por Brizola Neto

Multi investe US$ 1 bi no aço que Agnelli achava “fria”

Agência Reuters divulga agora à  noite que a ArcelorMittal Brasil pretende  instalar um laminador de 1 bilhão de dólares em sua usina siderúrgica de Tubarão (ES), para transformar as placas de aço excedentes da exportação e lâminas de aço destinados ao mercado interno brasileiro.

Bem, os dirigentes da multi devem ser loucos,se a gente considerar a avaliação do “gênio”  Roger Agnelli, que dizia  não fazer”tanto sentido investir em aço.”
E a reportagem da reuters ainda vai além:
“Além de voltar Tubarão para o mercado interno, a ArcelorMittal Brasil está ampliando a capacidade da usina em São Francisco do Sul (SC) de olho no aquecido mercado automotivo(…) a companhia conclui até o final deste ano contratos para a construção de uma terceira linha de galvanização que ampliará a capacidade de aços planos da usina de 1,35 milhão para 2 milhões de toneladas por ano, em investimento de 300 milhões de dólares. A nova capacidade deve começar a operar entre o final de 2013 e início de 2014″.
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Quando ela olha pra mim

Nada de mais
Apenas um olhar.
De tirar a paz
Capaz de derrubar.

Derrubar todas as barreiras
Ultrapassar todas as fronteiras
De um ser já combalido, pelas nuanças do amor.

De fazer tremer as bases
E pular, de vez, as fases
Entre o sorriso e a dor.

Um olhar límpido, sincero
Por vezes meigo, outras austero
Que domina o âmago do atingido.

E vai fundo, perscruta a alma
Agita e logo acalma
Que tanto cura como torna ferido.

Um olhar fulminante
Poderoso, de enlouquecer.
Lancinante
E impossível de esquecer.


É assim...
... quando ela olha pra mim.

Eles se acham

Brasileiros e brasileiras, recomendo a leitura do texto escrito pelo ex-líder do PSDB no senado ( Arthur Virgílio). É a mais cristalina confissão, revelação de como eles (tucademopiganalhas) julgam-se. Leia "As palestras de Lula".

Viram como é?...

Para eles tudo é permitido, eles tem o direito adquirido rsss.

Que ninguém se engane, o mineirim Aécio ( assim como o SerraRojas)  acredita piamente que nasceu para presidir o Brasil. Se não o elegemos?...É porque somos uns idiotas, imbecis , ingratos.

O negócio é eleger Lula novamente em 2014 e Zéfinnim
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por Luis Fernando Verissimo

Pedaços de metal

Nietzsche escreveu em algum lugar que certas ideias se tornam verdades pela repetição, mas perdem o significado com o tempo, como moedas cujas imagens se apagam e passam a ter, todas, apenas o valor de pedaços de metal.

Me ocorreu que a metáfora do Nietzsche pode ser usada ao contrário para descrever o que acontece com o euro, a moeda única idealizada para uma Europa unida que parece estar em vias de perder o sentido.

No caso do euro a intenção era que as moedas valessem o mesmo para todos os membros do mercado comum, independentemente do estado das suas economias. Mas, ao contrário dos pedaços de metal de Nietzsche, com o tempo certos euros ganharam um valor real que para outros é artificial. E o valor dos euros saudáveis é ameaçado pelas repetidas crises dos euros anêmicos.

As outras tentativas de criar uma Pan-Europa fracassaram por razões diferentes. Napoleão quis levar a Revolução Francesa para além das fronteiras da França e do seu próprio poder e provocou uma reação da Europa monárquica que acabou não só com suas pretensões imperiais mas com o regime revolucionário que o pariu.

Ironicamente, Napoleão criou uma união europeia — a dos velhos regimes que se uniram para detê-lo e a ameaça republicana. Decisiva na derrota de Napoleão e do seu sonho foi a resistência da Inglaterra, aquela estranha ilha que, para quem vive dizendo que não é Europa, tem tido uma participação desproporcional na história europeia.

A Inglaterra também foi, em grande parte, responsável pela derrota de Hitler, outro que sonhou com uma federação europeia e propôs sua Europa fascista como um baluarte contra o bolchevismo e as "hordas asiáticas" que já estariam na margem oriental do Danúbio prontas para atacar a civilização ocidental.

Uma proposta aceita por muita gente boa, na época.

A atual tentativa de unir a Europa partiu de uma conveniência de mercado, nada tão grandiloquente quanto as pretensões bonapartistas e nazistas. Em vez de um ideal revolucionário ou da civilização cristã, pretendeu-se defender a relevância da Europa no mundo da competição capitalista.

Começando pelos pedaços de metal, pois afinal o dinheiro é que manda neste mundo. Também não está funcionando.

E-Commerce voltado para consumidores Gays

Recentemente foi divulgado um estudo sobre os consumos de pessoas com preferências homossexuais, ou seja, os gays. E desse nicho diferenciado 40% dessas pessoas estão na classe A e B. Num total de 64% desses indivíduos possuem no mínimo um cartão de crédito. 80% navegam e costumam fazer compras regularmente. E o aumento de gastos se reflete tanto em bens não duráveis, como livros, produtos de beleza, como em bens duráveis...Continua>>>




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por Luis Nassif

O leilão do Banco Postal e o pescoço de Agnelli

No dia 3 de abril passado o Estadão perpetrou uma reportagem com toda a aparência de ter sido bem apurada. O título era “O que selou o destino de Agnelli para que ele perdesse o comando da Vale”.

A reportagem se vendia bem. Na abertura informava terem sido envolvidos na matéria 11 jornalistas - incluindo o diretor da sucursal de Brasília. Teriam sido ouvidos dois diretores e um ex-funcionário da Vale, três ministros, quatro parlamentares e dois advogados do sistema financeiro.

Depois dessa apresentação, afirmava taxativamente que o Bradesco tinha rifado o pescoço do presidente da Vale, Roger Agnelli, em troca da manutenção do seu contrato com os Correios, no Banco Postal e da parceria com o Banco do Brasil.
Antes de ontem houve o leilão da concessão do Banco Postal. E o Bradesco perdeu para o Banco do Brasil. Obviamente, a notícia era falsa.
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O edital do leilão foi estruturado da seguinte forma: o vencedor teria de pagar R$ 500 milhões pelo direito de utilizar as 6 mil unidades dos Correios, mais R$ 350 milhões pelo direito de explorar produtos e serviços financeiros na rede e mais o lance que for vitorioso em leilão.

Somadas as três parcelas, o desembolso total do BB foi de R$ 3,15 bilhões. O prazo do contrato é relativamente curto – de 5 anos. Ao final, o vencedor poderá renovar, pagando o mesmo valor acrescido de juros do período.
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O Banco Postal tem a mesma função do correspondente bancário. Não permite nem conta corrente, fornecimento de talão de cheques ou compensação bancária. Hoje em dia há milhares de supermercados, farmácias, restaurantes, loterias e comércio em geral cumprindo essa função, sempre em parceria com um banco comercial.
No caso do Bradesco, são cerca de 29 mil correspondentes em todo país, sem contar os do Banco Postal.
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O Banco Postal começou a operar em 2001. Na época o Bradesco venceu o leilão como candidato único, pagando R$ 200 milhões. Em dez anos conquistou 5 milhões de clientes.
Até janeiro de 2012, o Bradesco continuará operando a parceria. O desafio do Bradesco será manter a clientela; o do BB, tirá-la do Bradesco.
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Para Alexandre Correa Abreu, vice-presidente do BB, a operação permite antecipar em cinco anos os investimentos que o banco iria fazer na ampliação da sua rede, atrás de dois focos: os clientes de baixa renda e a regionalização da economia.
Foi um investimento estratégico, embora de maturação lenta. Os Correios possuem 6.100 pontos, 2.500 deles em locais onde o BB não tem agência. O BB economizará tempo de implantação de tecnologia, montagem de pontos, contratação e treinamento de pessoas.
O BB possui hoje 55 milhões de clientes. Os estudos do banco indicaram que o Banco Postal tem potencial de 10 milhões de pessoas – 5 milhões dos quais já são correntistas do Bradesco.

O BB disputará com sua linha de produtos e com algumas linhas que só ele opera, como o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar ) e o Minha Casa Minha Vida para clientes de até 3 salários mínimos de renda.

O fator Agnelli
O mero fato de ter havido disputa e o BB ter vencido comprovava que era falsa a tese de que o Bradesco teria se curvado à pressão do governo no episódio Vale. Mas a versão passou a ser mais importante que o fato.

A matéria da Folha dizia que o «leilão surpreendeu o mercado e até a presidente Dilma Rousseff». Mais: «Por ser um negócio atrativo, todos esperavam que o Bradesco iria cobrir qualquer oferta para manter o negócio. O banco, aliás, concordou em tirar Roger Agnelli da presidência da Vale, em busca de apoio do governo em questões estratégicas como o Banco Postal». Embora desmentida pelos fatos, a versão foi mantida.



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Volta de Fujimori no Peru

[...] o sonho de consumo da tucademopiganalhada brasileira







Para impedir a vitória de Humala, o sistema não se constrange em apoiar a filha de um assassino

  "A eleição da candidata da direita, Keiko Fujimori, à presidência do Peru seria o pior resultado possível, pois significaria o mesmo que atribuir o poder novamente a seu pai, o ex-presidente Alberto Fujimori, preso por violações dos direitos humanos e corrupção" 

Manifesto assinado por 99 intelectuais peruanos de várias tendências.

Essa disputa no Peru,com segundo turno no dia 5,  mostra o nível de insensatez que envolve políticos e jornalistas brasileiros amargos, provavelmente em busca de compensações psicológicas para seus fracassos entre nós.


Torcer pela vitória da filha do ex-ditador Alberto Fujimori, condenado a 25 anos de cadeia por roubo, corrupção e violação dos direitos humanos, é identificar-se com o que houve de pior em nosso país naqueles anos que poucos têm coragem de defender e ainda tratam de escamotear, com a pressão para que não se apure nada das atrocidades cometidas.


Mas há quem sonhe com o retorno do "fujimorismo" no Peru como uma revanche diante das seguidas derrotas acumuladas aqui. Essa postura irresponsável e passional me lembra o torturador Solimar, que transformava cada interrogatório na Ilha das Flores em espetáculo de puro sadismo - um sadismo que acabava sendo mais imp ortante do que a inquirição em si, como contei no meu livro CONFISSÕES DE UM INCONFORMISTA.


Campanha com dinheiro sujo


A comparação me ocorreu exatamente por conta da simbologia dessa candidatura, alicerçada em muita grana roubada no tempo em que seu pai prendia e arrebentava, e no apoio de uma elite empedernida, que conserva sua condição de minoria aversa à civilização inca, ainda identificada com Francisco Pizarro, o exterminador de milhares de nativos. Há muito dinheiro numa campanha em que o expediente do "clientelismo" encobre uma compra de votos em massa.


Essa cruzada que recorre a todos os expedientes imagináveis tenta prioritariamente impedir a vitória de Ollanta Humala, - o guerreiro que tudo olha, na linguagem inca - um oficial nacionalista que encarna hoje os sonhos do general Juan Velasco Alvarado, líder de um governo militar que desafiou os interesses internacionais em plena f arra das ditaduras forjadas pelos EUA - de 1968 a 1975. E cujo legado inspira as idéias de soberania, tal como aconteceu com o general Omar Torrijos, líder nacionalista do Panamá, morto em acidente aéreo provocado pela CIA, em 1981, conforme relato do seu ex-agente John Perkins.


A pressão contra Ollanta Humala decorre principalmente do que ele representa no contexto de uma América Latina em que muitos militares assumem posições distantes da School of the Americas (hoje, Western Hemisphere Institute for Security Cooperation) o centro de lavagem cerebral que desde 1946 fez a cabeça de mais de 80 mil oficiais do continente, induzindo-os a participarem da "guerra fria", como aliados incondicionais dos Estados Unidos.


Quer dizer: essa paixão doentia da direita brasileira pela filha de Fujimori, que tem como principal preocupação tirar da cadeia o pai e seus cúmplices condenados, sinaliza a rearticulação de um retrocesso perigoso, que ganhou fôlego (mas não vingou to talmente) com a vitória do milionário Sebatián Piñera para a presidência do Chile.


Não é, portanto, uma opção de natureza política dentro das regras do jogo democrático, tão decantado por esses grupos. Porque figuras da direita peruana que não querem a volta da ditadura, ao contrário da nossa direita, consideram a candidatura da sra. Fujimori uma afronta a todos os valores democráticos peruanos.


Até o escritor Mário Vargas Llosa, obstinado defensor das idéias mais reacionárias no Peru, assinou o manifesto de 99 intelectuais advertindo para o retrocesso que seria uma vitória de Keiko Fumori. Com o mesmo raciocínio ex-presidente Alejandro Toledo, que ficou fora do segundo turno de domingo, formalizou seu apoio a Ollanta Humala, dentro da mesma preocupação dos intelectuais peruanos.


Um ditador condenado e na cadeia


Alberto Fujimori foi condenado a 25 anos de cadeia no Peru por acusações muito graves:
Violação de direitos humanos: 1.- Homicídio qualificado, lesões graves e desaparecimento forçado nos massacres de Barrios Altos (1991), onde morreram 15 pessoas que participavam de uma festa, e da Universidade La Cantuta (1992), cujas vítimas foram um professor e nove alunos. Estes crimes foram cometidos pelo grupo paramilitar Colina, comandado pelo então assessor presidencial Vladimiro Montesinos, também condenado.


2.- Homicídio qualificado, desaparecimento forçado e torturas praticadas nos porões do Serviço de Inteligência do Exército (SIE) a agentes do organismo, crimes denunciados desde 1997.


Por corrupção: 3.- Desvio de dinheiro público, atentado contra a fé pública e formação de quadrilha por pagar US$ 15 milhões a Montesinos por seus dez anos de serviço ao Governo de Fujimori. Após receber o pagamento, o ex-assessor fugiu para o Panamá.


4.- Formação de quadrilha e corrupção ativa por pagamentos a parlamentares de outros partidos para apoiare m a reeleição no ano 2000, como foi comprovado em uma série de vídeos gravados pelo próprio Montesinos.


5.- Ocultação de provas, usurpação de funções e abuso de autoridade por ordenar a invasão ilegal da residência de Montesinos para apreensão de vídeos e documentos incriminatórios.


6.- Violação do segredo das comunicações, desvio de fundos públicos e formação de quadrilha por espionagem telefônica de dezenas de políticos, empresários, jornalistas e funcionários ordenado por Montesinos.


7- Crime contra a administração pública, usurpação de funções e desvio de fundos públicos pela compra da linha editorial de diversos meios de comunicação.


A filha do retrocesso e da trama


Keiko Fujimori chegou ao segundo turno por uma manobra solerte do atual presidente Alan Garcia, que não pode disputar a reeleição e agora trabalha para desestabilizar a candidatura de Humala, esperando criar uma crise inst itucional, no caso de uma vitória dela, quando poderia ser chamado a "permanecer no poder" para garantir a ordem no país.


Estamos, pois, diante de um pleito que engorda a coletânea de tramas golpistas da direita continental, para a qual a existência de governos alheios à influência da grande potência colonial tem de ser solapada, mesmo que tenha que se servir da pior escumalha política.


A única garantia de estabilidade democrática nesse país vizinho de quase 29 milhões de cidadãos é a vitória de Ollanta Humala. O contrário seria uma perigosa senha para os golpistas incorrigíveis de todo o Continente latino-americano.