Prece do dia

No caldeirão das maldades, o controle capitalista da mídia nacional


Em tempos da caça aos comunistas que, mesmo sem provas contundentes nos autos do processo, são condenados na corte da suprema inquisição à fogueira do ódio, os espirratintas contratados do grande capital promovem na paulicéia o encontro anual do Partido da Imprensa Golpista (PIG). Na abertura, a convidada de honra foi aquela que teve medo do Lula, no escurinho da urna. Ao seguir à risca o roteiro de um filme de terceira, ela fez a defesa da liberdade de imprensa como se somente aos veículos que apoiaram a ditadura militar no Brasil (ou ditabranda, como preferem) interessasse o pleno direito de se dizer aos quatro ventos o que se pensa e o que se sente diante desta mixórdia da política nacional.
O discurso da atriz cabulosa foi a ‘deixa’ para que jornalões e revistinhas ordinárias reproduzissem suas odes à defesa do sectarismo e do laissez faire absoluto, donos que se acham da opinião pública nacional. Ora, questionareis atônitos os leitores mais desavisados, não serão eles os guardiões da liberdade? Se ouvirdes um palavrão em resposta, ainda que parnasiano, não se espantais. Mas em um ponto eles acertaram na mosca. A presidenta Dilma Rousseff, aguardada tão ansiosamente como tábua da salvação palaciana àqueles que vivem do maná transbordante dos cofres públicos, em borbotões de anúncios federais nas páginas fétidas da imprensa-esgoto, revelou o Santo Graal, a solução decisiva para que, de uma vez por todas, a sociedade vença as trevas impressas em cores vibrantes nas telinhas da TV Bobo. A fronteira final será, enfim, o controle remoto.
Pensam lá, na sociedade de defesa ideológica do capitalismo impresso, falado e televisado, engordados em décadas de mamatas nas tetas públicas com o nutritivo colostro publicitário, ser impossível aos milhões de brasileiros, jamais, libertarem-se do visgo ao qual aderem desde a tenra idade, em manhãs insólitas de desenhos animados norte-americanos e ‘senta lá, Claudia’, até às madrugadas nas quais um falastrão decrépito narra eventos de MMA e outros comentam a Fórmula 1 desde a distante Seul, no aconchego dos estúdios no Rio de Janeiro. Apostam, eles que dispõem de contas bilionárias – aqui e no exterior -, donos das empresas aparentemente sólidas de produção jornalística ou algo parecido, que o tal controle social da mídia fica tão distante do alcance popular que a sobrevivência do modelo de comunicação vigente no país estará garantida por outro século, amém.
E estão tão certos disso que nem disfarçam mais o mando absoluto sobre a sociedade brasileira. Promovem o escárnio às vítimas de algozes togados e mentem, descaradamente, de forma a espalhar os perdigotos da intolerância e do sectarismo, sob a proteção da tal sociedade da imprensa ajoelhada, sem um questionamento sequer de qualquer parte, exceto de alguns blogueiros sujos ou uns poucos diários, como o Correio do Brasil, que teimam em existir e repetir, diuturnamente, que o rei está nu. Beiram o ridículo, por exemplo, ao anunciar a morte do presidente Hugo Chávez, um ano antes de sua vitória retumbante nas urnas venezuelanas ou, como agora, ao dizer que o líder cubano Fidel Castro morreu, quando este respira, tranquilo, os ares raros e leves da bela Havana, para desespero do Tio Sam. Mas nada disso importa. São eles os controladores das informações às quais a audiência tem acesso, estapafúrdias ou mentirosas, mas acessíveis em cada aparelho de TV ou na banca mais próxima de casa.
Em breve, porém, eles não poderão mais filtrar o som de fundo da plateia gritando: “Ê, Galvão, vai tomar no c!”, seja nos estádios ou nas arenas do UFC. Haverá um tempo em que o jornal da hora do jantar, transmitido pela Vênus esfarrapada, representará um mero sussurro diante do brado de independência dos leitores, ouvintes, telespectadores e navegantes de todas as idades. Um tempo em que novelas idiotizantes e faustões alienados ou bigbrothers e afins restarão na memória popular como o tempo em que a estupidez fez parte de uma nação que, há muito, ter-se-á libertado da escravidão imposta pela arrogância do imperialismo.
Sim. A presidenta está certíssima ao apontar o controle remoto como a única fórmula eficaz para se derrotar o establishment e estabelecer o poder da audiência sobre a cretinice reinante.
A mensagem é clara: Brasileiros, uni-vos pela derrocada da ditadura midiática que ora domina esse país.
Gilberto de Souza editor-chefe do Correio do Brasil.

Desisti e não me importo


[...] E isso é a coisa mais triste que tenho a dizer. A coisa mais triste que já me aconteceu. Eu simplesmente desisti. Não brigo mais com a vida, não quero entender nada. Vou nos lugares, vejo a opinião de todo mundo, coisas que acho deprê, outras que quero somar, mas as deixo lá. Deixo tudo lá. Não mexo em nada. Não quero. Odeio as frases em inglês mas o tempo todo penso “I don’t care”. 

Me nego a brigar. Pra quê? Passei uma vida sendo a irritadinha, a que queria tudo do seu jeito. Amor só é amor se for assim. Sotaque tem que ser assim. Comer tem que ser assim. Dirigir, trabalhar, dormir, respirar. E eu seguia brigando. Querendo o mundo do meu jeito. Na minha hora. Querendo consertar a fome do mundo e o restaurante brega. Agora, não quero mais nada. De verdade. Não vejo o que é feio e o que é bonito. Não ligo se a faca tirar uma lasca do meu dedo na hora de cortar a maça. Não ligo pra dor. Pro sangue. Pro desfecho da novela. Se o trânsito parou, não buzino. Se o brinco foi pelo ralo, foda-se. Deixa assim. A vida é assim. Não brigo mais. Não quero arrumar, tentar, me vingar, não quero segunda chance, não quero ganhar, não quero vencer, não quero a última palavra, a explicação, a mudança, a luta, o jeito. Eu quero não sentir. 

Quero ver a vida em volta, sem sentir nada. Quero ter uma emoção paralítica. Só rir de leve e superficialmente. Do que tiver muita graça. E talvez escorrer uma lágrima para o que for insuportável. Nada pessoal. Algo tipo fantoche, alguém que enfie a mão por dentro de mim, vez ou outra, e me cause um movimento qualquer. Quero não sentir mais porra nenhuma. Só não sou uma suicida em potencial porque ser fria me causa alguma curiosidade. O mundo me viu descabelar, agora vai me ver dormir. Eu quis tanto ser feliz. Tanto. Chegava a ser arrogante. Tanta coisa dentro do peito. Tanta vida. Tanta coisa que só afugenta a tudo e a todos. Ninguém dá conta do saco sem fundo de quem devora o mundo e ainda assim não basta. Ninguém dá conta e quer saber? Nem eu. Chega. Não quero mais ser feliz. Nem triste. Nem nada. Eu quis muito mandar na vida. Agora, nem chego a ser mandada por ela. Eu simplesmente me recuso a repassar a história, seja ela qual for, pela milésima vez. Deixa a vida ser como é. Desde que eu continue dormindo. Ser invisível, meu grande pavor, ganhou finalmente uma grande desimportância. Quase um alivio. I don’t care.
Tati Bernardi.  

O que faz as mulheres perder o tesão na hora H


Recentemente, Kim Kardashian revelou à revista Tatler que o item mais broxante que pode existir em uma um homem é a falta de higiene. Para ela, unhas e dentes bem cuidados são essenciais.
Aproveitando a informação, o site Female First fez uma pesquisa com suas leitoras para descobrir o que faz com que elas percam a vontade na hora H. Segundo o site, 30% das entrevistadas concordaram com Kim.

O item falta de limpeza e higiene ganhou 30% dos votos. Os dentes vieram logo em seguida. Donos de dentes mal-cuidados e amarelados parecem perder pontos quando o assunto é atração sexual. Quase 20% dos entrevistados disseram que ter dentes bonitos é no mínimo necessário.

Em terceiro lugar, está a arrogância. Para 17% dos entrevistados, pessoas arrogantes devem receber um belo de um fora, logo de cara.
Empatados em quarto lugar, com 12%, vieram o excesso de peso e a falta de senso de humor.  
Características como vestir-se mal e ter cabelos ruins vieram bem abaixo, no sexto e sétimo lugar respectivamente.

Eduardo Campos: na cabeceira da pista


Candidato a presidente, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ainda não é, mas está no páreo e deixa isso muito claro: avisa aos navegantes que não tem "temperamento para vice" enquanto pavimenta o terreno com base na arte de fazer amigos e influenciar pessoas.
Não cria conflitos, trabalha para dirimir os existentes e só coleciona os contenciosos absolutamente necessários. Um exemplo é a tênue, porém picante, tensão com o PT de cuja órbita procura distanciar o PSB.
No plano local, já entrou na eleição reconciliado com o senador Jarbas Vasconcelos, adversário durante 20 anos.
Quando saiu dela vitorioso no primeiro turno em Recife, tratou logo de pedir desculpas aos que "eventualmente tenha ofendido" no calor da disputa.
Na cena nacional, desfila de braço dado com o ex-presidente Lula, reafirma os laços com a presidente Dilma Rousseff, confere substância ao PSD de Gilberto Kassab, já é visto como objeto de desejo no PMDB e cultiva as melhores relações com o PSDB.
Dividiu vitória com Aécio Neves em Belo Horizonte e recebe mensagens constantes de interlocutores de Fernando Henrique Cardoso a quem confere toda deferência.
O que isso tudo quer dizer?
Por ora significa que é tempo de semeadura.
Não se consegue obter de Eduardo Campos uma resposta precisa sobre prováveis alianças nem sobre nada que diga respeito ao seu futuro político.
Em parte porque ele mesmo não tem respostas precisas, em parte porque não lhe é conveniente revelar o conteúdo de certas tratativas.
O governador capta as mensagens e decodifica.
Para ele, no momento o PSDB joga - "com acerto, do ponto de vista da oposição" - na cizânia da base governista e atua para abrir espaço na tropa que em tese estaria unida para sustentar a reeleição de Dilma, em 2014.
Nesse caso, o PSB seria um ótimo parceiro por dois motivos: representaria a "renovação" com mais eficácia que o PSDB - desgastado depois de oito anos de Presidência e outros tantos de embate com o PT - e tem em Pernambuco um porto seguro no Nordeste.
Dora Kramer

Os ministros do ínfimo - stf - foram bons alunos

Abaixo as 7 principais lições que eles estudaram para usar no julgamento da Ação Penal 470, confiram:

  • Temos de ser cruéis. Temos de recuperar a consciência tranquila para sermos cruéis.
  • Quando maior a mentira, maior é a chance de ela ser acreditada.
  • Torne a mentira grande, simplifique-a, continue afirmando-a, e eventualmente todos acreditarão nela
  • A propaganda não pode servir à verdade especialmente quando possa salientar algo favorável ao oponente.
  • Toda propaganda tem que ser popular e acomodar-se à compreensão do menos inteligente dentre aqueles que pretende atingir.
  • Quando um tempo vier não mais empanado pela sombra da consciência da própria culpabilidade, a conservação de si mesmo criará a tranqüilidade íntima, a força exterior, brutal e sem considerações, para matar os maus rebentos da erva ruim.
  • Poderia haver uma sujidade, uma impudência de qualquer natureza na vida cultural da nação em que, pelo menos um judeu (petista) , não estivesse envolvido?
    Quem, cautelosamente, abrisse o tumor haveria de encontrar, protegido contra as surpresas da luz, algum judeuzinho (petistazinho) . Isso é tão fatal como a existência de vermes nos corpos putrefatos.

    Aprederam com quem?... Adolf Hitler

Jânio de Freitas: A mentira, a mesada e o mensalão


Passados sete anos, ainda não se sabe quanto houve de mentira na denúncia inicial de Roberto Jefferson
A mentira foi a geradora de todas as verdades, meias verdades, indícios desprezados e indícios manipulados que deram a dimensão do escândalo e o espírito do julgamento do "mensalão".
Por ora, o paradoxo irônico está soterrado no clima odiento que, das manifestações antidemocráticas de jornalistas e leitores às agressões verbais no Supremo, restringe a busca de elucidação de todo o episódio. Pode ser que mais tarde contribua para compreenderem o nosso tempo de brasileiros.
Estava lá, na primeira página de celebração das condenações de José Dirceu e José Genoino, a reprodução da primeira página da Folha em 6 de junho de 2005. Primeiro passo para a recente manchete editorializada -CULPADOS-, a estonteante denúncia colhida pela jornalista Renata Lo Prete: "PT dava mesada de R$ 30 mil a parlamentares, diz Jefferson". O leitor não tinha ideia de que Jefferson era esse.
Era mentira a mesada de R$ 30 mil. Nem indício apareceu desse pagamento de montante regular e mensal, apesar da minúcia com que as investigações o procuraram. Passados sete anos, ainda não se sabe quanto houve de mentira, além da mensalidade, na denúncia inicial de Roberto Jefferson. A tão citada conversa com Lula a respeito de mesada é um exemplo da ficção continuada.
A mentira central deu origem ao nome -mensalão- que não se adapta à trama hoje conhecida. Torna-se, por isso, ele também uma mentira. E, como apropriado, o deputado Miro Teixeira diz ser mentira a sua autoria do batismo, cujo jeito lembra mesmo o do próprio Jefferson.
Nada leva, porém, à velha ideia de alguém que atirou no que viu e acertou no que não viu. A mentira da denúncia de Roberto Jefferson era de quem sabia haver dinheiro, mas dinheiro grosso: ele o recebera. E não há sinal de que o tenha repassado ao PTB, em nome do qual colheu mais de R$ 4 milhões e, admitiria mais tarde, esperava ainda R$ 15 milhões. A mentira de modestos R$ 30 mil era prudente e útil.
Prudente por acobertar, eventualmente até para companheiros petebistas, a correnteza dos milhões que também o inundava. E útil por bastar para a vingança ou chantagem pela falta dos R$ 15 milhões, paralela à demissão de gente sua por corrupção no Correio. Como diria mais tarde, Jefferson supôs que o flagrante de corrupção, exibido nas TVs, fosse coisa de José Dirceu para atingi-lo. O que soa como outra mentira, porque presidia o PTB e o governo não hostilizaria um partido necessário à sua base na Câmara.
Da mentira vieram as verdades, as meias verdades e nem isso. Mas a condenação de Roberto Jefferson, por corrupção passiva, ainda não é a verdade que aparenta. Nem é provável que venha a sê-lo.
MAIS DEDUÇÃO
Em sua mais recente dedução para voto condenatório, o presidente do Supremo, Ayres Britto, deu como certo que as ações em julgamento visaram a "continuísmo governamental.
Golpe, portanto, nesse conteúdo da democracia que é o republicanismo, que postula renovação dos quadros de dirigentes".
Desde sua criação e no mundo todo, alcançar o poder, e, se alcançado, nele permanecer o máximo possível, é a razão de ser dos partidos políticos. Os que não se organizem por tal razão, são contrafações, fraudes admitidas, não são partidos políticos.
Sergio Motta, que esteve politicamente para Fernando Henrique como José Dirceu para Lula, informou ao país que o projeto do PSDB era continuar no poder por 20 anos.
Não há por que supor que, nesse caso, o ministro Ayres Britto tenha deduzido haver golpe ou plano golpista. Nem mesmo depois que o projeto se iniciou com a compra de deputados para aprovar a reeleição.