Papo de homem

Prisão patriotismo

É deliciosa a sensação de irmandade que nos acolhe quando estamos em nossa terra, cercadas de iguais, praticando nossos costumes, ouvindo nossa língua, nosso sotaque.
É reconfortante fazermos parte de um estado-nação que nos reconhece como pessoas cidadãs, que garante nossos direitos humanos fundamentais, que nos fornece um passaporte aceito por outras nações.
Infelizmente, essa nossa sensação de comunidade, que não é menos real, concreta e verdadeira por ter sido imaginada, fabricada, construída, muitas vezes nos leva a odiar ou desprezar as outras pessoas que não nasceram no nosso chão, que têm outros costumes, outras línguas, outros sotaques.
Então, se amamos exaltadamente essas abstrações políticas imaginárias, com seus simbolozinhos e musiquinhas; se nos dispomos a matar e morrer por elas; se engolimos acriticamente o discurso nacionalista-excludente do “ame-o ou deixe-o”, então, sim, o patriotismo pode ser uma prisão.

O patriotismo das leoninas

Como pessoas humanas, nossa tendência é sempre naturalizar o mundo que recebemos. As coisas são assim porque sempre foram assim porque sempre serão assim.
Para nós, é tão normal esse mundo onde as pessoas se dividem e se identificam com base no pedaço de chão onde nasceram que mal conseguimos perceber o quanto esse sistema é arbitrário e convencionado.
Por que não criarmos outras irmandades?
Se existem duas pessoas competindo, o natural, o normal, o esperado, o óbvio, é que eu torça pela pessoa brasileira.
Mas por que me identificar com linhas arbitrárias traçadas no chão e com as pessoas que compartilham comigo o acidente histórico e fortuito de ter nascido no espaço compreendido dentro dessas linhas?
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Por que não traçar outras linhas arbitrárias para definir nossas lealdades?

Papo de homem

Tristeza e injustiça: futebol deve usar eletrônicos(?) para evitar erros de arbitragem? 

O sorriso que exibia ao carregar um cartaz para lá e para cá pela Fan Fest do Farol da Barra já indicava, mas o nome não deixava margem para dúvidas: na capital baiana, Salvador Chava se sente em casa. Entre as muitas poses para fotos, o estudante mexicano – que chegou ao Brasil ainda em fevereiro para aulas de Engenharia Ambiental – aproveitou um pedaço de papelão para externar o lamento comum a todos os seus compatriotas que vieram para a Bahia: o penâlti marcado para a Holanda no último minuto do jogo de 29 de junho.

Salvador chava mexico
Robeeeeeen ¡Puto!, dizia o cartaz de Salvador. Seu amigo escreveu: #Noerapenal…
Unânimes em dizer que o ponta-direita Arjen Robben se jogou, os latinos – que já tinham ingressos comprados para a partida que seu time disputaria caso passasse de fase – decidiram não abrir mão da viagem. Em um desse fenômenos supranacionais que só a Copa (e o sentimento de vingança) explica, somaram forças aos costarriquenhos, seus companheiros de confederação, na torcida contra os algozes.
Depois de uma conversa aberta sobre as falhas e o acertos da Copa, aproveitei para perguntar a Salvador sua opinião sobre uma das maiores polêmicas do futebol atual. Levando em conta a dor da derrota, a tristeza e a sensação de injustiça que um só lance foi capaz de causar a um país inteiro, ele seria a favor do uso de recursos eletrônicos para evitar erros de arbitragem?
Me parece que seria mais justo, mas ao mesmo tempo perderíamos esse tempero que o futebol às vezes tem.
Faz parte do jogo.
***
Uma Copa do Mundo se faz com pessoas.
As que entram em campo, as que viajam para testemunhá-la, as que enchem as ruas, as que se voluntariam, as que torcem e as que veem no evento uma oportunidade para garantir seu sustento ou para extravasar.
A seção “Álbum de Figurinhas” pretende contar, com um microrrelato artesanal e um retrato por dia, a história de algumas dessas pessoas, muitas vezes invisíveis, que povoam os bastidores da Copa do Mundo do Brasil.
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Para ler todos os textos, basta entrar no nosso Álbum de Figurinhas.
Ismael dos Anjos


É mineiro, jornalista, fotógrafo, devoto de Hunter Thompson e viciado em internet. Quanto mais abas abertas, melhor.

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Sobre o artigo do Financial Times que afirma: O Brasil já ganhou a Copa

or Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo.
Um artigo do Financial Times circula nestes dias pela internet. O título é: “O Brasil já ganhou a Copa”.
Ao contrário de textos do FT críticos à política econômica do governo, este não é objeto de exaustiva repercussão na mídia e seus comentaristas.
Regra número 1: a mídia repercute apenas notícias negativas, numa seleção minuciosa que não admite exceções.
O artigo do FT sublinhava o que já é de amplo conhecimento: a Copa foi um triunfo.
A extraordinária surpresa se deveu menos aos fatos, em si, e mais à campanha feroz movida pela imprensa.
Num dos momentos apoteóticos dessa campanha, Jabor disse que o Brasil mostraria sua incompetência em organizar um evento de tal magnitude.
Mesmo jornalistas de outra natureza que não a de Jabor se deixaram contaminar pelo sentimento apocalíptico. Poucas semanas antes da estreia do Brasil, depois de visitar o Itaquerão num jogo do Corinthians, Juca Kfouri previu, na ESPN, o caos.
O FT falou naquilo que todos sabem: os brasileiros são um povo encantador. O francês rosna para você. O inglês ignora você. O brasileiro sorri e dá um tapa nas suas costas.
Para os jornalistas estrangeiros, e os turistas, cobrir a Copa nas cidades com praias foi uma experiência única. “A Copa tem que ser sempre no Brasil” foi uma frase várias vezes repetida.
Também para os jogadores estrangeiros o Brasil foi, em geral, uma festa. Viralizou um vídeo em que futebolistas alemães torciam num hotel, ao lado de brasileiros, na disputa de pênaltis entre Brasil e Chile.
O ganho em termos de imagem para o Brasil é inestimável. A “publicidade” gratuita que a mídia internacional deu ao país com seus textos e vídeos não tem preço.
Não é que o Brasil tenha passado por uma metamorfose súbita na Copa. É que a mídia, já faz um bom tempo, retrata um país que não existe.
É a Banânia, uma terra da qual devemos todos nos envergonhar. Segundo a mídia, somos corruptos, somos infames, somos linchadores, somos violentos, somos canalhas, somos ignorantes.
Falta alguma coisa? Ah, sim: somos feios.
O Brasil monstruoso da mídia não é, evidentemente, uma obra do acaso. O objetivo é convencer os incautos de que, com outra administração, viraremos um paraíso, mais ou menos como o Brasil que a Globo mostrava na ditadura militar.
Ou, tirados os exageros, como o Brasil sob a ótica dos jornalistas, turistas e jogadores estrangeiros que vieram para a Copa.
O país tem desafios monumentais para se tornar uma sociedade avançada, é certo. Os extremos de opulência e miséria ainda são intoleráveis, a despeito da redução da desigualdade verificada nos últimos anos.
Um “choque de igualdade” tem que percorrer o país.
Mas não somos a Banânia da mídia.
Melhor: a Banânia está representada apenas numa área. Na própria imprensa. A mídia brasileira é, em si, a Banânia que, ardilosamente, ela finge que o Brasil é.
Leia Também: A Copa vai mostrar ao mundo a nossa incompetência

Humor - The i-piauí Herald

Felipão escala Lacan para substituir Luiz Gustavo

DIVÃ COMARY - "Penso onde não existo e existo onde não penso" (Jacques Lacan). Ao acordar de um sono tranquilo, Hulk teve a supresa de encontrar sob a porta de seu quarto, na Granja Comary, a frase do psicanalista francês. Vinha escrita num papelzinho, em letras manuscritas, com o complemento singelo "um abraço carinhoso, pai Felipão". Não foi o único. Cada atleta recebeu o seu recadinho. "O inconsciente é estruturado como uma linguagem" (Jacques Lacan), leu Luiz Gustavo, intrigado com o recado. "Acho que foi um toque pra maneirar nos carrinhos", confidenciou a um colega, ele que está suspenso da partida contra a Colômbia. "De erro em erro vai-se descobrindo toda a verdade" (Sigmund Freud). O zagueiro Thiago Silva caiu no choro ao ler seu bilhetinho, que estava ao lado do copo de Ovomaltine, no refeitório dos jogadores.

O "choque de psicologia" foi decidido às pressas pela comissão técnica, depois que Neymar caiu em prantos quando David Luiz lhe roubou um pirulito durante a hora do recreio, entre os treinos. À tarde, em entrevista coletiva, Oscar disse estar confiante com o time: "O professor falou que é pra deixar a libido fluir, com certeza", comentou. Perto dele, o lateral Marcelo descansava sob uma árvore, absorto na leitura de "O Futuro de uma Ilusão". Mais ousado, Dani Alves mandou desenhar no próprio cabelo o ensinamento de Wilhem Reich: "O grande homem é aquele que reconhece quando e em que é pequeno".

A preleção para o jogo de amanhã será feita por uma junta de psicanalistas. Jorge Forbes lerá trechos de "Os Seminários", de Lacan, para, segundo ele, "mostrar como tudo pode ser mais confuso e estimular o feijão com arroz em campo". Renato Mezan falará sobre a história do conceito de inconsciente, dos românticos alemães à crítica de Michel Foucault.

No final, Scolari apareceu vestindo bombachas. Deu um gole no seu chimarrão e resumiu: "Se nenhuma dessas merdas der certo, vai é na porrada mesmo!".          

Crônica do A. Capibaribe Neto

Presságios e pressentimentos

Pressentimento é um sentimento vago ou instintivo do que há de suceder. Ouvir ou perceber ao longe, ou antes, de ver. Tem por sinônimo geral, antessentir. Presságio pode ser também um sinônimo, mas soa como algo mais que é um sinal pelo qual se ajuíza ou se conjectura do futuro, algo que está prestes a acontecer; pode ser também agouro ou augúrio. Uma coisa é certa: ninguém pode alimentar um sentimento vago de que vai morrer. Sim, porque vai mesmo, a data e a hora já estão definidas, só que não se sabe... Já o presságio é aquela sensação, espécie de aviso de que não se deve ir ou voltar. Os melhores pressentimentos são aqueles que alimentamos com a ilusão de que os números que jogamos na loto serão sorteados naquele dia. É bom pressentir coisas assim embora semana após semana a frustração bata à porta. Quando viajei sozinho para um lugar distante, perto do Polo Norte, não tive pressentimento de que iria morrer no meio do nada, debaixo de um frio de menos 26 graus, ao aventurar-me em uma floresta, sozinho, em Pyhätunturi, além de Rovaniemi, na Finlândia. Aventurei-me por ali de atrevido, de maluco, de qualquer que seja o adjetivo para qualificar a empreitada. Já caminhei sozinho pelas dunas intermináveis do Saara, e por lá deixei meus rastros. Não provei de medo do sol escaldante ou do frio cortante das noites do deserto. Faz pouco, foi outra vez à beira do fim do mundo: Akureiry, norte da Islândia...! 
Perdi-me em caminhada solitária no meio da montanha quando nuvens pesadas baixaram, o vento começou a assobiar levantando neve e não havia nenhum ponto de referência para o qual me dirigir, até que vislumbrei, depois de quase uma hora, uma luz acanhada no meio daquele imenso nada, no único poste que havia naquilo que seria a minha salvação. Lembro que não tive nenhum pressentimento que iria morrer, mas não sei explicar porque achei graça da situação enquanto olhava para a placa metálica presa ao pescoço com meu nome e embaixo dele, Brazilian Press. Loucura? Tendência ao suicídio? Idiotice? Não sei... Que digam, que pensem, que falem... Mesmo quando me aventurei no Afeganistão e fui soltar uma pipa em Cabul, e escapei de sumir do mapa quatro vezes ou sei lá quantas mais, que não me dei conta, não pressenti que iria chegar a minha hora. Talvez esteja em busca de alguma coisa que ainda não sei o que seja... Sempre defendi que, em momentos de confusão emocional, as pessoas devem marcar um encontro consigo mesmas. E serem pontuais. É importante que sejam pontuais, seja onde for esse encontro. No deserto, na montanha, às margens de um rio ou de um lago de águas serenas, onde possam refletir ao som de uma brisa de fim de tarde, ou noite adentro, escutando um cricrilar intermitente. 
Às vezes, as consequências de um arrependimento batem forte, e geralmente não é pelas costas, porque arrependimento mesmo é quando as pessoas descobrem no momento da ação ou atitude, que tinham consciência de uma segunda alternativa. 
Interessante, é que nos dias atuais, ao me aventurar pelas ruas hoje covardes e traiçoeiras da cidade onde nasci, sempre tenho um pressentimento de que talvez não volte, que me acidente por conta de um maluco irresponsável e mal educado ou que não sabe quem é o pai, se me faço entender. Loucura é sair à noite. Tendência ao suicídio é se revoltar contra a impunidade ou denunciar falcatruas. Loucura é participar de demonstrações que vestem fantasias de interesse do povo e não passam de armadilhas de mascarados com interesses escusos. Tenho um pressentimento de que ir outra vez ao meu encontro do alto do Tibet, no Deserto de Gobi ou descansar nas areias de Vanuatu não é simplesmente uma aventura ou a busca de imagens que sempre me esperam por onde ando, mas uma forma de ter esperança de que a vida só vale à pena quando se vive sem limites de horizontes ou expectativas de paz.

Treze coisas que você não sabia sobre o Facebook


Que o Facebook é a rede social mais popular do mundo, com 1,3 bilhão de usuários, você já sabe. Que seu dono é o jovem bilionário Mark Zuckerberg, também. Mas há pelo menos outras 13 informações sobre o site que você talvez desconheça. Listamos abaixo algumas curiosidades, reproduzidas do Buzzfeed.

 1. Al Pacino foi o primeiro rosto no Facebook

Até 2007, o rosto que ficava no cabeçalho do Facebook era  um retrato de Al Pacino jovem. O logo foi criado por Andrew McCollum, colega de sala de Zuckerberg, mas a razão para uma escolha tão específica não foi divulgada.

2Todos os dias são feitas cerca de 600.000 tentativas de invasão de contas na rede social

As tentativas bem-sucedidas costumam usar a lista de contatos do usuário para enviar spams à lista de amigos com links falsos. Em outros casos, são apenas amigos que querem fazer brincadeiras mesmo.

3. 64% dos usuários que criaram um perfil visitam o site diariamente

As informações são de um estudo do Pew Research Center.

4.  O Facebook é apontado como motivo de 1 em cada 3 divórcios britânicos


De acordo uma pesquisa realizada no Reino Unido, a rede social foi mencionada em um terço dos pedidos de divórcio realizados no ano passado.  O motivo? É mais fácil encontrar ex-namorados e conhecer novas pessoas sem dar bandeira. Ou quase isso.

5. Por mês, mais de 1 bilhão de pessoas acessam o Facebook em dispositivos móveis.  Isso corresponde a 1/7 da população da Terra.


O Facebook tem mais usuários mensais (1,28 bilhões) do que a populacao da Índia (1,24 bilhões).

6.  Pessoas já foram assassinadas por desfazerem amizades na rede social


Em 2012, um homem no estado do Tenessee, nos EUA, matou a tiros um casal que resolveu não ser mais amigo de sua filha de 30 anos.

7.  Mesmo depois de deslogar, a rede social continua rastreando os sites que você visita

 Esse ano, o site revelou que vai monitorar as páginas visitadas por seus usuários através do botão "Curtir".


8. Pagando US$ 0,29 , mensagens enviadas a pessoas desconhecidas aparecerão na caixa de entrada, e não na pasta “Outros”, que nunca é visualizada.

9. O Facebook é azul porque Mark Zuckerberg sofre de daltonismo.
Em uma entrevista em 2010, o fundador do site afirmou confunde as cores vermelha e verde. O azul, no entanto, é uma cor que ele consegue distinguir facilmente.

10. Entre 2060 e 2130, o Facebook terá mais perfis de pessoas mortas do que vivas

Uma pesquisa realizada pelo site What if? levou em conta a idade média de usuários da rede e concluiu que os jovens são maioria. Mas essa população vai envelhecer. 


11. Digitando o número 4 depois da url principal do site, você será direcionado automaticamente para o perfil de Zuck.

Os finais 5 e 6 direcionam para Chris Huges e Dustin Moskovitz, cofundadores da página e colegas de faculdade de Mark. Digitando 7 no endereço, o perfil de Arie Hasit, outro amigo de Zuck da época de faculdade, é exibido.

12. Um adulto usuário médio da rede possui 338 amigos

13. O significado de “Poke” nunca foi definido


Em uma entrevista, Zuckerberg declarou que nem ele sabe o propósito do recurso. "Nós pensamos que seria divertido fazer um recurso que não tem nenhum propósito específico".


Felipão - catástrofe é oportunidade de fazer diferente

O técnico Luiz Felipe Scolari afirmou ontem que já iniciou o trabalho com o grupo brasileiro para superar a perda de Neymar. O craque brasileiro deixou a concentração da seleção brasileira na Granja Comary, no início da tarde, após a fratura na vértebra ocorrida na partida contra a Colômbia, sexta-feira à noite, em Fortaleza.
"O Neymar era uma das nossas referências. Mudou alguma coisa, isso fez com que o grupo ficasse com a sensação de perda, principalmente para uma semifinal. Mas já começou o trabalho de conscientização. Em qualquer catástrofe, surge a oportunidade de fazer algo diferente", afirmou o treinador em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo.
Estadão
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