"Risco Europa" já é maior que o do Brasil


Leandro Modé – O Estado SP

O crescente temor sobre a situação fiscal de vários países europeus – que voltou a castigar os mercados globais ontem -, aliado à melhora das condições macroeconômicas brasileiras nos últimos anos, transformou em realidade algo impensável há não muito tempo: os investidores temem mais um calote de Portugal, Espanha, Irlanda, Itália e Grécia do que do Brasil.
É o que revelam os dados da medida de risco mais usada no mercado global atualmente. Trata-se do prêmio expresso nas negociações de um instrumento derivativo chamado de CDS (do inglês, credit default swap). Em uma definição coloquial, o CDS pode ser traduzido como um seguro anticalote.
Exemplo prático: um banco empresta dinheiro para um país e, ao mesmo tempo, compra um CDS de um investidor. Se o tal país não honrar seu compromisso, o banco vai ao investidor cobrar o prejuízo.
No auge da crise global, em outubro de 2008, o prêmio do Brasil chegou a 355 pontos – ou seja, o investidor que comprava seguro contra eventual inadimplência brasileira pagava 3,55 pontos porcentuais a mais de juros sobre o CDS dos EUA, referência do mercado.
Na mesma época, o CDS de Portugal era de 85 pontos, da Espanha, 82, da Irlanda, 113, da Itália, 117, e da Grécia, 134 pontos. Ontem, esses valores eram, respectivamente, de 150 (Brasil), 227, 165, 169, 155 e 415 pontos (ver gráfico na pág. B4).
“Há duas explicações para a melhora do risco brasileiro em comparação com o desses países: de um lado, o Brasil saiu fortalecido da crise e tem boas perspectivas de crescimento; de outro, essas nações europeias enfrentam enorme desafio fiscal”, explicou a economista-chefe do banco ING, Zeina Latif.
Um dos efeitos da mudança é que as empresas e o governo do Brasil podem pagar menos para se financiar no exterior do que esse grupo de países, que, pelos critérios do Fundo Monetário Internacional (FMI), constituem economias avançadas.
“Isso já ocorre na prática”, disse Eduardo Nascimento, diretor do BB Securities em Londres. Segundo ele, um papel emitido pelo governo da Grécia na semana passada pagava ontem ao investidor, nas negociações de mercado secundário, juro de 7% ao ano. “Um título do Banco do Brasil com vencimento em 10 anos está pagando 6%.” Quanto maior o retorno, maior o risco da aplicação.
Em janeiro, a área do BB em que trabalha Nascimento liderou o ranking das instituições financeiras responsáveis por estruturar captações de empresas e do governo brasileiro no exterior, com US$ 3 bilhões. O especialista afirma que as perspectivas para o resto do ano são positivas, mas podem mudar se a situação na Europa continuar a se deteriorar.
Ontem, por exemplo, as bolsas mantiveram a tendência de baixa. O Ibovespa caiu 1,83%, a Bolsa de Madri perdeu 1,53%, a de Paris, 3,40% e a de Londres, 1,53%. O dólar subiu 0,37%, para R$ 1,890.
Aparentemente, o desempenho do risco brasileiro expresso nas negociações de CDS é contraditório com o que tem ocorrido na Bovespa e no mercado de câmbio. “O CDS reflete mais os fundamentos do País, enquanto a bolsa e o câmbio sofrem com a volatilidade do momento”, ponderou a professora do Instituto de Economia da Unicamp Daniela Magalhães Prates.
O economista Ricardo Amorim, da Ricam Consultoria Empresarial, não se mostra surpreso com a alteração do status relativo do Brasil frente a algumas nações europeias. “Enquanto a China e a Índia estiverem em um processo de migração das pessoas do campo para a cidade (o que deve levar mais 20 ou 30 anos), os países frágeis serão eles (ricos), não nós (emergentes)”, afirmou.
Isso porque a demanda desses dois países é por produtos exportados pelos emergentes (commodities), não pelos desenvolvidos (serviços e bens industrializados). Além disso, os produtos chineses reduziram a inflação global, o que diminuiu as taxas de juros e o custo do dinheiro (os maiores demandantes de empréstimos são os emergentes).
Nem todos são tão otimistas. O professor do Insper Marcelo Moura pondera que as contas públicas brasileiras também são frágeis e lembra que o País terá déficits crescentes na conta corrente. “O Brasil melhorou porque não sofre tanto quando há uma crise, mas ainda paga mais para rolar sua dívida interna do que esses países europeus”, disse. “Discordo desse ufanismo com o País.”

TENSÃO GLOBAL

150 pontos era o risco brasileiro ontem, expresso nas negociações do instrumento financeiro CDS.
O risco Grécia estava em 415 pontos, o de Portugal, em 227, e o da Espanha, em 165
4,03% foi a queda do Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) na semana.
Mas, o que eu queria saber mesmo é: Quanto era o risco Brasil em 31/12/2002? ou 2001, 2000, 1999, 1998, 1997, 1996, 1995, 1995, 1994 e por aí vai.

O que vai pela cabeça de Ciro


O que passa pela cabeça de Ciro Gomes para ele insistir na sua candidatura a presidência?
  • Que é o melhor para a base aliada do governo?
  • Que pode ir para o segundo turno contra Serra e ser eleito presidente com o apoio de Lula e do PT?
  • Que mesmo não indo para o segundo turno terá mais cacife no governo Dilma?...
Nenhuma destas hipóteses passa pela cabeça do deputado.

O que ela imagina é Serra desistir e ele ter o apoio do PSDB/DEM/PPS e do PMDB que não faz parte da "moral frouxa" aliada do PT.

Acontece que mesmo se isto ocorresse o povo não o elegeria.

Este discurso de pós-Lula e anti-PT tá mais surrado que lona velha de caminhão.

Ciro acorda! Seja candidato ao governo paulista e continue na vida pública você tem muito a oferecer ao país.

Mas, não insista na candidatura a presidência este ano.

No momento és carta fora do baralho, agora é a vez e a hora da Muié.

Tráfico de influência e CPI da Manicure


Por Sanzio

EXTRA EXTRA
“Depois de ser indicada por D. Marisa, a manicure Raimunda Silva foi contratada, sem licitação, para prestar serviços a Carla Bruni, esposa do Presidente da França, Nicolai Sarkozy.
A França é a principal candidata a vencer a licitação para compra de 36 caças pela FAB, por determinação do Presidente Lula.
O senador Arthur Virgílio (PSDB – AM) disse que vai pedir uma CPI para investigar possível tráfico de influência da manicure Raimunda nas negociações de compras de submarinos, caças e armas da França.
O deputado ACM (PFL – BA) disse que isso é um verdadeiro escândalo, que pode sujeitar o Presidente Lula a um processo de impeachmente.
O senador Álvaro Dias (PSDB – PR) quer saber se Raimunda presta serviços também para Dilma Roussef, candidata do PT à Presidência da República nas próximas eleições.
O presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, afirma que esse fato é muito grave, e pretende chamar o presidente Lula às falas.
Procurada por telefone pela Folha, Carla Bruni não quis comentar o episódio. 
A Folha deixou recado no celular pré-pago de Raimunda, mas até o fechamento desta edição ela não havia retornado a ligação.

Uma semana de boas notícias

ImageA semana termina com boas notícias, entre as quais destaco a consolidação dos apoios à candidatura Dilma Rousseff do PDT e do PC do B; enquanto o PR caminha para integrar mais uma vez a coligação vitoriosa de 2002, quando indicou Zé Alencar como vice e, em 2006; o PMDB reelege neste fim de semana Michel Temer presidente do partido, reafirmando sua participação no governo Lula e na aliança para eleger Dilma, indicando o vice-presidente. Ao mesmo tempo, os entendimentos com o PP e o PRB caminham bem e, em São Paulo, o PT pode indicar Aloizio Mercadante como candidato e, em Minas Gerais, fortalece a candidatura de Zé Alencar a governador, unindo toda base do governo e o PT. Tudo isso sem falar nas pesquisas, todas já mostram Dilma empatada com Serra... Continua>>>

POR AMOR - ANTÔNIO MARCOS - UNCHAINED MELODY

Prato do dia

O Serra se frita sozinho, Ministra
Ele se frita sozinho Muié

A democracia representativa

Na proxima terça-feira (9), o Congresso Nacional discutirá o veto presidencial sobre 4 obras consideradas irregulares pelo TCU - orgão auxiliar do poder legislativo -.

São elas:
  • Refinaria Abreu e Lima (PE)
  • Presidente Getúlio Vargas (PR)
  • Terminal de escoamento de Barra do Riacho (ES)
  • Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (RJ)
Se a oposição conseguir derrubar os vetos as obras serão paralisadas e a lei será cumprida.

Se a oposição não conseguir derrubar os vetos as obras prosseguirão e a lei será cumprida.

Na democracia representativa é assim.