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Graças a vida

Agradeço a vida por ter me dado tanto, me deu dois olhos, que quando abro distingo perfeitamente o que é preto e o que é branco, e no alto e imenso céu o seu fundo estrelado...


4gr4d3ço Cl1k N4 ProP4g4nd4 Do P4troc1n4dor
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Para quem gosta de boa música

E também para quem gosta de belíssima interpretação

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Tão importante quanto curtir, comentar e compartilhar é clikar na propaganda dos patrocinadores. Obrigado

Cantar é assim

Vídeo pinçado do Facebook de Luiz Fernando Souza .
Pena que ele não colocou o nome das cantoras, são excelentes, confira: 


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Beth Carvalho canta Lula Livre de Claudinho Guimarães


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Agradeço pelo clique no anúncio do patrocinador

Gente da gente



De Baturité, o guitarrista Zé Antônio dá uma palhinha,  uma pequena demonstração do seu imenso talento.
Aprecie sem moderação
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A reação à nova música de Chico Buarque e o moralismo desta geração, por Nathalí Maced


Resultado de imagem para chico buarque frases

"A nova música de Chico Buarque é sobre um casal de amantes adúlteros. Nada de novo sob o sol: ele adora falar de adultério em suas canções tanto quanto sobre política.
Qualquer musiquinha de Chico é melhor que os singles de alguns dos lacradores da neoMPB. Sorry.
“O Chico Buarque não me representa”, eles dizem, como se Chico quisesse representar alguém. Como se representar alguém, um grupo ou uma ideologia fosse a única função da arte.
Essa geração deve achar que tem nove planetas a girar ao seu redor.
O ataque é necessário, move a engrenagem. O debate é necessário. O que é desnecessário – e ridículo – é agir como se essa geração fosse a responsável por práticas “revolucionárias” que vêm sendo feitas desde mil e novecentos e bolinha e vêm sendo feitas exatamente por essa gente cafona que os artistas revolucionários lacradores do Século XXI sentem-se no direito de desprezarem.
O eco do ego poderia aliás ser o título de um filme indie sobre a nossa geração.
E no Tribunal do Facebook, Chico Buarque, em algum momento, assim como todos nós, precisaria cair."

Lacrou!




Briguilina do dia

Esse "vai pra Cuba" é um sucesso:
O Papa foi
Byoncê também
Obama vai
E os Rolling Stones vão
José Simão

Asa Branca

Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei, ai
Meu Deus do céu, ai
Por que tamanha
Judiação

Que braseiro,
Que fornalha,
Nenhum pé de plantação
Por falta d'água
Perdi meu gado
Morreu de sede
Meu alazão

Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse:
Adeus, Rozinha
Guarda contigo
Meu coração

E hoje longe muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva
Cair de novo
Pra eu voltar
Pro meu sertão

Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro
Não chores não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração

Eu te asseguro
Eu te asseguro
Meu coração
Eu te asseguro
Eu voltarei
Pro meu sertão

Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira



David Bowie - todas as cores do Camaleão


Morto aos 69 anos, o britânico David Bowie foi um dos mais originais, brilhante e criativo nomes da música, cinema e arte em geral dos últimos cinquenta anos...




Chico Buarque e o novo Brasil

Os brasileiros tem a fortuna de assistir, na mesma semana, a dois filmes espetaculares: o de Guilherme Fontes, sobre "Chatô", e "Chico, artista brasileiro", documentário de Miguel Faria Jr.
Chatô resulta mais divertido e menos safado que Roberto Marinho, a quem precedeu na luta para derrubar presidentes trabalhistas.
O Chico é impecável, irretocável, incomparável.
Miguel Faria, Lauro Escorel, Marcos Flaksman e Luiz Claudio Ramos mostram o que a  cinematografia brasileira - e  carioca ! - pode fazer.
E Chico, esse artista brasileiro, de Paratodos !
O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antonio Brasileiro

Chico tem a elegância de Pixinguinha.
E, assim, nessa chave, dá um murro no estomago desses impeacheiros medíocres, que se escondem no "constitucionalismo" e na fossa do PiG.
A certa altura, Chico fala da Bossa-Nova.
E diz que a Bossa Nova só foi possível porque o Brasil era atrasado.
Só assim, atrasado, foi possível uma musica de elite, de Ipanema se impor como um cânone para o Brasil inteiro.
Um Brasil, diz ele, que não ia ao aeroporto …
Agora, não.

Pra desopilar

Caetano Veloso e Gilberto Gil pedem que Roger Waters não faça show em Brasiléia
ISRAEL - Caetano Veloso e Gilberto Gil enviaram hoje, via parabolicamará, uma carta aberta a Roger Waters (sem crase). "Caro Roger, the world is spinning round slowly. There's nothing you can show me from behind The Wall. Nasci lá na Bahia de mucama com feitor. O meu pai dormia em cama, minha mãe no pisador", introduziu Caetano Veloso. Gil completou: "Uma lata existe para conter algo. Mas quando o poeta diz lata, pode estar querendo dizer o incontível."
Em seguida, após o preâmbulo, em trecho escrito por Paula Lavigne, a carta pede que Roger Waters boicote Brasília. "Procure saber e não venha a Brasília", diz o trecho, tão eficiente quanto objetivo.
No final da tarde, Barack Obama se ofereceu para intermediar o entendimento entre Caetano, Gil e Roger Waters. "Já derrubei o boicote a Cuba (sem crase), cheguei a um acordo nuclear com o Irã e resolvi o impasse de Guantánamo", ponderou Obama. "Estou preparado para enfrentar questões de maior envergadura", arrematou.
do The i-piauí herald


Edy, o último Kavernista

Nem inocente, nem puro, nem besta... Aos 78 anos, Edy Star é uma figura bem humorada, despachada e cheia de boas histórias. Uma epígrafe: foi ele quem, em 1971, lançou a emblemática "Sessão das Dez", tema do lendário disco que uniu, num sopro, ele, Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Miriam Batucada. Da turma, Edy é hoje uma estrela solitária.

> O quarteto fantástico
"Alguém tinha que ficar vivo para contar a história. Calhou que fui eu. Sinto saudade deles todos. Sinto saudade de Raul, sinto muito mais saudade de Sérgio Sampaio e sinto saudade da Miriam Batucada, que sempre foi uma grande amiga. Todos eram grandes artistas, geniais. O que eu posso dizer, eles morreram e eu fiquei", diz, simples e sereno, respondendo a pergunta que o acompanha com frequência desde que o disco "Raul Seixas e a Sociedade da Grã-Ordem Kavernista" foi redescoberto.
O álbum - festejado quase 45 anos depois - é considerado um marco na carreira dos quatro, embora tenha permanecido apenas 15 dias nas prateleiras das lojas. Foi retirado pela gravadora. Mas Edy, assim como seus parceiros kavernistas, viveu ali apenas um breve capítulo de uma extensa carreira que já ultrapassa cinco décadas.
É músico, artista plástico e dramaturgo. Nasceu Edivaldo Souza, dia 10 de janeiro de 1938, em Juazeiro da Bahia. Ainda jovem, brilhou como músico nas rádios de Salvador e nos palcos do Recife antigo.

Rótulos
O sobrenome, Star, adotou naqueles anos 1970, após o disco coletivo, quando seus shows viraram febre na boate carioca "Number 1". Ali, tornou-se o pioneiro do Glam no Brasil. "O trash, no Brasil, ficou sendo Serguei, meu grande amigo. E eu fiquei sendo o Glam - o primeiro Glam. E... Me dão uma coroa, querido, eu boto na cabeça, não quero nem saber", pondera sobre a honraria histórica. Mas mostra pouco apego aos rótulos que, vez por outra, insistem em lhe acompanhar. Entre esses, há o de ser o primeiro artista brasileiro a se declarar homossexual.
Problemas por isso? "Dentro do meio artístico não existe essa coisa de ser gay ou não. Você é artista ou não é artista. Nunca afetou em absolutamente nada. Não me criou vantagens, também não criou prejuízos. Nunca fui discriminado. Também, eu já chego logo esculhambando, a rainha chegou", ri.

Andanças


Edy Star decidiu pela carreira artística no ano de 1960. Era funcionário da Petrobras e largou o emprego formal para seguir como músico numa companhia de circo. "Nessa época, eu já era apresentado como 'Edy, o embaixador do rock'", lembra. Os primeiros êxitos da carreira, no entanto, vieram por uma corrente completamente oposta: cantando e pesquisando o folclore brasileiro. Em meados da década de 1960, Edy montou residência em Recife, onde estreou show ao lado de Naná Vasconcelos, Marcel Melo (Quinteto Violado) e a cantora Teca Calazans. Em 1969, representou a cidade defendendo música de Capiba no festival "Brasil canta no Rio".
Do Recife ao Rio, foi um pulo, intermediado por Raul Seixas. Graças ao sucesso nas boates cariocas, recebeu convite para gravar um disco, "Sweet Edy". Acabou sendo o único registro da carreira solo, com músicas compostas para ele por amigos como Gonzaguinha, Caetano Veloso, Roberto Carlos e Erasmo e Raul.
Os caminhos da vida o levaram, ainda, para o teatro e uma temporada de quase 20 anos em Madri. Dirigiu até 2010 os shows da "casa de fiesta" Chelsea.
Sobre a vida? "Je ne regrette rien", responde, citando música consagrada por Edith Piaf, uma de suas musas inspiradoras. E relembra os versos que repete como mantra a cada aniversário. "Hoje de manhã, quando acordei, olhei a vida e me espantei. Eu tenho mais de 20 anos'... Eu tenho 78 anos, cara! 'Quando partimos no verdor dos anos (...) as esperanças vão conosco a frente...' Gosto muito desse poema, que fala sobre como é fugaz essa vida toda. Passa tudo muito rápido", lamenta. Cita versos de "20 anos Blues" e de "Contraste", poesia, coincidentemente, do príncipe dos poetas cearenses, Padre Antônio Tomás.

Fabio Marques - Repórter

Música do dia


Caçador de mim - Milton Nascimento

O que será que aconteceu com as boas músicas?


Me pergunto com frequência o que aconteceu com as boas músicas? 
Por que será que hoje em dia as letras são tão repetitivas, tão focadas em desilusões amorosas, conquistas, amor e perda?
Sei que as músicas sofrem influências da moda, da política, dos costumes, então talvez isso explique porque a música já teve o seu auge em críticas sociais, críticas políticas e letras sobre revolução e liberdade, porque isso era a realidade comum na época de suas criações, mas hoje não, hoje vivemos tempos de paz (exceto atentados terroristas) e temos liberdade de agir e pensar, não somos tiranizados por ninguém, será essa então a causa da mudança nas letras das músicas, novos tempos?...

A história da música já teve fases de vários ritmos, Rock, Pop, Dance, Heavy Metal, e no Brasil a era do Axé, do Forró, do Pagode, e atualmente do Funk e do Sertanejo Universitário.
As músicas sofreram mudanças consideráveis também ao longo dos anos, por exemplo: nos tempos das fitas K-7 as melodias variavam de 2 a 11 minutos, dependendo da música, com letras fortes e cheias de todo tipo de apelo social e político, depois nos tempos do vinil  e discos as letras mais melodiosas tinham em torno de 3 a 8 minutos, e hoje no auge da era Cd e Internet as letras têm entre 3 a 5 minutos, com refrões longos e letras escassas, mais voltadas ao arranjo musical. 
Quem realmente conheceu boas músicas não se satisfaz com as músicas da atualidade, mas claro que há exceções e há musicas que fazem e farão ainda história hoje em dia, muitas vezes devido à performance do artista em si do que a própria letra. 
Cito os anos 70 e 80 como a era das melhores letras e cifras, o tempo das melhores bandas e melodias para todos os gostos, letras que marcaram e que permanecem vivas até hoje, imortalizadas nas vozes de artistas que muitas vezes nem estão mais entre nós...
Tantas boas bandas e cantores surgiram nessa época, e claro que gosto é uma questão variável, mas vou citar como exemplo Creedence, Queen, Led Zeppelin, Legião, Pink Floyd, Rush, Elis Regina, Tim Maia, Abba, Paralamas, Michael Jackson e tantos outros que tinham um algo a mais em suas músicas... muitos ainda vivem e fazem shows até hoje, mantendo a linha de letras com conteúdo...
Independente da música em si ser voltada ou não para a dança há letras que dizem muito, que variam consideravelmente do contexto atual, e que por essa razão só fomentam o descontentamento em nossa era atual do rádio. Não critico o funk, o punk, o hard core, critico letras que não fazem sentido, que incitam o ódio, violência e sexo precoce, letras que crianças cantam sem entenderem o conteúdo em si, que motivam coisas que podem tomar proporções exageradas nas mentes mais fragilizadas, músicas que perdem o sentido da própria arte...
Culpar a Tv por tudo hoje em dia também se tornou uma ação comum, mas o fato é que hoje o que importa não é mais o prazer de cantar e ser cultuado por uma platéia como artista, mas sim do lucro que uma canção pode render, da exposição à mídia que é capaz de obter, das visualizações instantâneas que um vídeo no You Tube pode causar, dos contratos milionários que podem ser assinados e principalmente da união do dinheiro + música que poderá arrecadar...  
Nada de pensar em criar uma música para ser eternizada, uma letra genial, um arranjo que enalteça uma letra perfeita, tudo virou lucro, e aparecer na Tv e na Internet se tornou o ponto culminante e para isso basta uma letra banal sobre amor ou desamor, um look da moda, o apoio de outro artista e a música vira fenômeno nacional... fácil assim... tanto é que quase não temos exemplos musicais da nossa atualidade popularizados no exterior, nossos artistas não são considerados celebridades internacionais, talvez pela necessidade de seguir esses modismos que nossa era do rádio impõe implicitamente, e não se permitindo serem autores das próprias letras, e ou escolhendo temáticas na maioria românticas. 
Mesmo quem nunca conheceu uma "banda ou artista dos bons tempos" consegue perceber a diferença gritante entre as letras do ontem e do hoje, entre a paixão por cantar e a obsessão pelo lucro, entre o gostar de uma letra por seu próprio mérito e o gostar por associação ao artista...
O que mais tenho visto são regravações e versões de uma mesma música, repetições de letras que tocam nos mais variados gêneros musicais, letras feitas para se dançar e não para pensar, refletir sobre algo maior, ausência de criação e não só "copiação"...
Não sei em que momento exatamente houve essa transformação na música, talvez tenha sido após o lançamento do Cd, mas sei que sinto falta de mais conteúdo, me contentando por ora com as maravilhas do passado, que fazem parte da trilha sonora de muita gente, despertando no fundo da alma um sentimento de liberdade, bem estar e dando eco à nossa própria voz, que nem sempre consegue captar a essência do que povoa nossa mente. 
Mas novas fases virão, novos gêneros serão popularizados, artistas serão lançados e espero que o que nos aguarde venham a ser surpresas melhores...




#músicasquedeixaramsaudade #críticamusical #Veridiana

Como Roberto Carlos, Chacrinha e outros capoeristas invisivéis deram uma rasteira em Ritchie

Enviado por Jns
A rasteira invisível do Rei e a sabotagem explícita do Velho Guerreiro ao autor de Menina Veneno
Em meio a esse bafafá sobre as mudanças que a Rede Globo fez no especial sobre Tim Maia, adicionando elogios ao “Rei”, ninguém lembrou uma das melhores histórias envolvendo os dois personagens.
O caso está em meu livro “Pavões Misteriosos – 1974-1983: A Explosão da Música Pop no Brasil” (Editora Três Estrelas) e me foi contado por Ritchie, personagem central do imbróglio.
Só para situar o leitor, o caso aconteceu no meio dos anos 1980. Em 1983, Ritchie havia lançado o LP “Vôo de Coração”, pela CBS.
Somando as vendas do LP e do compacto de “Menina Veneno”, Ritchie se tornara o artista de maior sucesso do Brasil entre 1983 e 1984. Até então, apenas um artista brasileiro vendera mais discos que Roberto Carlos: os Secos e Molhados, em 1974. Mas nenhum artista da gravadora de Roberto, a CBS, o tirara do topo do pódio, e isso, segundo Tim Maia, teria causado uma reação fulminante por parte do “Rei”.
Aqui vai o trecho de “Pavões” em que o “Síndico” explica a Ritchie como funcionam as coisas no mundo encantado de Roberto Carlos:
O futuro parecia promissor para Ritchie: rico, famoso, e com um contrato de mais três discos com a CBS. Mas uma série de desentendimentos e crises acabaria por prejudicar sua carreira. Depois do sucesso de “Vôo de Coração”, ele nunca mais teria um LP entre os 50 mais vendidos do ano no Brasil. Quando foi gravar o segundo disco, “E a Vida Continua”, o cantor sentiu certa má vontade por parte da CBS. “Eles não divulgaram o disco, não pareciam interessados.” A música de trabalho, “A Mulher Invisível”, outra parceria com Bernardo Vilhena, fez sucesso nas rádios, mas logo sumiu das paradas. O LP vendeu 100 mil cópias, uma boa marca, mas pálida em comparação ao 1,2 milhão de “Vôo de Coração”. O disco seguinte, “Circular”, vendeu menos ainda: 60 mil.
Ritchie ficou perplexo. Não entendia como havia passado, em tão pouco tempo, de prioridade a um estorvo na CBS. Até que leu uma entrevista de Tim Maia à revista “IstoÉ”, em que o “Síndico” afirmava que Roberto Carlos, o maior nome da gravadora, havia “puxado o tapete” de Ritchie. “Eu não podia acreditar. O Roberto sempre foi muito carinhoso comigo, sempre fez questão de me receber no camarim dele, sempre me tratou muito bem. Até hoje, não acredito que isso tenha partido do Roberto.”
Um dia, Ritchie foi cumprimentar Tim Maia depois de um show no Canecão. O camarim estava lotado. Assim que viu Ritchie, Tim gritou: “Agora todo mundo pra fora, que vou receber meu amigo Ritchie, o homem que foi derrubado da CBS pelo Roberto Carlos”. Claudio Condé, da CBS, nega: “Isso é viagem. O Roberto nunca teve esse tipo de ciúme”.
Para piorar a situação, Ritchie havia comprado briga com outro peso-pesado da indústria da música: Chacrinha. Por um bom tempo, o cantor havia participado dos playbacks que o Velho Guerreiro promovia em clubes do subúrbio do Rio de Janeiro, mas essas apresentações começaram, gradativamente, a atrapalhar a agenda de shows de Ritchie. “O filho do Chacrinha, Leleco, marcou um playback comigo, a Alcione e o Sidney Magal no estacionamento de um shopping, mas eu tinha um show de verdade em Belo Horizonte, e meu empresário disse que eu não poderia comparecer.”
Resultado: Ritchie passou a ter cada vez mais dificuldades em aparecer na TV e viu notinhas maliciosas plantadas em colunas musicais. Uma delas dizia: “O artista inglês Ritchie, tão bem acolhido pelos brasileiros, se recusa a trabalhar com artistas brasileiros”. “Fiquei puto da vida.” Em janeiro de 1985, Ritchie, o maior vendedor de discos do Brasil no ano anterior, foi ignorado pelo Rock in Rio. “Aquilo me deixou arrasado. Lembro que um dos organizadores do festival deu uma declaração de que eu ‘nem brasileiro era’. Como pode uma coisa dessas?”
Ritchie estava tão por baixo na CBS que a gravadora concordou em rescindir seu contrato, mesmo faltando um disco. O cantor assinou com a Polygram e lançou, em 1987, o compacto de “Transas”, tema da novela global “Roda de Fogo”. “Transas” vendeu muito bem, mas o primeiro LP pela Polygram, “Loucura e Mágica”, não passou de 25 mil cópias. Em três anos, Ritchie fora de maior astro do Brasil a fracasso de vendas, tornando-se um exemplo marcante da efemeridade dos fenômenos pop.
Anos depois, quando fazia um show em Angra dos Reis, o cantor foi procurado por um homem, que se apresentou como radialista e lhe disse: “Há anos quero te contar um caso: quando você lançou ‘A Mulher Invisível’, aconteceu algo que eu nunca tinha presenciado em mais de 30 anos trabalhando em rádio: eu ganhei um jabá da sua própria gravadora para não tocar sua música!”.
Informações de André Barcinski, publicadas no R7, com inserção de imagens e vídeos da Internet

O choro do Ceará, por Airton da Costa Soares e Luciano Hortencio

Sempre fico muito feliz quando consigo resgatar ou relembrar um músico de excelente qualidade! Ontem, o usuário do youtube Manuel Jimenez perguntou-me pelo Grupo de Choro cearense Maria do Céu e fiquei embasbacado por não conhecê-lo. Curioso como sou, passei a pesquisar e descobri vasto material não só sobre a violonista carioca Maria do Ceú, como também sobre o violonista e compositor cearense Francisco Soares de Souza, conhecido como Chico soares.

O material foi disponibilizado pelo sobrinho de Chico Soares, o médico Airton da Costa Soares. Como não gosto de fazer as coisas pela metade, descobri e telefonei para o Dr. Airton, que forneceu-me esclarecimentos sobre a obra de seu tio, cearense de Quixadá, Francisco Soares de Souza.

Anexo a biografia de Francisco Soares de Souza, da lavra de Airton da Costa Soares e a esse último faço aqui um agradecimento por divulgar o excelente material e por aceitar compartilhar esse Post.

Humberto Teixeira: O homem que engarrafava nuvens

"Quando o verde dos teus óio se espaiar na prantação, eu te asseguro, não chore não, viu?, que eu vortarei, viu?, meu coração1 - Estes são alguns dos versos mais belos que já foram criados na língua portuguesa" – Sérgio Vaz
"Foi Tárik de Souza que me deixou clara a noção de que a música popular brasileira descende de três grandes vertentes: Noel Rosa, o samba urbano, metropolitano, Zona Norte do Rio de Janeiro; Dorival Caymmi, cuja obra abrigou as canções regionais, praieiras, nordestinas, e também as canções urbanas, Zona Sul, que prenunciavam a bossa nova; e Luiz Gonzaga, o cara que ensinou ao Brasil que existia o Nordeste"  - Sérgio Vaz




Do encontro de Luiz Gonzaga com Humberto Teixeira
saíram algumas das mais belas canções já feitas neste país.
Humberto Cavalcanti Teixeira nasceu em Iguatu, interior do Ceará, em 1916. Se os caprichos do destino não o houvessem feito conhecer Luiz Gonzaga do Nascimento, nascido em 1912 em Exu, Pernambuco, muito provavelmente ele teria sido, ainda assim, um personagem importante da música brasileira. Era um compositor e letrista de talento. Tem obra vasta, forte, ele próprio, sozinho.
Mas o fato é que quiseram os tais caprichos do destino que ele viesse a conhecer, em meados dos anos 40, já no Rio de Janeiro, então a capital, a única metrópole e o centro irradiador de cultura para o país inteiro, o tal Luiz Gonzaga.
Numa entrevista gravada, sabe-se lá quando, Humberto Teixeira lembrou que Iguatu, no Ceará, fica perto de Exu, em Pernambuco, e que o encontro entre ele e Luiz Gonzaga teria mesmo que acontecer. Numa belíssima sacada, o diretor Lírio Ferreira mostra no seu filme essa frase enquanto vemos um mapa do Brasil: de Iguatu para Exu e daí para o Rio de Janeiro, é uma linha reta.
http://lella.files.wordpress.com/2010/01/o-homem-que-engarrafava-nuvens_poster.jpg?w=593
O filme “O Homem que Engarrafava Nuvens” retrata a vida e obra do compositor pernambucano, eterno parceiro de Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira
Por que as pessoas se encontram?
O acaso. As coincidências. O destino. O que os deuses decidiram. Tudo isso, ou nada disso. Ira Gershwin encontrou George porque eram irmãos. Paul encontrou John porque moravam na mesma cidade. Tom encontrou Vinícius também porque moravam na mesma cidade, a capital federal, a única metrópole do país, em que as pessoas bem de vida e de talento se concentrava em três ou quatro bairros contíguos.
Encontraram-se no Rio, uns 20 anos antes de Tom encontrar Vinicius, o cearense doutor, e o pernambucano de origem mais humilde, sanfoneiro, musicalidade saindo pelos poros.
Do encontro de Luiz Gonzaga com Humberto Teixeira saíram algumas das mais belas canções já feitas neste país, cuja principal riqueza, sei disso faz tempo, é a música popular. Saiu um fenômeno cultural – foi por causa de Luiz Gonzaga-Humberto Teixeira que pela primeira vez um ritmo, uma tradição nordestina conquistou essa tralha imensa chamada Brasil, para usar uma expressão de Chico Buarque, ele mesmo presente no documentário cantando “Kalu”, uma canção só de Humberto Teixeira, sem Luiz Gonzaga.
A dupla criou um fenômeno cultural
que se espalhou pelo país inteiro – e por muitos outros países
Estou hoje com 62 anos; só fui entender a grandeza, a genialidade de Luiz Gonzaga quando já tinha passado dos 20. Este é um país jovem, e de memória pequeníssima – ou nenhuma. Metade dos brasileiros nasceu na era do funk, do rap, do hip-hop.
Apenas cerca de um quarto, talvez um quinto dos brasileiros se lembra dos tempos em que o Rio de Janeiro era a única caixa de repercussão, de reverberação de cultura – os tempos da Rádio Nacional, da Revista do Rádio.
Por causa de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, o baião virou mania nacional e, também, internacional.
Os caras que ensinaram ao Brasil que existia o Nordeste
Quer saber? Na minha opinião, foda-se o reconhecimento internacional. Para mim, não importa nada se o baião teve aplausos na Itália, nos Estados Unidos.
Importa, isso sim, que o país inteiro curtiu o baião. Foi um imenso fenômeno cultural: pela primeira vez, o Brasil do Sudeste, do Sul, reconhecia e aplaudia e aprovava como sua a música do Nordeste.
Quando era bem jovem, eu lia Tárik de Souza com o respeito com que os muçulmanos leem o Corão. Foi Tárik de Souza que me deixou clara a noção de que a música popular brasileira descende de três grandes vertentes: Noel Rosa, o samba urbano, metropolitano, Zona Norte do Rio de Janeiro; Dorival Caymmi, cuja obra abrigou as canções regionais, praieiras, nordestinas, e também as canções urbanas, Zona Sul, que prenunciavam a bossa nova; e Luiz Gonzaga, o cara que ensinou ao Brasil que existia o Nordeste.
Às vezes, em termos de costumes típicos, de cultura popular, de música, parece que o Nordeste é maior do que o Brasil.
Depois que Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira ensinaram ao Brasil (e ao mundo, mas o mundo que se dane) como se dança o baião, a cultura deste país, e o próprio país, jamais foram os mesmos.
Metade, ou mais da metade da música brasileira vem de origens nordestinas, se entendermos a Bahia como Nordeste.
Mirtão gravou, com sua voz de sino de cobre de igreja histórica das Gerais, junto com Gonzagão a canção “Légua Tirana”, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga. (Fizeram juntos também outro dueto extraordinário, de doer o coração, em “Luar do Sertão”, no disco de 1971 em que Gonzagão comemorava alguma data importante de sua carreira, não me lembro qual.)
Então, depois de romper a parceria com Lua…
Pois então, depois de romper ou ter tido rompido a parceria com Lua, Humberto Teixeira compôs “Kalu”, que foi um imenso sucesso.
A gravação de Chico de “Kalu” é belíssima. Chico é um grande cantor. Chico é grande em tudo o que faz – menos quando fala de política.
Com uma coragem absurda,
a filha mostra imensa distância entre o artista e o homem
'Kalu, Kalu, tira o verde desses óis de riba d’eu' - outro verso antológico, brilhante, genial.
***
De uma forma extremamente corajosa, Denise Dumont expõe a imensa distância entre o Humberto Teixeira artista e o Humberto Teixeira pessoa.
Denise, parece, passou muitos anos sem ver sua mãe, nascida Margarida Pollice no rico interior paulista, que, em sua carreira como atriz de cinema, entre 1951 e 1954, usou o pseudônimo Margot Bittencourt, e, nos últimos anos de vida, assinava-se Margarida Jatobá, por ter sido casada com Luiz Jatobá.
Pois então Denise reencontrou a mãe para entrevistá-la para o documentário que vinha produzindo. Margarida morava em Nova York fazia anos. A entrevista, no amplo apartamento da velha senhora, é o ponto mais emocionante do filme. É visível que Margarida não se sente inteiramente à vontade para falar do ex-marido diante da câmara. Chega a perguntar para a filha se está tudo bem, se deve mesmo falar tudo, e Denise a incentiva a falar, se abrir. Diz a ela que todas as pessoas que havia entrevistado até então sobre o pai só tinham elogios a ele, o grande músico; mas que queria saber da pessoa do pai.
 - "Era um nordestino do interior, macho", define Margarida.
Um machista, retrógrado, possessivo, conservador até a medula. Esse é o retrato que Denise Dumont descobriu do pai, e que tem a coragem de revelar.
Coragem. Sobra coragem a essa moça.
A uma determinada altura, Denise Dumont, sendo filmada, faz para a mãe a pergunta para a qual ainda não tinha tido resposta na vida:
- “Como é que acabou ele ficando comigo e você deixando isso acontecer?”
Quase tão ruim quanto um traficante de escravos – mas que maravilhoso compositor
Sempre achei que a vida pessoal do artista não tem muito a ver com sua obra. Um sujeito pode ser egoísta, vaidoso, até mau caráter, e ser capaz de criar belas obras. Pode até traficar escravos e ser grande poeta, como prova Rimbaud. Dizem que Erza Pound simpatizava com o naz-fascismo, e no entanto era um grande poeta.
Humberto Teixeira não foi um bom pai, um pai presente, amigo. Ao contrário. Ao descobrir que Denise estava fazendo usa primeira peça teatral, aos 16 anos de idade, foi ao teatro com um oficial de justiça, para proibi-la de continuar atuando: moça decente não trabalha em teatro.
Era um machista, retrógado, possessivo, conservador – e, pior do que tudo isso, um pai ausente.
E, no entanto, que grande compositor.
http://www.diariodoaco.com.br/img/imprensa/highslide/I000569.jpg
Denise Dumont, filha de Humberto Teixeira
Que belo, maravilhoso filme.
Anotação de Sérgio Vaz em fevereiro de 2012



Papo de homem - Música

Jazz: do clássico ao que você nunca ouviu 43 obras geniais
Estilo musical estranho aos ouvidos da maioria, geralmente apreciado pelos mais velhos. Os mais alheios não sabem nem o que é, ou talvez arrisquem um “é aquilo que toca no desenho Tom e Jerry”. E é, em parte – obviamente isso não caracteriza nem uma fração do jazz, mas já é um começo.
Fato é que conhecer jazz é foda. Jazz é foda, jazz é cultura – por sinal, riquíssima. O problema é que não dá pra conhecer jazz ouvindo as músicas erradas. Salvo raras exceções, ninguém começa a ouvir metal sem antes passar por um rock mais brando. Com o jazz é a mesma coisa.
Assim sendo, ofereço aqui 43 músicas ordenadas cuidadosamente. Meu objetivo é compartilhar uma parte do meu conhecimento do jazz de forma a não assustar aqueles que nunca pararam para ouvir o estilo.
Seja qual for sua intenção ao querer adentrar o mundo jazzístico, espero que esta lista ajude a perceber o estilo – e a música, como um todo – de outra maneira, sob outra perspectiva, ou melhor ainda, sob perspectiva nenhuma.