A Folha mente, mente e mente


por Luiz Carlos Azenha

Folha de S. Paulo acaba de tomar mais uma surra dos fatos. A denúncia que o jornal fez, em primeira página, com manchete de ponta a ponta, não resistiu nem mesmo ao ciclo de 24 horas. O tema parece confuso e, nesse caso, a confusão favorece o acusador.

O jornal apresenta uma fórmula simples no seu caldeirão de maldades: juntar uma bruxa (José Dirceu), o nome de um paraíso fiscal (Ilhas Virgens Britânicas), um dado chamativo (um empresário gastar 1 real para comprar participação em uma empresa) e mistura bem misturado com fantasias, como a lenda de que o negócio "renderia" ao empresário esperto um lucro de 200 milhões de reais (sem qualquer prova ou documentação, assim, no chute).

O problema é que as premissas da denúncia são falsas: 

1) como esclareceu a Advocacia Geral da União, "a retomada desse patrimônio, por via judicial, não gerou direitos aos sócios da Eletronet ou qualquer outro grupo empresarial privado", ou seja, se José Dirceu recebeu 620 mil reais para gerar um lucro de 200 milhões de reais que não existe, ou ele é muito esperto, ou o empresário que pagou a ele para não ganhar nada é trouxa; 

2) o ponto 7 da nota da AGU -- "a eventual reativação da Telebrás não vai gerar receitas ou direitos de crédito para a massa falida da Eletronet, seus sócios, credores ou qualquer grupo empresarial com interesses na referida massa falida" -- derruba a premissa da Folha de que a reativação da Telebrás pelo governo Lula de alguma forma beneficiará ao empresário que pagou consultoria a José Dirceu.

Para além disso, notem o que disse a O Globo o secretário de Logística do Ministério do Planejamento:
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O que me leva a concluir:
1) A Folha errou inocentemente;
2) A Folha tem interesses escusos nos negócios da banda larga;
3) A Folha faz campanha eleitoral;
4) A Folha serviu ao DEM e ao PSDB para jogar uma cortina de fumaça no inferno astral de José Serra.
Façam suas apostas. Leia mais Aqui

Já vi este filme

O alvo agora é a Telebrás

Telebrás - Investigar, sim! Fazer o jogo das teles, não!


Alguns dias atrás alertei aqui que o jogo em relação à Telebras ia ficar pesado. Há interesses e dinheiro demais em jogo para que não fosse assim. A denúncia da Folha de S. Paulo sobre uma ligação entre o ex-ministro José Dirceu e um empresário que comprou parte da falida Eletronet e seus direitos sobre a rede pública de fibras óticas intaladas nas torres de transmissão de energia é parte deste jogo.
Sai no jornal e já vem o Deputado Paulo Bornhausen, líder do DEM, pedindo CPI. Este deputado, você lembra, fez dias atrás um discurso em que defendia que o negócio da banda larga fosse entregue às teles.  E disse. com todas as letras, que o contrário, que o controle da interconexão fosse pública, era um “risco Dilma”.
Está na cara que este é um jogo para evitar que o Estado assuma o controle da rede de interconexão e crie concorrência de verdade na distribuição domiciliar da banda larga. A banda larga é, a médio prazo, entre outras coisas, o fim do serviço de telefonia.
O fim, portanto, da mina de ouro. Continua>>>

Pesquisa das Pesquisas

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Frase do dia

“Nos demais, todo mundo sabe, o coração tem moradia certa, fica bem aqui no meio do peito, mas comigo a anatomia ficou louca, sou todo coração”.
Vladimir Maiakovski

União contra os tucanos paulistas



O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) tem encontro nesta quarta-feira (24) com líderes de 15 partidos políticos — entre eles PSB, PT, PDT, PCdoB, PTC, PRB, PSC e PTN —, para discutir a sua possível candidatura ao governo de São Paulo. 

A reunião ocorrerá no diretório do PSB em Brasília.

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Quem era terrorista?

À falta de outros argumentos e propostas, com um mínimo de consistência, os opositores reiteram a imagem de “terrorista” de Dilma.

Quem era terrorista: a ditadura militar ou os que lutávamos contra ela? Dilma estava entre estes, o senador José Agripino (do DEM, ex-PFL, ex-Arena, partido da ditadura militar), entre os outros.

O golpe militar de 1964, apoiado por toda a imprensa (com exceção da Última Hora, que recebeu todo o peso da repressão da ditadura), rompeu com a democracia, a destruiu em todos os rincões do Brasil, e instaurou um regime de terror – que depois se propagou por todo o cone sul do continente, seguindo seu “exemplo”.

Diante do fechamento de todo espaço possível de luta democrática, grandes contingentes de jovens passaram à clandestinidade, apelando para o direito de resistência contra as tiranias, direito e obrigação reconhecidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. Enquanto nos alinhávamos do lado da luta de resistência democrática contra a ditadura, os proprietários das grandes empresas de comunicação – entre eles os Frias, os Marinhos, os Mesquitas -, os políticos que apoiavam a ditadura – agrupados na Arena, depois PFL, agora DEM, como, entre tantos outros, o senador José Agripino –, grandes empresários nacionais e estrangeiros, se situavam do lado da ditadura, do regime de terror, da tortura, dos seqüestros, dos fuzilamentos, das prisões arbitrárias, da liquidação da democracia.

Quem era terrorista? Os que lutavam contra a ditadura ou os que a apoiavam? Os que davam a vida pela democracia ou os que se enriqueciam à sombra da ditadura e da repressão? Os que apoiavam e financiavam a OBAN ou aqueles que, detidos arbitrariamente, eram vitimas da tortura nas suas dependências, fuzilados, desaparecidos?

Quem era terrorista? José Agripino ou Dilma? Os militares que destruíram a democracia ou os que a defendiam? Quem usava a picanha elétrica, o pau-de-arara, contra pessoas amarradas, ou quem lutava, na clandestinidade, contra as forças repressivas? Quem era terrorista: Iara Iavelberg ou Sergio Fleury? Quem estava do lado da Iara ou quem estava do lado do Fleury? Dilma ou Agripino? Quem estava na resistência democrática ou quem, por ação ou por omissão, estava do lado da ditadura do terror?