CPI - Comissão Privatizante de Intrigas
José Sergio Gabrielli, atual presidente da Petrobras, foi reconhecido recentemente como um dos principais executivos do setor em todo o mundo. A Petrobras, no governo Lula, é maior, melhor e mais respeitada.
Muita gente pode não ter a dimensão do que significa uma empresa do porte da Petrobras, sob o comando do Estado nacional. O Estado é a representação do poder público, da soberania popular. Uma empresa estratégica pode e deve se subordinar ao interesse público. É do interesse público que ela seja bem gerida e tenha uma transparência máxima, limitada apenas pelas normas de segurança industrial, necessárias especialmente às empresas de alta tecnologia e da área energética.
Dirão os que desejam investigá-la mediante uma Comissão Parlamentar de Inquérito: queremos investigar irregularidades e isso é próprio da democracia. Claro: terão usado os meios investigativos disponíveis? Ministério Público, TCU, CVM, ANP?
Ou desejam uma CPI para transformar a investigação em luta político eleitoral, contando com seus jornalões e emissoras, aliados incondicionais?
Ou desejam criar um clima hostil às estatais?
Vejam só a entrevista à revista Exame, em 2006, do grão-tucano Mendonça de Barros, ex-ministro de FHC e ex-presidente do BNDES, quanto esta instituição financeira ficou marcada como Banco da Privatização:
Exame - O que o senhor acha que deveria ser privatizado?
Mendonça - Há muita coisa ainda, como os serviços portuários, as estradas de rodagem, o setor elétrico, a Petrobras.
Exame - A privatização da Petrobras seria extremamente polêmica, não?
Mendonça - Sem dúvida. Ainda não tenho opinião formada sobre o assunto, mas se eu estivesse no próximo governo, trabalharia forte na privatização da Petrobras. Esse não é um projeto simples. Tem de ser muito bem estudado, muito bem planejado. Mas acho que deveríamos quebrar esse monopólio que hoje não se justifica. Privatizar ou não é uma questão que tem de ser avaliada de maneira objetiva, não ideológica. Não tenho nada contra a empresa pública, mas quando a empresa pública não tem mais razão de existir, ela precisa ser extinta, e o negócio, vendido para a iniciativa privada.
Mendonça admite sinceramente o que Serra, Aécio e FHC tem vergonha de assumir: o PSDB é o partido da entrega do patrimônio público e o DEM é apenas o coadjuvante. A CPI da Petrobras é apenas mais um lance da trajetória desse pessoal, que tem um pé na política e outro no mercado financeiro.
A gestão neoliberal tucana marcou, sem dúvida, a história da Petrobras, com três fatos: a fúria anti-sindical que tentou aniquilar os trabalhadores na greve de 1995; o naufrágio da plataforma P-36, no qual onze trabalhadores morreram, em 2001; e a tentativa marota de mudar o nome de Petrobras para Petrobrax, em 2000. A alegação para a mudança era o fato de que a Petrobras é uma empresa internacional e não poderia ter seu nome associado a um país. Diante da revolta que eclodiu em todo o país, o governo tucano desistiu da mudança. Se aceitássemos a pequena malandragem, o passo seguinte seria dizer que uma empresa com ações em Wall Street não poderia estar sob comando estatal.
O que seria, então, das reservas bilionárias do "pré-sal"?
Mas, graças aos que resistem, o pré-sal é nosso. O petróleo é nosso. O biocombustível é nosso.
O povo não se entrega aos entreguistas. A CPI é um gesto desesperado de quem não tem proposta para o Brasil, a não ser vender, vender, vender.
CPI civilizada?
Pense em duas crianças, se divertindo no verão, e vendendo limonada na pracinha perto de casa.
Nem essa "empresa" é limpa, transparente e livre de maracutaias, de quem quer que seja.
O limão pegaram do pé do vizinho, sem ele saber. O açucar pegaram escondido da mãe. E estão vendendo sem nota.
Qualquer empresário nesse pais sabe que não existe empresa "limpa, transparente e livre de maracutaias". Nem que ele queira. Não consegue.
Logo essa conversa de CPI civilizada, é só conversa.
O objetivo não é "ajudar a engrandecer a Petrobrás no cenário internacional". Isso é conversa mole de político. E meu ouvido não é penico. Prefiro a honestidade do tal deputado do "se lixando".
Internet na tomada
Em defesa do financiamento público
Léo Lince
O cidadão que observa com senso crítico os acontecimentos da política sabe que o financiamento de campanhas, no formato atual, é fator incontrolável de corrupção. A enorme fieira de grandes escândalos das últimas décadas se origina, sem sombra de dúvidas, na lógica do financiamento eleitoral privado. Provas? Basta puxar pela memória, em qualquer dos casos, para dar de cara com as figuras tristemente famosas dos tesoureiros de campanha: Delúbios, Valérios, PCs Farias e afins.
Light apimentado
É claro que defendo esse governo, apesar de todos os seus erros, porque sabemos do perigo que corre o futuro do Brasil, se cair em 2010, nos braços do PSDB. O pré sal será determinante no nosso destino e já conhecemos o que os tucanos gostam de fazer com nosso património.
Agora nunca consegui aderir ao petismo, porque não entendi ate hoje o que isso significa. Lembro de uma entrevista do ministro Gil, em viagem a Espanha, declarando que as pessoas se enganavam ao pensar que o governo era de esquerda. Fiquei perplexo, pensando que o povo pudesse ter sido enganado.
O PT, segundo consigo captar, é o Lula misturado a um grupo de pessoas que vão do mais light ao mais apimentado na politica. Na verdade é apenas o partido do Lula. Sem ele, não sei se resistiria.
Mas também não entendo a constante afirmação de que “nenhum partido seja mais próximo do PT em sua origem histórica e no perfil de seus formuladores do que o PSDB.”
A única semelhança talvez seja o fato que o PT é um partido de esquerda que não consegue se assumir como tal, enquanto o PSDB é uma agremiação de direita, que vive camuflando sua ideologia.
Guerra à Petrobrás
Negócio
Bem que o sócio de FHC, Sérgio Mota, anunciou, em discurso, o propósito de desmontar, vértebra por vértebra, o dinossauro que era a Petrobras, o que não conseguiu fazer por conta da resistência da opinião pública e do Senado. Se tivesse vencido a batalha, imaginem a felicidade daqueles banqueiros amigos das ilhas Cayman. Ainda assim FHC vendeu 40% das ações da empresa a investidores americanos e conteve seus investimentos em pesquisa que cresceram, ganharam vulto, no governo Lula, daí os êxitos de repercussão mundial da empresa tão odiada por tucanos, como o foi no passado por toda a imprensa conservadora, empenhada em obter graças das sete irmãs, as principais companhias de petróleo do mundo.