desapegar das pessoas

by claudia regina

lembro que, não faz muito tempo, eu acumulava pessoas à minha volta. "todo mundo tem uma história", dizia eu para eu mesma, e por isso insistia em me relacionar com pessoas que nem sempre se encaixavam no meu momento de vida. eu vivia em situações em que, mais cedo ou mais tarde, pintava uma perguntinha na minha cabeça:"o que estou fazendo aqui?"
essa pergunta normalmente aparecia quando eu ouvia um comentário preconceituoso, quando se julgava negativamente alguém ou quando as conversas giravam em torno de pessoas, e não de ideias.
e eu, fingindo risadas de coisas que não achava graça e, pior ainda, repetindo comentários parecidos para não me sentir tão deslocada, terminava o dia sentindo vergonha de mim mesma e da minha carência.
a verdade é que sim, todo mundo tem uma história. mas para o dia a dia, para o relacionamento constante, é preciso que as histórias batam. que seja possível sentar com alguém e se sentir simplesmente… em segurança.
semana passada notei que no último ano essa pergunta não surge mais. notei que com um trabalho constante de desapego, é possível me manter rodeada de pessoas que acho interessantes (e, como dizem por aí, se você é a pessoa mais interessante da sala, procure mudar de sala.) pessoas que, muitas vezes, também já se fizeram a mesma pergunta.
eu podia ter notado isso em várias situações no último ano: podia ter sido durante as surubas vegetarianas com pessoas que não vou citar por respeito, durante as fotos nuas e peludas com o pessoal do coletivo além, ou ao usar a casa e as roupas da let enquanto ela gravava chamadas para seu programa de televisão. podia ter sido ao viajar pra ilha grande com amigos tão maravilhosos que nada que desse errado era um problema, podia ter sido ao participar de projetos de gente legal fazendo coisa legal (pessoal da tv folha, tv uol, espaço humus) ou podia ter sido durante os encontros com leitores do alex castro. podia ter sido na primeira, na segunda, ou na décima cama/sofá/colchão estranhos em que dormi em 2013, sendo hospedada por gente que é tão do bem que aceita estranhas da internet em casa e também podia ser ao encontrar tanta coisa em comum com a namorada de um amante (ou ex-amante? sei lá, pois todos vivemos relacionamentos livres sem muito começo ou fim.)
eu podia ter notado isso em várias dessas situações lindas, mas só parei para pensar nesta noite específica. uma noite em que eu, meu companheiro e duas pessoas lindas que acabávamos de conhecer estávamos livres para sentar e conversar.
e uma dessas pessoas lindas nos contou sua história. uma história que além de conter uma vida adulta cheia das histórias que a vida adulta nos traz, me marcou por uma coisa: a juventude com bullying. e ela continuou contando: na época até marcou a data do suicídio e foi por um acaso do destino que ele não aconteceu.
e me lembrei da minha própria juventude: o bullying e o suicídio marcado e tentado. e foi por um acaso do destino que ele não aconteceu.
eu sonhei com essa pessoa linda esses dias. estávamos dançando em cima da cama!
foi neste dia que parei e percebi que ultimamente minha pergunta é: 

o Judiciário o mais corrupto dos poderes

[...] corrompe a ideia, o ideal de Justiça!
Joel Neto
O STF e os 4p
por Obelix

Prezados e prezadas,
Já disse antes, e repito: O Judiciário brasileiro é o esteio de um sistema excludente, marginalizante e que seleciona os réus e suas penas pela classe e pela cor da pele.
Não há como esperar traços civilizatórios e progressistas em um entulho autoritário como este, que inclusive foi o único poder a continuar intacto durante cada ditadura deste país, justamente porque é o poder mais anti-democrático.
Isto é fato!
Recentemente, com a chegada do PT ao governo central, e até hoje, com o bem sucedido desempenho nas urnas, e na condução das formas de governabilidade que este grupo político escolheu, o judiciário brasileiro incorporou outra categoria aos famosos e tradicionais 3P (preto, puta e pobre), ou seja, temos agora os 4P, incluídos os petistas.
Não há como argumentar que não teremos aquilo que já conhecemos: aos amigos tudo, aos inimigos a lei, ainda que o Senhor Nassif se esforce ao extremo em dizer que a presença do Juiz Barroso é um sinal de diferença. 
Nem vou mencionar a postura da mídia. Esta já está reconhecidamente comprometida desde que nasceu.
Falo das esperanças de que este julgamento possa representar ao mesmo tempo uma lição de isonomia e uma reparação justa aos supostos crimes cometidos.
Não foi desde as investigações e o tratamento dado pelo ex-procurador geral que hoje trabalha para Daniel Dantas, e nem será pelo relator ou o plenário.
Não será porque ser isonômico com a ação 470 seria tratar os réus do mensalão tucano como párias, e ninguém no STF está disposto a agir da mesma forma com "aliados" históricos, é portanto uma questão de classe o STF tratar a elite como ela se julga merecedora, com todas os salamaleques e chicanas processuais possíveis.
Não será porque uma reparação justa deveria tratar de temas que foram curiosamente esquecidos, como é o caso doa ação do banqueiro "oportunista", a morte da modelo mineira, dentre outros problemas obscuros.
Não será porque houve um desmembramento cômico, que retalhou e retaliou o entendimento do mesmo STF quando tratou da ação 470. Com toda certeza não teremos o "fatiamento" da denúncia e da votação do relatório. E quem entende do riscado sabe que estas questões formais fazem uma enorme diferença, ainda mais com defesa oral!
Não será porque desde o início, um caso de 1998 foi precedido por um caso bem mais recente, quase como a convidar para manobras prescricionais em crimes de penas menores.
É bom lembrar que réus sem antecendentes gozam do privilégio da prescrição pela pena ideal (entra para o cálculo da prescrição, do artigo 109 do CP, a pena mínima cominada em cada crime).
O julgamento da ação do mensalão mineiro é mais ou menos como o caso do exército adversário que invade seu território, estupra suas mulheres e meninas, mata velhos e crianças, queima tudo à vista, e quando são capturados apelam para as Convenções de Genebra.
O problema do PT foi desprezar o potencial de estrago que a omissão em alterar nosso estamento judiciário e normativo, bem como os sistemas de formação de cortes superiores, dentre outras questões.
Na guerra do Judiciário, perdemos sempre.

É poesia

Um poema singular
***
Passarinhos,
Labirintos,
Campinhos
Dias de chuva,
Brincadeiras, amigos
Roupa suja

Rolimã,
Irmão, irmão
Irmã
Brinquedos, passeios?
Pai
Canções, orações
Mil perdões?
Mãe.

Tivesse te conhecido
Nesse tempo passado,
Afirmo e não duvido,
Já teria me apaixonado!

Te conhecendo homem feito,
O tempo parece estreito,
Não sei como, nem porque.
Será obra do destino?
Amo o homem e o menino
E ambos habitam você!





Cansei

E se eu pudesse mudar algo, alguma coisa?..
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“Clique. Clique. Clique. Clique.”
Cansei. Hora de recomeçar, mudar, fazer e refazer. Repensar.
Foi assim, num clique em um belo dia na volta de uma breve conversa com meu chefe. Ex-chefe, digo. Foi um clique mais que óbvio, mas coisas evidentes sobre nós mesmos não são tão fáceis de enxergar.
Eu não gostava daquele emprego. Mas não podia largar. Tinha de pagar as contas e, talvez, assumir um status ou simplesmente atender as expectativas que os outros tinham em mim e, nessa brincadeira, passei dois anos me anulando e desperdiçando energia demais em coisas que não me acrescentavam nada, muito pelo contrário, apenas me desgastavam.
Culpa de uma grande dívida que nasceu nesta insanidade. Um apartamento.
E olha, caro amigo, pagar um imóvel com salário de assistente significa abdicar-se de quase tudo: não sair, freelar de madrugada e se virar com o que tem. No fim, tudo deu certo. Foi uma boa poupança que me rendeu uma grande viagem, mas com uma execução errada. Poderia ter tido disciplina e guardar essa grana de qualquer forma e sem tanto sofrimento.
Tentando ser positivo — não vou reclamar de tudo –, durante dois anos você conhece muita gente e as pessoas são, muito provavelmente, a máxima da vida. Um dos responsáveis pelo tal estalo foi o Fernando, um amigo com quem eu almoçava todos os dias. Nesse tempo, conversávamos muito sobre a vida e sobre o tempo que perdíamos ali e como não chegaríamos a lugar algum.
Entretanto, tínhamos um assunto predileto: viagens.
O cara viajou muito e despertou em mim esse antigo sonho. Conhecer lugares, gente, passar perrengue, ter histórias para contar. Comecei cada vez mais me sentir acorrentado, enquanto a vida acontecia do outro lado do vidro a prova de som e longe do ar condicionado.
Após me estabilizar, vender meus metros quadrados e ver que poderia seguir minha vida, pedi demissão e segui os passos de Amyr Klink:

Ela também não!

Dois amigos se encontram depois de alguns anos e um deles pergunta:
— E a Ritinha, sua noiva, como vai?
— Ah, cara! Nem me fale... Nós terminamos tudo!
— Sério!? Mas a Ritinha era uma garota lindíssima!
— É, mas me diga uma coisa... Você se casaria com uma pessoa mentirosa, preguiçosa e infiel?
— Não, de jeito nenhum!
— Pois é... Ela também não!


‪#‎PQP‬!!!


na Linha do tempo de Ricardo Rocha

O responsável!

Aqui em casa eu sou o único responsável.

Sumiu algo:
O responsável foi o Paulo!
Quebrou algo:
O responsável foi o Paulo!
Alguém chorou:
O responsável foi o Paulo!
A casa está bagunçada:
O responsável foi o Paulo!

Por que sempre Eu?...

Paulo Henrique

Lucro dos bancos

Quem ganha, quem perde?...

por Vladimir Saflate
Duas notícias quase simultâneas forneceram uma boa fotografia do que o Brasil se tornou. Na primeira, descobrimos, o lucro líquido do Itaú em 2013 alcançou os 15,7 bilhões de reais, o maior da história dos bancos brasileiros, segundo estudo da consultoria Economática. Enquanto isso, o Bradesco apresentava o segundo maior lucro do ano, 12 bilhões de reais. Apenas duas instituições financeiras embolsaram quase 28 bilhões de reais, isto em uma economia de crescimento estagnado. Na segunda 3, a outra informação: a produção industrial caíra 3,5% em dezembro em comparação a novembro, a maior retração em cinco anos.
Diante desses dados, é difícil não lembrar de uma bela frase do presidente da Islândia, Olafur Grimsson: “Uma economia com bancos muito fortes é sinal de um país que vai mal”. Não só pelo fato de uma nação atrativa para investimento especulativo, no qual aplicar dinheiro em cassinos travestidos é o melhor negócio, nunca conseguirá financiar o desenvolvimento da criatividade empreendedora de seu povo. Mas principalmente porque uma economia com bancos fortes destrói tudo à sua volta.
Os bancos drenam os melhores cérebros para o sistema financeiro. Foi assim que os melhores engenheiros do Brasil não foram parar nas universidades a estudar novos materiais, em programas de despoluição de rios ou em pesquisas sobre energia alternativa. Foram fazer contas. O Brasil assim se transformou em um país que forma economistas não para pensar problemas regionais ou desenvolver políticas de combate à pobreza, mas para fazer consultoria para bancos, fundos de investimentos e outros segmentos do mercado financeiro.
Por outro lado,