Todos querem ser Lula

O ano de 2009 marcou o protagonismo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não só no Brasil, mas também no exterior. Aqui, dados recentes da pesquisa Ibope revelam que o presidente é aprovado por 83% da população brasileira, um dos maiores patamares já alcançados desde o início do Governo. No cenário internacional não foi diferente. A presença de Lula foi marcante em importantes eventos e alvo de reverência entre os grandes líderes mundiais.

O exemplo de Lula fez com que ele se tornasse o líder latino-americano mais bem avaliado no continente. A pesquisa da organização chilena Latinobarómetro revela que, na América Latina, a popularidade do brasileiro só perde para a do presidente norte-americano, Barack Obama. A imagem do Brasil potência, que conseguiu atravessar bem a crise financeira internacional, e o posicionamento de Lula como guia do continente fizeram com que ele se tornasse espelho para vários políticos.

São frequentes as declarações positivas de presidentes de países ricos e pobres acerca da política econômica, dos programas sociais e do carisma do presidente do Brasil. Além de ganhar a simpatia dos colegas, Cristina Kirchner, da Argentina, Evo Morales, da Bolívia, e Hugo Chávez, da Venezuela, por meio da assinatura de vários acordos de cooperação, Lula é exemplo para candidatos recém eleitos e presidenciáveis.

Eleito em junho, o presidente de El Salvador, Mauricio Funes, disse que, durante a campanha, buscou "os exemplos vigorosos" de Lula como prova de que "um líder renovador, em vez de ser uma ameaça, significa um caminho novo e seguro para seu povo". Segundo Funes, as políticas adotadas no Brasil por Lula representam modelos e experiências diferentes de gestão e oferecem ideias para o seu mandato.

Já o candidato da direita chilena, Sebastian Piñera, disse querer para seu país um modelo de governo mais próximo do aplicado no Brasil. De acordo com o chileno, ele tem muita coisa em comum com o presidente Lula e se eleito, quer ampliar a colaboração econômica com o Brasil na economia e em outras frentes. Piñera declarou-se, ainda, a favor do pleito brasileiro de obter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Para o professor de Direito Internacional e coordenador do Núcleo de Estudos Internacionais da Universidade de Fortaleza (Unifor), Walber Muniz, Lula e a política externa brasileira são exemplos para os países da América Latina. "Nosso presidente lidera o país economicamente mais influente do continente. Ele demonstra robusto interesse na integração brasileira com os demais países via Mercosul e Unasul,visando aproximar,cada vez mais, os países latino-americanos", avaliou.

Na atualidade, nenhum tema importante pode ser debatido sem a participação de Lula. A posição do Brasil em discussões sobre as mudanças climáticas, como ocorreu em Copenhague; o programa nuclear do Irã e a intervenção na crise de Honduras foram algumas questões que ganharam destaque no mundo e firmaram a imagem de Lula como um dos principais líderes emergentes.

"O Brasil tem se prontificado a mudar a si mesmo. Estamos nos livrando do complexo de colônia e construindo nossa própria história", avaliou Muniz.

PERSONAGEM HISTÓRICO
A construção de um mito

Após sete anos de mandato, Luiz Inácio Lula da Silva se tornou unanimidade na alta cúpula do poder mundial e garantiu, no País, um prestígio sem precedentes na história recente dos inquilinos do Planalto. De acordo com os historiadores, a origem de Lula, nascido no Nordeste brasileiro e com raízes na esquerda sindicalista, foi papel fundamental para construir o mito de um presidente que venceu as barreiras sociais e conquistou espaço no disputado território da geopolítica mundial.

Pesquisadores dizem que a popularidade de Lula só se compara, na História do Brasil, a de Getúlio Vargas e Juscelino Kubistchek. Os dois estadistas desempenharam papel importante na defesa da classe trabalhadora e projetaram o País internacionalmente.

Parte desse sucesso está ligado à informalidade do presidente brasileiro e à maneira como ele dialoga com a população mais carente. "A admiração manifestada a Lula deve-se, além de sua coragem, a sua autenticidade e capacidade de articulação, somando-se à sensibilidade do presidente quanto à percepção de oportunidades", avaliou o coordenador do NEI, Walber Muniz.

De acordo com o professor, o lado mítico do presidente brasileiro está no fato de ele inspirar esperança e conseguir trazer para o tabuleiro político parcelas do eleitorado que não tinham voz no País.

O mérito de Lula é tanto que, em meio a sérios problemas de desigualdade e corrupção ainda não resolvidos no Brasil, o presidente conseguiu atravessar investigações e críticas da mídia com sua imagem incólume.

A boa fase do presidente é aproveitada para preparar sua sucessora na presidência da República. Mesmo acusado de propaganda eleitoral antecipada, Lula deixa claro sua intenção de ter a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como candidata ao Planalto em 2010.

Se o presidente estiver em alta até as eleições, Dilma será fortemente favorecida com a transferência de votos. Segundo dados do Ibope, quase 20% dos eleitores votam no candidato do presidente, independentemente de quem seja.

A s bandeiras de Dilma deverão seguir os mesmos programas sociais e a política externa, prometendo um avanço no Brasil nos próximos cinco anos.

"Só o tempo poderá nos deixar claro onde poderemos chegar. O crescimento do Brasil superará o dos países ricos, que terão fortes dificuldades para se recompor da recente crise", disse Muniz.

O mais popular

"Ele é o cara. É o político mais popular do mundo"

BARACK OBAMA
Presidente dos Estados Unidos

"O Brasil já não é o que era, uma espécie de subimpério, até que o companheiro Lula chegou"

HUGO CHÁVEZ
Presidente da Venezuela

"Homem íntegro, uma referência para a esquerda do continente sul-americano"

José Luiz Zapatero
Presidente da Espanha

"O companheiro Lula é o melhor presidente da América Latina no momento"

EVO MORALES
Presidente da Bolívia

"Eu sou sincero quando digo que precisamos de Lula no Conselho de Segurança"

NICOLAS SARKOZY
Presidente da França

"O presidente Lula demonstrou que é possível fazer um governo popular"

Maurício Funes
Presidente de El Salvador

OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Ao presidente Lula o que é de Lula

A atuação do presidente Lula no cenário internacional tem sido motivo de surpresa e satisfação dos seus muitos admiradores. Tal fato está relacionado à sua contribuição à mudança da imagem do Brasil no exterior, e tem como pedra angular a recuperação e consolidação da economia do País e o desempenho desta diante dos grandes desafios porque passou e passa a economia. Neste mesmo sentido, os programas sociais desenvolvidos durante o seu governo têm chamado a atenção do mundo diante de um quadro de desigualdades extremas. Um segundo aspecto a ser ressaltado está no papel que Lula exerce na América Latina. Mesmo com todas as adversidades externas e as incompreensões internas ele soube superar e firmar sua liderança, suplantando, em parte, a desconfiança dos nossos hermanos e ultrapassando os desafios colocados pelos diferentes interesses em jogo.

Francisco Moreira
Professor de Direito da Unifor
JULIANNA SAMPAIO

Qual será a bandeira do PSDB em 2010?


Atacar o governo Lula, seria “suicídio político”, pois, segundo o professor de Ciência Política da Unicamp Valeriano Costa, o PSDB não tem um passado tão ilibado assim, que o permita fazê-lo.
Uma vez que, de maneira muito estratégica, o governador Aécio Neves, retirou sua pré-candidatura a candidato de seu partido à presidência da república, pois poderia incorrer no mesmo erro da disputa ocorrida entre Serra e Alckmin, com o foco da candidatura em Serra, talvez este possa construir uma imagem que pareça um pouco menos antipática do que a de Dilma.
Sendo que nenhum dos dois podem ser considerados o rei o a rainha da simpatia ou do carisma, ambos deverão investir muito neste sentido. Naturalmente, construir a imagem dos candidatos é competência dos  profissionais de marketing, que conseguem fazer verdadeiros  ”milagres”, na formação da opinião pública. Porém, a meu ver, o PSDB  deveria investir em propostas, deixando de lado os ataques, sejam eles  de que origem for ou a “fabricação de perfil” do candidato Serra.
É como termos dois candidatos excelentes para contratarmos à uma mesma vaga de trabalho. O que os diferencia, em uma possível contratação, além da competência, é a postura, a segurança com relação ao conhecimento da área em que atua, a determinação, a ética, o comprometimento com as diretrizes e políticas de quem os está contratando.
Portanto, como neste caso há um “equilíbrio” entre os candidatos, sem dúvida as propostas bem fundamentadas e visivelmente viáveis, seriam a melhor forma de “contratarmos” Dilma ou Serra para a presidência.
Rosangela Camara

INCÊNDIO NA ÁGUA É FOGO

Moro no coração da Amazônia.
Belém é chamada a “Metrópole da Amazônia”.
Eu não moro em Belém.
Moro no “Portal de Belém”.
Numa cidade distante apenas 100 quilômetros da capital paraense.
No meu estado e em toda a Amazônia estamos no período das grandes estiagens.
Com poucos ou baixíssimos índices pluviométricos.
A chuva raramente cai nessa estação do ano, chamada verão, na região Norte do Brasil.
Aí explodem e se disseminam as queimadas.
Os incêndios se dão natural e criminosamente.
Os fazendeiros derrubam a floresta e a queimam para o plantio de pastagem.
Os pequenos agricultores fazem o mesmo, para o cultivo de culturas de subsistência.
Traduzindo: está a todo vapor a “cultura do extermínio” das florestas amazônicas.
E assim os incêndios são vistos por todos os lados, em todos os lugares. A toda hora.
Na Ilha do Marajó, o maior arquipélago do Mundo, com o maior rebanho de búfalos do País a “seca” já dizimou mais de 300 mil cabeças de gado.
O chão rachou, a vegetação desapareceu... e a vida não resiste sem água.
E a pobreza, com sede, só faz crescer e aumentar quantitativamente o número dos empobrecidos sedentos por dignidade.
É a Amazônia, o maior reservatório de água do Planeta pegando fogo.
Mas isso tem todoa uma explicação.
A vegetação ressecada, por sí já consiste em um excelente “combustível” para a propagação dos incêndios.
Só que eu estou falando da Amazônia. A região dos contrastes naturais, econômicos e sociais.
Ver a Amzônia submersa pelas águas numa determinada estação do ano e percebê-la depois imersa pelo fogo, noutra, é uma coisa.
Outra coisa para a qual não se tem explicação é ver São Paulo dividido por zonas, ser tomado pelas “enchentes”, umas e, sistematicamente consumidas pelas chamas, outras.
Com um fator intrigante e uma coincidência alarmante: são da mesma classe e se inserem na categoria de pobres e/ou nordestinos, os que perdem suas casas, dignidade e a vida nos “alagões” e nas “queimadas” na maior cidade brasileira.

A próxima Susan Boyle

A magia

 Ao se aproximar dezembro, resolvi que era hora de contar a meu filho de 8 anos sobre Papai Noel. 
- Já sabia disso mamãe! - disse ele. 
Pensando no ano anterior, nas canções de Natal tão animadas e nos presentes, perguntei: 
- Então por que não me disse nada? 
Com um ar sério, ele respondeu: 
- Porque achei que você ainda acreditava nele. 
E.R. Veenstra

O netbook do futuro

Dilma reduz diferença em pesquisa

Pesquisa Datafolha divulgada hoje mantém a liderança do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), na corrida à sucessão presidencial de 2010. Entretanto, a pesquisa mostra queda na diferença entre o tucano e a virtual candidata do PT, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. A pesquisa aponta Serra com 37% das intenções de voto e Dilma com 23%, uma diferença de 14 pontos. Na mostra anterior do Datafolha, realizada em agosto, a diferença a favor de Serra oscilava entre 19 a 25 pontos.

O deputado Ciro Gomes (CE), potencial candidato do PSB, aparece com 13% das intenções de voto, enquanto a pré-candidata do PV, senadora Marina Silva (AC), tem 8%. Do total de entrevistados, 9% disseram que votarão em branco ou nulo e 10% se dizem indecisos. O levantamento, realizado entre os dias 14 a 18 de dezembro, contou com 11.429 entrevistados e tem uma margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

De acordo com o Datafolha, Dilma registra o maior índice de rejeição entre os presidenciáveis, com 21%, seguida de Serra com 19%, Ciro com 18%, Aécio Neves com 17% e Marina com 17%.

O Datafolha também avaliou a aprovação ao presidente Lula. Na mostra, a aprovação registra o recorde de 72% (de ótimo e bom). Na pesquisa de agosto, este índice ficou em 67%. De acordo com o instituto, o indicador de 72% é o mais alto patamar de popularidade apurado pelo Datafolha desde a posse do presidente Lula, em janeiro de 2003.

Outros cenários - A pesquisa também apresentou um cenário sem a presença de Ciro Gomes. Nessa simulação, aumentam para 40% as intenções de voto em Serra, Dilma atinge 26% e Marina Silva fica com 11%. No cenário de segundo turno, numa eventual disputa entre Serra e Dilma, o tucano lidera com 49% das intenções de voto e a petista aparece com 34%. Caso o segundo turno venha a ser disputado entre Serra e Ciro, o governador paulista continua na liderança, com 51% das intenções e o pessebista registra 28%.

A pesquisa Datafolha foi a campo antes do anúncio da renúncia do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, à sucessão presidencial de 2010, na última quinta-feira. Por isso, incluiu o nome do mineiro em dois dos quatro cenários. Num deles, na disputa com Ciro Gomes, Aécio fica em terceiro lugar com 16% das intenções de voto, Dilma lidera com 26%, Ciro aparece em segundo com 21% e Marina aparece com 11%. Sem Ciro, Dilma continua na liderança com 31%, Aécio fica em segundo com 19% e Marina registra 16%.