TV Brasil apresenta entrevista da presidente Dilma Rousseff, hoje as 22 horas
Impeachment - testemunhas da acusação favorecem defesa da presidente Dilma Rousseff
Paulo Nogueira - quais as chances de Dilma voltar? Todas!
Era a percepção generalizada.
Mas aí entrou em cena uma coisa chamada realidade. Temer desde o primeiro dia se revelou uma desgraça. Prometeu um ministério de notáveis e entregou uma equipe de nulidades sobre as quais pesavam e pesam fortes suspeitas de corrupção em alta escala.
O símbolo maior disso foi Jucá, que se pode qualificar de chave de cadeia com seu bigode caricato e seu passado nebuloso.
A presença no novo governo de homens ligados a Eduardo Cunha — como seu advogado — contribuiu também para reforçar a imagem de uma conspiração de corruptos para afastar uma mulher honesta que levou o combate à roubalheira a níveis inéditos.
Ficou demonstrado que o real poder por trás da administração usurpadora era Cunha, e não o decorativo Temer.
As conversas gravadas por Sérgio Machado destruíram o que restava de credibilidade dos golpistas. E acrescentaram oficialmente um novo elemento no complô antidemocracia: a participação do STF.
O decano do golpe, FHC, depois que foi enxotado de uma palestra em Nova York sobre democracia na América Latina, evocou o STF para dar legitimidade ao impeachment.
Arremessado o STF na lama, nem isso sobrou. Passaram a ser entendidas aberrações como a demora de quatro meses do ministro Teori para acatar o pedido de afastamento de Eduardo Cunha.
Cunha teve todo o tempo do mundo para comandar o impeachment na Câmara como se fosse um homem probo, justo, puro.
Houve ainda, antes que Temer se instalasse no Planalto, um fato capital para que o golpe fosse desmascarado: a infame sessão da Câmara dos Deputados em que corruptos abraçados à bandeira nacional gritaram um sim estridente sob as mais ridículas alegações.
Aquela sessão se tornou mundialmente conhecida pelo horror cômico que foi e virtualmente enterrou o golpe antes que ele fosse consumado.
Novos governos, isto é básico, necessitam do que se chama de "choque positivo" para espalhar otimismo na sociedade. Um clássico "choque positivo" na história moderna foi dada, no Reino Unido, por Tony Blair. Virou referência internacional. Blair avisou que não retomaria práticas trabalhistas que haviam se tornado obsoletas e ruinosas.
Lula, em 2003, deu seu "choque positivo" ao dizer que respeitaria os contratos — coisa que aliás Temer não está fazendo — e não nacionalizaria o que fora privatizado. O mercado, que estava inquieto, se acalmou, e Lula pôde colocar em prática, sem maiores obstáculos, seus programas sociais inovadores.
Pois bem. Temer produziu um formidável "choque negativo". Não poderia haver errado mais. Logo mostrou por que sempre foi um nanico na política nacional.
Não colocou sequer uma mulher em seu ministério. Quando finalmente preencheu a Secretaria da Mulher, foi com uma evangélica que condenava o aborto mesmo em casos de estupro.
No capítulo das mesquinharias, mandou demitir o garçom do Planalto e retirar o tratamento de "presidenta" de Dilma na EBC por meio do interventor que colocou lá, Laerte Rimoli, outro homem de Cunha. (O STF reconduziu nesta semana, provisioramente, Ricardo Melo ao comando da EBC, em mais uma entre tantas derrotas de Temer.)
Tudo isto posto, Temer é quase que um homem morto que anda. Parece estar colado na testa de sua administração: corrupta.
Tudo isto para dizer o seguinte. Poucos dias se passaram desde a sessão do Senado que tirou provisoriamente Dilma, mas a percepção sobre o impeachment se alterou completamente.
Desconte os senadores que votariam e votarão contra Dilma em quaisquer circunstâncias, de Caiado a Aécio.
Mas e os que votaram sim porque, naqueles dias, achavam que Temer iria abafar, sob a proteção da Globo e da mídia em geral? Eles certamente não contavam, além de tudo, com a reação popular ao golpe.
Penso, especificamente, em Cristovam Buarque. Reafirmar o voto pelo impeachment na sessão inicial do Senado foi uma coisa. Repetir o gesto agora é outra coisa. Você se expõe à execração geral, e corre o risco de passar para a história como um fâmulo da plutocracia, sem contar os berros de golpista a que você estará condenado onde quer que esteja.
Os senadores como Cristovam Buarque não são muitos. Mas são em número suficiente para que um impeachament que parecia inevitável seja revogado.
E não há nada que Temer possa fazer para melhorar a imagem de seu governo — porque é inepto, vacilante, sem carisma e, se não bastasse tudo isso, come na mão de Eduardo Cunha.
Aos que alegam que Dilma não teria mais como governar, a resposta é simples: tem muito mais que Temer, com a diferença que carrega mais de 54 milhões de votos.
Paulo Moreira Leite entrevista o Juiz espanhol Baltasar Garson
Para Garzon, o "processo de impeachment de Dilma é uma farsa, com uma finalidade política evidente, " afirma em entrevista exclusiva ao Brasil 247, apresentando argumentos que você poderá conhecer em detalhe alguns parágrafos adiante.Um dos mais influentes juízes da Europa, o magistrado espanhol Baltasar Garzon é o mais novo integrante da relação de juristas de prestígio reconhecido que têm críticas à Operação Lava Jato -- e também denunciam o impeachment da presidente Dilma Rousseff.No mesmo depoimento, Garzon reconhece méritos indiscutíveis nas investigações da Lava Jato, mas faz uma crítica direta: "num país onde todos os partidos estão envolvidos em esquemas de corrupção, você não pode optar por um investigar apenas um deles, o Partido dos Trabalhadores. Ou investiga e pune todos os implicados, ou fará um trabalho que não tem a ver com Justiça mas com política."Aos 60 anos de idade, Baltasar Garzon Real tornou-se uma celebridade mundial a partir de 1998, quando deu voz de prisão ao ditador chileno Augusto Pinochet, que se encontrava em tratamento médico numa clínica em Londres. Pinochet ficou detido por 503 dias para escapar de um mandato de prisão internacional assinado por Garzon com base nas investigações da Comissão da Verdade chilena, que apontava suas responsabilidades em casos de tortura e morte de cidadãos espanhóis. Após um ano e meio, só escapou de uma extradição para Espanha, onde seria ouvido por Garzon, graças a proteção de sua madrinha ideológica, a primeira ministra Margaret Tatcher, e um atestado médico dizendo que sofria de problemas mentais.Garzon também entrou com uma ação judicial contra o Secretário de Estado Henry Kissinger, em função do apoio do governo norte-americano a Operação Condor, dedicada a localizar e eliminar integrantes de organizações de esquerda na América do Sul. Entrou com ações para libertar cinco prisioneiros detidos em Guantânamo e celebrizou-se, na Espanha, por dois casos de impacto. Foi responsável pela investigação do caso Gurtel, envolvendo um grandioso esquema de corrupção do Partido Popular, que acusou duas centenas de pessoas. Em 1993, investigou crimes de terrorismo de Estado, condenando um antigo ministro do interior, ligado ao Partido Operário Socialista Espanhol.Em 2012, numa investigação sobre crimes que remontavam a ditadura franquista, que dividiu o judiciário espanhol e a imprensa internacional, mesmo tendo recebido sustentação de entidades como a Anistia Internacional e do jornal New York Times, Baltasar Garzon foi proibido de atuar no país e desde então é assessor na Corte Internacional de Justiça de Haia. Sua entrevista:
Dilma defende a democracia e ataca os golpistas
New York Times em Editorial: Foi Golpe!
A hora da decisão
Rodrigo Viana - Decisão será por margem estreita, e governo só terá votos pra barrar golpe com estados nordestinos no fim da sessão
Alerta: haverá uma primeira impressão de vitória avassaladora do impeachment. Quando os deputados de São Paulo (décima quinta unidade da federação, na ordem prevista por Cunha) votarem, a oposição provavelmente estará ganhando por 75% a 25%. Só então é que entrarão em cena estados nordestinos onde se projeta que o governo levará vantagem: Maranhão, Ceará e Bahia. Nesse momento final é que devem surgir os votos definitivos contra o golpe.
Dilma Invocada e tal de impeachment
Janio de Freitas - o que eles vêem
Jean Wyllys - Cunha, o impeachment e a hipocrisia de Aécio Neves
Em uma tentativa de justificar a negativa do PSDB a acompanhar o pedido de investigação contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, o presidente da sigla e candidato presidencial derrotado nas últimas eleições, Aécio Neves, deu mais uma prova de sua hipocrisia, comparando a atitude dos tucanos com relação a Cunha com a negativa do PSOL a apoiar o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Como se fosse a mesma coisa, ele disse que, assim como o PSDB não assinou a representação do PSOL contra Cunha, o PSOL não assinou os pedidos de impedimento da presidenta.
O que os tucanos querem é, apenas, derrubar a Dilma para aplicarem eles mesmos essa política que o PSOL critica. Mas uma oposição republicana e democrática não tenta derrubar um governo sem motivos constitucionais, só para ocupar seu lugar. E muito menos faz isso aliado a um deputado acusado de corrupção e lavagem de dinheiro e com contas milionárias secretas na Suíça. Essa é a diferença entre o tipo de oposição que faz o PSDB e o tipo de oposição que faz o PSOL.
STF concede 2ª liminar contra rito do impeachtmen pretendido por Cunha e Psdb
Rosa Weber, ministra do STF - Supremo Tribunal Federal -, joga mais água gelada no presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha e na oposição, concede mais uma liminar que suspende o rito estabelecido pelo peemedebista e seus cúmplices.
Suíça envia dados de conta supostamente de Eduardo Cunha
Luis Nassif: Os defensores do impeachment
247 Brasil: Psdb e "vemprarua abraça o terrorismo econômico
Impeachment, corrupção, hipocrisia e terceirização
Jorge Luiz Souto Maior / "A exemplo das questões da corrupção e do impeachment, o que se fará e mesmo o que se dirá a respeito da terceirização, posta em pauta, constituirá a resposta para todas as questões afloradas pela situação política vivenciada no país, que nenhuma hipocrisia mais dará conta de camuflar!"
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