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População de "uma Itália" melhora de vida no Brasil

Pesquisa mostra que de 2005 a 2011 63,7 milhões de pessoas ascenderam socialmente no país. Claro que devem esta ascensão aos Jênios tucademos liberais de araque.

DANIELA AMORIM / RIO – O Estado de S.Paulo

O aumento de 14% do salário mínimo em janeiro ajudou a turbinar o rendimento médio do trabalhador brasileiro em fevereiro, que atingiu R$ 1.699,70, um valor recorde.
Houve ligeiro aumento na taxa de desemprego na passagem de janeiro para fevereiro, o que já era esperado por causa do movimento natural de dispensa de trabalhadores temporários nessa época do ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas o índice de desemprego, de 5,7% em fevereiro, manteve a tendência de taxas decrescentes na comparação com o ano anterior. É a menor taxa para o mês desde o início da série histórica, em 2002
A massa de salários pagos aos trabalhadores somou R$ 38,7 bilhões, alta de 5,8% ante fevereiro de 2011. “A expansão do rendimento médio real constituirá fator relevante de impulso ao consumo das famílias nos próximos meses”, previu o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, chefiado pelo economista Octavio de Barros.
Em São Paulo, a renda média dos ocupados ficou ainda maior do que a nacional, de R$ 1.813,10. Foi a primeira vez que a renda na região metropolitana ultrapassou a barreira dos R$ 1.800. O aumento foi de 5,4% em relação a fevereiro de 2011, e de 2,6% ante janeiro de 2012.
No País, o aumento da renda média do trabalhador foi de 4,4% ante fevereiro do ano passado. Na comparação com janeiro, houve alta de 1,2%. O impacto do salário mínimo já havia sido sentido no mês anterior, mas voltou a aparecer em fevereiro.
Temporários. “O aumento tem explicação também na dispensa dos trabalhadores temporários no início do ano, que normalmente ganham menos e puxam a média para baixo. Então, com a saída deles, a renda tende a ficar mais alta mesmo”, disse Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. “Entre as categorias que perceberam os maiores aumentos estão as mais indexadas ao mínimo, como comércio e empregados domésticos.”
Embora a taxa de desemprego em fevereiro tenha sido a menor para o mês em dez anos, Azeredo diz que a desocupação só deve cair novamente quando a economia voltar a ficar aquecida.
“A economia ainda não está aquecida para voltar a gerar postos de trabalho e absorver essa população desocupada. A taxa vai cair quando a economia se aquecer de novo. Segundo a série histórica, esse processo pode se dar no primeiro ou no segundo trimestre”, disse Azeredo.
No entanto, o pesquisador do IBGE não descarta novo aumento na desocupação em março, como reflexo das dispensas de temporários após o carnaval e o fim do verão. “Ainda podem acontecer mais dispensas em março, pelo fato de o carnaval ter acontecido no fim de fevereiro”, avisou.
A indústria voltou a cortar vagas, embora o impacto não tenha sido sentido na taxa nacional. Foram demitidos 19 mil trabalhadores. Para o IBGE, o resultado é considerado próximo da estabilidade: -0,5%. Mas o corte já chegou a 55 mil postos na comparação com fevereiro de 2011 (-1,5%).


Artigo semanal de Delúbio Soares


A NOVA CLASSE MÉDIA

"Na última década, o progresso alcançado pelo povo brasileiro inspirou o mundo.
 Mais da metade desta nação é hoje considerada de classe média.
Milhões saíram da pobreza.
A esperança está voltando aos lugares em que o medo prevaleceu"
 
Barack Obama, em discurso no Rio de Janeiro (2011)

O Brasil assistiu o surgimento de uma nova classe média, embalada pelos programas sociais do governo do presidente Lula e retirando 40 milhões de brasileiros da pobreza. Não só se fez redistribuição de renda, como se redesenhou o mapa econômico-social do Brasil. Reduzimos fortemente as desigualdades e solidificamos as bases de um país democrático, competitivo e que assumiu definitivamente suas responsabilidade sociais.

Programas como o Bolsa Família, o Pro-Uni, o Pronaf, o Minha Casa, Minha Vida, dentre outros, foram combatidos de forma radical por setores atrasados da oposição e da imprensa, mas promoveram a mais profunda transformação social já vista na história brasileira. A nova classe média é uma das melhores facetas do Brasil atual, tendo sido a grande responsável pelo sucesso de nossa economia e já tendo alcançado 46,6% do poder de compra dos brasileiros em 2011, superando a abastada classe A e a poderosa classe B.

Um dos mais talentosos economistas brasileiros, o renomado professor Marcelo Neri, lançou recentemente um dos mais interessantes livros da atualidade, "A Nova Classe Média - O lado brilhante da base da pirâmide" (Ed. Saraiva, 312 páginas), onde Neri, chefe do Centro de Políticas Sociais (CPS) da Fundação Getúlio Vargas, analisa com competência e comprova com vasto material, autêntico fenômeno de um novo país que se alicerça numa classe emergente e fortíssima.

Marcelo Neri, conseguiu compatibilizar sua sólida formação acadêmica com visão lúcida dos problemas nacionais e aguda sensibilidade social, gerando um excelente e respeitável trabalho de ánalise indispensável para o conhecimento e debate de um país que, definitivamente, deixou o círculo da pobreza endêmica que nos atrasava secularmente. Após viajar pelos países parceiros do Brasil no BRICS, Neri atesta que aprendeu, como economista social brasileiro, que "o Brasil vai melhor para os brasileiros do que para os economistas".

Em sua indispensável obra, Marcelo Neri revela dados auspiciosos, que por sí só atestam a força da verdadeira revolução social que mudou a face do Brasil e o transformou em país mais justo e equânime. A renda dos analfabetos, por exemplo, cresceu 47%; o Brasil se tornou "investment grade" nas avaliações das importantíssimas agências internacionais de avaliação e risco; a ONU nos reclassificou e agora o Brasil é "IDH alto", ou seja, nossos indicadores de desenvolvimento humano nunca foram tão bons; os pobres países do BRICS (aí incluídos os do Brasil) são mais da metade dos pobres do mundo, mas eles multiplicarão por sete, até 2050, sua relação de renda gerada pelos países ricos do G7!
  
O desemprego caiu de forma definitiva, com a absorção da mão-de-obra em praticamente todos os setores da economia brasileira. De 2003, com a chegada ao poder de Lula, do PT e das forças de sua base aliada, os programas sociais, com a distribuição de renda para os pobres, gerou um ciclo virtuoso em nossa economia, favorecendo a indústria, o comércio, a construção, os serviços e, por conseguinte, a forte diminuição das taxas de desemprego. Se nos anos duros da ditadura militar, o próprio general Garrastazu Médici comprovou, de forma surpreendente, que "a economia vai bem, mas o povo vai mal", com o estadista Lula o Brasil passou a ser um país onde a economia vai bem e o seu povo, idem.
  
Para Marcelo Neri, existem poucos símbolos mais fortes do surgimento da nova classe média brasileira do que a multiplicação das carteiras de trabalho, observada desde 2004. Milhões de trabalhadores foram absorvidos pelo mercado de trabalho de uma economia que voltou a crescer, que não foi sequer arranhada pela crise norte-americana de 2008 e as posteriores crises que debilitaram ricos países europeus. Enquanto verdadeiras ilhas de calmaria econômica, como a Islândia e a Irlanda, além de integrantes da zona do Euro, como Portugal, Espanha e Grécia, mergulham em cenários de forte depressão econômica, com sérios reflexos em sua tecitura social, o Brasil e o continente latino-americano dão mostras de superação de pobreza e considerável subida nos indicadores econômicos e sociais.
 
O Brasil de Lula fez escola: no Chile, a então presidenta socialista Michele Bachelet implementou vigorosos programas sociais baseados no experimento brasileiro. E o seu sucessor, o mega-empresário Sebastián Piñera, elegeu-se com o apoio forças de direita, mas assumindo o compromisso de continuar tais programas e "ampliá-los ainda mais". No Perú, Allan Garcia deixou uma economia em ascenção para nosso companheiro Ollanta Humala, que não só tem mantido as políticas econômicas como iniciou programas de distribuição de renda e de apoio às classes populares baseados nos que Lula, vitoriosamente, consagrou em seus dois excelentes mandatos presidenciais e no governo de Dilma, que os tem aprimorado e estendido a mais brasileiros.
  
Em 13 dos 17 países do continente houve acentuada redução das desigualdades sociais, como nunca dantes. Em todos eles, sem sombra de dúvida, a marca inequívoca da influência do sucesso das políticas sociais do Brasil de Lula e Dilma. Se nos anos de chumbo a ditadura militar exportava torturadores e métodos de suplício na tristemente célebre "Operação Condor", e se FHC e seu governo neoliberal atrasaram a queda do ditador Fujimori ao forçarem a OEA na aceitação da fraude eleitoral de sua re-releição, agora o Brasil de Lula e Dilma exporta a vitoriosa receita de transformar pobres em cidadãos de classe média, dando um rosto mais humano e feliz ao sacrificado continente.
  
O sonho de reduzir a desigualdade de renda, de forjar uma sociedade mais justa e solidária, de unir o continente por laços sólidos de atividades econômicas sustentáveis, tem sido conseguido com evidente êxito. O Brasil capitaneou essa mudança para melhor. A América Latina, como também os nossos parceiro no BRICS, vivem um momento excepcional, praticamente alheios à dêbacle do velho mundo, onde consagrados modelos de economias pretensamente sólidas caem de forma inapelável.
  
Não há dúvidas de que a base desse Brasil moderno e vitorioso, com as desigualdades reduzidas e com as melhores chances de firmar-se entre as quatro maiores economias mundiais em poucos anos (já somos a sexta, tendo ultrapassado a sólida Inglaterra), é sua classe média. E ela foi acrescida de mais 40 milhões de homens e mulheres, jovens e idosos, brancos e negros, do interior e das capitais, de sul à norte de nosso imenso território continental, analfabetos e nordestinos, justamente os mais marginalizados, os que mais sofreram nos anos em que a coalização PSDB/DEM tentou parir um país para uma elite de apenas cerca de 30 milhões de brasileiros, com uma Bélgica no topo da pirâmide e uma Biafra na base.
  
Somos hoje um país que, ainda, se debate com vários poblemas, mas superamos o mais vergonhoso deles: a miséria. Há um compromisso com a distribuição de renda, a estabilidade democrática e o desenvolvimento econômico e social. O Brasil ocupou o lugar que lhe cabia no cenário internacional, recuperando a respeitabilidade perdida, conquistando novos mercados, merecendo a admiração dos demais países, mostrando ao mundo o seu imenso valor.

Brasil menos desigual

Editorial
Folha de S. Paulo
Brasil é exemplo singular de expansão da classe média na última década; escolaridade pesa mais que Bolsa Família e aumento do salário mínimo

A análise da mudança na estrutura de renda do Brasil nos últimos 20 anos costuma atribuí-la aos programas de transferência, como Bolsa Família. Trata-se, no entanto, de um fenômeno mais profundo de inclusão, ancorado no aumento dos rendimentos do trabalho e da escolaridade.
Após três décadas de concentração de renda, os anos 1990 deram início a um processo continuado de redução da pobreza e de melhoria na distribuição. Segundo o CPS (Centro de Políticas Sociais) da FGV, entre 1994 e 2010 a pobreza caiu 67%, e mais de 50 milhões de pessoas foram incorporadas à classe média (ou classe C, definida pela renda domiciliar mensal entre R$ 1.000 e R$ 4.500, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2009).
Esse grupo correspondia em 2009 a 50,5% da população, contra 31% em 1993. Já a parcela com renda inferior a R$ 1.000, agrupada nas classes D e E, decresceu no mesmo período de 63% para 39%. E as faixas mais altas (A e B), com renda superior a R$ 4.500, perfazem 11% da população, quase duas vezes mais que em 1993.
O Brasil trilha um percurso inverso ao que se observa em outras partes do mundo. Na maioria dos países ricos, os salários têm perdido participação na renda total, e a parcela retida pelos estratos mais ricos não para de crescer.
O achatamento da classe média ocupa o centro do debate político nos Estados Unidos e na Europa. A trajetória de afunilamento da riqueza se impõe também em nações emergentes, como China, Índia e África do Sul. Parece haver uma persistente tendência de concentração de renda.
As razões para tanto são menos claras, mas podem estar associadas à urbanização mais recente, que propicia um fluxo contínuo de novos trabalhadores, oferta que tende a represar os ganhos salariais na base da pirâmide.
São várias as razões para a peculiaridade do Brasil. A queda da inflação proporcionada pelo Plano Real, de 1994, trouxe o primeiro grande movimento de inclusão dos mais pobres, mas entre 1996 e 2002 o avanço foi mais lento por efeito da recorrente instabilidade econômica no período de Fernando Henrique Cardoso na Presidência.
A partir de 2003, a desigualdade voltou a cair em ritmo mais rápido, com a aceleração do crescimento econômico, a formalização do mercado de trabalho e o alargamento da cobertura de programas sociais durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Tornou-se lugar-comum, nos últimos anos, atribuir a parcela principal de tais avanços às políticas de aumento real do salário mínimo e aos programas de transferência de renda. Os dados, contudo, indicam que, apesar de relevantes, esses dois elementos juntos respondem por apenas um terço da queda da desigualdade, em média (ainda que em vários Estados mais pobres essa parcela seja maior, acima de 50%).
O aumento do salário mínimo acima da inflação é importante, por seu impacto nos benefícios da Previdência, mas não atinge os mais pobres -pessoas à margem do mercado de trabalho. Visto desse ângulo, o Bolsa Família se revela mais eficaz, por focalizar aqueles que mais precisam de ajuda.
Não é só: o Bolsa Família também sai mais barato para o Tesouro. Com uma despesa anual de R$ 18 bilhões (equivalentes a 0,45% do PIB brasileiro), o programa beneficia 21% da população. Cada ponto percentual de redução da desigualdade custa quase três vezes mais se obtido pela via de aumento do salário mínimo.
Mais que elevações do mínimo e programas assistenciais, a causa predominante da melhoria distributiva parece estar no aumento da renda do trabalho em geral.
O crescimento de renda mais rápido entre os pobres tem forte correlação com o adicional de anos de estudo da população ocupada. Dito de outra maneira: o aumento da oferta educacional, com a universalização do ensino fundamental alcançada no período FHC, desempenhou papel essencial em alargar oportunidades para ganhos no rendimento dos trabalhadores.
A redução da desigualdade não é, portanto, fruto exclusivo de uma política pública isolada, como o Bolsa Família. É resultado do maior crescimento econômico da última década, mas também de políticas nas áreas de proteção social e educação que vêm de antes.
Melhorar o acesso ao mercado de trabalho por meio da educação é o instrumento mais poderoso de combate à pobreza, muito superior ao mero assistencialismo.
Qualificar a mão de obra, popularizar o microcrédito e melhorar a produtividade do setor de serviços, o que mais emprega, com impostos simplificados e leis trabalhistas que incentivem a formalização de pequenas empresas - eis a chave para solidificar os avanços sociais dos últimos anos.

Infeliz daquele que prega uma moral que não pratica

Enquanto 1 senta em trono de ouro cravejado de pedras preciosas...
milhões passam fome

A questão da pobreza no Brasil

[...] Educação, Emprego e Terras

Entrevista com Claire Melamed, o chefe do projeto de crescimento e igualdade do ODI - centro acadêmico britânico Overseas Development Institute -, focado em desenvolvimento e questões humanitárias.

1. BBC Brasil - Apesar de um crescimento econômico significativo com distribuição de renda, o Brasil continua tendo bolsões de pobreza extrema. Por que é tão difícil erradicá-los? 

Claire Melamed – A questão da pobreza extrema é que os pobres não são pobres por falta de dinheiro. A falta de dinheiro na verdade é um sintoma de uma série de outras privações econômicas e sociais. Essas barreiras fazem com que seja muito difícil para alguns grupos participar e se beneficiar do crescimento econômico.
       
2. BBC Brasil - É um problema que vai além da renda? 

Claire Melamed – Certamente. Brasil tem motivos para ter orgulho de sua redução da pobreza e de seus programas de transferência de renda. Mas eles por si só não resolvem a pobreza. A renda é apenas uma parte. Um grande aspecto é a propriedade de terra, a distribuição de terra – algo que permanece desigual no Brasil.  Educação também é chave, e sua (melhoria) deve ir além do nível primário, já que o tipo de emprego sendo gerado hoje no mundo exige alto nível de conhecimento. Além disso, não tem sentido prover educação se não houver empregos no final da cadeia. E há limites para o que o governo pode fazer nessa área – talvez incentivar a iniciativa privada, fornecer crédito, melhorar o ambiente (de negócios).  "O foco (do Brasil) tem sido a transferência de renda, algo extremamente bem-sucedido, mas talvez estejamos vendo os limites dessa estratégia. Algumas pessoas podem ter tido aumento de renda, mas (não estão tendo acesso) a trabalho e serviços".
      
3. BBC Brasil - Apesar de a pobreza ir além da renda, ainda contabilizamos os mais pobres por critérios de renda. Como melhorar essa contagem? 

Claire Melamed – É uma briga entre querer prover dados simples e diretos que possam ser usados por autores de políticas públicas e que reflitam a realidade - ainda que de forma imperfeita -, e o desejo de tentar entender o que realmente está acontecendo na vida das pessoas (estudadas), o que é muito mais complexo.  Minha opinião é que os dados de renda têm um papel relativamente correto na descrição da pobreza, ao dar uma noção de quem é pobre ou não. Mas esses dados não explicam a pobreza ou como escapar dela.
      
4. BBC Brasil - Em um dos seus artigos, você diz que é importante perguntar aos mais pobres o que eles querem. 

Claire Melamed – Infelizmente, poucos governos e doadores têm feito essa pergunta. Por exemplo, algo desejado por pessoas pobres de diversos países é (a criação de) empregos estáveis. Mas países doadores prestam pouca atenção à questão do desemprego. Outro anseio é por uma melhor comunicação com o mundo: melhores estradas, melhor sistema de telefonia, menos isolamento. Além disso, muitas vezes nossa tendência é associar (o combate à) pobreza à agricultura, porque os mais pobres costumam se concentrar em áreas rurais. De certa forma, temos que nos concentrar em onde as pessoas estão. Mas também temos que pensar no futuro e nas mudanças em curso no mundo. Talvez uma pessoa pobre na área rural acredite que a solução para sua pobreza esteja em se mudar para a cidade e conseguir um emprego na indústria ou no setor de serviços.


Gasto público no governo Dilma deve superar o do governo Lula

O economista Mansueto Almeida, prevê aumento de 104 bilhões de reais nos benefícios atrelados ao salário mínimo, despesas com saúde, educação e investimentos até 2014. Bom, muito bom. Melhor ainda se diminuir bastante o pagamento aos rentistas e agiotas nacionais e internacionais

por Fernando Dantas 

As despesas não financeiras do governo federal devem crescer até o fim do mandato da presidente Dilma Rousseff em ritmo mais rápido do que durante o governo Lula, segundo estimativa do economista Mansueto Almeida, especialista em contas públicas.
O economista prevê um aumento até 2014 de R$ 104 bilhões nas despesas anuais com investimentos, benefícios previdenciários e sociais atrelados ao salário mínimo e saúde. Isso provocará um salto de 1,4 ponto porcentual do PIB nas despesas não financeiras da União nos próximos três anos. Em 2011, Almeida estima que os gastos tenham ficado praticamente estáveis, ou com uma alta muito leve.
p>No governo Lula, as despesas não financeiras do governo federal saltaram de 15,7% do PIB para 18% - 2,3 pontos porcentuais em oito anos, ou 1,15 por mandato.
A projeção de Almeida reflete a preocupação crescente de uma corrente de analistas com os rumos da política fiscal nos próximos anos. O governo comprometeu-se a manter superávits primários do setor público consolidado de 3,1% do PIB até o fim do governo Dilma.
Essa política fiscal apertada seria a base de um dos principais objetivos da presidente: cortar o juro real do atual nível, acima de 4%, para perto de 2%. "O cenário de curto e longo prazos não é compatível com um esforço fiscal maior e a redução permanente de juros", critica Almeida.
O economista trabalhou com dois cenários diferentes de crescimento econômico para fazer suas projeções de aumento de gastos como proporção do PIB, mas a diferença entre eles é mínima.
No cenário principal, Almeida projeta uma expansão do PIB de 3% em 2011, e de 3,5% nos demais anos do mandato de Dilma, até 2014. No outro cenário, o PIB cresce 3,5% em 2011, e 4,5% nos três anos a seguir.
O economista prevê que o investimento público do governo central, de 1,3% do PIB em 2010, suba para 1,5%. Ele parte do princípio de que, pelo próprio perfil desenvolvimentista da presidente Dilma, e pela necessidade de preparar o País para grandes eventos como a Copa e a Olimpíada, estipular um aumento do investimento federal de apenas 0,2 ponto porcentual do PIB em quatro anos é até uma hipótese conservadora.
Em relação aos benefícios previdenciários e sociais, Almeida usa os parâmetros da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2012, pela qual cada R$ 1 de aumento do salário mínimo eleva o gasto em R$ 306 milhões. Ele projeta reajustes do mínimo de 14%, 8,15% e 8,67%, respectivamente, em 2012, 2013 e 2014, baseados na regra fixada por Dilma de reajustes com base no crescimento do PIB de dois anos antes e inflação do ano anterior.
Com esses reajustes, o mínimo terá impacto de R$ 23,3 bilhões em 2012, R$ 15,5 bilhões em 2013 e R$ 17,9 bilhões em 2014, num total de R$ 56,8 bilhões. Os benefícios ligados ao mínimo farão com que o gasto anual não financeiro da União suba 1,1 ponto porcentual do PIB.
O terceiro item principal de aumento de gastos federais até 2014 previsto por Almeida são as despesas com saúde, incluindo pagamento a servidores ativos, custeio e investimento. Ele projeta aumento de gasto anual de R$ 22 bilhões até o fim do governo Dilma. Neste caso, porém, não há elevação de despesa como proporção do PIB, porque os gastos de saúde seguem o PIB por determinação legal.
Uma chance de compensar os aumentos de despesas seria segurar a alta dos salários do funcionalismo a ponto de provocar uma redução como proporção do PIB. Almeida nota, porém, que as pressões por reajustes devem crescer nos próximos anos.

Programa Brasil sem Miséria supera metas

[...] mas, é preciso fazer muito mais em 2012, diz a presidente Dilma Rousseff.

 Ao apresentar o balanço dos seis meses do programa, lançado em junho passado, Dilma reafirmou seu compromisso de erradicar a miséria até o fim do seu mandato, em 2014 e reforçar o poder de compra da classe média forte. “Estamos em condições de tirar 16 milhões de brasileiros da extrema pobreza e de fortalecer a classe média”, enfatizou.
O balanço mostra que já foram localizadas 407 mil famílias, de um total de 800 mil que vivem em condições de miséria absoluta no País. A meta é que todas estejam incluídas no Cadastro Único dos programas sociais até 2013. Dessas, 325 mil já estão recebendo benefícios. Com a ampliação de três para cinco no número de benefícios sociais por família, foi possível também incluir 1,3 milhão de crianças no Bolsa-Família. Nove estados já unificaram seus programas com o do governo federal, o que aumentou a renda de 3,5 milhões de carentes.
“Temos de olhar os números desse balanço e reconhecer que houve avanços significativos, mas não podemos achar que está tudo bom”, disse Dilma. “Temos de fazer muito mais”, afirmou a presidente, citando, por exemplo, que agora será possível gastar todos os recursos do orçamento do programa para que haja uma cobertura completa da população pobre. Durante a solenidade, ela firmou o pacto de adesão com os quatro governadores da região Centro-Oeste, a última a se integrar ao programa.
Dilma destacou que o Brasil Sem Miséria é o grande compromisso que assumiu desde o discurso de posse. Mas lembrou que ele é parte de um projeto de governo. “O Brasil também precisa crescer, investir, produzir, consumir, desenvolver-se e ter crédito”, disse ela, ressaltando que está empenhada em formar um mercado interno forte para blindar o país das crises externas. “Queremos um país de classe média que consuma e seja capaz de produzir, tanto na esfera das micro empresas, como no setor rural e em toda a cadeia produtiva”, afirmou.
Segundo a presidente, o crédito no País hoje se aproxima de R$ 2 trilhões e deve crescer ainda mais. “Lutamos com nossas forças para superação da crise internacional”, disse ela. “Não contamos com auxílio de ninguém porque temos a capacidade de produzir, gerar riqueza e exportar. Temos um mercado interno forte e programas de distribuição de renda, como o Bolsa-Família, contribuem para o fortalecimento desse mercado”, destacou.
por Vannildo Mendes

Lula, Dilma e o PT transformaram e transformarão pobres em consumidores

[...] Este é o segredo do sucesso do ex-presidente, da atual e do PT. Simples assim! O mais é conversar prá boi dormir!

-Por muito tempo, os brasileiros mais pobres foram os mais afetados durante as crises econômicas. Hoje, com a renda que recebem do Estado, milhões de brasileiros que viviam na extrema pobreza, transformaram-se em novos consumidores.
Atualmente 13 milhões de famílias, que vivem na pobreza ou extrema pobreza, recebem ajuda estatal de um plano de assistência. Este foi o sustento da esquerda a frente do país mais extenso da América do Sul e um dos mais vitoriosos na luta contra a miséria, segundo estudos.
"Com este dinheiro compro coisas, roupas, calçados, pago serviços, e o melhor: consegui comprar as telhas para colocar minha casa", disse à AFP Maria Alves, de 45 anos, analfabeta e mãe de seis filhos.
As famílias selecionadas para o programa Bolsa Família, com rendimentos entre 39 e 78 dólares por pessoa, recebem do Estado em média 75 dólares mensais, mas a soma pode chegar a 135 dólares de acordo com o número de filhos, segundo números oficiais.
O Brasil, com mais de 190 milhões de habitantes, afirma ter tirado da pobreza mais de 30 milhões de pessoas durante os oito anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
Somente entre 2003 e 2008, a extrema pobreza foi reduzida de 12% para 4,8%.
O país conseguiu em cinco anos o que a ONU, em suas Metas para o Milênio, estipulou para 25, disse à AFP André Portela Souza, professor da Fundação Getúlio Vargas e autor do estudo Políticas de Distribuição de Renda no Brasil e Bolsa Família.
"Romper o círculo vicioso da pobreza" Construída na periferia de Brasília, a casa de Maria está longe de ter as comodidades da classe média, composta por um número crescente de brasileiros com renda entre 674 e 2.907 dólares ao mês e motor do crescimento do mercado interno.
Os 204 reais que recebe do Estado mais o que ganha como babá melhoraram sua vida e permitiram que sua filha Cleyde, a primeira na família, completasse o ensino médio.
"Agora quero estudar, mas ainda não posso porque a universidade privada é muito cara e na pública a seleção é muito rigorosa", afirmou a jovem de 22 anos.
"A vantagem destas políticas é que procuram romper o círculo perverso da pobreza, quer dizer, que os filhos dos pobres continuem pobres", disse Souza.
O grande desafio "no longo prazo é a educação dada as crianças e aos jovens, que precisa melhorar muito para cumprir suas funções", acrescentou.
Os brasileiros mais pobres podem fazer o que era reservado as outras classes: consumir, explicou Souza.
Veroneide Lima de Santos, 28 anos, seis filhos e grávida de cinco meses, resume a diferença entre a extrema pobreza e a pobreza: "Agora compro coisas e sonho em ampliar a casa", uma construção precária, mas onde não falta uma televisão, um aparelho de som e uma geladeira.
O programa Bolsa Família, a princípio voltado para a luta contra a fome, foi implementado no governo Lula em 2003 e ampliado por sua sucessora Dilma Rousseff. O governo quer erradicar a pobreza extrema, incorporando ao Bolsa Família 16 milhões de pessoas nos próximos quatro anos.
Em 2011, o Estado investiu neste plano quase 12.000 milhões de dólares, cerca de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2011/10/24/brasil-transforma-os-mais-pobres-em-novos-consumidores.jhtm



Bolsa família

[...] Renda sobe e 2,2 milhões de lares saem do programa

Desde a criação do Bolsa Família, no fim de 2003, até setembro deste ano, 5,856 milhões de famílias deixaram de receber os benefícios do programa.

Os motivos para a saída são diversos, mas cerca de 40% dos ex-beneficiários, ou 2,227 milhões de lares, fazem parte de núcleos familiares que aumentaram sua renda per capita e não se enquadram mais na atual faixa de pagamento do benefício - renda mensal em grupos de até R$ 70 por pessoa ou rendimento individual mensal de R$ 70 a R$ 140.

Esse universo é composto principalmente por pessoas que foram beneficiadas pela atual política de valorização do salário mínimo. Elas conseguiram emprego formal, montaram negócios próprios ou foram alcançadas pela aposentadoria rural ou Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social, que paga um salário mínimo para ex-trabalhadores rurais, idosos e deficientes.

O governo não precisa desenvolver “portas de saída” para as famílias que são auxiliadas pelas políticas sociais, como o Bolsa Família, porque elas já existem

A redução da miséria tem ocorrido principalmente devido ao ingresso dessas pessoas no mercado de trabalho, que, ainda que informal, tem registrado um peso maior no aumento dos rendimentos das famílias do que as transferência de recursos públicos. Esse é o cerne do primeiro estudo, que será divulgado hoje no portal do programa Brasil Sem Miséria.
O documento, produzido por três pesquisadores da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), liderados pelo subsecretário Ricardo Paes de Barros, um dos maiores especialistas em política social do país, avalia que o passo a ser dado pelo governo, via Brasil Sem Miséria, é o de gestor de uma “grande parceria público-privada” para fortalecer as portas de saída. No estudo, feito em conjunto com as pesquisadoras Rosane Mendonça e Raquel Tsukada, Paes de Barros usa dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) e verifica que a renda per capita dos 20% mais pobres cresceu 63%, em termos reais, entre 2003 e 2009, atingindo R$ 100 por mês.
Enquanto a renda per capita não derivada do trabalho – notadamente puxada por programas sociais, como o Bolsa Família – dobrou, passando de R$ 25 por mês para R$ 49 por mês, os rendimentos do trabalho aumentaram 40% em igual período, atingindo R$ 123 por mês em 2009. O trabalho, que representa 71% do total obtido pelos 20% mais pobres, foi a principal porta de saída da política social do governo, avaliam.
“O Bolsa Família explica só uma parte menor da saída das pessoas da pobreza. Foi extremamente relevante, porque significou aquele dinheirinho que o cara usou para comprar um sapato e para ir na entrevista de emprego. Mas não foi a transferência de renda que tirou as pessoas da pobreza, foi o trabalho”, diz Paes de Barros.
Doutor em economia pela Universidade de Chicago (EUA), Paes de Barros foi um dos principais integrantes do grupo que formulou e implementou o Bolsa Família, lançado em outubro de 2003 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O programa, que hoje atende quase 13 milhões de famílias, foi alvo de críticas, nos primeiros anos, por não “fornecer” uma porta de saída ao beneficiário, que apenas receberia os recursos do governo. Outra crítica frequente ao Bolsa Família – de que o programa apenas agrupava uma série de iniciativas já existentes – foi repetida ao Brasil Sem Miséria, lançado pela presidente Dilma Rousseff em maio.
“Quem paga imposto e está preocupado com o Brasil estar tocando uma política social que gera dependência do beneficiado, fique sabendo que nós tivemos um enorme sucesso em criar portas de saídas”, afirma Paes de Barros. “O Brasil Sem Miséria é mesmo uma coordenação de iniciativas dispersas já existentes, tal qual o Bolsa Família, que foi o sucesso que foi justamente porque o governo aprendeu que a política social ganha eficiência com maior articulação de medidas”, diz.
Para ele, o Brasil Sem Miséria será uma “grande parceria público-privada”, que criará portas de saída mediante obras públicas, tocadas por empresas privadas vencedoras de licitações do Estado, ou via qualificação dos trabalhadores para ingressarem, por sua conta, nas vagas criadas espontaneamente pelo setor privado, aproveitando o crescimento econômico. Em casos mais específicos, avalia, onde não há perspectiva de lucro para o setor privado e demanda social por emprego, o setor público pode “se antecipar e construir uma microatividade produtiva, que atrai o pobre”.
De acordo com Paes de Barros, o número de pessoas que está abaixo da linha da pobreza extrema (definida em R$ 70 per capita por mês, pelo Banco Mundial) está próxima a 6% neste ano, podendo atingir algo como 5,5% no fim do ano – o número oficial mais atualizado, de 2009, é de 8,4%. Em 1993, auge da hiperinflação no país, esse número era de 22,9%.
João Villaverde

Dentro de 4 anos, Brasil terá menos pobres que os EUA

Embora tenha autoridade para fazê-lo, dessa vez nem é o governo que faz as últimas projeções sobre o desenvolvimento futuro do Brasil. Promotor de um seminário sobre a América Latina, realizado em Santander (interior da Espanha), o banco de mesmo nome divulgou estudos de seu Departamento Econômico, pelos quais em 2025 o Brasil (então com um PIB de US$ 4,9 trilhões) será a 6ª economia mundial, atrás da China, Estados Unidos, Índia, Japão e Rússia.

Melhor ainda: estes estudos indicam que a continuidade nos próximos anos do crescimento econômico e da expansão da classe média alçarão o Brasil a um patamar social próximo ao das grandes potências mundiais, e em breve nosso país terá menos pobres que os EUA.

O vasto conjunto de políticas sociais desenvolvidas pelos governos Lula nos últimos 8 anos e a continuidade delas no governo Dilma -  dentre as quais destacam-se o Bolsa Família e o Brasil Sem Miséria - tem tudo para assegurar a continuidade dessa caminhada e confirmar os estudos do Santander.

Estudo prevê: país cresce em 2011 e 2012

"Em poucos anos, o Brasil terá menos pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza que os EUA", afirmou Marcial Portela, presidente do Santander no Brasil ao divulgar as projeções do estudo aos jornalistas.

Elas indicam que o crescimento brasileiro este ano será de 3,7% e em 2012 de 4% - índice pouco inferior aos 4,5% estimados para os dois anos pelas autoridades econômicas brasileiras. Esse estudo do Santander prevê uma inflação de 6,2% este ano e de 5,1% no ano que vem.

"As taxas de crescimento no Brasil devem garantir o fortalecimento da classe C. O fenômeno da classe média brasileira é impressionante. O país deve ter um ingresso de 25 milhões de pessoas no sistema bancário nos próximos anos, advindas dessas camadas de renda mais baixas", completou Portela.

Segundo José Juan Ruiz, diretor do Santander para a América, por estes estudos, e a prosseguirem no ritmo atual, os países emergentes deverão superar taxas de crescimento de vários desenvolvidos daqui a quatro anos,  já em 2015.

Brasil Sem Miséria começa com marca histórica


A divulgação dos estudos do Santander coincide com o anúncio, pelo governo federal, de que inicia, pelo interior da Bahia e de Minas, o censo de pequenos proprietários rurais que ainda vivam em situação de absoluta carência para torná-los beneficiários do Brasil Sem Miséria, o programa do governo Dilma Rousseff que vai contemplar 16,2 milhões de pessoas.

Vejam que no deslanche do programa há até uma inversão histórica no Brasil: antes era a população mais carente que recorria ao Estado. Agora é este que vai ao encontro dela para cadastrá-la, torná-la beneficiária de projetos sociais e incluí-la nos programas de distribuição de renda.
por Zé Dirceu

Brasil Sem Miséria

Ao lançar o programa quinta-feira,  a presidente desempenhou sua melhor performance, desde a posse. Com um discurso denso e objetivo, mostrou firmeza e controle da platéia. E abordou tema infinitamente mais importante do que as tricas e futricas verificadas na novela Antônio Palocci. Infelizmente, não teve o  espaço merecido na mídia, nem a repercussão devida no Congresso. Em vez de atentarem para o conteúdo do pronunciamento da presidente, parlamentares e  jornalistas presentes ficaram de olho no chefe da Casa Civil, até registrando haver ele saído pelos fundos, no fim da cerimônia.
Carlos Chagas

por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

O kit anti-corrupção

O mais necessário deles, nunca foi mencionado. Para a quase totalidade da população brasileira, seria o único kita resolver nossos problemas. Certamente prejudicaria a ínfima parcela que impede sua confecção, mas isso não nos impede de perguntar: cadê o kit anti-corrupção?

Deveria ser confeccionado urgentemente, em vários tipos, para ser distribuído nas creches, jardins, escolas, colégios, universidades e repartições públicas.
Para começar, deveríamos trocar o nome do estojo de material de ensino: kit, se me permitem a sinceridade, é a mãe. O português, língua falada por mais de 240 milhões de pessoas em todo o mundo, com cerca de 228 500 entradas, 376 500 acepções, 415 500 sinônimos, 26 400 antônimos e 57 000 palavras arcaicas, é lexicamente muito rico e não precisa dessas três letrinhas estrangeiras para nominar um estojo (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa).
O material traria explicações sobre os males da corrupção. Naturalmente, tudo de acordo com a idade do usuário. Fichas com o verbete corrupção e seus significados, para que a palavra não fosse usada assim à toa, sem que seu sentido ficasse bem claro na mente de quem fala ou ouve.
Deveria deixar bem claro que corruptor e corrupto são farinha do mesmo saco. O que os distingue é a posição que ocupam, que é intercambiável: um vende, outro compra; um suborna, outro se deixa subornar; um estraga, outro se deixa estragar; um contamina quem toca, outro se deixa contaminar.
Muitas vezes as palavras, de tão usadas, perdem seu impacto e acabam sendo empregadas de modo ligeiro, sem que seu real sentido penetre em nossa mente: um corrupto é um corrompido que corrompe outra pessoa que se deixa corromper e, portanto, passa a ser corrompida ela também.
O estojo se destinaria a interromper esse toma lá dá cá e faria com que as crianças crescessem com um solene preconceito contra corruptos, de qualquer tipo e feitio.
E antes que a palavra preconceito cause chiliques em quem a usa sem nem sequer se dar ao trabalho de apreender seu significado, esclareço que ter preconceito contra corruptos e corruptores é sinal de sanidade mental e mais, de entranhado amor à Pátria.
Devemos, sim, ter preconceito contra o espetáculo da miséria feia, suja, monstruosa, que debilita crianças em formação e nos torna uma nação doente; contra o analfabetismo, terreno fértil que nem precisa de adubo para que ali brote o espetáculo da sordidez mais vil: o excesso indecente para a minoria e a escassez quase absoluta para grande parte da maioria.
O todo filho dileto da corrupção.

Um brasileirinho com fome, em 2011, primeiro ano da segunda década do século XXI

Programa de combate à miséria prevê gasto adicional de R$ 4 bilhões por ano

A presidente Dilma Rousseff lançou ontem, em Brasília, o programa Brasil sem Miséria, que custará R$ 20 bilhões por ano aos cofres do Tesouro Nacional. Na prática, contudo, o governo terá um desembolso extra de aproximadamente R$ 4 bilhões/ano, já que R$ 16 bilhões representam o orçamento atual do Bolsa Família.
Dilma assinou um projeto de lei suplementar destinando R$ 1,2 bilhão para o programa em 2011 e uma medida provisória que amplia de três para cinco o teto de dependentes para o Bolsa Família e cria linha de crédito de R$ 2,4 mil (que será pago em quatro parcelas), para que pequenos agricultores tenham recursos para produzir.
O governo federal também firmou convênio com a Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) para que alimentos produzidos pela população classificada na faixa da miséria extrema – renda mensal per capita familiar de até R$ 70 – sejam comercializados nos supermercados. Os supermercados também abrirão espaço para qualificar os desempregados incluídos no cadastro único do programa.
Durante cerimônia realizada no Palácio do Planalto, com a presença de governadores, prefeitos, integrantes da base aliada e praticamente todos os ministros, a presidente Dilma anunciou a criação da Bolsa Verde, uma ajuda de R$ 300 a ser paga trimestralmente às famílias carentes que auxiliarem na preservação do ambiente.
Dilma afirmou que lutar contra a miséria “é dever do Estado, mas também tarefa de todos os brasileiros e brasileiras deste país”. A presidente destacou que o programa atual tem o mérito de “gritar que a miséria ainda existe nesse país”. Ela disse não aceitar o “fatalismo de quem diz que a pobreza existe e existirá sempre em todas as sociedades. Isso não é realismo, é cinismo”, disse.
O novo programa do governo federal também pretende ampliar de 66 mil para 250 mil o número de agricultores familiares incluídos no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e construir cisternas para 750 mil famílias no Programa Água para Todos.
Na área urbana, o programa planeja qualificar 1,7 milhão de pessoas entre 18 e 65 anos em ações conjuntas de programas federais como o Pronatec (o Prouni das escolas técnicas), o Projovem e o incentivo para a contratação de trabalhadores para as obras do PAC e do Programa Minha Casa, Minha Vida.

Paulo de Tarso Lyra | VALOR

Dilma: Não vamos mais esperar que os pobres corram atrás do estado brasileiro

Brasil sem Miséria é porta de entrada para o século 21
Presidenta Dilma

Brasil sem Miséria
A presidenta Dilma Rousseff lançou, hoje (02/06/11), o principal projeto 
de seu governo: o Brasil Sem Miséria. O plano tem o objetivo de tirar 16 
milhões de brasileiros e brasileiras da situação de extrema pobreza. 
São pessoas que vivem hoje com renda abaixo de R$ 70 por mês e, 
nos próximos anos, vão usufruir dos ganhos obtidos pelo Brasil a partir de 2003.

O plano será baseado em três eixos:

•         Acesso a serviços de saúde, educação, assistência social, saneamento

 e energia

•         Geração de oportunidades de emprego e qualificação profissional

•         Transferência de renda, com o Bolsa Família


O grande desafio do Brasil sem Miséria será localizar e incluir nos programas 

sociais do governo federal as famílias nessa situação de pobreza. 
As equipes de profissionais do governo vão identificar os serviços existentes 
e a necessidade de criar novas ações para que essa 
população possa ter os seus direitos.


"Não vamos mais esperar que os pobres corram atrás do estado brasileiro.

O estado brasileiro deve correr atrás da miséria", declarou a presidente.
Para esse trabalho, o governo Dilma vai integrar políticas já 
existentes, em parceria com estados, municípios, empresas públicas 
e privadas, e organizações da sociedade civil.

Além disso, o plano vai modificar alguns pontos do Bolsa Família, como o

aumento no limite de filhos (até 15 anos) para o cálculo do benefício que
 permitirá a inclusão de 1,3 milhão de crianças e adolescentes no programa.
 Para mais informações, acesse: www.brasilsemmiseria.gov.br