Gurgel terá de abrir sua caixa preta

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, teve nova derrota na tentativa de impedir a divulgação de detalhes sobre gastos de sua gestão com itens como carros e iPads. A ministra Cármen Lúcia indeferiu, no STF (Supremo Tribunal Federal), pedido dele para que não seja obrigado a mostrar as informações para o Conselho Nacional do Ministério Público, que fiscaliza a procuradoria.
CAIXA 2
A ministra manteve, assim, decisão anterior do colega Teori Zavascki, que já tinha negado pedido de liminar de Gurgel para o caso.
CAIXA 3
Gurgel alega que o pedido de informações não poderia partir de um só conselheiro, sem qualquer denúncia que o embase. O autor do requerimento de informações é Luiz Moreira. Ele é amigo de José Genoino (PT-SP), e por isso procuradores ligados a Gurgel apontam retaliação por causa do mensalão. Moreira diz que apenas cumpre seu papel fiscalizador.

A influência de Roberto Marinho na cultura do vale tudo

Existe uma passagem no livro Dossiê Geisel – uma compilação de papeis do arquivo pessoal de Geisel – que conta muito sobre o espírito da Globo.
O governo militar – que criara a Rede Globo para receber apoio maciço na televisão – começara a ficar preocupado com o monopólio da emissora. Os militares não queriam que a emissora crescesse mais.
A Globo, por isso, não receberia novas concessões.
Roberto Marinho se insurgiu.
Numa conversa com um ministro de Geisel, registrada e depois guardada pelo ex-presidente, Roberto Marinho explicou a filosofia da Globo. Ele queria que tirassem os freios à expansão de seu negócio.
Uma empresa que não cresce declina, afirmou Marinho.
Na visão dele, a Globo teria sempre que crescer para não entrar em declínio.
Crescer a qualquer preço seria uma consequência natural do modo de ver as coisas de Roberto Marinho: ele jamais se caracterizou por escrúpulos ou magnanimidade.
Num dos episódios mais reveladores de sua vida empresarial, submeteu o concorrente quebrado Adolpho Bloch a uma espera interminável em sua antessala. Bloch precisava de dinheiro. Ao recebê-lo enfim Roberto Marinho disse: “Passar bem.”
Foi essa a maneira que ele encontrou de responder a Bloch depois de um episódio em que o direito de transmissão do Carnaval do Rio fora dado à Manchete.
Seus herdeiros – Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto – são continuações e extensões do pai.

José Serra: 43 milhões de votos não podem ser desprezados

Maria Lima, O Globo
Surpreendendo senadores e o próprio líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP), o ex-ministro José Serra desembarcou nesta terça-feira no Congresso, que já estava em clima de recesso branco, e tomou a iniciativa de marcar reuniões e conversas políticas para discutir “saídas para o Brasil”.
Em plena movimentação política para mostrar que está no jogo, Serra conversou com os senadores independentes do PDT, Pedro Taques (MT) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Na ausência do presidente do PSDB e provável candidato ao Planalto, Aécio Neves (MG), que não estava em Brasília, o ex-governador entrou em gabinetes, distribuiu sorrisos e tirou fotos.
Na reunião com os independentes discutiu o impacto dos movimentos de rua e a reação “virtual” do governo Dilma Rousseff. Não negou a saída do PSDB e, ao falar do patrimônio eleitoral de Marina Silva, do Rede, de cerca de 20 milhões de votos em 2010, Serra disse que seus 43 milhões de votos também não podem ser desprezados em 2014.

Com os dogmas neoliberais não se constroí uma nação

O domínio ideológico da escola econômica neoliberal tem o poder de impedir grandes mudanças. Essa predominância constitui um verdadeiro "bloqueio ideológico" que, somado a debilidades do Estado atual, produzem uma grande dificuldade de governos de fazer política. Você não tem mais um Estado capaz de fazer política. 

O Estado americano, por exemplo, não passa de um comitê de empresas. 

O neoliberalismo não é um produto de Reagan ou Thatcher; é produto da derrota da luta social. A primeira coisa que Reagan e Thatcher fizeram foi derrotar os sindicatos. 

O  Brasil precisa não apenas retomar sua industrialização, mas fazer sua reintegração produtiva no mundo. 

Nessa reacomodação interna e externa, deve inclusive rever questões como o protecionismo. Não é nada fora de propósito a presidente  exigir das empresas que vão explorar o Pré-Sal um alto grau de conteúdo nacional. 

Os planos para o futuro, todavia, não podem prescindir de uma atenção especial à educação - não propriamente a educação técnica, mas a educação humanista, aquela que dê elementos para o cidadão entender e julgar. 

A democracia não pode se resumir ao voto. 

A cidadania é o exercício permanente de participação. 

É importante a consolidação de uma cultura democrática de debate em espaços de "controvérsia e discussão", a exemplo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social"  
Luiz Gonzaga Belluzzo, por Inês Nassif, no especial '10 Anos do CDES'

1,69 milhão de famílias abrem mão do Bolsa Família



Dados fornecidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome mostram que 1,69 milhão de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família deixaram espontaneamente o programa, declarando que sua renda já ultrapassava o limite de R$ 140 por pessoa. Estas famílias representam 12% de um total de 13,8 milhões de famílias atendidas. Os dados abrangem todo o período de existência do Bolsa Família, entre outubro de 2003 e fevereiro de 2013. 

Os dados do ministério contrariam a alegação dos críticos do Bolsa Família de que o programa de transferência de renda estimularia os beneficiados a não procurar emprego e melhores condições de vida. De acordo com o secretário de Renda e Cidadania, Luís Henrique Paiva, estas famílias declararam ultrapassar a renda limite na atualização cadastral, realizada pelas prefeituras a cada dois anos. Por sua vez, a fiscalização excluiu 483 mil beneficiários flagrados com renda superior a permitida pelo programa. 

Mãe de cinco filhos, a diarista Selma Patrícia da Silva, de 42 anos, é uma das beneficiadas que deixaram espontaneamente o Bolsa Família após melhorar sua condição de vida. Na época em que fazia bicos como doméstica, e o marido com pedreiro, Selma era beneficiária do Auxílio Gás, Bolsa Escola e Bolsa Família. Depois de construir a sua casa, a diarista decidiu devolver o cartão que garantia o benefício. "Pensei assim: da mesma forma que serviu para os meus filhos, vai ajudar outras pessoas. Acho muita covardia a pessoa não necessitar e ficar recebendo. Entreguei o cartão na mão da primeira-dama (do município), que começou a chorar", disse Selma em entrevista ao jornal O Globo. Hoje, Selma, de Formosa (GO), trabalha como faxineira, fez cursos de artesanato e manicure nos últimos anos e costura bonecas e adereços de pano, vendidos em feiras na vizinhança.

Fonte: PT na Câmara

Minha Casa, Minha Vida é prioridade do governo Dilma




A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (16), em entrevista para a Rede T de Rádio, em Ponta Grossa, no Paraná, que o programa Minha Casa Minha Vida é uma das grandes prioridades de seu governo. Dilma esteve hoje em Ponta Grossa para participar da entrega 1.438 unidades residenciais construídas com recursos do Minha Casa Minha Vida.

"E esse programa, eu vou te dizer uma coisa, ele veio para ficar, ele não vai ser interrompido. Eu tenho certeza que hoje há uma consciência muito grande no Brasil de que não existe forma de garantir casa própria para aquela parte da população mais pobre se nós não dermos um subsídio governamental. E o governo federal tem consciência disso, nunca vai interromper esse programa porque ele é um programa que de fato muda, eu acho que muda a vida", disse a presidenta.

Na entrevista, a presidenta Dilma também falou sobre o programa Mais Médicos, que faz parte do Pacto Nacional pela Saúde.

"Outro programa também que hoje nós estamos empenhados nele, que é trazer médicos, porque aqui talvez o pessoal de Ponta Grossa não tenha assim uma vivência muito próxima disso. Mas tem 700 municípios brasileiros que não tem um médico. Então nós estamos nesse grande esforço também de trazer médicos para o interior do Brasil, para as periferias das capitais e para os estados do Norte e Nordeste, que hoje não têm acesso a um médico. Essa questão de você ter infraestrutura ou ter médico é uma questão falsa. Você tem que ter as duas coisas, tem de ter o posto médico, a UPA e os médicos. Agora, a gente sabe também que nada adianta ter um posto médico muito bem construído e não ter um médico lá dentro. Por isso nós estamos nesse empenho", afirmou.


Ouça a entrevista:


Bom dia