Segundo, ao supor haver na sociedade um "desejo de mudança" avassalador. Terceiro, ao acreditar na aniquilação do PT e sua militância depois da batalha do "mensalão".

A vitória de Dilma Rousseff mostra que a maioria da população soube compreender as dificuldades enfrentadas por ela em seus primeiros quatro anos. Indica que a desaprovação decorria do bloqueio da mídia conservadora e que os eleitores não se dispuseram a substituí-la por um sentimento apenas negativo. Revela que a sociedade valoriza e preza o amplo conjunto de iniciativas colocadas em movimento pelos governos petistas desde 2003.

A vitória de Dilma é uma vitória dela e de seu governo, que chega ao fim da eleição com níveis de aprovação inferiores tão somente aos de Lula em seu segundo mandato. E é uma vitória do ex-presidente, que se renovou na eleição e se reafirmou como a maior liderança política de nossa história (aceitem ou não aqueles que não gostam dele).

E é uma grande vitória do PT, de seus militantes e simpatizantes. O partido sai fortalecido da eleição em um sentido muito mais profundo. O partido reencontrou o ânimo de sua juventude.

Quem queria tirar Dilma Rousseff do poder, sepultar Lula e varrer o PT do mapa sofreu uma derrota vexaminosa.