Editora Abril, Policarpo e Cachoeira um trio afinado
Socialismo, o que é isso?
Crença e teimosia
Tinha uma parenta minha que quando em crise dizia a meu avô que fazia 3 dias que estava morta - ela acreditava nisso -, meu avô insistia em dizer que ela estava viva...
Pois não é que tem pessoas que vivem me dizendo que a mais de 2.000 anos atrás Jesus Cristo morreu para me salvar. E não adianta eu dizer que eu ainda nem tinha nascido, eles continuam dizendo que isso é a mais pura verdade.
Afff, discuto mais com essa gente não. Apartir de agora vou confirmar que tenho 2012 anos.
A VITÓRIA DA EDUCAÇÃO
por Delúbio Soares
Já lá se vão mais de três décadas que, como professor e estudioso do tema, acompanho a educação em nosso país. Suas potencialidades, suas deficiências, seu inestimável papel no desenvolvimento nacional e na transformação positiva da vida dos brasileiros. Nas salas de aula, como aluno ou já no magistério, vivi a educação e pude aquilatar sua importância. E não vejo outro caminho melhor para o futuro do Brasil do que ela.
Em meados da década de 70, já empenhado na luta sindical, aprofundei ainda mais meus conhecimentos na questão educacional, presenciando a falência do modelo excludente e autoritário imposto pelo regime militar pós-64. Um sistema falido por antecipação vigiria por quase duas décadas: ensino de qualidade inferior e para muito poucos, universidade para a elite, professores desvalorizados e mal remunerados, imensa proliferação de instituições privadas de ensino, etc... E, acima de tudo, instrumentos de intimidação e repressão à via acadêmica, como os decretos 477 e 228, verdadeiros AI-5 da educação, levando o terror para as escolas e universidades, semeando o medo entre os estudantes, pairando como uma ameaça permanente aos docentes, inibindo a renovação, a criação e o talento.
No país de geniais educadores e cientistas como Anísio Teixeira, Josué de Castro, César Lattes, Paulo Freire, Milton Santos e Darcy Ribeiro, de magistério com larga tradição de competência e imensa devoção, a ditadura esmerou-se em castrar brilhantes carreiras acadêmicas, despachando para o exílio mestres e cientistas, cassando cátedras, empobrecendo a educação e o país, baixando flagrantemente a qualidade de nosso ensino enquanto bania a política estudantil e perseguia com violência as lideranças que brotavam. Quando pior, impossível.
Findo o período autoritário, com a abertura democrática em 1985, muito pouco se fez pela melhora da educação, sem dado algum que mereça ser exaltado, a não ser a natural oxigenação propiciada pela liberdade e alguns experimentos válidos em umas poucas universidades ou escolas aqui e acolá. Porém, no geral, tudo como dantes no quartel de Abrantes.
Em 2004, quando o Brasil já dava seus primeiros passos após o duro ano de 2003, quando o presidente Lula arrumou a casa e iniciou o mais fértil período social, político e econômico de nossa história, dá-se início a uma verdadeira revolução em nossa vida educacional, com o nascimento do Programa Universidade Para Todos, o Pro-Uni. De forma pioneira, intimorata, com a ousadia necessária aos países e povos fadados ao sucesso, o governo Lula inova ao abrir as portas das universidades à grande massa da população, possibilitando a chegada de filhos de famílias pobres à instituições de ensino privadas.
De 2004 até os dias de hoje, milhões de estudantes buscaram no Pro-Uni a sua grande chance. Em janeiro passado, O número de inscrições chegou a mais de 1 milhão 202 mil, disputando as 195.030 bolsas — 98.728 integrais e 96.302 parciais, de 50% da mensalidade — em 1.321 instituições de ensino superior particulares, entre universidades, centros universitários e faculdades. E, ressalte-se, são os números do primeiro trimestre de 2012, apenas!
Tive a alegria de ver um conterrâneo meu se tornar o milionésimo aluno a ser contemplado com uma bolsa de estudos do Pro-Uni. Em janeiro passado, o goiano Vitor Lima Lobo, aos 20 anos de idade, ao conquistar com imenso mérito a sua vaga no curso de medicina, deu um belo recado ao país e à sua geração: "Não se pode tratar o paciente como um número, dar uma receita sem olhar na cara. O médico precisa ouvir, ser mais humano". Vitor é filho de uma servidora pública aposentada do Estado de Goiás e não conhece seu pai. Em verdade, meu jovem e talentoso conterrâneo, futuro Doutor, é filho desse novo Brasil que surge, mais justo e democrático, generoso com sua gente e oferecendo as oportunidades que sempre lhes foram negadas.
A educação, desde sempre, tem recheado discursos e frequentado palanques. Na boca de candidatos e em programas de governo ela aparece com destaque imenso e suposto respeito. Nada mais que isso. Mas foi no nosso governo, o governo do PT e dos partidos da base aliada, no governo do presidente Lula, no governo da presidenta Dilma, na competentíssima gestão de Fernando Haddad à frente do MEC, que ela saiu dos palanques e se encaminhou para a realidade de milhões de Vitor, de João, de Maria, de José, de filhos do povo que serão doutores num país melhor. O país que nós resgatamos do descrédito e do caos e se transformou em grande potência econômica e, com esforço e abnegação, vai se tornando uma grande Nação.
Contra corte de ponto, professores universitários prometem radicalizar greve
Nouriel Roubini prevê: dias piores virão
[...] Penso que em 2013 os formuladores da política serão incapazes de evitar a perda de fôlego da economia, que o lento acidente de trem da zona do euro vai se tornar um acidente veloz, que os Estados Unidos parecem próximos de parar e mergulhar em uma nova recessão — segundo os dados econômicos mais recentes –, que o pouso da China está se tornando mais duro que suave, e que todos os mercados emergentes também estão reduzindo fortemente seu crescimento econômico, todos os BRICs — China, Rússia, Índia e Brasil — mas também o México e a Turquia, parcialmente por causa da recessão na Europa e no Reino Unido, do crescimento lento dos EUA, parcialmente porque não fizeram as reformas para aumentar a produtividade e potencializar o crescimento, e finalmente porque existe a bomba relógio de uma potencial guerra entre Israel, Estados Unidos e Irã.
Muito piores porque, como em 2008, agora você tem uma crise econômica e financeira, mas diferentemente de 2008 não há mais balas para usar. Naquela época podíamos cortar os juros de 6% para 0, 1, 2 ou 3, podíamos dar estímulos fiscais de até 10 por cento do PIB, podíamos resgatar os bancos e todos os demais. Hoje, mais QEs [Quantitative Easing, a impressão de dinheiro pelo Tesouro dos Estados Unidos] está se tornando menos eficaz porque o problema é de solvência, não de liquidez; os déficits fiscais já são solares, todos precisam reduzir os déficits, não dá para aumentar; e não dá mais para resgatar os bancos porque, um, existe oposição a isso, dois, os governos estão quase insolventes, não podem se salvar, o que dizer salvar os bancos. O problema é que estamos sem balas na agulha, estamos sem coelhos para tirar das cartolas políticas. Se um derretimento dos mercados e da economia acontecer não temos mais a rede de segurança para absorver os choques, porque gastamos os últimos quatro anos atirando 95% da munição. Poderá [2013] ser pior que 2008. Leia íntegra da entrevista Aqui