Energia nuclear, meio ambiente e soberania


 Para entender o Protocolo Adicional ao Acordo de Salvaguardas com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) é indispensável vê-lo no contexto da questão nuclear em seus três aspectos fundamentais: a guerra nuclear, a não-proliferação e o desenvolvimento tecnológico.
O centro da questão nuclear é o Tratado de Não-Proliferação (TNP). O principal objetivo desse tratado é evitar uma guerra nuclear. A principal possibilidade de guerra nuclear não pode estar, logicamente, nos países que não detêm armas nucleares, mas sim naqueles que detêm armas nucleares. Portanto, o principal objetivo do TNP tem de ser o desarmamento, a eliminação dos estoques de armas nucleares de posse dos países nuclearmente armados: os Estados Unidos, a Rússia, a China, a França e a Inglaterra.
Os países nucleares se comprometeram solenemente a eliminar (e não apenas reduzir) os seus estoques nucleares. Há 42 anos não cumprem esse compromisso e, ao contrário, praticaram a proliferação vertical, aumentando a eficiência das armas nucleares, sua precisão, sua miniaturização.
Apesar de não terem cumprido o seu compromisso de desarmamento nuclear e de desarmamento total, os países nucleares insistiram e insistem apenas em forçar os países não-nucleares a aceitar obrigações crescentes, criando cada vez maiores restrições à difusão de tecnologia nuclear, inclusive para fins pacíficos, a pretexto de evitar a proliferação.
A questão real é que os países nucleares, ao continuarem a desenvolver suas armas e a ampliar sua eficácia ? e, portanto, a intimidar os países não-nucleares em determinadas situações ?, estimulam esses países a procurar se capacitar. Isso ocorreu historicamente com a então União Soviética (1949), a França (1960) e a China (1964), que acharam fundamental desenvolver sua capacidade militar nuclear para servir de instrumento de dissuasão ? e não de ataque, em razão do enorme desequilíbrio dos estoques. Os Estados Unidos têm, atualmente, 10 mil ogivas; a Rússia, 13 mil; a França, 300; a China, 200; e a Inglaterra, 150.
Hoje em dia, até mesmo por causa da menor possibilidade de conflito nuclear que existe entre a Rússia e os Estados Unidos, o novo argumento dos países nucleares é a possibilidade de grupos terroristas adquirirem o conhecimento tecnológico nuclear ou armas nucleares.
Esse conhecimento já existe e é disponível. A questão é a capacidade de desenvolver industrialmente as armas e os vetores para atingir os alvos. Nenhum grupo terrorista detém os vetores (mísseis, plataformas, aviões), nem a estrutura industrial para produzir o urânio enriquecido, nem a técnica para fabricar detonadores.
Finalmente, a questão essencial do Protocolo Adicional. O Tratado de Não-Proliferação prevê que todos os países membros assinem Acordos de Salvaguardas com a AIEA. Os Estados nucleares assinaram “acordos voluntários”, em que submetem a inspeções poucas instalações nucleares civis e nenhuma militar. Os demais Estados têm de submeter à inspeção todas as suas instalações nucleares. O objetivo do Acordo de Salvaguardas é verificar se há desvio de material nuclear da instalação (reatores, fábricas de enriquecimento, etc.) para outros fins, em especial militares.
O Brasil tem atividades nucleares exclusivamente para fins pacíficos, como determina a Constituição federal. O País tem também um Acordo de Salvaguardas com a AIEA, juntamente com a Argentina, que permite aos inspetores da agência verificar as atividades das instalações nucleares brasileiras. Tudo, naturalmente, com o devido respeito à soberania nacional e aos nossos interesses econômicos.
Nos anos 1990, a AIEA, por proposta dos Estados Unidos, elaborou um modelo de Protocolo Adicional aos Acordos de Salvaguarda bilaterais, a ser assinado pelos países-membros, permitindo a visita de inspetores da AIEA, sem aviso prévio, a qualquer local do território nacional dos países não-nucleares, para verificar a existência de qualquer atividade nuclear, desde a pesquisa, usinas nucleares até a produção de equipamentos, como ultracentrífugas e reatores.
Ora, esse Protocolo Adicional tem dois aspectos: uma violação inaceitável da nossa soberania, em especial diante da natureza notoriamente pacífica das atividades nucleares no Brasil, uma suspeita injustificada sobre os nossos compromissos constitucionais e internacionais; e uma prejudicial intromissão em atividades brasileiras na área nuclear, com graves danos econômicos.
Essa intromissão causa graves danos econômicos em razão das perspectivas que se abrem para o Brasil na produção de combustível nuclear, que estará em forte demanda no mundo nos próximos anos, dada a necessidade de enfrentar a crise ambiental.
A solução da crise ambiental no mundo passa pela reformulação da matriz energética, tanto nos países grandes emissores tradicionais, como os Estados Unidos, quanto nos de rápido desenvolvimento, como a China e a Índia. Uma das mais importantes fontes de energia, não geradora de gases de efeito estufa, é a nuclear. O Brasil tem grandes reservas de urânio, tem o conhecimento tecnológico do ciclo completo de enriquecimento do urânio e a capacidade industrial para produzir reatores, ultracentrífugas, pastilhas, etc.
Ora, as ultracentrífugas brasileiras, desenvolvidas com tecnologia brasileira, são as mais eficientes do mundo e há fortes interesses de certos países em ter acesso às suas características, o que seria possível caso viessem a assinar o Protocolo Adicional ao Acordo de Salvaguardas: desnecessário, intrusivo e humilhante.”
Samuel Pinheiro Guimarães

Amar Pode Dar Certo

Eu preciso de
Uma suave mão para minha mão,
Um braço abraço para meu corpo,
Um rosto para meu sonho,
Uma terna alma para meu coração tristonho,
Um homem para meu desejo,
Mas, dentro de mim, há não.
 
Meu coração pulsa,
Treme.
No meu peito, treme meu coração tristonho
Ou o triste fim do sonho,
De saudades
Da criatura que se foi,
Fechando a porta sem dizer
"até já, amor, um beijo, eu volto logo".
 
                                                                                   Eliana Bittencourt Dumêt 

Serrifle - O extermidor de vizinhos


Marta Suplicy convidou Dilma para a Parada Gay

Marta Suplicy (PT) convidou a correligionária Dilma Rousseff para participar da Parada Gay, no dia 6 de junho. 


Coordenadores da campanha de Dilma têm dúvidas se ela deveria ou não ir ao evento. 


Eles temem que a presença da candidata à Presidência possa causar atritos com o público religioso, um dos alvos de sua campanha.

Etanol tem potencial para ajudar ainda mais no desenvolvimento do Brasil

O etanol pode ter um papel ainda mais importante no desenvolvimento do Brasil, mas o setor precisa enfrentar algumas barreiras como o protecionismo. 


Um relatório do Instituto de Pesquisa Aplicada aponta que o mercado internacional de etanol tem potencial para crescer muito e chegar a 200 bilhões de litros na próxima década. 


Nesse cenário, o Brasil, maior produtor e exportador mundial do produto, pode aumentar a safra atual, de 25 bilhões de litros, e impulsionar ainda mais o crescimento da economia, de acordo o técnico de planejamento e pesquisa do IPEA, Gesmar Santos.

Mauro Mendes (PSB) lidera pesquisa nas 3 maiores cidades de Mato Grosso

O prato preferido


José Serra voltou à crítica fácil dos juros e câmbio e da estrutura tributária (leia notas acima). Sobre essa última só se esqueceu de dizer que no governo FHC/Serra - aqueles oito anos dele ministro do ex-presidente - a carga de tributos no país cresceu 7%, a dívida interna dobrou, e R$ 100 bi do patrimônio público foram vendidos nas privatizações para pagar juros reais de 27,5 ao ano.

Também não lembrou o fato de que o PSDB é que obstrui a reforma da unificação do ICMS, a criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) e a racionalização do sistema tributário nacional com a eliminação de encargos como o PIS, a Cofins e o salário educação, trazendo, assim, o início da desoneração da folha de pagamento. Incrível esse lapso de memória, porque obstrui por orientação dele e dos interesses de São Paulo.

Dessa forma, Serra reduz sua crítica a uma mera retórica eleitoral. Sobre juros e câmbio, por exemplo, ele repete o bordão do (Brasil ter o) maior juro do mundo, quando é o menor da história recente do país. Critica as taxas, mas não aborda a questão do spread bancário. E adota uma postura irresponsável frente à crise mundial ao já antecipar o que faria em janeiro de 2011 (caso se elegesse presidente) quando a política monetária e fiscal dependerá na época não apenas de fatores internos, mas da economia global. Continua>>>