A 'VIRADA'


VOX POPULI: Dilma 38% X Serra 35%.

Em abril, Serra tinha  34% e Dilma, 31%. 

Mas é no levantamento da preferencia espontânea  do eleitor que reside a pior notícia para a coalizão demotucana: votos atribuídos a Dilma e Lula somam 29% do eleitorado, contra 15% para Serra. 

Em tempo: a pesquisa mostrou, também, que 5% da população brasileira concorda com a página 2 da Folha: considera o governo Lula ruim e péssimo. 

Outros 76% discordam e classificam o governo como ótimo e bom; 19% o avaliam como regular.

Dilma, como milhares de jovens ela não viu outra saída...


Duarte disse...


Alon, instigado por sua nota, eu revi o vídeo do PT, e o narrador diz claramente (antes do presidente citar Mandela):

"Como milhares de jovens ela não viu outra saída..."

Ou seja, em nenhum momento está dizendo que não existia outra saída, está dizendo que ela não viu.

No contexto da época isso era bastante razoável. Havia golpes seguidos dentro do golpe, cada vez fechando mais o regime. Ninguém imaginava em 1968 que Geisel iria liberar criticas do MDB na eleição de 1974 na TV, dando início à abertura lenta e gradual, para entregar o poder 11 anos depois. A própria Dilma, após cumprir sua pena por subversão integralmente (saiu em 1973 em pleno governo Medici), não retomou a guerrilha, nem viveu na clandestinidade. Continuou vivendo no Brasil e passou a fazer política partidária.

Em 1968, era natural pensar que sem resistência não acabaria a ditadura. A história de ditaduras latino americanas eram de perpetuação no poder do grupo dominante.

Quero lembrar que várias pessoas que hoje estão no PSDB, no PV, em diretorias de empresas e bancos, pensaram e agiram da mesma forma, na época. Por isso não são pessoas loucas e muito menos criminosas. São pessoas que agiram como soldados voluntários de exército rebelde, combateram em missão, e de forma até inocente, porque a maioria não tinha treinamento nem aptidão para isso.

Em 1968, após a passeata dos 100 mil, um grupo de estudantes com Hélio Pelegrino foram recebidos por Costa e Silva para negociar a libertação de estudantes presos em passeatas estudantis. O General queria uma moratória: o fim das passeatas. Não houve acordo. Os estudantes continuaram presos por "subversão", e as passeatas continuaram. Daí veio o AI-5 em dezembro. O fato é narrado no livro "1968 o ano que não acabou".

Aqueles estudantes que estavam no planalto negociando com o general poucos meses antes, entraram para a luta armada, quando entenderam que todas as portas estavam fechadas.

O que leva estudantes intelectualizados que não ingressaram no exército, que não gostariam que o serviço militar fosse obrigatório para si, a ingressar numa organização militar rudimentar como a guerrilha?

A falta da existência de partidos socialistas legalizados na época, a proibição da UNE e perseguição à Diretórios Acadêmicos, a intervenção em sindicatos.

Se houvesse liberdade de organização partidária, estudantil, sindical, direito de greve, estariam como estão hoje os jovens que estão na UJS, no PCO, no PSTU, o PSOL, no PCdoB, no PT, na CONLUTAS, etc.

A redemocratização foi o conjunto da obra de todos que lutaram por ela, tanto quem não pegou em armas, como quem pegou. Acho injusto desconsiderar que o filho da Zuzu Angel, por ter entrado na guerrilha e na lista de desaparecidos, não tenha ajudado a formar pressões de Congressistas estadunidenses (considerados de esquerda para os padrões de lá) por normalidade democrática no Brasil. Outros inúmeros casos também geraram pressões sobre o Brasil de outros países. Assim como o Mandela preso como "terrorista" nas leis vigentes de lá, ajudou nas pressões internacionais pelo fim do Apartheid.

A lógica de Mandela também foi essa. Ele partiu para a guerrilha, quando o CNA foi jogado na clandestinidade, e os protestos eram proibidos.

Mandela também não chegou ao poder pela guerrilha do MK que nunca teve força militar para vencer o exército sul-africano, mas a luta da guerrilha do MK de Mandela, deu visibilidade para as pressões internacionais, viabilizarem a transição negociada na África do Sul.

Regimes ditatoriais, se todo mundo ficar sossegado e não fizer oposição (inclusive pela rebeldia das armas, quando a oposição não é consentida), não caem nunca.

Dilma aparece pela primeira vez à frente de Serra


De Vinicius Sassine, do Correio Braziliense

A pré-candidata do PT à Presidência da República, a ex-ministra Dilma Rousseff, aparece pela primeira vez à frente do pré-candidato do PSDB, o ex-governador de São Paulo, José Serra, em pesquisa de intenção de votos feita pelo Instituto Vox Populi.


O levantamento traz a petista com 37% das intenções de voto, em empate técnico com Serra, que tem 34% na pesquisa estimulada. A margem de erro do levantamento é de 2,2%, para mais ou para menos.


Dois mil eleitores, moradores de 117 cidades (nas cinco regiões brasileiras), foram ouvidos no levantamento. Num eventual segundo turno, Dilma e Serra também estariam tecnicamente empatados, com 40% e 38%, respectivamente, dentro, portanto, da margem de erro de 2,2%.


A pesquisa de intenção de voto espontâneo – quando o eleitor abordado pelos pesquisadores diz em quem vai votar – também aponta a liderança de Dilma Rousseff. Ela aparece com 19% das intenções de voto, enquanto Serra tem 15%. Em janeiro, cada candidato obteve 9% das intenções de votos espontâneos.


A candidata do PV, a ex-ministra Marina Silva, consolidou-se na terceira posição da pesquisa estimulada de intenção de voto, com 7%.


O levantamento de votos espontâneos mostra o presidente Lula em terceiro lugar, com 10% das intenções de voto, o que confirma a popularidade do presidente (mesmo sem poder se candidatar a um terceiro mandato, Lula é citado pelos eleitores).


As regiões onde Dilma Rousseff é mais lembrada são o Nordeste (44%) e o Norte (41%). Serra lidera no Sul (44%) e está tecnicamente empatado com a petista no Sudeste.


A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 7 de maio de 2010, sob o número 11.266/2010. 


As duas mil pessoas foram entrevistas entre os dias 8 e 13. O Correio publica todos os detalhes do levantamento na edição impressa de amanhã.

Justiça manda governo do DF pagar dívida a Linknet, sob risco de prisão

Apontada pelo Ministério Público como a maior beneficiária de recursos públicos na Codeplan e envolvida no escândalo revelado pela Operação Caixa de Pandora, a empresa de informática Linknet obteve uma vitória na Justiça: o governo do DF foi condenado a pagar a ela imediatamente R$ 9,3 milhões, acrescidos de juros e correção, referentes a uma dívida pela prestação de serviços entre julho e outubro de 2009. 


A secretária de Planejamento do DF, Itamara Feitosa, ainda não foi notificada da decisão da 7a. Vara da Fazenda Pública, no DF, mas ao tomar ciência do fato, estará sujeita a prisão caso não proceda ao pagamento imediato desses valores. 


Em nove processos que tramitam na Vara de Fazenda Pública de Brasília, a Linknet divide o banco dos réus com Durval Barbosa, ex-presidente da Codeplan e autor das denúncias que acabaram com o governo de José Roberto Arruda no fim do ano passado. 


Em apenas uma ação, o Ministério Público tenta recuperar para os cofres públicos R$ 36,197 milhões supostamente desviados em contrato de 2005 entre a Linknet e a Codeplan, para aluguel de equipamentos.


E o que acontece com o juiz que proferiu esta sentença? Nada!
Depois tem jeito que ainda acha ruim quando afirmo que o judiciário é o mais corrupto dos poderes. Corrompe a ideia, o ideal de justiça.
Corja!!!

A caminho da eleição


por Marcos Coimbra, em Carta Capital
Há uma diferença que assume, neste ano, maior proeminência: a existente entre os que conhecem os candidatos e os que (ainda) não sabem quem são
Os eleitores podem ser divididos e agrupados de várias maneiras. Podemos falar de distinções demográficas, de gênero ou idade, por exemplo. Ou de diferenças socioeconômicas, como as que existem entre as pessoas em função de renda, escolaridade ou situação ocupacional.
A diversidade regional é importante. Na última eleição, houve uma nítida geografia no voto, com o Sul indo para um lado e o Norte/Nordeste para outro. Nesta, algo parecido acontece, ao menos por hora, com José Serra à frente onde Geraldo Alckmin havia ido bem e Dilma Rousseff se distanciando nos lugares onde Lula venceu.
As variações entre cidades pequenas e grandes, especialmente as metrópoles e as capitais, fazem parte de nosso folclore político. No interior, votava-se mais à direita, enquanto o voto urbano tendia a ir mais para candidatos de esquerda e para as oposições. Em seus primeiros anos, isso acontecia claramente com o PT. Hoje, mudou.
Todas essas diferenciações jogam seu papel nestas eleições. Olhando as pesquisas, vê-se que existem diferenças entre o que pensam fazer homens e mulheres, nordestinos e sulistas.
Mas há uma diferença que assume, neste ano, uma proeminência maior que no passado: a que existe entre os que conhecem os candidatos e os que (ainda) não sabem quem são. Essa é uma dimensão sempre fundamental na interpretação das pesquisas pré-eleitorais, mas nunca foi tão importante quanto agora.
A razão para isso é simples e tem a ver com três fatores. Primeiro, que temos um presidente que termina seu mandato com uma aprovação popular que nunca houve em nossa história. Segundo, que esse presidente indica uma candidata e assegura que ela encarnará a continuidade de seu governo. Terceiro, que ela é pouco conhecida, pois só existe, por enquanto, uma candidatura (até pouco tempo atrás, duas) que os eleitores conhecem bem.
Ao contrário das outras diferenciações, a do nível de conhecimento dos candidatos tende a desaparecer ao longo da campanha. À medida que ela avança, a desinformação cai, se aproximando de zero, enquanto se amplia a informação. No dia da eleição, teremos, desejavelmente, o universo de eleitores em condições semelhantes de escolha: todos podem optar entre todos os candidatos, pois têm deles um conhecimento parecido.
Enquanto estivermos distantes dessa situação de homogeneidade, as pesquisas de intenção de voto devem ser lidas com cuidado. Não que sejam menos válidas, mas por misturarem pessoas diferentes em um aspecto essencial da eleição.
É possível, no entanto, contornar esse problema. Basta considerar, em separado, as respostas dos que conhecem e dos que não conhecem os candidatos, de quem sabe e quem não sabe que Dilma é a candidata indicada por Lula. É o mesmo que se faz para comparar o que pensam jovens e velhos, ricos e pobres, moradores de áreas rurais e urbanas e todas as outras diferenciações.
Na última pesquisa publicada do Vox Populi, feita há um mês, a intenção estimulada de voto (considerados apenas três candidatos) do conjunto dos entrevistados foi de 38% para Serra, 33% para Dilma e 7% para Marina. Nesse resultado médio estão, naturalmente, tanto as repostas das pessoas que acertaram a identificação de Dilma como candidata do presidente quanto das que erraram ou não souberam fazê-lo.
Quando, porém, se analisam separadamente as intenções de voto dos dois segmentos, vê-se um quadro diferente.
A tabela mostra que, se levarmos em conta as intenções de voto dos eleitores que sabem que Dilma é a candidata de Lula (que são 70% do total), ela está 11 pontos porcentuais na frente de Serra. O ex-governador lidera no agregado apenas por ter uma imensa vantagem, de 43 pontos, entre os eleitores que não sabem quem ela é (e que são 30% do universo).
Um dia, esses que não sabem vão desaparecer e todos (ou quase todos) vão saber. Para Dilma, a boa notícia é que os que não a conhecem são ainda mais propensos a votar nela que os que já o fazem. Para Serra, só haverá boas notícias se tudo que está em curso mudar.

O trololó do tucano pretensioso


O anuncio de cortes no orçamento, feito pelo ministro Guido Mantega, provocou uma rápida reação de José Serra questionando a seriedade da decisão, “é para valer? ou é só espuma?’, reagiu.
Parece que Serra esta preocupado com o déficit e na sua austera visão do Estado, procura posar de guardião do superávit primário e do equilibro financeiro.
Guido Mantega convidou o arrogante e pretensioso candidato tucano a se olhar no espelho quando quiser criticar a seriedade fiscal do governo. Com razão o ministro relembrou que Serra, quando ministro de Planejamento de FHC, só fez déficit público e nenhum superávit primário.
“O ex-governador de São Paulo deveria estar feliz por nosso governo estar fazendo superávit primário há sete anos e meio seguidos, ao contrário do governo anterior, do qual ele foi ministro do Planejamento, quando não se fez nenhum superávit primário”, disse na nota.
Para esclarecer o leitor, convém relembrar que durante o primeiro mandato de FHC-Serra, mesmo aumentando brutalmente a carga tributária e as privatizações, o endividamento continuou subindo e o déficit se acumulando ano, após ano, até o balão estourar em 1999.
FHC e Serra foram chorar desesperados no colo do FMI que aceitou salvar o Brasil quebrado pela dupla, mas exigindo que a irresponsabilidade acabasse. Só a partir de 1999 é que essa turma começou a produzir algum superávit primário.
Mas já nesse momento Serra não planejava mais nada, o que lhe permitiu se apossar do trabalho de outros na saúde, mas isso é outra história.
Vamos então refrescar a memória com os números (os dados são do IPEADATA).
A dívida líquida do setor público equivalia a 29% do PIB em 1995, primeiro ano do governo FHC e chegou a 52% do PIB em 2002. Em 2003, quando Lula assumiu o governo, o estoque de dívida pública em relação ao PIB era de 52,13%. Em dezembro de 2009, o endividamento público brasileiro havia caído para 42,32%.
Os gastos do governo, no que toca ao custeio da máquina pública e aos investimentos públicos foram, em média anual, durante o governo FHC, 1,7% inferiores às receitas do governo. No governo Lula, a poupança do governo, isto é, as receitas públicas subtraídas os gastos públicos, foi de 3,43% do PIB, em média anual.
Conclusão, enquanto FHC-Serra endividaram e não pouparam; Lula-Dilma economizaram e reduziram a dívida.
Pior, enquanto FHC-Serra endividavam e não poupavam, o país crescia pouco, tinha pouco investimento público, os servidores e aposentados não obtinham reajustes adequados dos seus salários e os programas sociais não tinham a ambição e o alcance de hoje.
Já com Lula-Dilma… Bom, vocês já sabem, certo? 
Luis Favre
Para entender  o que é o superávit primário, reproduzo uma nota do blog de Carlos Escossia sobre o conceito. Aqui

Um balanço da campanha à presidência

A quinzena se encerra sem nenhum fato político novo na campanha de José Serra, pelo contrário, continua sem alianças e sem vice. 


Apesar de todos os balões de ensaio da mídia, nem Aécio Neves, nem Itamar Franco e muito menos Francisco Dorneles se decidiram. 


Na verdade, Serra encerra a semana com uma vitória de Pirro, já que, na prática, o PTB está dividido, a maioria da bancada apoia Dilma Roussseff e grande parte dos Estados não deve acompanhar a decisão do presidente do PTB, Roberto Jeferson, que vai apoiar Serra. 


Já Dilma Rousseff, vai contar com o apoio do PSB e, ainda, pode contar com o apoio ou a neutralidade do PP. 


Sobre o DEM e a indicação do vice, o silêncio domina não apenas a aliança tucano-pefelista, mas a mídia que o apoia, tal o desgaste do partido, principal aliado do José Serra. 


Até mesmo a aliança com Orestes Quércia, o arqui-inimigo histórico dos tucanos, desapareceu da mídia, apesar de sua candidatura ao Senado por São Paulo na chapa DEM-PMDB e sua entrada no governo de Alberto Goldman, sucessor de José Serra. 


Os tucanos cinicamente esperaram Serra se desincompatibilizar para dar cargos aos quercistas. Continua>>>