PROFISSÃO: PROFESSOR

Estive pensando na importância que tem algumas profissões.
E descobri que de modo muito comum, valorizar uma profissão nem sempre implica na valorização do profissional que a exerce.

Pode parecer uma coisa controversa e sem sentido. E é.
Me lembrei de quando eu era criança.
Naquele tempo o meu saudoso pai era proprietário de um caminhão.

Eu não tenho uma nítida recordação do caminhão de meu pai. Mas ele contava algumas histórias e nessas histórias, não poucas vezes, o personagem principal era o motorista do caminhão.

Depois, eu me lembro que um meu tio tinha dois caminhões. E dois motoristas.
Com o meu pai eu comecei a perceber que ser motorista naquele tempo era exercer uma profissão importante, era ser um profissional respeitado.

Com o meu tio, eu pude ter a certeza – com toda a sua clareza e evidência – que o motorista era um profisssional valorizado.
Porque não tinham tantos na praça.
Aliás, até caimnhões não haviam tantos assim...

Mas o motorista, aquele profissional devidamente habilitado, era raro.

Ele, mais do que dirigir, tinha que saber da mecânica basicamente tudo: da lavagem à lubrificação do veículo. Trocar rodas, limpar o carburador, cuidar do radiador...
O motorista tinha mesmo era que ser também um baita de um mecânico.

Hoje é fácil perceber que a profissão motorista continua tendo a sua importância. Mas com o profissional motorista poucos se importam.
Ele cumpre uma jornada de trabalho desumana que só perde em desumanidade para o salário que recebe.

Aí, me lembrei de uma outra importante profissão. Daquela que, por acaso, a exerci e da qual fui obrigado a me afastar por problemas de saúde – a de professor.
A ideia deste inútil texto surgiu e foi amadurecendo quando comecei a ver na televisão uma peça institucional do Ministério da Educação.

São ao menos três chamadas, toda enfoncando o papel e a importância do professsor.
Uma delas, fala de alguns países no mundo – a maioria localiza-se no continente europeu – que nos últimos trinta anos explodiram economicamente e hoje experimentam uma vida de riqueza, desenvolvimento e bem estar social.

Segundo o MEC, pesquisas feitas nesses países, apontam unanimemente, o professor como o principal e fundamental agente responsável pelas transformações neles ocorridas.

E as peças institucionais do MEC findam por dizer: "converse..." ou: "trabalhe com os mais interessantes e influentes profissionais que existem..."
E recomenda: "seja um professor".

Confesso que tenho pensado muito sobre isso.

O Governo acha o professor um profissional interessante. Diz que o professor faz as perguntas que ninguém pensaria fazer... que o professor é influente.

A influência do professor, ela não existe mais nem mesmo nas sindicais ou associações cujo maior sentido de sua existência era a de lutar por melhorias salariais.

Salvo as devidas exceções.

Pergunta mesmo, dessas que ninguém costuma formular, o professor deveria fazer era justamente ao MEC. Tipo assim: "você está de sacanagem com a minha cara"?

Por fim, sou obrigado a concordar. O professor é, sim, um profissional interessante...
Interessa saber por que ele ainda insiste em amar tanto a profissão que exerce sendo tão desvalorizado.

É interessante saber que o professor acredita no que faz e só não faz mais e melhor porque que lhe são negados todo os meios para tal.

Interessante não é o professor, mas a sua incrível e heróica capacidade de subsistir.

A crise obrigou Estado a assumir seu papel


A recessão mundial trouxe uma mudança profunda na conjuntura internacional. O economista Alex Araújo enumera as transformações. "Primeiro, é um mundo diferente depois da crise", dispara. "Houve uma mudança na polarização internacional: dos Estados Unidos à Ásia. Os investimentos internacionais tendem a ficar mais rigorosos. E os governos vão ter um papel mais atuante nesse novo mundo do que no passado". Um exemplo disso, segundo ele, é a criação da PetroSal, subsidiária da Petrobras que vai administrar a exploração de petróleo na camada pré-sal, assim também como a atuação dos bancos em reduzir o spread. Esse Estado novo tem papel ativo. É uma nova realidade. O Estado assume a dianteira nos investimentos. Será um cliente importante para o mercado".

Um segundo ponto, diz o economista, é a preponderância da China em relação ao mundo e ao Brasil. "A China é o principal parceiro comercial do País", afirma. "E tem capacidade suficiente de gerar oportunidades para o mundo nas próximas duas décadas. Deve fechar este ano com incremento econômico de 6% a 7%, retomar maior expansão em 2010, e induzir o crescimento do mundo. Cabe ao Brasil fazer negócios com a China".

Um terceiro fator é o posicionamento do Brasil no cenário mundial. "A perspectiva que está se colocando indica que se o País souber usar com inteligência sua participação no mercado internacional terá relativo longo prazo de crescimento sustentável e desenvolvimento com oportunidades em todas áreas", diz Araújo. As oportunidades, cita, vem com o pré-sal e produção de commodities.
CAROL CASTRO

Marketing político

Da entrevista que o especialista em marketing político, Antonio Lavareda deu a Istoé (leia Aqui), pincei esta opinião dele (abaixo), para mostrar como ele e muitos especialistas(?) estão redondamente enganados ou agindo de má-fé, a serviço da tucademopiganalha.


"A maior dificuldade de Dilma será substituir a figura do presidente no imaginário do eleitorado da base lulista. Terá Dilma a capacidade de empolgar os eleitores, substituindo uma figura com a dimensão mítica do presidente? É uma tarefa de vulto".


Será que eles realmente pensam que nós (povo) votamos apenas na figura mítica do candidato? E mesmo assim se fosse como ele pensa, qual seria a mítica do candidato da oposição que faria nós votarmos nele?


 Eles não tem argumentos, não tem explicações para os disparates que dizem e outros publicam.


A não ser...que recebam e muito bem para agradar a corja. 

Parados no tempo


Fico impressionado com a paralisia de propostas da direita. Quase uma década se passou do governo FHC e a direita continua com aquela cantilena: "Lula está só copiando o que o Fernando Henrique fez."

Ora, se estivesse mesmo só seguindo o que o sr. Fernando Henrique fez, não haveria motivo, então, para esse ódio doentio contra Lula.

A verdade é:

- FHC sempre foi subserviente aos ditames do FMI. Lula abandonou o FMI;
- FHC concentrou renda. Os pobres foram empurrados para a miséria. Lula está distribuindo renda. O índice GINI de desigualdade (de credibilidade internacional) nunca foi tão baixo no Brasil;
- No governo Lula, o salário mínimo é mais de 5 vezes o valor em dólar do que no tempo do Pavão da Sorbone;
- FHC foi um vendilhão. Desfez-se de valioso patrimônio brasileiro a preço camarada para os amigo$. Lula estancou a privataria tucana.

Aliás, esse é outro mantra que a direita repete, hipnoticamente: "o governo Lula é estatizante, quer voltar ao passado." Será que ninguém os avisou que Wall Street desmoronou? A farra do Mercado provou-se ser apenas isso, uma farra, e hoje a General Motors dos EUA é estatal, assim como vários bancos.

A impressão que nos dá é que a direita ficou encalhada no século passado e não consegue mais sair de lá.

Um estadista e um obcecado pela eleição de 2010


Um discurso rotineiro sobre a confiança da população no governo, feito pelo presidente Lula para comemorar a volta do crescimento econômico, mostra exatamente o caminho a ser seguido por nós nesse momento: informar e mobilizar o povo, o real agente das mudanças ocorridas no país desde que elegeu esse governo e atendeu aos seus apelos para não se intimidar e continuar a tocar para a frente a nossa economia.


"Graças ao povo e, sobretudo à parte mais pobre deste país, a economia sobreviveu com o comércio crescendo praticamente durante 23 meses seguidos" disse o presidente da República em Pernambuco.
Nas palavras do chefe do governo, o povo não cedeu ao "pânico", ao contrário de muitos outros, principalmente empresários, que preferiram acreditar nas manchetes negativas dos jornais.
Um age; o outro pede orações
Seu discurso tem um mérito a mais: mostra a diferença abissal entre ele e o presidenciável tucano governador de São Paulo, José Serra.

Lula, um estadista, enfrentou a crise governando, adotando praticamente todos os dias medidas concretas para debelá-la; Serra, ficou parado e demorou nada menos que seis meses para adotar as primeiras e tímidas medidas anticrise no âmbito de São Paulo, apesar de o Estado, por sua economia, ser o mais afetado pela turbulência econômica.

Pior, ante a crise e o caos gerados pelas enchentes dessa semana em São Paulo, ao governador paulista só ocorreu culpar a natureza e apelar ao povo para recorrer a rezas, que podem até ser necessárias mas, como sabemos, sozinhas não ajudam a quem as faz. É preciso trabalhar, e não acordar depois do meio dia para cuidar somente de 2010.

Lula mira Tasso, Perillo e Virgílio


Christiane Samarco
agenda eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não trata só da articulação de palanques regionais fortes para a candidata oficial, Dilma Rousseff. O planejamento estratégico também cuida de uma espécie de "lista negra" com alvos a abater nas urnas. A lista tem três senadores tucanos - Marconi Perillo (GO), Tasso Jereissati (CE) e Arthur Virgílio (AM). 

Todos os acordos eleitorais patrocinados pelo Planalto nas regiões desses candidatos miram a derrota dos inimigos políticos. O jogo do Planalto fica visível sobretudo no Ceará, onde o presidente não esconde nem dos velhos aliados de Tasso a disposição de tirar-lhe a cadeira de senador. 

Como são duas vagas em cada Estado, além de apoiar a eleição do peemedebista Eunício Oliveira, o presidente decidiu lançar a candidatura de seu ministro da Previdência Social, deputado José Pimentel (PT). Não satisfeito, ainda procurou os irmãos Gomes - o governador cearense, Cid Gomes (PSB), e o pré-candidato do PSB a presidente, deputado Ciro Gomes - pedindo apoio para Pimentel.

Fechados com Eunício, os irmãos acusaram a pressão, argumentando que gostariam de manter apenas um compromisso, para poder compor informalmente com o parceiro de sempre, Tasso. "Mas é este mesmo que eu quero derrotar", teria dito Lula, segundo relato da conversa levado ao senador tucano. "O Lula está articulando com o fígado, contra os que lhe fazem oposição", protesta Tasso, que na eleição passada rompeu com o candidato tucano ao governo, Lúcio Alcântara, e conservou a parceria com Cid e Ciro. "Não sei se o presidente se move por puro rancor ou se a estratégia dele é para diminuir a oposição e o Brasil ficar cada vez mais parecido com a Venezuela de Chávez."

Não por acaso, quem encabeça a lista negra há quase quatro anos é Perillo. Lula não perdoa o fato de o ex-governador de Goiás ter "jogado" para derrubá-lo da Presidência nos tempos difíceis da crise do mensalão, quando chegou-se a falar em impeachment.

Na campanha de 2006, quando Lula jurava não ter conhecimento do pagamento de uma espécie de mesada para comprar votos de aliados na Câmara, Perillo engrossou o coro do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e revelou que alertara o presidente sobre o mensalão.

O troco está sendo dado agora, com o apoio do Planalto aos principais adversários de Perillo no Estado. Além da parceria com o PMDB do prefeito de Goiânia, Iris Resende, Lula também está empenhado em lançar o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ao governo de Goiás, só para dificultar ainda mais a volta do tucano ao governo estadual.

Virgílio é outro que Lula faz gosto em despejar do Senado. Ele foi para a lista negra quando, em meio a uma explosão de indignação com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o dossiê da Casa Civil contra tucanos, subiu à tribuna e ameaçou "bater na cara" do presidente. 

MAIS ALVOS

Há outros nomes que o presidente pretende abater nas urnas, como o líder do DEM, José Agripino (RN), e o ex-petista Cristovam Buarque (PDT-DF). 

Os petistas dizem que o presidente "acumula" raiva contra Agripino. Lula já subiu nos palanques de Natal determinado a derrotar a candidata de Agripino, Micarla de Souza, mas ela se elegeu prefeita em 2008.

A motivação maior do rancor contra Agripino foi o caixa, já que o presidente responsabiliza o líder do DEM pela derrubada da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) - o imposto do cheque, que daria ao governo mais R$ 40 bilhões anuais. Lula disse à época que o parlamentar virou os votos de alguns indecisos, como o senador Romeu Tuma (PTB-SP).

Ex-ministro e ex-petista, Cristovam também se queixa da intervenção de Lula na política do Distrito Federal. Em Brasília, petistas falam até em aliança com o PMDB do ex-governador Joaquim Roriz, justamente aquele que derrotou Cristovam no projeto do próprio PT de reeleição para o governo do DF. 

"De fato, Lula está usando um certo ódio pessoal que pode atrapalhar os arranjos locais", acusa o senador pedetista. Ele diz que a sua ideia era disputar uma vaga de senador com o apoio do PT local, mas o cenário mudou. "Hoje, essa aliança está praticamente descartada."

Realidade

O pernambucano Josué de Castro foi um escritor e diplomata que em 1964 teve os direitos políticos cassados pela ditadura. Em 1946, ele escreveu uma obra fantástica intitulada Geografia da Fome, que deveria ser lida por todos os mauricinhos que enchem a boca para falar em "mercado". Segundo Josué de Castro, querer justificar a fome como "fenômeno natural e inevitável não passa de uma técnica de mistificação para ocultar as suas causas que foram, no passado, o tipo de colonização imposto à maioria dos povos do mundo. E, no presente, o neocolonialismo a que se submetem os países subdesenvolvidos".