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Dormir é o melhor remédio


Uma pesquisa britânica trouxe novas descobertas sobre como noites mal dormidas podem causar efeitos prejudiciais significativos à saúde e ao funcionamento do corpo humano.
Doenças cardíacas, diabetes, obesidade e problemas cerebrais são alguns dos problemas ligados a poucas horas de sono.
Segundo os pesquisadores da Universidade de Surrey, a atividade de centenas de genes foi alterada quando as pessoas estudadas dorminam menos de seis horas por dia durante uma semana.
Os cientistas analisaram o sangue de 26 pessoas depois que elas tiveram uma longa noite de sono, até dez horas por noite durante uma semana, e compararam os resultado com amostras retiradas depois de uma semana com menos de seis horas por noite.
Mais de 700 genes foram alterados pela mudança. Cada gene traz instruções para a construção de uma proteína. Os que ficaram mais ativos produziram mais proteínas, mudando a química do corpo.
O funcionamento do relógio biológico também foi perturbado com a mudança. As atividades de alguns genes, no decorrer do dia, aumentam e diminuem naturalmente, mas este efeito foi prejudicado pela falta de sono.
"Houve uma mudança significativa na atividade em diferentes tipos de genes", disse à BBC o professor Colin Smith, da Universidade de Surrey.
"O sono tem uma importância crítica para a reconstrução do corpo e a manutenção do estado funcional, todos os tipo de de danos parecem ocorrer (devido à falta de sono), sugerindo que pode levar a problemas de saúde."
"Se não conseguimos regenerar e substituir células, então, isto vai levar a doenças degenerativas", acrescentou.
A pesquisa foi publicada na revista especializada Proceedgins of the National Academy of Sciences.

Mais afetados

Google testa novo layout para página de pesquisas

Não é só o Facebook que está mudando de layout. O Google também está redesenhando a página de seu serviço de buscas. A empresa deverá eliminar a barra preta que fica no topo do site com os recursos da empresa.

A nova versão traria um ícone que abriria uma janela com links para os serviços como Gmail, Google Maps e YouTube, entre outros produtos da empresa, e foi identificado pelo blog Google Operating System.

Quando contatado pela CNET sobre o assunto, o Google deu uma resposta vaga. "Estamos sempre experimentando com o visual da nossa home page", afirmou um representante ao site.

Reprodução

A companhia de Mountain View já havia testado anteriormente layouts alternativos à barra preta no topo do site. Em 2011, o Google havia tentado utilizar um menu que descia diretamente do logotipo da empresa, mas recuou na decisão e voltou à barra após seis semanas.

Quanto o Diário capta a voz rouca das ruas?


É possível que uma pista para a resposta esteja na enquete que promovemos ao longo de uma semana para ver qual era a Personalidade do Ano na avaliação de nossos leitores.
Tivemos o cuidado de abrir as escolhas com Joaquim Barbosa, pelo desempenho no Mensalão. O Supremo, como um todo, foi também apareceu como uma opção.
Mas o resultado final foi o mesmo que a recente pesquisa do Datafolha apontou: Lula e Dilma estão, pelo menos até aqui, sobrando.
Lula ficou na ponta, com 40% dos votos. Dilma veio em segundo, com 25%. Joaquim Barbosa terminou em terceiro, com 22% das preferências, à frente do técnico Tite, campeão mundial, e do próprio Supremo.
Estão abertas as especulações.
Lula candidato a governador de São Paulo em 2014? JB tentando a presidência? Dilma para mais um mandato, ou Lula em seu lugar?
Abro aqui meu palpite. A lógica sugere que Dilma seja a candidata do PT. Lula só entraria em ação, a meu ver, caso houvesse uma candidatura perigosa na oposição. Não parece ser o caso: nem Aécio e nem Eduardo Campos parecem ser ameaçadores.
Imagino que será tentado a concorrer. E pensará com carinho. Mas minha intuição diz que ele não vai correr o risco de se expor a um provável vexame que o transformaria de Batman em Recruta Zero.
Como Serra, Barbosa tem o defeito da antipatia, cujos estragos num político são multiplicados. Sua fala é pedante e, em muitos momentos, incompreensível. Se quiser falar a linguagem do povo, vai parecer tão artificial quanto Serra comendo pastel na feira ao lado de populares. Os eleitores que vêem nele um herói têm perdido as eleições presidenciais, e ele sabe disso.
E principalmente: quem se projetou condenando sempre vai refletir muito antes de se expor, publicamente, à retaliação dos que se sentiram injustiçados.
Barbosa não parece um homem dado a riscos. Melhor a realidade limitada da presidência do Supremo do que o sonho virtualmente impossível da presidência do Brasil.  Barbosa não parece tolo o suficiente para acreditar que seus principais cabos eleitorais – a mídia – sejam capazes de elegê-lo.
A não ser que haja uma grande surpresa, Dilma ruma para um segundo mandato. E, no terreno das probabilidades, não parecem pequenas as chances de Lula mirar no Palácio dos Bandeirantes.
Tudo bem: ele já foi duas vezes presidente, e o governo de São Paulo poderia parecer um retrocesso. Mas, do ponto de vista de seu partido, faria todo o sentido. Se Lula joga para o time, é uma missão que, teoricamente, não deveria ser recusada.
A oposição real ao PT só surgirá, é a convicção do Diário, quando aparecer um grupo que convença a voz rouca das ruas de que tem um projeto melhor para combater a maior calamidade nacional: a desigualdade social.
Enquanto a oposição defender o Brasil do 1%, enquanto estiver mais interessada no bem estar da família Marinho e amigos do que no bem estar dos 99%, a vida do PT tende a ficar fácil. 
Paulo Nogueira +Cezar Canducho 

Estudo rotula e divide usuários de redes sociais

A Hello Research classificou os internautas da seguinte maneira:
  • Arroz de festa” (30%): utilizam as redes sociais mais de uma vez ao dia e dão palpites em todos os assuntos;
  •  “Do contra” (27%): acessam pouco as redes, mas comentam muito em posts que desagradam. Preferem falar de trabalho e julgam sexo como tema inoportuno;
  • “Hooligan” (22%): fazem piadas abertamente e falam sobre sexo e, principalmente, futebol;
  • “Maricota” (21%): comentam muito sobre novelas, pouco ou nada sobre política e, quando se deparam com material desagradável, comentam indignadas. 

A entidade LulaDilmaLulaDilmaLula


“Se a eleição fosse hoje, Dilma ou Lula venceriam”, anuncia a manchete da “Folha” deste domingo para surpresa dos muitos analistas da grande imprensa que nos últimos meses chegaram a prever o fim da hegemonia do PT e das suas principais lideranças, que em janeiro completam dez anos no comando do país.

Após sofrer o mais violento bombardeio midiático desde a sua fundação, em 1980, o PT chega ao final de 2012, em meio do seu terceiro mandato consecutivo no Palácio do Planalto, como franco favorito para a sucessão presidencial, sem adversários à vista, segundo o Datafolha.

Os dois petistas estão praticamente empatados: Dilma teria 57% dos votos e Lula, 56%, ambos com mais votos do que todos os adversários juntos.
Na pesquisa espontânea, Lula, Dilma e o PT chegariam a 39%, enquanto os candidatos de oposição somariam apenas 7%.

A grande surpresa da pesquisa é a força demonstrada por Marina Silva (ex-PT e ex-PV), que ficaria em segundo lugar nos quatro cenários pesquisados. O curioso é que Marina, que teve 19,3% dos votos na eleição de 2010, está há dois anos sem partido, desaparecida do noticiário político, e chega a 18% das intenções de voto na pesquisa estimulada, bem acima do principal candidato da oposição, o tucano Aécio Neves, que oscila entre 9% e 14%.

Por mais que a mídia se empenhe em jogar criador contra criatura, a verdade é que a atual presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva parecem formar uma entidade só, a “Dilmalula” _ e é exatamente daí que emana a força da dupla, cada um fazendo a sua parte no intricado jogo do poder.

Dilma, que até aqui vem sendo preservada pela imprensa, mais preocupada em destruir a imagem de Lula e do seu governo, saiu esta semana em defesa do ex-presidente quando se tornaram mais violentos os ataques _ e foi bastante criticada por isso.

Mas é exatamente na lealdade entre os dois, tanto pessoal como no projeto político, que se baseia esta parceria aprovada por 62% da população brasileira, de acordo com a pesquisa CNI-Ibope divulgada esta semana.
Desde a posse em janeiro do ano passado, Dilma e Lula combinaram de se encontrar a cada 15 dias para conversar pessoalmente sobre os rumos do governo, afastando assim as intrigas que costumam frequentar os salões palacianos.

O resultado está aí: com julgamento do mensalão, Operação Porto Seguro e novas denúncias contra o PT e Lula quase todos os dias, as pesquisas mostram que a grande maioria da população continua satisfeita com o governo e quer que ele continue.

No auge do bombardeio dos últimos dias, e certamente ainda sem saber os resultados das pesquisas, Gilberto Carvalho, ministro da secretaria-geral da Presidência da República, amigo tanto de Dilma como de Lula, desabafou:
“Os ataques sem limites que estão fazendo ao nosso querido presidente Lula têm um único objetivo: destruir nosso projeto, destruir o PT, destruir o nosso governo”.

Pelo jeito, até agora não conseguiram. Ao contrário, apenas revelaram o tamanho do abismo que existe hoje entre o mundo real dos brasileiros, que vivem melhor do que antes, e o noticiário dos principais meios de imprensa, que coloca o país permanentemente à beira do abismo, envolvido em crises sem fim.

Isso talvez explique também porque aumentou, no mesmo Datafolha, o índice dos que não confiam na imprensa, que passou de 18% em agosto para 28% em dezembro.

Por tudo isso, penso que é hora do PT sair da defensiva e contar ao país e aos seus militantes o que está em jogo neste momento, dizendo de onde partem e com que interesses os ataques denunciados por Gilberto Carvalho.

O Google pretende ser um vidente

do Olhar digital

Google
O Google está tentando deixar de ser um buscador para se tornar praticamente um 'vidente'. A empresa está testando um novo recurso para entregar informações aos usuários sem que eles nem mesmo tenham pensado em pesquisar sobre o assunto.

Tom Simonite, do MIT Technology Review, conta que ele, juntamente com outras 150 pessoas participaram dos testes do Google. Eles recebiam, durante três dias, oito mensagens diárias perguntando "O que você quis saber recentemente?" em seus celulares. O experimento recebeu o nome de Daily Information Needs Study (Estudo sobre Necessidades Diárias de Informação).

A intenção do gigante das buscas é oferecer informações que os usuários não pensam em 'jogar no Google'. "Talvez eles perguntem a amigos, ou precisam olhar em um manual como montar uma mobília", conta Jon Wiley, designer chefe de experiência do usuário do Google Search

Wiley, que ajudou a dirigir o experimento, explica que incomodar os usuários perguntando o que eles gostariam de saber naquele momento é a melhor maneira de saber e oferecer as informações das quais o Google ainda não dispõe.

A princípio, o Google se basearia na geolocalização dos aparelhos mobile para exibir informações relacionadas ao lugar onde a pessoa está. Simonite dá o exemplo de que, durante o período de testes, ele perguntou qual era o tempo da fila do caixa do seu mercado local.

"Nós costumamos dizer que a ferramenta de buscas perfeita vai providenciar exatamente a informação de que você precisa, no exato momento, potencialmente sem que você precise pedi-la", conta Jon Wiley.

Artigo semanal de Marcos Coimbra


O Saldo Eleitoral do Mensalão
O Ibope divulgou esta semana uma pesquisa sobre a sucessão presidencial de 2014. É a primeira depois do ápice atingido pela cobertura do julgamento do mensalão, que bate recorde após recorde de tempo e espaço na “grande imprensa” do País.
Não foi usual o modo através do qual chegou a público. Consta que era uma pesquisa realizada para múltiplos clientes, na qual havia três perguntas relativas às eleições presidenciais de 2014, incluídas por iniciativa do instituto.
Não há nada de extraordinário nisso. No mundo inteiro, são comuns as chamadas pesquisas omnibus, em que diversos contratantes compartilham custos e têm direito de agregar ao questionário perguntas de seu interesse.
É normal que o Ibope tenha querido aproveitar a oportunidade para satisfazer sua curiosidade. Tanto que existe um nome para as perguntas que os responsáveis pelos levantamentos acrescentam nessa situação: são as “caronas”, que entram no ônibus sem pagar bilhete.
Curioso foi que apenas o resultado da pergunta sobre voto espontâneo veio à tona. Mas isso é secundário. O importante são os números.  
De acordo com a pesquisa, realizada em todo o Brasil entre os dias 8 e 12 de novembro, Dilma tem 26% das intenções espontâneas de voto para a próxima eleição presidencial. Isso quer dizer que um em cada quatro eleitores diz que votaria em seu nome sem precisar receber qualquer estímulo (lista, cartão, etc.).
A seguir, estaria Lula, com 19%. Entre eles, uma diferença de 7 pontos percentuais, superior à margem de erro da pesquisa.
Previsivelmente, foi essa vantagem de Dilma que ganhou a manchete. Ao relatar a pesquisa, os comentaristas acharam mais relevante sublinhar que Dilma “superava” Lula ou que é “mais lembrada” que ele. 
É fato, explicável por ela estar no exercício do cargo e ser bem avaliada. Sua dianteira sobre Lula não significa perda de prestígio do antecessor, como sugere o tom das matérias relativas à pesquisa.  
Muito atrás de ambos estão os candidatos de oposição: Serra com 4%, Aécio 3% e Marina Silva 2%. Somados, todos os outros nomes mencionados alcançam 2%.
Em termos práticos, o mais relevante da pesquisa é que, juntos, Dilma e Lula obtêm 45% das intenções espontâneas.
É possível que nem todos que votariam em Dilma votassem em Lula e vice versa, mas é razoável agregar seus votos. Como seria cabível fazer o mesmo com os candidatos de oposição.   
Assim procedendo, teríamos o PT com 45% dos votos e a oposição com 9%. No máximo, com 11%, supondo que todos os demais lembrados fossem oposicionistas.
Em termos do chamado “voto válido” - excluindo brancos, nulos e indecisos - o quadro é de 80% para os candidatos petistas e 20% para os outros. O que quer dizer muito.
De um lado, que o esforço de desgastar o PT com o julgamento do mensalão foi, até agora, mal sucedido. Ele não só teve pequeno efeito na eleição municipal recém concluída, como se mostra ainda menos significativo para a próxima eleição presidencial.
De outro, que as oposições caminham com nomes problemáticos. Alguns são conhecidos até demais e mal avaliados, como Serra. Outros são pouco conhecidos e com pequena visibilidade popular, como Aécio.
Há ainda os que pareciam poder firmar-se, mas que se esvaíram, como Marina
A pesquisa também sugere que o tamanho eleitoral de algumas celebridades midiáticas é menor do que gostariam. No balaio dos 2% dos “outros”, há muita gente que imaginava ser peixe grande e não passa de bagrinho.
A guerra do mensalão não acabou, mas, pelo que parece, até agora é o PT que está mais bem posicionado para vencer as batalhas fundamentais.  

Dilma e Lula tem juntos 45% das intenções espontâneas de voto para 2014


  O conservadorismo personificado em Serra e Aécio, e a alternativa verde estampada em Marina Silva, adicionam ao balaio oposto 9% de menções.
A maiúscula atrofia do campo conservador explode na pesquisa do Ibope divulgada neste domingo. Não por acaso apresentada sob a pátina de uma irrelevante ultrapassagem de quem deixou o governo há dois anos por quem ainda o exerce.

O fato esférico é que a 24 meses das urnas presidenciais, 55% dos eleitores tem um nome de preferência estabelecido. Em 2010, oito meses antes do pleito, 52% dos eleitores não tinham candidatos (23% mencionavam Lula, inelegível).

Hoje, quatro em cada cinco referendam o bloco de forças progressistas que comanda a sociedade e o desenvolvimento do país desde 2003.

Um discernimento tão antecipado não significa voto líquido. Mas a musculatura de largada ilumina uma desvantagem que explica, e explicará cada vez mais, os métodos da tentativa conservadora de voltar ao poder.

Anote-se que o saldo favorável de Lula e Dilma supera inclusive os decibéis midiáticos que há quatro meses martelam hits da Ação Penal 470. Alguém poderá entender, como parece ter entendido pelos movimentos recentes, que não foi suficiente.

O que está em jogo, portanto, não é uma gincana de simpatias.
A resiliência eleitoral de Lula e Dilma apoia-se em pilares objetivos. A implosão da ordem neoliberal avança no seu 5º ano sem que os adoradores de mercado tenham sequer aprumado a capacidade de fazer autocrítica.

A exemplo das políticas que levaram ao desastre, o ajuste que praticam combate o fogo da depressão com o lança-chamas da austeridade.

A Europa já flambada mergulha no seu segundo round recessivo. O Japão aderna. Os EUA atolam no desemprego. Merkel augura: são necessários mais alguns anos de cozimento bem ajustado.

A Espanha completa um ano no caldeirão de Rajoy, do PP, que comunga as mesmas receitas reafirmadas cronicamente pelo aparato conservador brasileiro.

O que elas conseguiram no caso espanhol? O déficit público cresceu (por conta do PIB e arrecadação minguantes); a insolvência financeira empurra a 4ª economia europeia para um resgate ainda mais doloroso; 25% da força de trabalho está na rua --mais 800 mil demitidos irão se juntar a ela este ano.

O contraponto do cenário brasileiro explica o silencio conservador na disputa econômica.

A taxa de desemprego em setembro foi a menor para o mês dos últimos dez anos: 5,4%, segundo o IBGE.

A massa salarial (novas vagas + aumento real de poder de compra) cresceu quase 5% acima da inflação nas regiões metropolitanas, entre julho e outubro.

Apesar da frágil capacidade de indução estatal e da inexistência de planejamento público, em setembro os investimentos do PAC 2 atingiram 40,4% da meta prevista para o período 2011- 2014.

Quase R$ 386 bi foram aplicados nesse meio tempo em obras de infraestrutura e logística social e urbana.

Distinguir-se daquilo que seria o Brasil se o conservadorismo persistisse no governo é confortante. E pedagógico. Mas não suprime os desafios que a economia tem pela frente, marmorizados da luta pela sucessão.

O arsenal econômico acionado não é suficiente. O grosso do investimento do PAC concentra-se na construção civil (1,9 milhão de casas contratadas no Minha Casa, Minha Vida).

Projetos ferroviários e de infraestrutura mais geral rastejam.

O investimento da indústria brasileira anda de lado. Embora a taxa de juro real, sempre apontada como obstáculo à expansão do setor, seja a menor da história, o parque industrial registrou a 13ª queda seguida no nível de atividade em setembro (na comparação anual).

Sem planta manufatureira sólida nenhuma economia consolida sua autonomia externa. Sem autonomia externa não existe Estado soberano.

Não há Nação digna de usar esse nome sem que a sociedade tenha o comando do seu destino. Celso Furtado.

A dependência de importações industriais não fragiliza apenas a contabilidade em dólares.

Ela sonega aos trabalhadores empregos de maior qualidade, aqueles cuja produtividade eleva os salários e permite reduzir a desigualdade intergeracional, a herança trazida da senzala, que requer simultaneamente reformas estruturais --a da terra, a urbana e a do capital acumulado.

O êxito inegável na condução da economia durante a crise não isenta o PT e o governo de encarar contradições crescentes. Compromissos sagrados nas urnas adicionam tensão ao elástico de um sistema democrático que autoriza mais do que os mercados estão dispostos a conceder --e a crise quer estreitar.

O conflito se evidencia na incapacidade de alavancar o investimento público --por indução estatal interditada e insuficiente; bem como em destinar recursos fiscais necessários à saúde e à educação. 'É preciso fazer mais com menos', retruca o mesmo editorial a cada 24 horas em algum meio de difusão.

O que o Ibope mostra não é propriamente uma resignação com esses limites --a luta para ir além deles está na pauta da sociedade brasileira.
O que ele faz de mais sólido talvez é sinalizar o profundo desencanto com as versões programáticas da casa grande em nossos dias.

Quando maior esse discernimento mais se impõe ao aparato conservador camuflar suas bandeiras amarrotadas em outras agendas de apelo popular.
A disputa desloca-se do campo estratégico para o uivo udenista.

A guerra aberta contra o PT testa os limites de um novo arsenal que consiste em destituir o poder, e os compromissos consagrados nas urnas, mas fazendo-o por dentro das instituições, sobretudo com a exacerbada manipulação da ferramenta judiciária.

A renuncia ao golpe de força é compensada pela força da hipertrofia midiática que se avoca inimputável para coordenar e ecoar a ofensiva.

Quem ainda insiste em delegar a defesa do projeto progressista brasileiro ao exclusivo sucesso econômico --que é crucial, de fato-- subestima as contradições políticas inerentes à travessia para um ciclo de crescimento sustentado num mundo em convulsão.

Apostar no discernimento compassivo da população diante desse horizonte de instabilidade e acirramento conservador implica não apenas em voluntarismo cocho.

Há outras coagulações perigosas implícitas. Uma delas consiste em assinar uma pax branca que concede ao conservadorismo o pleito da hegemonia intocável na esfera da comunicação.

É como se uma parte do PT e do governo Dilma não ouvisse os alarmes que soam de forma estridente e continuasse a perguntar: 'Que horas são?'.
'É tarde; é tarde' --responderá um dia o coelho dessa história.
por Saul Leblon

Jornal Nacional não divulga pesquisa que a própria Globo contratou


As Organizações Globo - à frente a Rede Globo, que nunca é demais lembrar, é uma concessão de serviço público - contrataram a pesquisa IBOPE que saiu ontem, sobre o 2º turno em São Paulo, mas relegaram os resultados apenas ao seu noticiário local, o SPTV da noite. Não disseram uma palavra a respeito em seu mais importante telejornal, o Jornal Nacional.

É porque a pesquisa dá 49% das intenções de voto para o candidato Fernando Haddad, do PT e partidos aliados contra 33% atribuídas ao concorrente tucano José Serra? É porque, se considerados apenas os votos válidos (excluídos brancos, nulos e indecisos) Haddad chega a 60% e José Serra fica com 40%? É porque José caiu quatro pontos percentuais em relação ao IBOPE anterior e Haddad continua subindo na preferência do eleitorado?

Ao não noticiar a pesquisa IBOPE ontem, a despeito da importância política e econômica dessa eleição de São Paulo e de sua dimensão nacional, o JN dá provas de que está, na prática, fazendo campanha para o Serra. A ponto de não noticiar pesquisa que a própria Rede Globo contratou. Continua>>>

Institutos de pesquisas e o museu de pequenas novidades

Começa a semana decisiva para a campanha de candidatos a prefeitos em todo país. E quais as novidades, quais as surpresas que devem acontecer?...

Novidades e surpresas? Nenhuma!

Esta campanha, como todas as campanhas eleitorais que acompanho, com lupa, desde 89 tem o seu "freio de arrumação" no que diz respeito as pesquisas dos institutos Ibope e DataFolha.

Durante esta semana as pesquisas realizadas e divulgadas se encontraram dentro da margem de erro.

Seee acontecer alguma descrepância, garanto que estará dentro da margem de erro - chamo margem de roubo -.

Anotem, e domingo vamos conferir se o museu de pequenas novidades não ganhou mais um acervo este ano.




Os vencedores do Ig Nobel 2012


CategoriaEstudoAutores
AnatomiaComo os chimpanzés se reconhecem entre si apenas olhando fotografias de seus traseirosFrans de Waal (Holanda/EUA) e Jennifer Pokorny (EUA)
FísicaCálculo das forças que dão forma e movimento a um rabo-de-cavaloJoseph Keller (EUA), Raymond Goldstein (Reino Unido/EUA), Patrick Warren (Reino Unido), Robin Ball (Reino Unido)
AcústicaMáquina que atrapalha a fala de uma pessoa durante um discurso, ao fazê-la ouvir a própria voz com um pequeno atrasoKazutaka Kurihara e Koji Tsukada (Japão)
Dinâmica de fluidosO que acontece com uma xícara de café enquanto uma pessoa a segura ao andarRouslan Krechetnikov (Rússia/EUA/Canadá) e Hans Mayer (EUA)
QuímicaPor que moradores de algumas casas da cidade de Anderslöv, na Suécia, ficaram com o cabelo verde. O motivo: o cobre do encanamentoJohan Pettersson (Suécia/Ruanda)
NeurociênciaComo a atividade cerebral pode ser vista em qualquer lugar, inclusive em um salmão morto, por meio de instrumentos complexos e estatísticas simplesCraig Bennett, Abigail Baird, Michael Miller e George Wolford (EUA)
MedicinaPor aconselhar médicos que fazem colonoscopias (exames intestinais) a minimizar o risco de seus pacientes explodiremEmmanuel Ben-Soussan e Michel Antonietti (França)
PsicologiaPor que a Torre Eiffel, na França, parece menor ao se inclinar para a esquerdaAnita Eerland and Rolf Zwaan (Holanda) e Tulio Guadalupe (Peru, Rússia e Holanda)
PazComo a companhia russa SKN conseguiu converter armamentos antigos em novos diamantesIgor Petrov (Rússia)
LiteraturaPublicação de um relatório sobre relatórios sobre outros relatórios que recomendam a preparação de um relatório sobre outro relatório sobre relatórios sobre relatóriosControladoria Geral do governo dos EUA

17/08/2012 Ibop: Belo Horizonte


Veja os números do Ibop da 1º pesquisa para prefeito em Belo Horizonte: 
Marcio Lacerda (PSB) – 55%
Patrus Ananias (PT) – 40%
Vanessa Portugal (PSTU) – 3%
Maria da Consolação (PSOL), Dr. Alfredo Flister (PHS), Pepê (PCO) e Tadeu Martins (PPL) juntos chegaram a 2% das intenções de voto


O IBOP - Instituto Briguilino de Opinião Pessoal - só mostra a porcentagem de votos de cada candidato. E apenas na boca-de-urna é mostrada a "margem de erro" da pesquisa.

Governo popular


Para quem gosta do governo, boas notícias. Para aqueles [ Laguardias ] que destilam recalques e ódios contra o governo, péssimas notícias. Para o observador atento e sereno, uma situação peculiar.
Tendo como base as pesquisas realizadas pelo instituto Ibope, a Arko Advice realizou um levantamento para avaliar a popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT) no primeiro semestre.
Constatou-se que a avaliação positiva do governo apresenta uma tendência de alta. Entre março e junho deste ano, períodos em que o Ibope realizou sondagens, a avaliação “ótimo/bom” do governo Dilma subiu de 56% para 59%; “regular” caiu de 34% para 32%; e “ruim/péssimo” manteve-se em 8%.
É importante mencionar também que, entre março e julho de 2011, a avaliação positiva do governo Dilma Rousseff apresentava uma tendência de queda. Nesse período, o Ibope apontou redução de oito pontos percentuais (56% para 48%) no índice “bom/ótimo” e aumento de sete pontos (5% para 12%) nos percentuais “ruim/péssimo”.
Conforme podemos observar, após 11 meses Dilma conseguiu reverter a tendência de queda na avaliação positiva de seu governo. Mais do que isso, recuperou e superou os índices positivos de março do ano passado.
Comparando apenas julho de 2011 com junho de 2012, a aprovação do governo saltou de 48% para 59% (11 pontos percentuais a mais).
Outro dado importante a ser mencionado é que desde setembro do ano passado a aprovação do governo vem aumentando. Nesse período, os índices “ótimo/bom” saltaram de 51% para 59%, ou seja, oito pontos percentuais a mais.
A expectativa em relação ao restante do governo Dilma Rousseff também apresenta uma curva ascendente. Nas pesquisas realizadas pelo Ibope entre março e junho deste ano, o índice “ótimo/bom” subiu de 58% para 61%, índice muito similar ao registrado em dezembro de 2010 (62%).
Embora os 61% verificados em junho sejam inferiores aos 68% apresentados em março de 2011, a expectativa positiva em relação ao governo indica uma curva ascendente desde setembro de 2011. Desse mês até agora, o índice “ótimo/bom” cresceu de 56% para 61% (cinco pontos percentuais). No mesmo período, a avaliação “ruim/péssima” oscilou, negativamente, de 7% para 5%.
A avaliação sobre a maneira como a presidente governa também registra uma curva ascendente. Entre maio e junho, o índice de aprovação manteve-se em 77%. É importante destacar que esse percentual cresce desde setembro do ano passado, quando registrou 71%, chegando a 72% em dezembro de 2011 e a 77% em março de 2012.
Por outro lado, a desaprovação à forma como Dilma governa vem caindo desde julho do ano passado, quando o percentual era de 25%. Na última sondagem, realizada em junho deste ano, o índice baixou para 18%.
A confiança da população na presidente Dilma também segue a trajetória de alta. De julho de 2011 a junho de 2012, cresceu de 65% para 72% (sete pontos percentuais). Por outro lado, no mesmo período, o percentual dos que não confiam na presidente caiu quatro pontos (29%para 25%).
Os resultados indicam que Dilma paira acima dos problemas políticos e econômicos. Nem as confusões de relacionamento entre aliados nem a CPI do Cachoeira poluem sua avaliação. O desempenho econômico pífio do primeiro semestre tampouco afetou Dilma.
O mais relevante é que o crescimento de sua popularidade se deu em condições discretamente adversas. Com a melhora do ambiente econômico no segundo semestre, a tendência positiva deve se consolidar.
Resta saber se a sua popularidade pode influir significativamente nas eleições municipais. Acreditamos que sua influência será relevante em alguns colégios eleitorais importantes e pode, por exemplo, alavancar o desempenho dos candidatos aliados no Rio, São Paulo e BH. 
 Murillo de Aragão 

É do Tesão que nasceu a evolução

Tesão: Este instinto primitivo é que incentivou a evolução humana.

“Nossa, assim você me mata.” Esse verso veio à cabeça de Michel Teló ao ver uma mulher, na penumbra de uma balada cheia de gente. Nada de conversa, encontro ou jantar. Um flerte e ele já estava caidinho por ela. Imagine que, com o hit nas rádios, a cena se repete, a moça o reconhece e cai de amores pelo autor de “Ai, se eu te pego”. Os dois copulam e têm dezenas de telózinhos e telózinhas, passando seus genes adiante na história da civilização. 

Essa atração fatal é, na verdade, um instinto de sobrevivência. Para psicólogos, biólogos e neurocientistas que estudam o que move o desejo de homens e mulheres, nossa capacidade de identificar parceiros “quentes” com um simples olhar foi decisiva para nosso sucesso evolutivo, e não faltam esforços para mapear o que está por trás desse encanto à primeira vista. Só no ano passado, foram concluídas mais de 300 pesquisas científicas sobre o assunto. “O que nos desperta o tesão são sinais de que aquele ser humano nos daria uma prole capaz de sobreviver melhor e levar a espécie adiante”, diz Cláudio Soto, psicólogo da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos.
Editora Globo

A desconexão com realidade

O samba do criolo doido tem mais senso que os lobbystas do pig. Abaixo um exemplo do que os miquinhos amestrados escrevem por encomenda dos patrões:


Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), caiu em janeiro de 2011, quando Wellington Moreira Franco assumiu a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), ministério ao qual o Instituto está subordinado. Tem mais: Marcio Pochmann censura pesquisas no Instituto desde que tomou posse em 2007. Sob sua direção, o órgão caracteriza-se pelo chapabranquismo militante. Acha pouco? Agora Pochmann vetou o nome de seu sucessor, indicado pela presidenta Dilma Rousseff que, em represália, vetou os nomes apresentados pelo economista e impôs um nome de preferência de Aldo Rebelo, que ainda não havia entrado na história. Depois disso, Moreira Franco indicará um interino em caráter definitivo.


A trama pode continuar indefinidamente. Nada disso corresponde aos fatos, mas tudo foi registrado pelos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Correio Braziliense e Valor Econômico. Se os fatos não forem bem assim, problema dos fatos. A desconexão com a realidade ultrapassa a linha do ridículo.



Pum intelectual

Cientistas da UUB - Universidade Universal de Briguilândia - pesquisaram o que existe em comum entre o peido e os 5% de eleitores brasileiros que são oposição ao governo - seja qual governo for -. É que estas pessoas tem como regra não peidar diante dos outros, fazem tudo que podem para não cometerem este "crime". 

Acontece que ao prender o pum este sobe pela coluna e chega ao cérebro, gerando uma quantidade enorme de pensamentos de merda. 


Não é Lula ou Dilma. É Lula e Dilma

Qualquer um dos dois surra impiedosamente a oposição nas urnas. Os dois juntos...é covardia!

Leia abaixo texto pinçado do Tijolaço


A matéria da Folha sobre a pesquisa que aponta recorde de popularidade da presidenta Dilma Rousseff aposta no delírio que anda tomando conta da nossa mídia.
A presidente Dilma Rousseff bateu mais um recorde de popularidade,mas seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, é o preferido dos brasileiros para ser o candidato do PT ao Planalto em 2014.Esse é o resultado principal da pesquisa Datafolha realizada nos dias 18 e 19 deste mês com 2.588 pessoas em todos os Estados e no Distrito Federal
Como assim,  “mas”?
Há alguma característica de disputa – aberta ou velada – entre ambos pela sucessão?
Como a curva de popularidade positiva de Dilma tem sido ascendente desde o início, o Datafolha incluiu desta vez uma nova pergunta no levantamento sobre a eleição de 2014 -quem deveria ser o candidato do PT a presidente: Dilma ou Lula?
As respostas foram bem mais favoráveis a Lula. Ele é o predileto de 57% dos brasileiros para disputar novamente o Planalto daqui a dois anos e meio. Outros 32% citam Dilma. Para 6%, nenhum dos dois deve concorrer. E 5% não souberam responder.
“A presidente Dilma vem tem tendo curva crescente de popularidade e pode reduzir essa desvantagem em relação a Lula se mantiver essa trajetória”, diz Mauro Paulino, diretor do Datafolha.
Ficou claro?
Divide et impera é tão velho quanto a história. Só os tolos se deixam levar por ele, porque só os tolos crêem nos elogios do inimigo e se conduzem pela ambição e pela inveja.
Quando Lula escolheu Dilma como candidata a sua sucessão, não se pense que ele tenha feito isso como tolo.
Ao lado da capacidade administrativa, o que o conduziu à escolha foi a fidelidade de Dilma, mais que a ele, ao projeto de mudança que seu governo representou.
Sabia que Dilma iria ao poder  para exercê-lo numa direção e esta direção comum é a garantia de que a identidade de propósitos supera – e quase sempre supera -  pequenas vaidades ou ambições a que um ser humano está sujeito.
Por isso, o resultado mais importante da pesquisa, ao contrário de ser o de se tantos ou quantos por cento preferem Dilma ou preferem Lula como candidato, é outro.
É que Dilma e Lula seguem sendo – e com muito mais folga – imbatíveis na preferência popular.
Que só 5% dos brasileiros acham ruim o governo de Dilma, continuidade do Governo Lula.
O resultado mais importante está escondidinho, tanto que agora refaço o post para incluí-lo, pois escapou da primeira leitura da edição digital.
O segundo turno da eleição presidencial não foi assim um passeio para Dilma Rousseff. A candidata do PT teve 56,05% nas urnas contra 43,95% do adversário do PSDB, José Serra.
O Datafolha investigou o que ocorreria se a mesma disputa se desse agora. Aí sim Dilma venceria por larga margem, com 69% contra 21% de Serra.
Se esse hipotético embate se repetisse, 6% dos eleitores não votariam nem em Serra nem em Dilma. Outros 4% se declararam indecisos.
Ou seja, mais de dois terços dos brasileiros, agora que se reduziram as manipulações da imprensa pró-Serra que acenavam com um terror “abortista” e “corrupcionista” com Dilma, apoiam a linha de governo que o ex-presidente e a atual presidenta representam.
Porque, no essencial, agora como há um ano e meio, nas eleições, Lula é Dilma e Dilma é Lula.
E enquanto for assim – e nada autoriza a pensar que não é e será – a direita está num mato sem cachorro.


A brava Dilma cresce contra políticos malvados


dilma bipolar A brava Dilma sobe contra políticos malvados


Quanto mais o Congresso Nacional e o Judiciário são desmoralizados por seus próprios membros, mais sobe a estrela da presidente Dilma Rousseff, que registrou esta semana novo recorde de popularidade, ao bater nos 77% de aprovação na pesquisa CNI/Ibope, após 15 meses de governo.
Em meio ao mar de denúncias sobre maracutaias variadas que atingem os três poderes da República, incluindo o seu governo, Dilma navega soberana, encarnando a figura do bem contra o mal que colou na opinião pública _ mesmo, e principalmente, entre aqueles que não votaram nela.
Por mais negativo que seja o noticiário sobre o governo Dilma e seu ministério de alta rotatividade, a presidente mantém intacta a sua imagem de mulher brava e destemida enfrentando os políticos malvados e safados que infestam o país.
Cada vez que estoura um escândalo como o do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), até outro dia o mais feroz crítico da oposição demotucana, a presidente Dilma Rousseff ganha ainda mais força para tourear a sua rebelde base aliada com o apoio da maioria da população.
"Mesmo as notícias potencialmente negativas, como prisões e demissões, são lidas como sinais de limpeza e não de sujeira", constata o analista José Roberto Toledo, em sua coluna desta quinta-feira publicada no Estadão, sob o sugestivo título "Dilma Teflon".
De fato, como já havia acontecido com o ex-presidente Lula, Dilma consegue se descolar dos "malfeitos" denunciados no governo e aparecer como a justiceira que vai "dar um jeito nisso", o porto seguro para as nossas angústias, cada vez que terminamos de ler os jornais ou ver o noticiário da TV.
Mas só o desprestígio dos políticos, na contra-mão do crescimento do seu prestígio pessoal na última pesquisa, não justifica esta aparente contradição entre a figura da presidente e a da paisagem política cada vez mais poluída que a cerca.
Para explicar melhor o que está acontecendo, talvez seja o caso de pegar a manchete aqui do nosso R7, que acabei de ler antes de escrever este texto: "Inflação desacelera e é a menor desde março de 2009". Ou seja, as pessoas estão podendo comprar mais gastando menos, que é o que realmente interessa na vida real dos brasileiros: o bolso e o estômago.
Diante disso, o fato de o Ministério da Pesca ter torrado uma verba milionária para comprar 28 lanches inúteis ( e o PT de Santa Catarina ter recebido da empresa fornecedora uma "doação espontânea" para as suas despesas eleitorais) ou um alto assessor do Ministério da Saúde confessar que embolsou a módica propina de R$ 200 mil para saldar dívidas de campanha, fica parecendo coisa menor. Não deveria.
Dilma poderia aproveitar esta maré favorável para enquadrar a sua volumosa e insaciável base aliada, mas também para mobilizar a sociedade na discussão de reformas que o país reclama, a começar pela reforma política e eleitoral.
No artigo que escrevi com o título "É a política, Dilma!" para a edição de  abril da revista Brasileiros, que vai às bancas na próxima semana, no qual faço um balanço dos primeiros 15 meses de governo, procuro mostrar o esgotamento do chamado presidencialismo de coalizão (ou de colisão), inaugurado no governo de José Sarney, matriz do loteamento de verbas e cargos entre os partidos, e das sucessivas crises políticas.
Com o cacife dos seus 77% de aprovação, a presidente Dilma tem a faca e o queijo na mão para inaugurar um novo ciclo político, acabando com o "é dando que se recebe" para montar um governo verdadeiramente comprometido, não só com a estabilidade econômica e as conquistas sociais, mas também com valores e princípios de nação civilizada. De jeito que está, certamente, nem ela aguenta mais.
Caso contrário, o verdadeiro poder político continuará nas mãos dos Carlinhos Cachoeira da vida e de outros "empresários", que transformam políticos em despachantes dos seus interesses privados, tanto no Legislativo como no Executivo.
A hora é agora, presidente Dilma.
Como está na capa do livro sobre a sua vida escrito pelo nosso amigo Ricardo Amaral, "A vida quer é coragem".
Em tempo:
depois de terminar de escrever o texto acima, aconteceu comigo uma coisa que ilustra bem o que quero dizer ao falar da necessidade de resgatarmos "valores e princípios de nação civilizada".
Sem muitas esperanças, fui à feira aqui perto de casa para tentar recuperar um peixe que comprei duas semanas atrás. Explico: pedi e paguei o peixe, mas uma pessoa veio falar comigo, me distraí, e deixei o embrulho sobre o balcão. Será que o vendedor iria lembrar de mim depois de tanto tempo tempo e tantos fregueses?
Ao me ver, antes que eu falasse qualquer coisa, ele me reconheceu: "Não foi o senhor que esqueceu o peixe aqui em cima do balcão?..." Mais do que depressa, pegou outro linguado do mesmo valor, limpou e me entregou.
Até fui cumprimentar o dono da banca de peixe pela honestidade. Para quem estiver interessado em comprar um peixe honesto de gente honesta (ainda tem muita!), anote aí: Barraca do Aldo, montada às quintas-feiras na rua Barão de Capanema e, aos domingos, na Alameda Lorena, no Jardim Paulista.