Lavando roupas


Em um bairro de classe baixa de Quixeramobim, haviam três vizinhas que sempre penduravam as roupas no mesmo varal, no quintal de suas casas, Sofia, Júlia e Cláudia. Todas as vezes que chovia, Sofia e Júlia tinham que correr para pegar as roupas e, mesmo assim, elas já estavam completamente ensopadas.

— Assim não dá! — resmungou Sofia para Júlia, certa vez — Como será que a Cláudia faz pra saber quando vai chover? Ela nunca põe as roupas pra secar quando chove!

— Eu estou ouvindo tudo! — advertiu Cláudia, saindo de sua casa — Vocês querem mesmo saber como faço pra saber quando vai chover? Pois eu vou contar! Eu e meu marido dormimos nus e, assim que eu acordo, olho pru cacete dele. Se estiver pro lado esquerdo, não vai chover! Então eu estendo as roupas. Agora, se o danado estiver pro lado direito, é chuva na certa! Aí eu deixo pra estender as roupas no dia seguinte!

— Tá brincaaaaaando! — exclamou Sofia, de boca aberta — Mas pera um pouco! E se o pinto dele estiver pra cima?

— Ah, vocês acham que eu vou lavar roupa num dia desses?

Poesia das vinte e uma e trinta



Bateu uma  saudade estranha, distante... 
Uma saudade doída, aperto no peito. 
Vontade de Viver e reviver tudo que não nos foi permitido.
Saudade de um olhar, desejo de um abraço, vontade de um sorriso...
Bateu saudade, saudade de um tempo que não passou... de um sentimento que não morreu, de um amor que sobreviveu.
O meu!

Autora: Leônia Teixeira

Parque do Cocó: Ocupação Já!

Ambientalistas e  ecologistas [kkk] ocuparam e incentivaram para que ocupássemos o Parque. 

Panfletaram, banearam, enfaixaram e criaram páginas em redes sociais defendendo a ocupação. 

Que beleza!

Vamos ocupar o Parque do Cocó.

MST - Movimento dos Sem Terra -, vamos lá, Ocupação Já, os ambientalistas e ecologistas nos apoiam. 

MST - Movimentos dos Sem Teto -, vamos lá, Ocupação Já, os ambientalistas e ecologistas nos apoiam.

Uma parcela do judiciário nos apoia. Viaduto prá quê?

Carros, motos e demais transportes poluentes trafegarem? Não de jeito nenhum, não vamos permitir essa aberração. 

Todos em defesa da bicicleta.

Este discurso acima é dos ecohipocritas.

Na hora que um pobre sem terra, sem teto ocupar um centímetro do espaço que lhes serve de plataforma aparecer, eles serão os primeiros a exigir do Estado que use de todos os meios para expulsar os invasores.

Que o Exército, a PM, a Guarda Municipal e mesmo o escambáu use cassetete, spray de pimenta, gás lacrimogênio - bomba de efeito moral é a mesma coisa? -...não tem nenhuma importância.

O essencial para eles ocupar a cuca ekovadia e hipócrita com alguma coisa.

Se perguntar a 99,9% desta turma ecohipocrita é que é uma enxada eles retrucarão, quidiabéisso?

Capicce?

É se lhe parece ser?

Não é?

Veja: A frase de Pulitzer 2º a qual uma imprensa canalha cria leitores canalhas se aplica integralmente a Reinaldo Azevedo.


“Bons tempos aqueles em que a CIA resolvia essas questiúnculas de forma radical …”


O comentário de um leitor que assina Andre M. Andrade Jr aparece no blog de Reinaldo Azevedo, na Veja.

O tema do artigo de Azevedo era a detenção do parceiro do jornalista Glen Greenwald em Heathrow.


Previsivelmente, Azevedo apoiou a detenção. Disse que a Scotland Yard fez o que devia fazer. E arrematou: “Fico tranquilo”. Ah, que bom: a tranquilidade de Azevedo é realmente uma coisa que faz muita diferença no conturbado mundo em que vivemos.

O leitor lamentava que a CIA simplesmente não pudesse mais matar Greenwald, e seu “marido”, como Azevedo definiu. E também Snowden, Assange etc.

Disse, quando a nova geração de Civitas assumiu a Abril com a morte do pai, que eles poderiam escolher entre figurar rapidamente na lista das pessoas mais detestadas do Brasil ou mudar a Veja.

Passados alguns meses, está claro que a opção 1 é a que se materializará. Lamento, porque Giancarlo, com quem trabalhei, é um bom cara, e sempre me falaram bem do caráter de Titi, o caçula.

Reinaldo Azevedo escreve coisas repulsivas, e atrai leitores igualmente repulsivos. São pessoas que representam o que existe de pior numa sociedade: ignorantes, preconceituosos, homofóbicos, egoístas e moralmente corrompidos.

Em suma, eles são exatamente como Azevedo. A frase de Pulitzer segundo a qual uma imprensa canalha cria leitores canalhas se aplica integralmente a Reinaldo Azevedo.

Considere o texto sobre Greenwald.

O brasileiro David Miranda, por exemplo, é chamado no título de “marido” de Greenwald.

A homofobia é clara e desprezível. Azevedo tenta desqualificar Greenwald por ser homossexual.

Mas pior que isso são as reações que isso desperta nos leitores da Veja. Uma amostra:

1) “Quem diz que os gays são perseguidos no Brasil é a militância gay e os partidos e movimentos de esquerda. Nenhum, absolutamente, nenhum é perseguido. É conversa de vigarista.”

2) “Marido?! Por favor, esse termo é reservado a quem é casado com mulher, esse palhaço é na máximo amásio, ou amásia, do traidor.”

3) “Gostei da ironia da palavra ‘marido’. Vou adotar. Não é a primeira vez que um brasileiro e seu par são notícia na mídia lá fora.”

4) “Essa confusão toda é pq o cara é gay! Não sei como o Reinaldo sabe se o cara é ‘MARIDO’ ou ‘MARIDA’. É brincadeira uma coisa dessas.”

5) “Reinaldo, quando li a notícia e falou que o brasileiro era o marido fiquei na dúvida e voltei para conferir a esposa. Só que a esposa é também do sexo masculino. Não é engraçado ? O que a polícia britânica fez faz todo sentido. Quem manda ser marido de jornalista envolvido com o traidor?”

6) “Marido! Que marido. Casal é e sempre será entre um homem e uma mulher – entre um macho e uma fêmea. Entre dois machos e/ou duas fêmeas será sempre PAR e não casal. É igual a um par de botina, sapato, luvas, etc., mas não um casal.”

7) “Ei Reinaldo, vc sabe se o brasileiro é marido ou esposa? Lol.”

8) “Lamentável que o mundo esteja aceitando e disseminando com tanta naturalidade o homossexual a ponto de achar que beijo na boca em público – na frente de crianças – é normal, que não é obsceno. Minha mulher, lembrando da verdadeira relação marido-mulher, teve vontade vomitar quando leu esta matéria, disse ela!”

9) “Em tempos de guerra, seriam certamente fuzilados. Aqui no Brasil eles contam com a simpatia da imprensa por uma questão de homossexualidade.”

10) “É o Brasil mostrando sua cara! Os nascidos no pais não serão jamais conhecidos por ganhar um prêmio Nobel, mas sim por serem gays e por ser amasiados com porta-vozes de terroristas. Viva o Brasil, vivam os … gays brasileiros!”

Esta, em síntese, a mentalidade do leitor de Reinaldo Azevedo. Note que ele escolhe minuciosamente os comentários que publica. Opiniões divergentes são simplesmente censuradas e deletadas.

Sugeri outro dia à nova administração da Abril – o presidente executivo Fabio Barbosa incluído – que fizesse um teste: mandar com nome fantasia comentários divergentes e polidos a Azevedo para testar seu apreço à democracia.

Reinaldo Azevedo atrai o que existe de pior entre os brasileiros. Contribui poderosamente – não sozinho, é verdade — para que a revista seja achincalhada nas manifestações em que jovens protestam por um país menos iníquo.

Contribuirá poderosamente, também, para que Giancarlo e Titi Civita logo estejam entre as pessoas mais abominadas do Brasil.

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo

Luis Fernando Veríssimo: Sou radicalmente contra a pena de morte, mas faço algumas exceções

Quem conversa no cinema durante todo o filme e, por uma estranha deformação da lei das probabilidades, sempre senta atrás de você, merece execução sumária.
Quem liga o seu celular no meio do filme para ver se tem alguma mensagem, e por outra cruel casualidade sempre senta do seu lado: execução sumária — se possível por garrote vil.
Gente que imita aspas com dois dedos de cada mão... Está bem, isto é só uma implicância minha. Sete anos de trabalho forçado.
Casal que se chama de “fofo” e “fofa”: banimento para a Ilha do Diabo, ou similar.

José Serra: Se é assim, governo pra quê?

O sonho de consumo da presidente Dilma/Lula/PT e cia é disputar a eleição contra um candidato que use esse ultrapassado e surrado discurso durante a campanha. Se fosse possível o PT votaria numa prévia realizada no PSDB para escolher o candidato do partido à presidência ano que vem. José Serra seria escolhido com folga. Leiam o artigo abaixo:
Não é segredo, mas o fato de a coisa ser óbvia não faz brotar do chão as obras: o principal problema econômico do Brasil é o imenso déficit na infraestrutura – estradas, ferrovias, hidrovias, mobilidade urbana, portos, aeroportos e energia. Esse déficit se deve à incapacidade do governo federal de dar realidade aos investimentos públicos.
Como proporção do PIB, o Brasil está entre os dez países do mundo onde o governo menos investe. Um paradoxo, sem dúvida, se levarmos em conta o tamanho da carga tributária – a maior do mundo em desenvolvimento – e a excepcional bonança externa que favoreceu a economia brasileira desde meados da década passada até recentemente.
Os frutos dessa bonança e os maiores recursos fiscais não foram aproveitados para elevar investimentos, mas para financiar gastos correntes do governo, consumo importado (que substituiu a produção doméstica), turismo no exterior e grandes desperdícios.
Não é por menos, aliás, que o Brasil caminha firme rumo à desindustrialização e, com ela, à queda de investimentos no setor, a exportação de postos de trabalho mais qualificados e à renúncia dos benefícios do progresso técnico que acompanha a atividade manufatureira.
Mais ainda: o país tornou-se vítima, novamente, do desequilíbrio externo, com um déficit em conta corrente caminhando para 4% do PIB. Nota: é bobagem relativizar o peso desse número com a máxima de que temos reservas altas. Relevante é a tendência observada, que piora as expectativas, leva à contração dos investimentos privados e à pressão sobre a taxa de câmbio.
Parece paradoxal, mas o fraco desempenho dos investimentos públicos se deve à inépcia, não à uma escassez de recursos. O teto dos investimentos federais pode até ser baixo, e é, mas o governo não conseguiu atingi-lo. A falta de projetos, de planejamento, de gestão e de prioridades é o fator dominante.
Há exemplos já "tradicionais" de obras que, segundo o cronograma eleitoral propagandeado, já deveriam ter sido entregues, mas que percorreram de zero à metade do caminho, como a Ferrovia Transnordestina, a transposição do São Francisco, a Refinaria Abreu e Lima, a Ferrovia Oeste-Leste (Bahia), as linhas de transmissão para usinas hidelétricas prontas (Santo Antônio e Jirau) etc.
A ponte do Guaíba, no Rio Grande do Sul, nem saiu do projeto. Dez aeroportos da Infraero estão com contratos paralisados. Os atrasos nas obras nas estradas federais contemplados no PAC são, em média, de quatro anos — para a BR-101, no Rio Grande do Norte, serão no mínimo cinco: deveria ter sido entregue em 2009 e foi reprogramada para 2014. Depois de um pacote de concessões de estradas muito malfeito, em 2007, só agora, seis anos depois, o governo anuncia um novo, e em condições adversas devido às incertezas da economia e dos marcos regulatórios.
O emblema da falta de noção de prioridades o trem-bala, anunciado em 2007. Transportaria somente passageiros e, segundo o governo, custaria uns R$ 33 bilhões. O Planalto garantia que seria bancado pelo setor privado. O aporte do Tesouro Nacional não passaria de 10% do total.
Graças à inépcia — nesse caso, benigna porque se trata de uma alucinação — e ao desinteresse do setor privado em cometer loucuras (apesar dos subsídios fiscais e creditícios que receberia), não se conseguiu até hoje licitar a obra. Depois do recente adiamento, o ministro dos Transportes estimou que a concorrência ficará para depois de 2014. Ao ser lançado, o governo dizia que já estaria circulando durante a Copa do Mundo...
Desde logo, os custos foram grosseiramente subestimados. Esqueceu-se das reservas de contingência, e foram subestimados os preços das obras. O custo dos 100 km de túneis foi equiparado ao dos túneis urbanos, apesar de serem muito mais complexos e não disporem de rede elétrica acessível.
Esqueceram de calcular o custo das obras urbanas para dar acesso rápido às estações do trem. A preços de hoje, a implantação do trem bala se aproximaria de R$ 70 bilhões. Além dos subsídios do BNDES, que saem do bolso dos contribuintes, o banco seria investidor direto, ao lado da... Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos!
A obra não foi adiante, mas o governo não desistiu. Para variar, criou uma empresa estatal para cuidar do projeto, que já emprega 140 pessoas. Até o ano que vem, o alucinado gestor governamental do Trem Bala anunciou o gasto de R$ 1 bilhão, sem que se tenha movido ainda uma pedra. O atual ministro dos Transportes desmentiu-o, assegurando que seriam apenas... R$ 267 milhões! Sente-se mais aliviado, leitor?
Admitindo-se que seria possível mobilizar R$ 70 bilhões para transportes, um governo “Padrão Fifa”, como pedem as ruas, poderia, sem endividar estados e municípios, fazer a linha do metrô Rio-Niterói, completar a linha 5 e fazer a linha 6 do metrô de São Paulo, concluir o de Salvador, tocar o de Curitiba e de Goiânia, a linha 2 de Porto Alegre, a linha 3 de Belo Horizonte, construir a ferrovia de exportação Figueirópolis-Ilhéus, a Conexão Transnordestina, a ferrovia Centro Oeste, prolongar a Norte-Sul de Barcarena a Açailândia, Porto Murtinho a Estrela do Oeste, o corredor Biooceânico Maracajú-Cascavel e Chapecó-Itajaí. E, é certo, poder-se-ia fazer uma boa ferrovia Campinas-Rio de Janeiro, com trens expressos normais, aproveitando-se a infraestrutura já existente.
Nessa perspectiva, seriam investidos R$ 35 bilhões em transportes de cargas e outros R$ 35 bilhões em transporte de passageiros, beneficiando mais de 5 milhões de pessoas por dia. O trem-bala, na suposição mais eufórica, transportaria 125 mil pessoas por dia...Trinta e nove vezes menos!
É evidente, leitor, que nada disso é fácil. Ocorre que, no geral, as facilidades se fazem por si mesmas. Populações criam o Estado e elegem governos para se façam as coisas difíceis e necessárias. Só por isso aceitamos todos pagar impostos, abrir mão de parte das nossas vontades e sustentar uma gigantesca burocracia. Os governos existem para tornar mais fáceis as coisas difíceis, mas não para fazer o contrário.