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Cinema em Fortaleza - Estréia

Amor Sem Fim - Endless Love

Sinopse
Jade Butterfield (Gabriella Wilde) é uma jovem superprotegida pelos pais, que aparenta ter um futuro brilhante pela frente. Só que ela se apaixona perdidamente por David Elliott (Alex Pettyfer), um jovem mais humilde que tem um passado conturbado. O relacionamento não é aprovado pelo pai de Jade, Hugh (Bruce Greenwood), que recomenda cautela à filha. Ainda assim, ela se entrega de corpo e alma à paixão por David.

Elenco
Alex Pettyfer, Gabriella Wilde

Direção
Shana Feste

Gênero
Drama

Classificação etária
12 anos

Sessões deste Filme

Multiplex UCI Ribeiro - Iguatemi
SALA 313h05min, 15h30min, 17h45minLEGENDADO
North Shopping
SALA 414h15min(sex), 17h00min(sex)LEGENDADO
UCI Kinoplex Parangaba
SALA 313h05min(exceto seg), 15h30min(exceto sex e ter), 17h45min(exceto sex, sáb e ter)LEGENDADO

Bons motivos para rever os caça-fantasmas

Caça-Fantasmas é um daqueles filmes que conquistaram um lugar nas mais tenras memórias de muita gente. Se você, como eu, era criança quando conheceu, as chances de ter um fascínio especial pelo título e personagens é imensa.
O primeirão é uma espécie de super-clássico dos filmes comerciais. Tanto ou mais do que Star Wars, vendeu tudo o que pôde, teve bonequinhos, desenho animado, clipe na MTV, easter eggs em outros títulos e, claro, uma bela dose de nonsense que só os anos 80 permitiam. Peter Venkman, Ray Stantz, Egon Spengler e Winston Zeddemore são personagens que se juntam e formam um belo conjunto.
Nos últimos meses, o título ficou retornando à minha cabeça. Não lembro bem porquê. Talvez tinha visto alguma notícia sobre o sempre falado e nunca produzido terceiro filme da franquia. De qualquer forma, parei e assisti.
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Putz, sensacional perceber que o filme é repleto de piadas e ideias que eu era absolutamente incapaz de compreender na época. Ri muito e, claro, fiquei com aquele maldito bordão (“Who you gonna call?”) na cabeça.
Então, como refresquei a memória e fiquei empolgado com o filme, passo agora quatro boas razões para você fazer o mesmo.

Aquela música!

Vou estragar o texto pra você agora mesmo. Nada depois daqui vai ser tão bom quanto essa música.
Mas, se você não ouvir, é como se jamais tivesse lembrado dos Caça-Fantasmas. Dê o play aí antes de continuar:
É impossível ouvir falar de Caça-Fantasmas e não lembrar dessa trilha, interpretada por Ray Parker Jr. A canção concorreu ao Oscar, teve participação de um monte de gente famosa da época e é um retrato de como funcionavam os blockbusters naquele tempo. Porém, a principal coisa que ela ganhou foi um espaço nos nossos corações.

Bill Murray em um de seus melhores personagens

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Ok, não estamos falando de grande atuações, ou de qualquer malabarismo textual. Não. A única coisa que faz o Bill Murray salvar esse filme é o fato de que Peter Venkman é um personagem absolutamente divertido, cara-de-pau até o último fio de cabelo e genial em seus argumentos furados. Se tem algo que Bill Murray sabe fazer bem é um estilo de comédia hilário e, ainda assim, sutil.
Ainda há tempo para uma curiosidade: Bill Murray foi chamado para substituir John Belushi – que morreu de overdose – por também ter uma grande habilidade em improvisação, coisa que o personagem requeria. Dizem as más línguas que Murray, na verdade, improvisou todas as suas cenas no filme e nunca leu o roteiro de verdade.
Aliás, a primeira cena na qual ele aparece é demais.

Janine Melnitz

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As pessoas suspiravam pela Sigourney Weaver e sua personagem, Dana Barrett, naqueles idos anos 80. Eu, porém, confesso que, apesar de sua vozinha fanha e ar blasé, achava a Janine Melnitz, secretária da startup de eliminação de eventos sobrenaturais, interpretada pela Annie Potts, uma gracinha. Reparem bem, amigos, reparem bem.

O nonsense de Stay Puft

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Stay Puft é o nome oficial da encarnação do mal, o Godzilla de marshmallow, principal vilão do filme. É ridículo, mas acho uma piada muito boa, em especial pela forma como ela é apresentada (calma, vou poupá-lo dos spoilers).
De qualquer forma, deixo aqui o bonecão como um dos bons motivos, pelo nonsense da ideia e porque eu tinha todo um carinho e empolgação infantil especialmente dedicados a ele.
* * *
Dia 8 de junho, o filme comemora 30 anos de seu lançamento. De lá pra cá, claro, os efeitos especiais envelheceram muito. Não dá pra deixar de passar até por algum constrangimento ao ver certas cenas. Mas o principal, que é uma história curiosa e personagens carismáticos, ainda estão lá. Assim como De Volta Para o Futuro, Indiana Jones ou Star Wars, esse é um daqueles filmes que vale marcar uma sessão descompromissada em casa.
Se seus amigos são do tipo que topam qualquer coisa pra dar umas risadas, vai fundo.
Luciano Ribeiro

Editor do PapodeHomem, ex-designer de produtos, apaixonado por ilustração, fotografia e música. Ex-vocalista da banda Tranze (rock’n roll). Volta e meia grava músicas pelo Na Casa de Ana. Escreve, canta, compõe e twitta pelo @lucianoandolini.

Loiras, por Luis Fernando Veríssimo


O filme “Grace de Mônaco” dividiu as opiniões em Cannes. Uns não gostaram e outros odiaram. O correspondente do jornal inglês “The Guardian” em Cannes chegou a dizer que foi o pior filme jamais mostrado no festival.

O filme não é tão ruim assim. Tem as belas vistas de Mônaco e... Bem, tem as belas vistas de Mônaco. Nicole Kidman está bonita como Grace Kelly, mas botaram para atuar ao seu lado como o príncipe Rainier — na pior escolha de elenco desde que Gérard Depardieu foi um Cristóvão Colombo com sotaque francês tão carregado que você ficava esperando que a reação dele ao descobrir um novo mundo fosse “Ulalá” — Tim Roth, com a sua permanente cara de “alguém deu um pum”.
Segundo o filme, foi a simpatia de Grace Kelly que impediu a invasão do Principado de Mônaco por Charles de Gaulle — que no filme é representado, este sim, por um ator convincente, ou pelo menos com um nariz convincente.
Há uma cena em que, participando de um jantar beneficente no principado, De Gaulle sente à sua volta o amor que Grace desperta entre seus súditos e você vê na sua cara toda a política externa da França sendo revisada. Deve ter sido uma das cenas vaiadas em Cannes.


Mas a loira do momento na França não é Grace Kelly, é a Marine Le Pen, depois da retumbante vitória da direita nas recentes eleições de representantes franceses no Parlamento Europeu.
A vitória da direita só não retumbou mais porque não alterou a composição do Parlamento francês, onde a Frente Nacional de Le Pen tem escassa representação, não foi acompanhada por uma guinada para a direita tão radical no resto da Europa e todos sabem que a política francesa é ciclotímica — pula da direita para a esquerda e da esquerda para a direita com desenvoltura de macaco.
De qualquer maneira, até avaliação eleitoral em contrário, a Frente Nacional é hoje o maior partido do país. Grande parte do seu sucesso se deve a Marine, mais simpática do que seu assustador pai Jean-Marie, e que conseguiu transformar um partido xenófobo, racista e antissemita numa opção política palatável, e vencedora.
Discute-se o que é mais perigoso, uma direita dissimulada com boa cara ou uma direita assumidamente carrancuda. O sucesso da loira Marine deve ser visto num contexto bem maior e menos simpático do que ela, de populismo reacionário, de revolta contra imigrantes e de antiesquerdismo primário. Um contexto que se alastra pela Europa toda e agora tem uma vendedora sorridente...

Crônica dominical de Luis Fernando Veríssimo

Othelo
Para quem gosta de cinema, Paris é um banquete. Duvido que outro lugar do mundo tenha tantas salas de exibição, entre cinemões e cineminhas. Além dos últimos lançamentos, estão sempre em cartaz reprises de filmes clássicos e festivais de diretores cultuados.
Um favorito reincidente nestes festivais é Ernst Lubitsch, o judeu alemão que representou como ninguém a efervescência cultural de Berlim entre as duas guerras, e, depois, levou para Hollywood seu humor sofisticado.
Gostos rarefeitos como o por comédias americanas dos anos 30 e 40 com o chamado “toque de Lubitsch” são servidos permanentemente em Paris, em pequenas salas onde as instalações precárias não prejudicam nem o conforto dos fanáticos nem a qualidade da projeção.
Foi num desses cinebutiques que vimos recentemente a colaboração de Shakespeare e Orson Welles em “Othelo”, numa versão restaurada. Eu me lembrava de ter visto o filme no seu lançamento nos Estados Unidos, quase 60 anos atrás. Revi agora com, literalmente, outros olhos, pois, infelizmente, não sou uma versão restaurada de mim mesmo.

Orson Welles em Othelo

Orson Welles é, de certa maneira, um anti-Lubitsch. Enquanto o alemão só teve prestígio e sucesso por toda a vida, Welles precisou brigar para fazer seus filmes, sem contar os que não conseguiu fazer.
O fato de ser o autor do que é universalmente reconhecido como um dos melhores filmes de todos os tempos, “Cidadão Kane”, não o ajudou. “Othelo” levou três anos para ser filmado. Sem produtores dispostos a patrociná-lo, Welles usou o próprio dinheiro, ganho com seu trabalho como ator, para financiá-lo.
O maior problema, quando as filmagens eram retomadas depois de cada interrupção por falta de dinheiro, era conseguir reunir de novo o elenco. O resultado dessa irregularidade só aparece no filme na variação da maquiagem do mouro, que, em certas cenas, está mais escuro do que em outras.
Fora isso, o filme é impressionante. Nunca, com exceção, talvez, do cinema expressionista alemão, ângulos de câmera e enquadramentos insólitos foram usados tão poderosamente para criar um clima de presságio e drama.
Hoje, um estilo de filmagem parecido seria considerado preciosismo, mas a idade deu uma certa respeitabilidade ao exibicionismo de Welles. Você o degusta com prazer.
“Othelo” tem algumas das expressões mais citáveis de Shakespeare. “Pompa e circunstância’’, por exemplo. E a autodefinição de Othelo como “alguém que amou não sabiamente mas demais’’. E sua gratidão à doce Desdêmona por ter recompensado o seu relato de batalhas e sofrimentos com “a world of sighs”, um mundo de suspiros.
Como em todas as versões de Shakespeare no cinema, você sente não poder assisti-la com um glossário do lado, para não perder nada da linguagem. A solução é resignar-se a não entender a metade e gostar de tudo. Ainda mais na voz “tim-maiesca” de Orson Welles.

Esse não é um post confortável. Siga por sua conta em risco

O sexo tem dessas. Mais do que o sexo, o prazer (um fetiche nem sempre leva ao sexo).
Nem sempre temos situações gostosas com pessoas bonitas fazendo um sexo asséptico em uma mansão ou dentro de um carrão. Suruba, menage, deepthroat, comer o cuzinho, ser possuída por dois gostosos cheios de músculos, ganhar uma chupada — em uma festa na cobertura — da Miss Nova Jérsei.
Tem gente que tem tara em violência, submissão, sodomização, borracha, brinquedos, gente desconhecida. Há quem goste só de olhar.
Algumas pessoas morrem de tesão na culpa, no errado, no profano. Mulheres que só gozam quando traem seus maridos, homens que só gozam pagando.
Temos, também, aqueles que sentem prazer no obscuro e sujo mundo do cinema pornô. Paga-se barato ou nada para ver filmes horríveis sentados em cadeiras esporradas ao lado de desconhecidos que estão com o pau para fora, ejaculando no encosto do banco da frente. Na entrada, pode-se pegar um pouco de papel higiênico para limpar as mãos.
Lá dentro, uma mulher cuja beleza e vontade de viver fora sugada há muito tempo — ou pelas desventuras da vida ou pelas drogas –, vai te oferecer uma chupada ou uma punheta por alguns trocados. Já faz tempo que a idade ou a pedra levou os dentes dela embora. Se não essa, outras prostitutas virão. Não muito depois, um cara vai fazer o mesmo. Por algumas moedas, ele pode chupar o seu pau enquanto você assiste ao filme.
O cheiro é de porra e cloro. Não há ar condicionado lá dentro. Só sangue, suor e esperma.
Mas não se desespere e, por favor, não bote nenhum juízo de valor no desejo alheio.
As fotos aqui de baixo são do antigo cinema para adultos Fox Theatre, em Vancouver, Canadá. O lugar vai ser reformado para ser uma casa de shows, mas o pessoal da reforma registou tudo antes. Continua>>>

Luis Fernando Veríssimo - A beleza maior

A beleza da Itália conspira contra os seus cineastas. Por mais dramáticos que sejam os filmes, eles serão sempre, antes de qualquer outra coisa, belos folhetos turísticos. E, por mais que tentem retratar a crise moral do nosso tempo, sempre acabam retratando um estilo de vida invejável, uma doce crise.
Você saía do filme seminal do Fellini sobre Roma como metáfora para o apocalipse iminente menos impressionado com a devassidão e o desespero dos seus personagens do que com o alegre rebuliço de um começo de noite na Via Veneto, e quem não queria ser Marcello Mastroianni, descrente de tudo mas comendo todas?
Os filmes do Antonioni também se esforçavam para nos dar angústia, mas nunca o vazio existencial foi tão fotogênico. Você não duvidava que os personagens de Antonioni em filmes como “A aventura”, “Noite” e “Eclipse” sofressem com a falta de sentido da vida, mas todos pareciam saídos de uma edição da “Vogue”. Eram elegantemente perdidos. E que cenários!

No filme “A grande beleza”, o diretor Paolo Sorrentino nem finge ignorar os cenários contra os quais desfilam seus personagens. Usa Roma, conscientemente, como personagem também. Convoca o cenário como cúmplice nas suas histórias cruzadas. 

E usar a beleza de Roma assim, descaradamente, é covardia. A sequência final de “A grande beleza” é a câmera passeando sob as pontes do Tevere enquanto aparecem os créditos, e no dia em que vimos o filme muita gente que normalmente já teria saído do cinema ficou no lugar para se deliciar um pouco mais com o cenário.

O personagem principal do filme, Jep Gambardella (vivido por Toni Servillo, com sua cara de nobre romano num afresco mal pintado), é o Marcello Mastroianni depois de “A doce vida”, em estado de cinismo terminal. É um escritor de um livro só, e diz para quem lhe cobra outro livro que está esperando uma “grande beleza” para inspirá-lo. Enquanto isso, vai curtindo, além dos prazeres da decadência, as pequenas belezas de um cotidiano romano. Mas a beleza maior é a própria Roma, que se não inspira o personagem certamente inspirou o diretor.

O maior defeito do filme é a sua duração. Pode-se imaginar Sorrentino agoniado com a perspectiva de ter que cortar algo que filmou e no fim decidindo incluir tudo, dane-se a metragem. Você sabe que um filme passou da hora de acabar quando começa a pensar “poderia terminar aí...” — e o filme não termina.

Há muitas cenas finais em “A grande beleza” antes do fim pra valer. E fica uma frustração: Jep lembra do seu primeiro amor e passa todo o filme fazendo mistério sobre o que ela lhe disse, certa vez, depois de um beijo à beira do mar. Vai ser a frase definitiva do filme, pensa você. E a frase não vem. Mas tudo bem. Ainda tem o passeio da câmera pelo Tevere.

Cinema - Azul é a cor mais quente



A primeira pergunta lançada ao fim de Azul é a Cor Mais Quente é se o filme de Abdellatif Kechiche, vencedor da Palma de Ouro em Cannes e em cartaz em São Paulo, despertaria tantas paixões caso se tratasse da história de amor entre um garoto e uma garota. A sala estava lotada, o público, inquieto, e, muito provavelmente, vacinado (ou atraído) para as cenas de amor erótico interpretado pelas atrizes Adele Exarchopoulos e Léa Seydoux.
Mas, se me fizessem essa pergunta após as três horas de filme, responderia que sim: o drama se sustenta com ou sem a sequência - e não, a história não se limita à descrição de um romance homoerótico.
O drama pode ser dividido basicamente em três partes. A primeira

Cinco filmes sobre Jesus Cristo

por Eduardo Ribeiro
Embora tenha cursado o ensino fundamental numa tradicional escola católica de Porto Alegre, nunca cheguei a me considerar cristão.
A catequese (formalmente, aula de religião, na prática exatamente isso) era uma experiência traumática, cheia daquele exato moralismo carola que se tornou estereotípico de certo catolicismo. Aos 9 anos me afirmei agnóstico e levei uma cusparada na cara de uma colega, que me chamou de Tomé, “ver para crer”.
Durante a esotérica década de 90, no entanto, lendo Nietzsche e convivendo com wiccans e thelemitas, comecei a entender melhor o cristianismo como fenômeno cultural, e até gerar certa simpatia. A engenharia reversa de olhar o cristianismo com olhos pagãos e seculares, quase antropológicos — na minha experiência — jogou boa luz sobre o cristianismo.
Mais tarde, cursando filosofia, tive que me familiarizar com Aquino e Agostinho, e cheguei a desenvolver admiração por místicos cristãos menos ortodoxos, como Mestre Eckhart e Escoto Erígena. Ainda assim, por se tratar de uma universidade pública, considero o foco sobre tais importantes filósofos cristãos arbitrário e, por si só, uma violação da separação entre igreja e estado.
Afinal, há suficientes universidades confessionais para realizarem estes estudos.
Nessa época do Natal, talvez fosse mais adequado ver filmes inspiradores, cristãos mas com ar secular, como versões de Um Conto de Natal (recomendo a de 1951, ou a com Bill Murray, de 1988, Scrooged), algo como A felicidade não se compra (It’s a Wonderful Life, 1946), ou até, quem sabe, o divertidíssimo Papai Noel às Avessas (Bad Santa, 2003), e talvez deixar os filmes abaixo para a Páscoa.
Mesmo assim, tendo em vista esse preâmbulo e minha devoção a estes filmes, talvez os comentários fiquem interessantes.

Sherlock Holmes desvenda mais um crime




O helicóptero é do Parella, o piloto trabalha para o Parella, o destino da encomenda era para uma fazenda do Parella...
Mas, o prefixo da aeronave é pode ser PT?...
Portanto, o criminoso desde sempre já sabemos quem é.
Elementar meu caro Watson.

Marina Silva faz escola


Até no cinema estão usando o marinês para dizer tudo que não significa porra nenhuma. Como bem diz o Bode: Não existe coisa mais besta que gente besta.

Confiram:
Orgânico. É este o novo conceito de filmes eróticos com as mulheres no comando. A luz é natural, o ritmo mais lento e as cenas são recheadas de beijos e carícias. “Em vez de sexo explícito, faço filmes sensuais, cujo foco é o prazer feminino. Isso inclui música boa, diálogos bem construídos, preliminares apaixonadas e trajes elegantes”, conta a sueca radicada em Barcelona Erika Lust , diretora mais famosa do gênero...

É babaquice demais. Aff

Procurador Marinus Marsico ressuscita censura

Mais uma saia justa para a Procuradoria isso sim

247  Mais uma saia justa na vida do ex-ministro José Dirceu. Agora, do mundo real para as telas dos cinemas, passando pela Lei Rouanet e o Ministério Público.
O filme O Vilão da República, da cineasta Tata Amaral, está sendo vigiado de perto pelo procurador Marinus Marsico, que enviou recomendação à Ancine (Agência Nacional de Cinema) para que não permita que a obra se torne apologia e culto à personalidade de Dirceu. Na prática, goste-se do personagem principal da trama ou não, Marsico estabeleceu uma nova espécie de censura prévia – talvez a pior de todas. Procura controlar, antes da finalização e durante a realização, a obra cultural.

Cinema: em cartaz Flores raras e Cine Holliudy

Petrópolis mais Pacatuba
Cacá Diegues, O Globo
A maturidade de uma cinematografia nacional se mede pela distância entre seus filmes. O contrário disso seria a sujeição a um único gênero, o tédio imperdoável da representação única de um país. Nada mais inapropriado para o cinema brasileiro, fabricado num vasto território cuja grande vantagem civilizatória é a diversidade de manifestações regionais, étnicas, culturais, suas diferentes geografias física e humana. Mais do que uma forçação de barra, seria um crime cometido contra nós mesmos. Um suicídio cultural.
Um exemplo dessa saudável distância em um mesmo universo está em cartaz no país. De um lado, o belo e sofisticado filme de Bruno Barreto, “Flores raras”; na outra ponta desse mesmo espectro, “Cine Holliudy”, a surpreendente comédia antropológica de Halder Gomes.
“Flores raras” conta a história do encontro entre a poeta americana Elizabeth Bishop (Miranda Otto), ganhadora do Prêmio Pulitzer de poesia, e a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares (Glória Pires), criadora do Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro da passagem dos anos 1950 para os 60.
Com uma encenação luminosa e delicada, Bruno Barreto não só nos narra a história dos sentimentos entre essas duas mulheres formidáveis, como nos traça também um impecável retrato da sociedade carioca e brasileira daquele momento de transição.
A Bishop cai na malemolente teia sedutora do Brasil quase que por acaso. Ela veio apenas visitar rapidamente uma amiga brasileira que, naquele momento, vive com Lota em Petrópolis, e acaba se apaixonando por essa.
O que o filme nos mostra não é apenas a densa história de amor entre as duas mulheres; mas também a difícil conquista da poeta contrariada, pelo país que observa com imenso espirito crítico, como alguém que reage à atração por algo que sabe que não lhe fará bem.
Essa droga cultural do excesso e do jorro vicia Elizabeth, que, já vivendo no país, escreve esse verso irritado e contundente, no poema “Questões de viagem”: “There are too many waterfalls here” (numa tradução livre, “aqui tem cachoeiras demais”).
Inaugurando sua carreira internacional no último Festival de Berlim, “Flores raras” ganhou o prêmio de público da sessão “Panorama”, repetindo a mesma premiação em Tribeca (Nova York), Los Angeles e San Francisco. Agora está em cartaz por todo o Brasil.
Um filme que é também de Lucy Barreto, criadora do projeto e sua produtora, “Flores raras” é mais do que o retrato de duas grandes mulheres apaixonadas (no qual se destaca a interpretação visceral de Glória Pires).
Ele é também a história de uma tragédia cultural, da incapacidade de alguém se entender com um mundo em mudança, diferente do seu. Com solidariedade crítica, Bruno Barreto nos dá esse belo filme em defesa da diferença e da necessária tolerância, do universo privado ao público.
Na outra ponta desse nosso cinema, Walder Gomes, cineasta cearense, dirigiu e produziu “Cine Holliúdy”, que por enquanto se encontra em cartaz apenas em Fortaleza e mais algumas cidades do Ceará, onde foi realizado na cidade de Pacatuba.
Inspirado em curta-metragem de seu diretor, uma comédia que não tem nada a ver com as comédias urbanas do eixo Rio-São Paulo que estamos acostumados a ver, “Cine Holliúdy” reinaugura com inteligência e perspicácia um gênero regional que já foi cultivado por Amácio Mazzaropi, por exemplo.
Falado em “cearensês” com legendas em português, esse filme nos conta a história de Francisgleydisson (“nome tão cearense”, diz um personagem), um amante de cinema que tenta resistir à chegada avassaladora da televisão ao interior do Brasil, naquele início dos anos 1970, outra data de grandes mudanças culturais.
Mais do que uma comédia despretensiosa, “Cine Holliúdy” registra uma antológica coleção de personagens originais e seu comportamento. Francisgleydisson (Edmilson Filho, comediante digno da tradição cearense de Chico Anísio e Renato Aragão), instalando uma sala de cinema em Pacatuba, se cerca de moradores que vão do prefeito ao bêbado da cidade, do chefe da oposição ao cego que pretende ver o filme (um genial Falcão, o cantor, de cujo personagem alguém diz que “pelo menos ele não paga nada à vista”), num empolgante corte antropológico de certa civilização brasileira nem sempre visível a todos os olhares do país.
“Cine Holliúdy” já foi visto por quase 200 mil espectadores, só no Ceará, e chegará em breve às salas do resto do país. Com uma média de 2.300 espectadores por cópia, o filme de Halder Gomes bateu o recorde local de “Titanic”.
Barato, mas sem perder nada de sua qualidade técnica, cheio de curiosos efeitos especiais, “Cine Hollyúdi” é um exemplo de que o cinema se faz de várias maneiras, e em todas elas o filme pode ser bom. Nesse caso, ele estimula a multiplicação dos editais de BO (baixo orçamento) promovidos pelo Ministério da Cultura, cada vez mais bem-vindos.
“Cine Holliúdy” e “Flores raras” são testemunhas excepcionais da vitalidade do cinema brasileiro e das diversas opções que ele tem pela frente. É preciso ir vê-los.

Filme: Cine Holliúdy

Queres ser universal, cante tua aldeia
O filme é falado em cearensês e legendado em português do Brasil
Marco St

Assista

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Neste sábado (04/07), a TV Assembleia exibe o filme Feliz Ano Velho (1987), dirigido por Roberto Gervitz e produção de Cláudio Kahns.

O filme será exibido às 23h00. A TV Assembleia é exibida pela Vivo TV nos canais 66ou 69, na NET pelos  canais 7 (digital) ou 13 (analógico) e pela TV Digital Aberta pelo no canal 61.

Após mergulhar em um lago muito raso, um jovem fica tetraplégico. Em sua cadeira de rodas, o que parecia difícil fica pior e o rapaz, diante do que parecia o fim, começa a reviver e resgatar momentos importantes de seu passado, até descobrir uma nova força em sua vida.

O filme é baseado no livro homônimo do escritor Marcelo Rubens Paiva.

Yami no Ichinichi - O Crime que abalou a Colônia Japonesa no Brasil

O filme será exibido às 23h00. A TV Assembleia é exibida pela Vivo TV nos canais 66 ou 69, na NET pelos  canais 7 (digital) ou 13 (analógico) e pela TV Digital Aberta pelo no canal 61.


Yami no Ichinichi - O Crime que abalou a Colônia Japonesa no Brasil traz a saga de Tokuichi Hidaka, que, em 1946, aos 19 anos de idade, foi um dos autores do assassinato do coronel Jinsaku Wakiyama, em crime atribuído a uma entidade denominada Shindo Renmei (Liga dos Caminhos dos Súditos). 

Entregou-se à polícia com o restante do grupo e cumpriu 15 anos de prisão. Em liberdade, sofreu a punição da colônia japonesa: foi discriminado, condenado ao ostracismo, sem oportunidade para contar a sua versão. 

Décadas mais tarde, Hidaka inicia uma busca por amigos e pessoas desse período para reconstruir a memória da época e encontrar o sentido da sua vida no Brasil. Nesta nova versão do documentário, integrantes da família Wakiyama falam do papel exercido por Jinsaku na comunidade nipo-brasileira paulista dos anos 1940 e expõem seu ponto de vista sobre os fatos.

Nunca uma banalidade foi tão bem escrita

Para coincidir com o lançamento do filme, que abriu o festival de cinema de Cannes deste ano, inaugurou-se uma espécie de indústria de Grandes Gatsbys. Várias editoras aproveitaram o estardalhaço para publicar suas versões do livro de Scott Fitzgerald.
Nas diversas edições em inglês só o que muda de uma versão para outra, claro, é a apresentação gráfica (com ou sem Leonardo Dicaprio na capa, por exemplo), mas nas novas traduções que pipocam pelo mundo imagina-se que a qualidade do texto de Fitzgerald nem sempre sobreviva.
No Brasil há umas quatro ou cinco traduções do “Gatsby”, entre antigas e novas. A melhor das novas no mercado deve ser a que a excelente Vanessa Barbara fez para a Companhia das Letras.
Essa variedade de versões espelha, de certa forma, a variedade de interpretações possíveis do livro. Não que ele seja um texto obscuro a ser decifrado. Pode-se até dizer que é uma lição de narrativa clara, junto com “Suave é a noite”, exemplos máximos do estilo elegante de Fitzgerald e do romance tradicional.
Costuma-se comparar a literatura de Fitzgerald com a do seu contemporâneo Ernest Hemingway, cujo estilo lacônico, “seco”, em contraste com a prosa fluente de Fitzgerald, seria o futuro da literatura moderna. No entanto hoje rele-se “O grande Gatsby” com o mesmo prazer da primeira leitura, enquanto reedições do Hemingway mostram um autor a caminho da pior armadilha que espera um escritor que se repete, a da autoparódia.
Mas, se “O grande Gatsby” não “quer dizer” nada além do que diz com perfeição, o que, exatamente, simboliza aquele estranho personagem enfeitiçado pela luz verde do outro lado da baía que separa o velho do novo dinheiro, a classe legitima da classe comprada, o seu mundo de negócios suspeitos e escroques do mundo encantado da sua amada Daisy?

Scott Fitzgerald, escritor americano

“Os ricos são diferentes de nós” é a primeira frase de um conto de Fitzgerald, anterior ao “Gatsby“. “É, eles têm mais dinheiro”, teria comentado Hemingway. Mas Fitzgerald era fascinado pela diferença.
Gatsby é martirizado pela diferença, que o impede, com todo o seu dinheiro, de ter tudo o que quer — Daisy. Simboliza a mentira do sonho americano, pois há sempre pelo menos uma baía separando as categorias de ricos. Ou simboliza a moral mais banal possível, a de que o dinheiro não compra a felicidade.
Nunca uma banalidade foi tão bem escrita.
Luis Fernando Veríssimo

Vala de Perus

Neste sábado (25/05), a TV Assembleia vai exibir o filme Mártires Anônimos: Vala de Perus – 20 Anos em Busca de Respostas, de Mainary Moura do Nascimento, Janaina Martins de Oliveira e Maria Aparecida Alves da Silva.
O filme começa as 22:30. A TV Assembleia é exibida nos canais 66 da TVA e 13 da NET.

Em 1990 uma vala comum foi descoberta no Cemitério Dom Bosco, localizado em Perus, zona norte de São Paulo. Lá foram encontradas ossadas de desaparecidos políticos da ditadura militar. Com a abertura da vala parte da história do Brasil pôde ser resgatada, colocando fim ao sofrimento de algumas famílias que não sabiam o destino de seus entes. No entanto, 20 anos depois o processo de identificação das ossadas segue a um ritmo lento. Até hoje nem todos os corpos foram identificados e o direito à memória das vítimas continua negado. Assim como os familiares dos mártires de Perus, muitos outros no país inteiro continuam na luta por respostas para poderem sepultar parte de seu passado. Devido ao processo de decomposição das ossadas encontradas na vala, as perguntas que circundam esse fato podem permanecer para sempre sem respostas, ou não, com a busca da verdade a memória será resgatada.

Câmeras pela Paz


Em Bilim, um vilarejo palestino com 1.100 habitantes, é fácil achar a casa de Emad Burnat. A porta de madeira é uma bandeira do Brasil. Numa de suas 5 câmeras quebradas há outra. O palestino Emad é cidadão brasileiro por casamento com Soraia, de 42 anos, muçulmana devota, mãe de seus quatro filhos. O português dele é tão quebrado quanto o árabe de Soraia.
A câmera com a minibandeira é uma das cinco usadas no documentário5 Câmeras Quebradas, concorrente ao Oscar neste domingo. Algumas foram quebradas mais de uma vez pelos soldados de Israel e consertadas. Uma delas salvou a vida de Emad. O tiro entrou pela lente quando ele estava rodando. A bala continua dentro da câmera.
Emad começou a gravar em 2005, quando nasceu seu quarto filho Gibril e Israel começou a construção de um muro no meio das terras dos moradores de Bilim. Os pequenos protestos nos fins de semana cresceram, atraíram israelenses e estrangeiros. Vieram os soldados e os conflitos.
A área foi designada "zona de segurança militar". Numa noite, os soldados entraram na casa de Emad. Ele começou a filmar e recebeu ordens do soldado: "Aqui é zona de segurança militar. Você não pode filmar".
"Aqui é minha casa e filmo o que eu quiser". Passou três semanas na prisão e seis semanas em prisão domiciliar, falsamente acusado de jogar pedras nos soldados. Na Justiça, o processo levou três anos para ser anulado.
Muitas das 700 horas filmadas durante sete anos são pela perspectiva do filho, que agora está com 8 anos, a caminho de Los Angeles com o pai e a mãe para participar dos Oscars.
O filme é uma pedrada em Israel. Guy Dividi, codiretor do filme, ativista israelense, tinha ido a Bilim fazer seu próprio documentário sobre os palestinos que trabalhavam na construção de um nova assentamento em Bilim. Conheceu Emad e convenceu o palestino a unir os esforços. Ele traria, além de talento, verba.
A edição e o texto final do filme, em árabe, lido por Emad, foram criações de Dividi, que recebeu dinheiro de Greenhouse, um projeto israelense que financia uns dez filmes por ano. Outra parte dos US$ 400 mil, custo do documentário, veio da França.
Porque Israel financia filmes contra Israel? Liberdade ou estupidez? O debate está nos ares americanos e israelenses.
5 Câmeras Quebradas não é o único filme israelense crítico do governo de Israel que concorre ao Oscar. Com mais chances ao prêmio, The Gatekeepers entrevista seis ex-diretores do Shin Bet, a agência antiterrorista israelense. Eles abrem o jogo como contiveram e sufocaram os palestinos. Os seis, que nunca tinham falado em público, são a favor de um acordo de paz.
O documentário, também financiado pelo Estado de Israel e premiado em vários festivais, foi ao ar na televisão israelense e, como 5 Câmeras Quebradas, exibido em cinemas comerciais. O primeiro-ministro de Israel, Bibi Netanyahu, não viu nem vai ver, anunciou o porta-voz.
5 Câmeras Quebradas não é o primeiro documentário campeão de prêmios e críticas dirigido por um alguém com ligações com o Brasil sobre o muro de Israel que divide cidades palestinas e destrói fontes de sustento da população. A brasileira Julia Bacha dirigiu e produziu Budrus, sobre um vilarejo de 1.500 habitantes onde a filha de um líder comunitário assume a liderança da resistência pacífica e vence a batalha.
No caso de Bilim, os moradores conseguiram reaver no Supremo de Israel um terço das terras perdidas pelo muro.
O Oscar tem um poderoso lobby judeu, um poder mais falado do que medido, mas é inédita e intrigante esta combinação de dois filmes críticos de Israel concorrendo a melhor documentário no mesmo ano.
Para os conservadores americanos, o Oscar representa uma elite esquerdista que ignorou 2016: Obama’s America, de Dinesh D'Souza, recordista de bilheteria com US$ 34 milhões. Nem entrou nos semifinalistas.
Os dois filmes anti-Israel , 5 Câmeras Quebradas e The Gatekeepersque não vão faturar nem US$ 1 milhão nos Estados Unidos, vão dividir os votos e favorecer Searching for Sugar Man sobre um cantor, conhecido como Rodriguez, que lançou dois álbuns na década de 70, continuou desconhecido no cenário musical americano, mas se tornou um dos maiores ídolos na África do Sul. Graças ao documentário, Rodriguez rescussitou nos Estados Unidos.
Não existe a menor possibilidade de um dos dois documentários ressuscitar a paz no Oriente Médio.

by Lucas Mendes