Lucro dos bancos

Quem ganha, quem perde?...

por Vladimir Saflate
Duas notícias quase simultâneas forneceram uma boa fotografia do que o Brasil se tornou. Na primeira, descobrimos, o lucro líquido do Itaú em 2013 alcançou os 15,7 bilhões de reais, o maior da história dos bancos brasileiros, segundo estudo da consultoria Economática. Enquanto isso, o Bradesco apresentava o segundo maior lucro do ano, 12 bilhões de reais. Apenas duas instituições financeiras embolsaram quase 28 bilhões de reais, isto em uma economia de crescimento estagnado. Na segunda 3, a outra informação: a produção industrial caíra 3,5% em dezembro em comparação a novembro, a maior retração em cinco anos.
Diante desses dados, é difícil não lembrar de uma bela frase do presidente da Islândia, Olafur Grimsson: “Uma economia com bancos muito fortes é sinal de um país que vai mal”. Não só pelo fato de uma nação atrativa para investimento especulativo, no qual aplicar dinheiro em cassinos travestidos é o melhor negócio, nunca conseguirá financiar o desenvolvimento da criatividade empreendedora de seu povo. Mas principalmente porque uma economia com bancos fortes destrói tudo à sua volta.
Os bancos drenam os melhores cérebros para o sistema financeiro. Foi assim que os melhores engenheiros do Brasil não foram parar nas universidades a estudar novos materiais, em programas de despoluição de rios ou em pesquisas sobre energia alternativa. Foram fazer contas. O Brasil assim se transformou em um país que forma economistas não para pensar problemas regionais ou desenvolver políticas de combate à pobreza, mas para fazer consultoria para bancos, fundos de investimentos e outros segmentos do mercado financeiro.
Por outro lado,

prá desopilar

Três ratinhos contando vantagens:
O primeiro se gabando: 
- Quando vejo uma ratoeira, eu a aciono imediatamente e, quando a barra vem descendo, eu a pego entre os dentes, faço 30 flexões para abrir o apetite e saio tranquilamente com o queijo. 
O segundo rato também se gaba:
- Pois é, quando encontro veneno de rato, misturo no café para me deixar mais forte. 
Então, o terceiro diz:
- Não posso demorar, tenho um encontro com uma gata.

"Mensalões" diferentes

“Ao contrário do que ocorre na AP 470, é fácil apontar desvio de dinheiro público no mensalão PSDB-MG.”
Se você é daqueles que acredita que o mensalão PSDB-MG é igual ao esquema financeiro da AP 470 pode despedir-se de mais uma ilusão.
A leitura das alegações finais de Rodrigo Janot,  procurador geral da República sobre o mensalão PSDB-MG mostra uma verdade difícil de negar. Tudo aquilo que se disse – e não se provou – sobre o esquema de Valério-Delúbio pode ser dito e provado no mensalão PSDB-MG.
A polêmica principal sobre o mensalão dos petistas diz respeito ao desvio de recursos públicos. O procurador geral Antônio Carlos Fernando, seu sucessor Roberto Gurgel e o relator Joaquim Barbosa sustentam, desde o início, que o esquema Delúbio baseou-se no desvio de R$ 73,8 milhões de recursos públicos. Dizia-se, no começo, que esse dinheiro fora desviado do Banco do Brasil. Uma apuração mais acurada mostrou que o dinheiro pertencia ao Fundo de Incentivo Visanet, destinado a divulgar o cartão Visa, que é uma  empresa privada. Hoje não há a mais leve dúvida a respeito.
Embora uma única testemunha tivesse dito que – qualquer que fosse sua natureza — os recursos destinados a DNA eram desviados para campanhas petistas, a contabilidade mostra que o desvio – se houve – está longe de ter sido demonstrado.
As contas batem, conforme várias auditorias.
E tanto é assim que nesta semana, teremos uma novidade neste item. Enquanto os réus da AP 470 já estão cumprindo penas longas, em regime fechado, seus advogados começam a distribuir uma notificação judicial aos veículos que receberam as verbas da DNA. Estamos falando da TV Globo, Editora Abril, Estadão, Folha, Editora Três.
Convencidos de que irão colher um dado que ajudará a demonstrar a inocência dos réus, os advogados querem que as  empresas confirmem – ou desmintam  – a informação de que os recursos da DNA chegaram a seus cofres. Estes dados, a rigor, encontram-se nos documentos da AP 470. Mas ficaram ali, congelados nos arquivos, sem que fosse possível examinar seu significado e extrair todas implicações.
A consulta às empresas, que será feita agora,  deveria ter ocorrido em 2005 ou 2006, na época da denúncia. Era o tempo certo para uma checagem tão importante, decisiva, até.
Mas não interessava questionar uma teoria que agradava tantas pessoas e tantos interesses, vamos combinar.
A leitura das alegações finais de Janot sobre o mensalão do PSDB descreve fatos muito mais graves. Ele fala de desvio de milhões de reais de empresas estatais do governo de Minas Gerais. Fala da Copasa, Codemig, Comig. Ao contrário do que acontecia com a Visanet, que se definia como “empresa de capital privado”, em seus estatutos e também num questionário enviado a CPMI dos Correios, aqui estamos falando de empresas públicas, controladas pelo governo do Estado, com funcionários concursados e tudo mais.
A Copasa é a Companhia de Saneamento do Estado. A Codemig dedica-se ao desenvolvimento econômico e obras de infraestrutura. A Comig é a estatal de mineração.
Não há comparação possível com a Visanet, criada pela multinacional dos cartões Visa, uma das maiores empresas do mundo.
Com notas e depoimentos, Janot descreve cenas tão didáticas que poderiam estar num filme. O  dinheiro sai  das estatais, chega às agências e, em vez de ser gasto em publicidade, é despachado para os cofres da campanha estadual do PSDB em 1998. Porções mínimas das verbas destinadas a publicidade chegaram a seu destino. A maior parte ficou no meio do caminho, diz ele.
Muitas pessoas diziam, quando Roberto Jefferson fez a denúncia, que o PT apenas repetia o que o PSDB fizera antes. O próprio Lula disse em Paris que seu partido nada fazia de diferente daquilo que ocorria “sistematicamente” na política brasileira.
Parecia uma forma do PT tentar proteger-se atrás dos erros do adversário, o que levou a acusação de que o partido queria justificar seus erros através dos erros dos outros. Talvez seja mais correto afirmar o contrário. A construção de uma visão distorcida  na AP 470 ajudou a encobrir erros e desvios — mais graves — da AP 536-MG.
Embora o próprio Janot se permita, nas alegações finais, lembrar as semelhanças – e algumas distinções  – entre os dois mensalões, as diferenças são muito maiores do que se quer acreditar.  O Banco Rural é o mesmo, um personagem central – Valério – também. Até as secretarias eram as mesmas.
Mudava a natureza da mercadoria.
A existência do mensalão PSDB-MG chegou ao STF Supremo em 2003 mas ficou em segredo até a denúncia de Roberto Jefferson contra o PT. Foi então que se descobriu que Marcos Valério, o parceiro que se aproximou de Delubio – o Carequinha, nas palavras de Jefferson — nos meses finais da campanha de 2002, havia sido formado e treinado nas campanhas tucanas desde 1998.
Veio daí a teoria de que o segundo mensalão era uma cópia do primeiro. As diferenças no ponto essencial – dinheiro público – permitem pensar em outra hipótese. A teoria do segundo mensalão serviu para justificar o primeiro.
É como se, já tendo conhecimento anterior do mensalão PSDB-MG, a acusação tenha feito o possível para vestir o esquema de Delúbio-Valério com as mesmas roupagens e a mesma gravidade, fazendo uma denúncia igual para casos substancialmente diferentes.  Isso explica porque se forçou a barra para dizer que as verbas saiam do Banco do Brasil e, quando se verificou que sua origem era a Visanet, para dizer, num exercício espantoso, que os recursos seguiam públicos embora fossem propriedade de uma empresa privada.

Fernando Brito - Resposta à Veja

Onde está o Brasil?...
Acorrentado ao poste como aquele negro. A corrente é a mídia!

A revista Veja, uma espécie de toque de Midas ao inverso, que transforma em imundície tudo em que toca,  coloca em sua capa a imagem do menino negro, acorrentado a um poste por um bando de tarados do Flamengo, pergunta “Onde está o Brasil  equilibrado, rico em petróleo, educado e viável que só o Governo enxerga?”.

A Veja merece resposta.
Não para ela, que é muito mais incorrigível que o pequeno delinquente que lhe serve de carniça.

Porque ela, ao contrário dele, tem meios e modos para entender o que é civilização, enquanto ele precisa ocupar o tempo arranjando algum resto de comida para engolir, uma cola de sapateiro para cheirar em lugar do respeitável pó branco das festas da elite, e uma banca de jornal que lhe sirva de colchão de lata ou teto de zinco, se chove ou se faz sol.

A resposta à Veja é necessária para que este império de maldade e seus garbosos centuriões saibam que existe quem não lhe abaixe a cabeça e anuncie que fará tudo, tudo o que puder, enquanto a vida durar, para arrancar o Brasil das correntes com que a fina elite e seus brucutus anabolizados da mídia o amarram no poste do atraso, da submissão, da pobreza e da vil condição de uma sociedade de castas,  onde eles são a nobreza opulenta.

O Brasil, senhores de Veja, é este negrinho.

Está cheio de deformações, de cicatrizes, de desvios de conduta, de desesperança e fatalismo.

Estas marcas, nele, foram você que as fizeram, abandonando-o à sua própria sorte, vendo crescer gerações nas ruas, ignorando-os, desprezando.


Tudo estaria bem se ele estivesse lá, no gueto das favelas, tendo uma existência miserável e conformada. Ou sendo um dos muitos que, por uma força até inexplicável, conseguem se sacrificar, como seus pais se sacrificam, para ter uma pobre escola pública, um trabalho mal-pago, uns bailezinhos funk por lá mesmo,  com as devidas arrochadas da PM, os capitães de mato, negros e pardos como eles, mas a serviço dos “buana”.

Não é isso o que diz um dos “civilizados” aos quais a Veja serve de megafone, como está lá em cima?

A pobreza em que os governos que vocês apoiam, as elites que vocês representam e os interesses a que vocês servem tem, entretanto,  destes efeitos colaterais.

Porque aquele menino, como o Brasil, vê o mundo como vocês mostram, canta as músicas que vocês tocam, pensa o que vocês martelam em sua cabeça, tem os desejos que vocês glamourizam.

É foda, foda é assistir a propaganda e ver/Não dá pra ter aquilo pra você 

E o que tem pra eles, mesmo um pouquinho, vocês combatem furiosamente: uma bolsa-família, um salário mínimo menos pior, uma cota para a universidade…

Populismo, dizem vocês…

Aquele menino e as mazelas de sua vida nunca tiveram de vocês o tratamento do “Rei dos Camarotes”, aquele idiota.

Ou como o “Rei dos Tribunais”, que vocês bajulam porque, politicamente, lhes é interessante explorar seu comportamento para atacar o Governo, embora ele tenha ficado quieto diante desta monstruosidade, quando gosta tanto dos holofotes para outros temas.

Aliás, quanto ele terá contribuído para a visão do “mata e esfola”, do pré-julgamento, do “não tem lei” para que eu ache bandido?

Vocês não fazem uma matéria sobre os monstros que andam em bando, encapuzados, de porrete na mão, para distribuir bordoadas no “lixo social”, lixo que o seu sistema de poder produz há séculos.

Aqueles que  tentam amenizar um pouco que seja isso é tratado como um primitivo, um arcaico, que não entendeu que só “o mercado” nos salvará.

Ou um “escravo”, como os médicos que aceitaram ir tratar dos negrinhos da periferia ou do interior, onde os coxinhas da Veja não querem ir.

O mercado do qual o menino terá – se tiver – a xêpa.

E ele tem direito a mais, porque ele brotou – feio e torto – desta terra. Não veio de fora para fazer fortuna entre nós e não ser um de nós.

O negrinho está acorrentado, Veja, e acorrentado por quem o domina.

O Brasil também, e também seu Governo que, se não se “comportar” para com os que de fato o dominam, levará mais bordoadas do que já leva, por sua insubmissão.

Acorrentado por uma cadeia mental, a mídia, uma corrente da qual vocês são um dos maiores e mais odiosos elos.

Aquele negrinho não pode ter um destino próprio, apenas o papel que lhe derem, como o Brasil não pode ter seu próprio destino, aquele que convém a vocês e não nos tira do mesmo lugar.

Esta corrente, entretanto, é podre.

Podre, podre de não se poder disfarçar o fedor que exala.

E está se esgarçando, para desespero dos que contam com ela para nos manter atados.

O “Brasil  equilibrado, rico em petróleo, educado e viável”  que vocês dizem que só o Governo enxerga, de uns anos para cá, surgiu diante do povo brasileiro, depois de décadas de fatalismo de “este país é uma merda mesmo” que vocês nos inculcaram, a nós, os negrinhos.

E ele nos atrai com tanta força que não será esta corrente imunda, de elos podres, que o deterá.

Por mais que vocês se arreganhem, como fazem os impérios em decadência, por mais que se comportem, nas bancas, como aqueles facínoras de porrete,  será inútil.

Vocês já não são a única voz, embora muitos ainda os temam e procurem, inutilmente, cair nas suas boas graças com juras de vassalagem ao que vocês representam.

O mundo de vocês é o passado, é o da escravidão, é o da aristocracia que, tão boazinha, até deixa entrar alguns negrinhos na cozinha, desde que se comportem e não façam sujeira.

É o passado, porque o futuro tem uma força tão grande, tão imensa, tão inexorável que, logo, vocês penderão de um poste.

Não, fiquem calmos, não estou sugerindo enforcamentos, como foi o do Mussolini…

Apensas penderão como um elo roto de um poste velho e carcomido, que não tem mais luz e serventia.

Rodrigo Vianna - a Veja é a barbárie: jornalismo justiceiro

A Veja é a barbárie. A Veja – se pudesse – prenderia o pescoço do povo brasileiro no poste. Mas não vai conseguir. Vai perder – de novo.”

por em O Escrevinhador, sugerido por Júlio César Macedo Amorim
Nas redes sociais, tarde da noite de sexta-feira, jornalistas afinados com o tucanato e militantes da esquerda extremada se esparramavam em elogios à capa da “Veja”. Eu, que procuro manter distância sanitária da revista, aproximei-me da capa. E só consegui enxergar um gesto de oportunismo barato.

A “Veja” expõe a imagem – chocante, lamentável, triste – do rapaz preso pelo pescoço num poste na zona sul carioca, e aproveita a cena não para refletir sobre a tradição oligárquica brasileira, não para pensar sobre nossa história de 300 anos de escravidão, ou sobre nossa elite que reclama de pobres nos aviões e clama sempre pela resposta fácil do liberalismo de araque e da violência de capatazes. Não. “Veja” usa a foto terrível em mais uma tentativa para desgastar a imagem do Brasil; e também – que surpresa – para culpar o “governo”. Que governo? Ah, não é preciso ser muito esperto pra descobrir…

Emoldurando a foto triste, “Veja” berra em letras garrafais: “Civilização” e “Barbárie”. E depois acrescenta a legenda malandra, velhaca: “A volta dos justiceiros, criminosos impunes, colapso no transporte, caos aéreo. Onde está o Brasil equilibrado, rico em petróleo, educado e viável que só o governo enxerga”.

Certamente, o Brasil “equilibrado” não está nessa revista. “Veja” pratica o jornalismo da barbárie, um jornalismo que escreve “estado” assim – com “E” minúsculo – numa espécie de bravata liberal fora de época. “Veja” envenena o país todos os dias, com blogueiros  obtusos, asquerosos, que falam para um Brasil pretensamente senhorial, como se ainda estivéssemos antes da Revolução de 30.

Curioso, também, ver a “Veja” falar em “barbárie” e em “criminosos impunes”. Logo essa revista, tão próxima do bicheiro Cachoeira, pautada pelo bicheiro, amiga do bicheiro. A tabelinha com Cachoeira é – sim – um exemplo perfeito desse Brasil de criminosos impunes.

A “Veja”, que tenta pegar carona na imagem do rapaz preso pelo pescoço, pratica um jornalismo justiceiro – que invade quartos de hotel, “julga” e “condena” sem provas, inventa fatos, publica grampos sem áudio, alardeia contas no exterior e dólares em caixa de whisky. Tudo falso, falsificado. Um jornalismo que acredita em boimate e Gilmar Mendes.

A revista não tem moral para falar contra a “barbárie”, nem contra os “justiceiros”. E não tem, precisamente, por praticar um jornalismo que é a própria encarnação da barbárie, da falta de escrúpulos, um jornalismo justiceiro.

O Brasil do lulismo tem muitos problemas. Isso é evidente. Mas não venha a “Veja” querer apresentar a receita de “Civilização” ao Brasil. A receita da “Veja” é a mesma que os EUA oferecem à Ucrânia.

Está claro, por essa capa oportunista e velhaca, qual é a pauta dos setores que não aceitam o Brasil um pouquinho mais avançado dos últimos anos: é jogar tudo no “caos”, na “barbárie”, na insegurança. O Brasil é a jóia da coroa na América Latina em 2014. Tão importante quanto a Ucrânia no leste europeu, tão estratégico quanto a Síria no Oriente Médio.

Não sejamos ingênuos. A velha imprensa brasileira – que se reúne com embaixadores dos EUA às escondidas (isso desde 64, mas também em 2010 – como nos revelou o Wikileaks) – é parte decisiva no jogo pesado que veremos em 2014.

A oposição brasileira não tem programa. A economia não afunda como gostariam os urubulinos. Portanto, é preciso produzir a pauta do caos. Esse é o caldo de cultura em que podem prosperar candidaturas “justiceiras” que a “Veja”, os mervais e outros quetais estão prontos a lançar.

Para retomar o Estado brasileiro, eles pouco se lixam se o preço a pagar for a ebulição social. Aécio e Eduardo não darão conta dessa pauta da “ordem contra a barbárie”. A pauta do caos e do Brasil “inviável” (que está na capa da “Veja”) é boa para aventuras autoritárias – semelhantes ao janismo de 1960.
Quem pode encarnar esse figurino? Quem? O terreno vai sendo preparado…

Não creio que o povo brasileiro – equilibrado, sim! E que trabalha duro para construir um país “viável”, sim – não creio que a maioria de nosso povo embarque na aventura da “ordem contra a barbárie” – proposta pela revista. Mas a direita asquerosa e velhaca vai tentar.

O roteiro está claro. É preciso estar atento. E não cair na esparrela de acreditar que a “Veja” – de repente – converteu-se à “Civilização”.

A “Veja” é a barbárie. No jornalismo, na política, na vida do brasileiro comum.

A “Veja” – se pudesse – prenderia o pescoço do povo brasileiro no poste. Mas não vai conseguir. Vai perder – de novo.

E agora, o que se espera do Barroso?

por Glória no Nassif On Line

Que ele volte à curva original do STF (como ele disse, o julgamento do PT foi um ponto fora da curva) dando ao Azeredo o direito de defesa, que ouça os advogados, que não julgue com base em Domínio do Fato e muito menos em  suposições, adjetivações baratas e agressões ao réu? Que mesmo com o processo desmembrado ele ignore a quadrilha que atuou em Minas?
Isso seria correto, se Barroso tivesse a honradez de usar o processo de Azeredo para apontar as barbáries cometidas na AP 470, e com isso pedisse a reabertura  do processo do Mensalão  do PT, para julgá-lo com base na mesma jurisprudência que será aplicada no julgamento do Mensalão tucano.
Agora, se ele não quis rediscutir a AP 470, qdo tinha legimidade para isso , na hora dos embargos de declaração e, ao contrário, fez questão de discursar bonito sobre direitos...mas ser tão injusto como os outros haviam sido no julgamento., deixando tudo como estava...não pode ser novamente o rei dos discursos bonitinhos. E da falta de coragem para agir como ministro do STF.
Se é realmente um constitucionalista,  um garantista, se tem a consciência de que direitos têm que ser respeitados, que "todos são inocentes, até que se prove sua culpa", então , que use a mesma régua para os dois casos.
Isso não é pedir vingança, é pedir justiça.  Ou ele  foi conivente com a "nova jurisprudência do Supremo" que legitimou as condenações na AP 470,  e tem que seguir usando essas novas regras, em que cabe ao réu provar que é inocente e  aos ministros demonstrarem que pessoas de um ou vários partidos , nesse caso, formam uma quadrilha. Ou ele tem que  trazer o ponto fora da curva para ser revisto, ao demonstrar que um caso semelhante, mas com provas substanciais de desvio  de dinheiro público para beneficiar, diretamente, um,partido, não  pode ter julgamento diferente do que já foi estabelecido pela côrte.  Afinal TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI...OU TUCANOS SÃO MAIS IGUAIS?
É aguardar para ver quem realmente é o Min.Barroso. Se um  Jurista ou um   juristinha a mais desse supreminho.

Administrando o tempo

Como aproveitar um dia de folga 
Temos uma rotina de incontáveis coisas e situações e o tempo só querendo a gente o tempo todo, gritando por nossa atenção. É o Facebook, o Twitter, o vídeo de só 5 minutos no Youtube, uma passada de olho na timeline do Instagram. É mãe ligando, chefe pedindo refação porque o cliente reprovou, a Ana Maria Braga chamando aquela reportagem de dicas de decoração que sua irmã disse ser legal.
Isso porque você ainda nem saiu de casa.
Uma hora e meia de ida, uma hora e meia de volta.
Uma hora e meia de ida, uma hora e meia de volta (imagem: Dan Park)
Talvez gerenciamos o nosso tempo bem demais, já que estamos aí, fazendo tudo isso ao mesmo tempo e ainda levando o cachorro para passear e tirando selfies no espelho do elevador indo pra academia. Nossa geração conseguiu acelerar tanto que, em 24 horas, fazemos 72.
Faz muito sentido quando temos um domingo sem nada na agenda ou o feriado abençoado de meio de semana — que não emenda — e tudo o que queremos é uma hibernação repentina.
Ficar de preguicinha, colocar as séries em dia, ficar de pijama o dia todo, ver filmes, dormir de conchinha, zerar — finalmente! — o jogo preferido da vez. Um feriado de quarta-feira, descompromissado, acaba servindo só para o seu relógio, que está fazendo hora extra nos dias normais, chegar no zero a zero.
Mas e se encarássemos esse feriado, esse dia solitário, como algo especial? Se tratássemos o dia como “Parabéns! Você é o humano 105.373.322.919! Você acaba de ganhar um dia a mais de vida. Como quer gastá-lo?”
Eu sei como gostaria de gastar esse dia. Adoraria fazer coisas que nunca fiz antes e acharia fantástico se você fizesse o mesmo. Uma coisa que te dê medo, qualquer coisa que nunca pensou em fazer antes. Algo que, lá no fundo, você sabe que seria marcante na sua própria história.

Enfrente algo

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Eu morro de pavor — fobia mesmo — de altura. Tenho medo até de elevador panorâmico.
Imagine o que significaria na minha vida pular de paraquedas. É um Muro de Berlim que eu quebraria, algo significativo de verdade que eu poderia planejar uma semana antes — afinal, com o tanto de tempo que temos, dá pra tirar meia horinha para isso — e usaria esse dia para algo significativo para mim.
Você, que sempre teve vontade de fazer um almoço especial para demonstrar para sua família o quanto você os ama, mas nunca teve coragem ou tempo para preparar. Um feriado de meio de semana ou um domingo. Aí é perfeito!
Tire uns minutinhos daquelas 36 horas e escolha a receita. Entrada, prato principal e sobremesa (por favor). Compre os ingredientes e surpreenda todo mundo. Se tiver muito medo ou nenhuma habilidade, faça um teste escondido antes. Ninguém nasce sabendo cozinhar e poucas coisas são tão deliciosas quando alguém gosta do que você fez com suas próprias mãos.

Livre-se de algo

Doe livros, cara
Doe livros, cara
Não aguenta mais o tanto de CDs inúteis que a vida pré-MP3 te fez comprar? Esse é o dia certo para arrumar as tralhas, jogar tudo fora ou vender em um sebo qualquer. O mesmo com os filmes, livros e aquele tanto de papel que você acumulou da faculdade.
Livre-se disso. Dê uma arrumada na casa, mude os móveis de lugar. Você vai dormir com dor no corpo todo e morto de cansado, mas, ao apagar as luzes, estará completamente renovado.

Crie algo

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Há anos você diz que vai escrever um roteiro de longa-metragem, começar um romance, criar o seu blog. Os amigos já cobram e você sempre arruma uma desculpa. Desligue o modem, a TV, o celular e enfrente a página em branco. Escreva algo novo para alguém, nem que seja para você mesmo, mas coloque essa roda em movimento. Vai que tem um bestseller aí louco para nascer, uma série, um filme!
As possibilidades são infinitas e a desculpa do tempo não cola mais.

Aprenda algo

Link YouTube | Como aprender qualquer coisa: as primeiras 20 horas
Quer aprender uma língua nova? Quer aprender a tocar Ukulele? Quer aprender a fazer embaixadinha?
Você pode.
Esse cara aqui ensinou no TED que aquela história de 10.000 horas para aprender alguma coisa é balela. Você só precisa de 20 horas para aprender algo. O Messi precisou dessas 10.000 horas para ser o que ele é e você não precisa ser o Messi. Procure uma vídeo-aula ensinando cantonês, ou alemão, um site colaborativo como o Livemocha, um lugar que te ensine algo em um dia, como os cursos do Cinese.
O Ukulele tem quatro cordas, não é tão difícil.
Nós temos tempo. Nós fazemos o nosso tempo e podemos usá-lo para assistir 33 temporadas deDoctor Who ou aprender algo novo — não que você não aprenda com o Doutor, Alons-y! — fazer algo que você nunca fez.
Se nós já fizemos uma ode à preguiça, hoje quero que você vença o monstro da procrastinação e produza algo. Não para o seu chefe, não para a empresa que você trabalha, não para seu parceiro ou parceira. Para você.
Me diz aí:, o que você gostaria de fazer e nunca “teve tempo”?

Mecenas: Nivea Men

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Todos os dias, ao acordarem, homens fazem o que precisa ser feito. A insatisfação existe, é verdade, mas  aprendemos, trabalhamos, caímos e nos levantamos. Suamos a camisa, em contínuo aperfeiçoamento.
Neste canal especial do PapodeHomem, teremos diálogos e debates sobre diversas questões do homem. A conversa também acontece no Facebook oficial de Nivea Men, eles tem dito coisas bem interessantes por lá.
Mecenas PdH: Você leu um texto apoiado por uma empresa. Conheça nossa política de transparência e conteúdo livre de amarras.
Pedro Turambar

Pedro tinha 25 anos e já foi publicitário. Ganha a vida fazendo layouts, sonha em poder continuar escrevendo e, quem sabe, ganhar algum dinheiro com isso. Fundou o blog O Crepúsculo e tem que aguentar as piadinhas até hoje. No Twitter, atende por @pedroturambar.

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