Dilma Rousseff nega terrorismo contra oposição e descarta baixar nível na campanha


GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Depois de afirmar que a oposição vai acabar com programas implantados no governo Luiz Inácio Lula da Silva, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Bolsa Família, a ex-ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) negou nesta segunda-feira que tenha adotado um discurso de "terrorismo" contra a oposição. Dilma disse que, enquanto a oposição não desmentir publicamente a sua intenção de acabar com programas como o PAC, há a possibilidade de extinção dos programas.

"O que estamos fazendo é que não é possível que se diga numa revista que se vai acabar com o PAC, que o PAC não é um projeto, que é uma lista de obras puro e simplesmente, e que também vão rever a política econômica. Depois não pode fingir que não disse, ou vai a público e desmente. Não estamos aqui fazendo terrorismo, estamos apenas constatando", afirmou.

Em discurso hoje na posse do ex-ministro Alfredo Nascimento (Transportes) na presidência do PR (Partido Republicano), Dilma disparou críticas à oposição --a quem classificou de "falsos cordeiros com mãozinhas de lobo". A ministra disse, no discurso, que a oposição não pode garantir a continuidade de programas implantados no governo Lula porque passou os últimos sete anos criticando as ações do PT.

Pré-candidata petista ao Palácio do Planalto, Dilma disse não estar disposta a "baixar o nível" da campanha presidencial. "Nós não vamos de maneira alguma baixar o nível no que se refere a acusações pessoais, a difusão de boatos, nem nada disso. Nós queremos discutir propostas, projetos."

Depois da cerimônia, a pré-candidata fez novas críticas aos oposicionistas. "Eu disse que eles governaram para os ricos, foram eleitos para fazer isso e fizeram isso. Eu só posso supor que o que foi feito antes continue no futuro, a não ser que haja uma mudança radical. Eu não acredito que no passado houve uma política de distribuição de renda efetiva no Brasil", afirmou.

Com a promessa de ter o PR em sua chapa na corrida presidencial, Dilma disse que o partido é um "grande parceiro" e tem em Nascimento um dos "pais" do PAC do governo Lula. "Quando a gente fala PAC, todo mundo acha que eu sou mãe do PAC. O PAC tem vários pais. O Alfredo é um dos pais do PAC. Ele cuidou, zelou."

Campanha
Dilma disse que não tem como prioridade na sua campanha à Presidência da República participar de atos do governo federal ao lado do presidente Lula. Mas não descartou a possibilidade de acompanhar obras e inaugurações que tiveram início na sua gestão na Casa Civil.

"Nós não estamos pretendendo fazer isso não, até porque o que eu posso fazer é ir em recintos fechados, fazer atos. Eu não estou proibida de, como cidadã, comparecer a uma inauguração. Não posso falar, não posso me manifestar. Mas nada me impede até junho de fazer isso. Agora, não é essa a linha fundamental de campanha que a gente pretende exercer", afirmou.

A ministra disse que pretende, pelo menos, "olhar de longe" algumas inaugurações de sua gestão. "Se você me perguntar: você nunca irá? Não vou responder que nunca irei. Eu posso ir, mas não vai ser na minha agenda, não vai dominar a participação, inauguração de obra. Apesar de a hora que entregarem casas do Minha Casa, Minha Vida, eu vou ficar de longe olhando."

Quatro dias após deixar a Casa Civil, Dilma disse que não teve tempo de descansar antes de dar oficialmente início à sua pré-campanha.

"Eu trabalho muito, mas no primeiro dia que eu não fui ministra foi um dia que era praticamente um semi-feriado, e eu estava de mudança. Na verdade, eu trabalhei bastante carregando caixas, mudando móveis, então não foi assim propriamente um dia leve o primeiro dia", relatou.

Prêmio - "O Corvo do Ano" 2010

 Carlos Lacerda foi o fundador do PIG. Ex-comunista – como convém a um extremista de direita – publicou um livro denunciando o Partido Comunista. Passou a ser o principal líder golpista, renomado por ser dos que literalmente batia nas portas dos quartéis (chamados de “vivandeiras de quartel”), insuflando o golpe nos seus inflamados golpes e discursos no Congresso.

Pró norteamericano militante, anti-nacionalista, anti-getulista, frontalmente contra o movimento sindical e todos os movimentos populares, adepto militante da SIP (Sociedade Interamericana de Prensa, vetusto lugar de coordenação da imprensa mais reacionária, pró-EUA e golpista do continente, até hoje) – Lacerda tinha todo o perfil do reacionário de carteirinha.

Entre outras sandices antidemocráticas, disse: “Getúlio não dever ser candidato à presidência, se for, deve ser derrotado; se ganhar, não deve tomar posse, se tomar posse, deve ser derrubado por um golpe”. Chamava JK de “ladrão” e outras coisas mais dessa ordem, típicas de uma revista semanal, herdeira atual do Lacerda.

Foi chamado de “corvo”, pelo cheiro de carniça de tudo o que tinha a ver com ele – golpe, ditadura, massacre de mendigos no Rio, imprensa de direita, denuncismo dos “subversivos”. Acreditava que o golpe – que ele tanto pregou – tinha sido feito para tirar seus maiores adversários nas eleições programadas para 1965, JK e Brizola, deixando o campo livre para que fosse eleito ou praticamente nomeado pelos militares.

Enganou-se e terminou a vida penosamente: quando seus ideais se realizavam, com um governo em que seu companheiro de partido, a UDN, Juracy Magalhaes, primeiro ministro de Relações Exteriores da ditadura afirmava “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil” (sic), um governo que escancarou a entrada de capitais externos, prendeu, torturou, fuzilou, desapareceu os que considerava “subversivos”, o corvo não tinha lugar. Morreu sem pena nem glória, como um “corvo”.

Hoje vários jornais e jornalistas se candidatam a ser os corvos dos tempos atuais. Vamos fazer a lista dos candidatos e no fim do ano decidiremos quem merece o prêmio, numa batalha que, desde já, sabemos que será muito dura, tantos e tão medíocres são os candidatos.

Arrisco um primeiro candidato: Otávio Frias Filho, pela “ditabranda”, pelas acusações falsas, pelo silêncio sobre o que não lhe agrada.

Indiquem vocês os outros candidatos, controlemos seus desempenhos – frenéticos em ano de campanha eleitoral – e no fim do ano decidiremos quem merece o prêmio “O corvo do ano” 2010.



Vi o Mundo - A reprise de 2006. Agora, como farsa


Em 2005 e 2006 eu era repórter especial da TV Globo. Tinha salário de executivo de multinacional. Trabalhei na cobertura da crise política envolvendo o governo Lula.
Fui a Goiânia, onde investiguei com uma equipe da emissora o caixa dois do PT no pleito local. Obtivemos as provas necessárias e as reportagens foram ao ar no Jornal Nacional. O assunto morreu mais tarde, quando atingiu o Congresso e descobriu-se que as mesmas fontes financiadoras do PT goiano também tinham irrigado os cofres de outros partidos. Ou seja, a “crise” tornou-se inconveniente.
Mais tarde, já em 2006, houve um pequena revolta de profissionais da Globo paulista contra a cobertura política que atacava o PT mas poupava o PSDB. Alguns dos colegas sairam da emissora, outros ficaram. Como resultado de um encontro interno ficou decidido que deixaríamos de fazer uma cobertura seletiva das capas das revistas semanais.
Funciona assim: a Globo escolhe algumas capas para repercutir, mas esconde outras. Curiosamente e coincidentemente, as capas repercutidas trazem ataques ao governo e ao PT. As capas “esquecidas” podem causar embaraço ao PSDB ou ao DEM. Aquela capa da Caros Amigos sobre o filho que Fernando Henrique Cardoso exilou na Europa, por exemplo, jamais atenderia aos critérios de Ali Kamel, que exerce sobre os profissionais da emissora a mesma vigilância que o cardeal Ratzinger dedicava aos “insubordinados”.  
Aquela capa da Caros Amigos, como vimos estava factualmente correta. O filho de FHC só foi “assumido” quando ele estava longe do poder.  Já a capa da Veja sobre os dólares de Fidel Castro para a campanha de Lula mereceu cobertura no Jornal Nacional de sábado, ainda que a denúncia nunca tenha sido comprovada.
Como eu dizia, aos sábados, o Jornal Nacional repercute acriticamente as capas da Veja que trazem denúncias contra o governo Lula e aliados. É o que se chama no meio de “dar pernas” a um assunto, garantir que ele continue repercutindo nos dias seguintes.
Pois bem, no episódio que já narrei aqui no blog eu fui encarregado de fazer uma reportagem sobre as ambulâncias superfaturadas compradas pelo governo quando José Serra era ministro da Saúde no governo FHC. Havia, em todo o texto, um número embaraçoso para Serra, que concorria ao governo paulista: a maioria das ambulâncias superfaturadas foi comprada quando ele era ministro.
Ainda assim, os chefes da Globo paulista garantiram que a reportagem iria ao ar. Sábado, nada. Segunda, nada. Aparentemente, alguém no Rio decidiu engavetar o assunto. E é essa a base do que tenho denunciado continuamente neste blog: alguns escândalos valem mais que outros, algumas denúncias valem mais que outras, os recursos humanos e técnicos da emissora — vastos, aliás — acabam mobilizados em defesa de certos interesses e para atacar outros.
Nesta campanha eleitoral já tem sido assim: a seletividade nas capas repercutidas foi retomada recentemente, quando a revista Veja fez denúncias contra o tesoureiro do PT. Um colega, ex-Globo, me encontrou e disse: “A fórmula é a mesma. Parece reprise”.
Ou seja, podemos esperar mais do mesmo:
– Sob o argumento de que a emissora está concedendo “tempo igual aos candidatos”, se esconde uma armadilha, no conteúdo do que é dito ou no assunto que é escolhido. Frequentemente, em 2006, era assim: repercutindo um assunto determinado pela chefia, a Globo ouvia três candidatos atacando o governo (Geraldo Alckmin, Heloisa Helena e Cristovam Buarque) e Lula ou um assessor defendendo. Ou seja, era um minuto e meio de ataques e 50 segundos de contraditório.
– O Bom Dia Brasil é reservado a tentar definir a agenda do dia, com ampla liberdade aos comentaristas para trazer à tona assuntos que em tese favoreçam um candidato em detrimento de outro.
– O Jornal da Globo se volta para alimentar a tropa, recorrendo a um grupo de “especialistas” cuja origem torna os comentários previsíveis.
– Mensagens políticas invadem os programas de entretenimento, como quando Alexandre Garcia foi para o sofá de Ana Maria Braga ou convidados aos quais a emissora paga favores acabam “entrevistados” no programa do Jô.
A diferença é que, graças a ex-profissionais da Globo como Rodrigo Vianna, Marco Aurélio Mello e outros, hoje milhares de telespectadores e internautas se tornaram fiscais dos métodos que Ali Kamel implantou no jornalismo da emissora. Ele acha que consegue enganar alguém ao distorcer, deturpar e omitir.
É mais do mesmo, com um gostinho de repeteco no ar. A história se repete, agora com gostinho de farsa.
Querem tirar a prova? Busquem no site do Jornal Nacional daquele período quantas capas da Veja ou da Época foram repercutidas no sábado. Copiem as capas das revistas que foram repercutidas. Confiram o conteúdo das capas e das denúncias. Depois, me digam o que vocês encontraram.

Dilma denuncia tentativas da oposição de enganar eleitores:“Eles foram e serão anti-Lula”


 Em discurso destinado a reiterar sua condição de única candidata comprometida com a continuidade do Governo Lula, a petista Dilma Rousseff criticou ontem os oposicionistas e, veladamente, seu adversário José Serra (PSDB), pelo discurso ambíguo a que recorrem na tentativa de seduzir parcelas do eleitorado que aplaude a atual administração. Para Dilma, na verdade eles são “anti-Lula” e “lobos em pele de cordeiro”, que o povo sabe diferenciar.
    “Não queremos que voltem aqueles que venderam nosso patrimônio, que privatizaram o Brasil, que deixaram nosso povo com o salário achatado. Isso não acontecerá novamente. Os brasileiros sabem diferenciar lobos em pele de cordeiro. Num dia, eles tentam enganar ao dizer que vão continuar a obra do presidente Lula. No outro, a patinha de lobo aparece e eles dizem que querem acabar com o PAC, já ameaçaram acabar com o Bolsa Família”, afirmou Dilma. E acentuou:
   “Como eles vão continuar o que o presidente Lula está fazendo se estão há mais de sete anos criticando? Eles foram e serão o anti-Lula”.
    O discurso pronunciado por Dilma encerrou o ato em que o PR deu posse a seu novo presidente, o senador e ex-ministro Alfredo Nascimento, e se tornou o primeiro partido a oficializar apoio à candidatura do PT à Presidência da República.
    A candidata foi recebida aos gritos de “Dilma, Dilma” pela militância do PR que superlotou o auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados. E, no pronunciamento, reafirmou o conteúdo e o tom que vem usando ao comparar o Governo Lula ao Governo Fernando Henrique.
    “Estamos juntos na luta para não deixar que este país retroceda, que a força do atraso volte e traga novamente esse processo que durou mais de décadas, aquele crescimento baixo, o chamado voo de galinha”.
    Dilma lembrou que a oposição sempre disse que Lula tem sorte. E voltou a estocar José Serra.
     “Sorte a gente tem, é verdade, porque também não queremos nenhum pé frio nem azarado dirigindo o Brasil”.
    Em outra referência velada ao PSDB, a petista considerou necessário impedir que aqueles que governaram o país para os ricos retornem ao poder para “excluir” os mais pobres.
     “Nós acabamos com o tempo da estagnação e abrimos as portas do crescimento econômico. Posso dizer que o povo não vai querer voltar atrás.”

Terrorismo

PSDB inclui FHC na lista de oradores de ato pró-Serra

 Triste, muito triste, triste demais.

Um ex-presidente da República sujeitar-se ao humilhante papel de como presidente de honra do seu partido (PSDB)  poder discursar no lançamento da candidatura Serra.

Sinceramente, o que a vaidade e a falta de pudor não faz.

Se o FHC tivesse um pouquinho que fosse de vergonha na cara e um montão menos de vaidade, não se sujeitaria a esta humilhação.

Mas, sabe de uma coisa? Eles tucademopiganalhas se merecem.

Ciro apoiar Serra? "Mais fácil boi voar"

Aparentando estar mais confiante que nunca, o deputado federal presidenciável Ciro Gomes (PSB), em Aquiraz (Região Metropolitana de Fortaleza), que será, sim, candidato à vaga do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições deste ano. Ao blog do jornalista Eliomar de Lima (blogs.opovo.com.br/ blogdoeliomar), do O POVO, Ciro anunciou que "até maio, resolve essa situação". 

Determinado, mesmo sob pressão para abandonar o páreo, o deputado cearense aproveitou para reafirmar que continua na briga porque quer derrotar o pré-candidato do PSDB ao Planalto, José Serra. 

Ciro lamentou os rumores de que teria desistido da disputa e descartou também a tese de que Lula o teria feito de "otário", ao incentivá-lo a disputar o Governo de São Paulo, tirando-o do jogo sucessório da Presidência para deixar o caminho livre para Dilma Rousseff (PT). 

Indagado sobre a possibilidade de fazer algum tipo de acordo com Serra por estar supostamente magoado com o PT de Lula, que não vê com bons olhossua postulação, Ciro reagiu: "É mais fácil o boi voar".