Renuncia Simom

O blogueiro Briguilino pediu agora há pouco, em post no Blog do Briguilino, a renúncia do senador Pedro Simom (PMDB-RS). Para Briguilino, a medida seria um ato de grandeza.

O senador precisa se afastar para o bem dele, para a família dele, da sua história e do Senado. Não que sua saída signifique que ele seja culpado, seria um ato de grandeza. É melhor deixar o senado antes que sua situação fique totalmente insustentável - disse Briguilino.

E terminou o post perguntando: Senador Pedro Simom, depois de tantos mandatos no senado o sr. quer nos fazer acreditar que não sabia de nada destes "escândalos" que a tucademopiganalha está a divulgar?

O grito da mediocridade

Podia falar em voz do ressentimento. Optei por grito da mediocridade para este esforço de senadores de depor, de dois em dois meses, colegas tão ilustres que eles elegem para presidir a Câmara Alta por pecados que foram cometidos por todos. São os senadores mais medíocres e sem qualquer possibilidade de reeleição que lançam, no ar, grito desesperado pelo afastamento de José Sarney da presidência do Senado. Eles estão encerrando o mandato, agora, sem qualquer chance de retorno e querem fazer vítimas. Sarney conta com apoio de mais de 50 senadores e a solidariedade do político mais popular da história brasileira, Lula. Contra ele, só a mídia que sempre o odiou e alguns políticos ressentidos.

Derrota

Aliás todos os canhões da mídia foram assestados contra Renan Calheiros para lhe arrebatar o mandato e ele escapou. Venceu os barões da mídia em que ninguém acredita. Se alguém acreditasse não teria reconduzido Lula à primeira magistratura do País e não o fazia campeão de prestígio.

Escândalo

A imprensa deu a entender que mais de três milhões de reais haviam sido desviados dos cofres do Senado. Agora se sabe que era mais uma mentirada. As contas paralelas da Câmara Alta não são ilegais. Não importam em roubo nem irregularidade. É claro que o desmentido à denúncia nunca sai. Se o publicam é num canto de página que ninguém ler.

Na casa dos 30%

Até César Maia, o grande teórico da direita brasileira, reconhece o óbvio, a crescente popularidade de Lula e que sua candidata à presidência Dilma Rousseff chegou à casa dos 30% de prestígio pré-eleitoral, antes do fim do ano. O povo brasileiro é mais sábio que suas elites preconceituosas.

Menor pode

O Supremo Tribunal Federal, que soltou duas vezes Daniel Dantas, que não exige estudo superior de quem quer seja jornalista, continua no bom caminho. Agora pagar a meninas de 13 anos por prostituição não tem nada de mais. São os novos tempos da Suprema Corte.

PSDB - Tô Fora

Em resposta ao que o anônimo...sugiro que ele veja com atenção este vídeo.

Anônimo disse...
FALO AO JOEL, VC ASSISTIU AO HORARIO POLITICO HJ? FOI UM ESPAÇO DESTINADO AO PSDB, COM CERTEZA DEVE TER OUVIDO O POVO SE PRONUNCIAR CONTRA AS GRANDES ENRROLADAS DO PT... O QUE FOI MOSTRADO FOI ARRAMAÇÃO DA OPOSIÇÃO? QUANTAS PROMESSAS DE CAMPANHAS HEIN? ONDE ESTÁ O DINHEIRO DO PAC? VC,AINDA QUER QUE CONTINUE ESSA CORJA NO PODER?... FAZEM ANOS QUE INICIARAM UM METRÔ AQUI NA MINHA CIDADE, PELO QUE PERCEBO NEM MEUS NETOS, QUE NEM ESTÃO ENCOMENDADOS VÃO VER ESSE TRABALHO CONCLUÍDO.VC É POVO ENTÃO DESPERTE DESSE SONO PROFUNDO.

Resista Sarney

Sarney renunciando, imediatamente acabariam todas as mazelas do senado no noticiario do pig. E sabem por que? Porque o vice é do PSDB. E até a eleição do novo presidente da instituição só haveria espaço para divulgar a candidatura do tucademo.

Mas, se outra vez fosse eleito um senador do PMDB, aliado do governo... a artilharia da tucademopiganalha voltaria suas baterias para este dito sujo.

Esta campanha piguista contra José Sarney não passa de uma luta intestina pelo poder, pelo apoio do PMDB em 2010.

Tucademos sabem que Sarney e Renan vão trabalhar para o partido apoiar formalmente a candidatura da Dilma. Enquanto que ala Serrista do partido - Jarbas Vasconcelos, Mão Santa, Pedro Simom e mais uns gatos pingados - deseja pelo menos que o apoio não seja formal.

Este é o jogo, esta é a verdade nua e crua. Tudo o mais é consequência.

Gratidão

À minha mulher,
por dizer que teremos cachorro-quente ao jantar,
porque ela está em casa comigo e não com algum outro não sei onde!


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AO MEU MARIDO,
esparramado no sofa como um purê de batata,
porque ele está comigo e não em algum boteco...

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Inversão de papéis

Quando Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse em 2003, uma das primeiras cartadas políticas dele foi definir José Sarney (PMDB-AP) para presidir o Senado. A escolha gerou tensão no PT e cobranças de quem pedia ventos renovadores no parlamento. A então senadora Heloísa Helena (PT-AL) começava ali o caminho de saída do partido, exclusão depois precipitada na votação da reforma da Previdência.

Nos primeiros tempos de Lula, Sarney foi não apenas presidente do Senado. Foi, junto com Antonio Carlos Magalhães (então PFL-BA), o garante da precária estabilidade política na Casa. Tanto que Lula gostaria de lhe ter proporcionado mais um biênio em 2005. Não conseguiu. A resistência titânica do principal aspirante à vaga, Renan Calheiros (PMDB-AL), ajudou a derrubar na Câmara dos Deputados a emenda constitucional que permitiria reeleição no meio da legislatura.

Depois, Renan e Sarney entenderam-se novamente e recompuseram a parceria. Uma sociedade que ao longo dos últimos anos funcionou como bússola de Lula no Senado. Graças a movimentos pendulares meticulosamente executados Sarney e Renan mantinham o presidente da República sob controle. Lula passou a depender do que se convencionou chamar de “PMDB do Senado”.

Mas, como o poder -mais ainda quando forte- rejeita a tutela, o PMDB do Senado entrou na linha de tiro depois da reeleição de Lula. Em 2007, sob bombardeio, Renan Calheiros teve que renunciar à Presidência por pressão do PT, que ameaçava engrossar os votos pela cassação do senador alagoano. Depois, o PT aliou-se ao PSDB para tentar emplacar Tião Viana (PT-AC) . A aliança Sarney-Renan reagiu aliando-se ao Democratas e conseguiu manter-se na sela. Mas a represa já estava rachada, sem conserto.

A crise atual é consequência. Ou, como gostam de dizer os aliados de Sarney e Renan, resultado do caos político cozinhado na fogueira de vaidades e de ambições, especialmente do PT. O distinto público, que nada tem a ver com esses jogos, sai ganhando. Beneficia-se com o vazamento de lixo pelas brechas abertas na represa rachada. É o que costuma acontecer nessas situações. Quando o poder está coeso, tem ampla liberdade de movimentos com o dinheiro público. Quando não, fica como agora, à mercê da vigilância e da fiscalização.

O fato é que os papéis se inverteram. Hoje é Sarney quem, pendurado no pincel, depende de Lula para garantir a sobrevivência política. Daí que ontem tenha deixado isso claro, numa nota de menos de seis linhas. O DEM ainda está com Sarney, mas não se sabe até quando resistirá a engrossar o caldo de uma crise política nesta reta final antes da sucessão. E se o DEM aderir à coligação tucano-petista Sarney estará
liquidado. Terá que deixar o cargo.

A cadeira seria assumida interinamente por Marconi Perillo (PSDB-GO), que conduziria a sucessão. E o PMDB poderia retaliar o PT e o Palácio do Planalto, produzindo uma saída não incondicionalmente alinhada a Lula. É um risco que o governo não quer correr. 2010 está logo aí. Eis também por que Lula defende Sarney quase todo dia.

Há porém uma variável fora de controle. O fluxo de malfeitos no Senado parece inesgotável. São anos e anos de bagunça, impunidade e desfaçatez. Qualquer outro no lugar de Sarney já teria sido mandado para o corredor da morte do Conselho de Ética e apeado da cadeira.

Sarney está queimando aceleradamente gordura política. Porque nem o mais crédulo dos sarneyzistas acredita que as barbaridades agora descobertas aconteciam no Senado sem que nenhum senador tivesse conhecimento. É história da carochinha. Conversa para boi dormir.

Qual é o risco? Lula odeia ter que pagar a conta política pelas tropeçadas dos outros. O movimento de ontem de Sarney, ao dizer que os ataques a ele são na verdade dirigidos a Lula, soam como um pedido de socorro. Ou seja, um sinal de fraqueza. O poder tem horror à fraqueza. Mas o jogo está feito.

Pasquim 4rentão

Em 26 de junho de 1969, quando a primeira edição de O Pasquim chegou às bancas do Rio de Janeiro, entusiastas e detratores pareciam concordar em pelo menos um ponto: ninguém botava fé que o jornal tivesse vida longa. Para os leitores, o periódico deveria ter a mesma sorte de seus antecessores: o “Carapuça”, editado pelo jornalista Sérgio Porto, mais conhecido por seu alter-ego Stanislaw Ponte Preta, que morreu junto com seu autor, em 1968; e o “Pif-Paf”, jornaleco editado por Millôr Fernandes, que só durou oito números.

No fim, a história deu uma lição nos desanimados e naqueles que colocavam olho gordo. Combinando textos e imagens, subversivos e engraçadas, apontando suas armas contra a Ditadura Militar e outras babaquices, caso do excessivo moralismo da classe média, O Pasquim foi um verdadeiro Matusalém para a imprensa alternativa. Teve aquilo que todo jornal quer ter: expressividade política, vida longa e altas marcas de vendagem. Só encerrou suas atividades duas décadas depois, em 1991. Mas aí já tinha feito muito barulho. Espezinhou seus alvos, fez rir seus camaradas e apadrinhou gente nova e talentosa no jornalismo, no humor, nos quadrinhos e nos cartuns.

Mino Castelo Branco, um dos marcos do cartum do Ceará, foi um dos talentos que o jornal ajudou o País a descobrir (veja mais na matéria com o cartunista, na página 3). Na mesma seara, Millôr Fernandes e Jaguar, os “donos da bola”, fundadores do jornal; o casseta Reinaldo (descrito por Jaguar como “o melhor cartunista do Brasil”); os gênios Ziraldo e Henfil, entre outros. No jornalismo, representantes como Tarso de Castro e Sérgio Cabral, também fundadores, dividiram espaço com nomes importantes da imprensa, caso de Sérgio Augusto, Ivan Lessa, Tárik de Souza, Paulo Francis (antes do conservadorismo, claro) e Ruy Castro.

Figura de primeira importância para o jornal foi o designer Carlos Prosperi. Era ele o responsável pela identidade visual de um veículo que tinha na combinação texto e imagem uma de suas inovações (sobre este aspecto do Pasquim leia mais na página 5, no artigo do jornalista e pesquisador Átila Bezerra).

Sacadas

Nem só de grandes nomes vive um jornal. O Pasquim logo alcançou uma tiragem de 20 mil exemplares e, em seu auge, chegou a vender 200 mil - marca invejável, mesmo para a grande imprensa nos dias de hoje e marca inimaginável para um veículo da chamada “imprensa nanica”.

Quatro décadas depois de sua primeira aparição, O Pasquim é tema de uma infinidade de lendas - algumas, tão engraçadas quanto seu próprio conteúdo. A começar pela escolha do nome para o jornal. A sugestão que prevaleceu era assim defendida por seu proponente, o cartunista Jaguar: “agora eles vão ter de inventar outros nomes para nos xingar”.

Sacadas como essa, atravessam toda história do jornal. Quando estava em alta, o Pasquim pariu uma editora, a Codecri (Comando de Defesa do Crioléu), nome dado por Henfil. Quando boa parte da redação foi presa, após publicar uma sátira do famoso quadro que “retrata” a Independência do Brasil, o jornal foi tocado por colaboradores. A primeira edição após a prisão satirizou o acontecido: dizia que agora o Pasquim saía no automático, “sem redação”.

Protagonistas

O Pasquim acabou em 1991, depois de um declínio que era o próprio declínio da imprensa alternativa. Na opinião do jornalista Átila Bezerra, que pesquisa O Pasquim há anos, “depois da abertura, a grande imprensa incorporou boa parte das inovações dos jornais alternativos”.

Perguntado quanto à razão de o jornal ter resistido aos tempos da linha dura e tombado com o país em novos tempos de democracia, o jornalista Sérgio Augusto arrisca uma explicação. “Acúmulo de dívidas (o jornal foi sistematicamente roubado por todos os seus ‘diretores’ financeiros), falta de peças de reposição (Paulo Francis teve de deixar o jornal para tornar-se exclusivo da Folha de S. Paulo), um certo cansaço. Mas esta pergunta deveria ser feita ao Jaguar, que, teimosamente, segurou o Pasquim até 1991. Eu saí do jornal nos últimos meses de 1979, sou inocente”.

A imprensa nanica se define por um jeito próprio de fazer jornalismo. Menos mecânico, mais crítico. Para Sérgio Augusto não é mais possível pensar neste tipo de imprensa para os dias de hoje. “Se até a imprensa grande está pela bola sete, como pensar numa nanica emplacando nos dias correntes? O jornalismo alternativo está, hoje, na internet”.

“Naquela época a censura era política. Hoje, ela é econômica e consegue restringir ainda mais os movimentos da imprensa. Hoje não tem mais essas coisa de jornal de jornalista, como acontecia com a imprensa nanica. Atualmente, a pequena imprensa saiu deste esquema, que acabava criando uma liberdade maior. Até a imprensa alternativa foi apropriada. E isso porque houve mudanças muito grandes, não só nos jornais, mas no mundo, na política”, opina o jornalista Tárik de Souza, outro sobrevivente do Pasquim.

Para Tárik, aí se encontra a razão de “O Pasquim 21”, nova encarnação do injurioso periódico, desta vez editado por Ziraldo, ter durado pouco. “Sem dúvida, o contexto mudou. Não há mais interesse numa coisa como essa. Quando apareceu, ‘O Pasquim’ capitalizou em cima da bossa, do cinema novo, da Tropicália. Tudo isso é que dava esse caldo de cultura que resultou no ‘Pasquim’. Havia a oposição cerrada. Mas hoje é muito difícil, porque é o mercado quem policia”.

Quem passou pelo Pasquim não esquece os dias heróicos do jornal. Hoje, Sérgio Augusto e Tárik de Souza estão envolvidos novamente com o jornal - desta vez, com sua memória, organizando antologias de sua produção. Ainda que seja preciso saber um pouco de nossa história para entender os conteúdos, a leitura vale à pena. Não é futebol, mas é de dar orgulho em quem acredita no jornalismo de verdade.

Dellano Rios
Repórter