Verdade do dia

“Eu tenho que provar a minha inocência. Eu deveria ter a presunção da inocência. Mas sou eu que tenho de provar. Me lincharam, me condenaram. Se eu estou aqui hoje de pé é graças a vocês… Mas agora é a batalha final. É a reta final. Eu quero este julgamento. Quero olhar nos olhos daqueles que me acusaram e me lincharam esses anos todos.” 
José Dirceu

Ensopado briguilino

Ingredientes

  • 1 kg de acém em pedaços médios
  • 5 colheres (sopa) de óleo de soja
  • 2 cebolas picadas
  • 3 dentes de alho amassados
  • 1 maço de cheiro-verde picado
  • 2 colheres (sopa) de farinha de trigo
  • 2 colheres (sopa) de extrato de tomate
  • Sal e pimenta-do-reino à  gosto
  • 4 cenouras picadas
  • 3 batatas picadas
  • 1 lata de ervilha
  • quanto baste de água fervente


Como fazer
Aqueça o óleo em uma panela e quando estiver quente, doure a carne, virando sempre. Pique o alho, a cebola e o cheiro-verde. Acrescente esse tempero à carne já dourada. Deixe fritar, com a panela destampada, em fogo baixo. Salpique a farinha e frite por mais alguns minutos, mexendo sempre. Em seguida, junte água fervente, o bastante para cobrir a carne. Adicione o extrato de tomate, o sal e a pimenta-do-reino branca. Tampe a panela e deixe em fogo baixo até a carne cozinhar. Adicione as cenouras à carne, em seguida acrescente os nabos. Depois de 20 minutos, acrescente a batata e as ervilhas. Mexa e deixe no fogo até cozinhar as batatas. Sirva bem quente, acompanhada de arroz branco

Maluf rejeitou fazer aliança com Serra


Cortejado pelo candidato tucano à sucessão paulistana, Paulo Maluf rejeitou fazer aliança com José Serra, alegando "razões de ordem ética".
Em nota distribuída à imprensa, Maluf diz ser "um homem coerente, de reputação ilibada, reconhecida internacionalmente". E completou: "Depois de 50 anos na vida pública, não posso me misturar com uma candidatura que usa a fachada vistosa dos tucanos para abrigar aves de rapina. O PR de Valdemar Costa Neto e Alfredo Nascimento está além dos meus limites morais", disse Maluf.
Num lance de desespero para conquistar o aliado, Serra prometeu recriar a Paulipetro e disse que destinaria a Severino Cavalcanti, corregilionário de Maluf, "uma diretoria de furar poço".
"Será uma indicação por notória competência; é hora de acabar com o loteamento despudorado do Estado patrocinado pelo petismo", disse o tucano.

 

"Vamos colocar a Rota na rua; bandido bom é bandido morto", prosseguiu Serra, levando à boca uma corrente de ouro e beijando a imagem de Ave Maria antes de fazer três vezes o sinal da cruz.
Diante das dificuldades de convencer o aliado do PP e para evitar mais desgastes, o tucano organizou um evento à meia-noite de hoje no cemitério do Morumbi, em frente ao túmulo de Jânio Quadros.
"Vamos selar o apoio dos janistas à nossa candidatura. Eu preferia marcar às duas da manhã, achei meia-noite um pouco cedo, mas o partido me convenceu de que o horário é mais simbólico. Farei o possível para atrasar só uma hora", disse o tucano, abraçado a uma vassoura.
No final da tarde, Adilson Laranjeira, assessor de Maluf para Encrencas Variadas, divulgou um comunicado oficial: "Paulo Maluf não tem nem nunca teve contas no exterior e também não é responsável pela falência da Grécia".
Piauí Herald apurou com exclusividade que Maluf aceita ser vice de Serra.

Artigo semanal de Delúbio Soares: "Rio+20"

RIO+20

O planeta irá debater o seu futuro. Assim podemos resumir a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada pela Assembléia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em sua 64ª Sessão, em 2009. Foi o governo do presidente Lula, naquela oportunidade, que deixou patente a vontade brasileira de sediar o encontro, continuando o trabalho realizado em 1992, quando quase duas centenas de governantes de países dos cinco continentes na exitosa ECO 92, também realizada no Rio de Janeiro, debateram conjuntamente e pela primeira vez a importantíssima questão ambiental. E agora, sob o comando da presidenta Dilma Rousseff, o Brasil sediará outro encontro histórico e que, certamente, há de nortear as ações de tantos países em relação a um tema que, seguramente, é o mais importante nos dias de hoje e para o futuro da humanidade.

 Não há como se negar que os avanços do planeta na defesa de seu meio-ambiente, na preservação da própria existência humana, se tornaram mais efetivos depois da emblemática ECO 92. Mas, ainda não foram o suficiente: continuam os crimes contra o meio-ambiente, as depredações minerais e devastações florestais, a poluição que transforma grandes cidades em verdadeiras câmaras de gás de lentíssima ação, o degelo persistente das calotas polares, as evidentes mudanças no clima, o aquecimento do planeta, a sentida piora na condições de vida de bilhões de pessoas.

 O país que mais polui e atenta contra o meio-ambiente é justamente o que se recusa a enfrentar corajosamente a questão que se coloca de forma clara e dramática: o planeta está agonizando. A posição dos Estados Unidos, marchando na contramão da história, ao obstaculizar o Protocolo de Kyoto - não o assinando durante a malfadada gestão de George W. Bush - é prova disso. Fugiram do compromisso de redução da emissão de gases que provocam o 'efeito estufa' e, por conseguinte, o aquecimento global.

 Não basta verbalizar pretensas preocupações com o presente crítico e um futuro catastrófico que pode ser evitado, muito menos fazer vagas promessas de participar do esforço que se impõe na defesa da vida humana e da preservação do planeta: é preciso agir com transparência e efetividade. E não tem sido assim, desgraçadamente, já que a política da maior potência mundial não mudou muito: com Bush ou com Obama, os Estados Unidos continuaram poluindo e ignorando a consciência ambientalista que felizmente se expande mundo afora, conquistando mentes e corações.

 A situação que enfrentamos  não é nada confortável, mas a demonstrada disposição de reverter seus contornos dramáticos é alentadora.  A temperatura média da superfície terrestre aumentou 0,74 º C em pouco mais de dois séculos. Parece pouco, mas é um absurdo. Um aumento entre 1,8°C a 4°C até o ano de 2100 é esperado a continuar tal ritmo. Mesmo ocorrendo apenas a elevação mínima que se prevê, ela ainda ultrapassará qualquer subida de temperatura registrada nos últimos 10.000 anos! Resultados? Drásticas alterações climáticas, com brutais repercussões na vida do planeta: enchentes, inundações, secas, percalços de toda ordem não só climáticas, mas também sociais, e econômicas, piorando a existência humana e a vida das nações caso não se tomem as medidas que se fazem urgentemente necessárias.

 E tem mais. O nível dos oceanos apresentou uma impressionante subida situada entre 10 a 20 centímetros apenas no século XX, e o aumento de 18 a 59 centímetros é absolutamente possível até o (até agora, pelo menos) fatídico ano de 2100. As temperaturas que se elevam provocam o aumento do volume dos oceanos e, por conseguinte, o derretimento das calotas polares; assim, o degelo aumenta ainda mais o nível da água. Países densamente povoados, como Bangladesh, por exemplo, podem ser varridos do mapa, submersos como modernas Atlântida, ao custo de centenas de milhões (ou bilhões?) de vidas. Não é o que desejamos às futuras gerações.

 Afortunadamente, o planeta que se discutirá a se mesmo na Rio+20, com suas preocupações e esperanças, através de seus governantes, é bem diverso do que em 1992 apenas despertava para a tão delicada e premente questão ambiental. Em pleno século XXI nos defrontamos com os mesmos problemas de então, alguns até agravados, porém e felizmente já com um imenso elenco de realizações, medidas, iniciativas, projetos, legislações e políticas de governos que vão ao encontro do que a Terra, que tanto nos dá, espera que façamos por ela.



Presidente Dilma lamenta morte do jornalista Ivan Lessa


A presidenta Dilma Rousseff lamentou hoje (9) a morte do jornalista Ivan Lessa. Em telegrama, Dilma afirma que o Brasil perde um de seus cronistas mais talentosos.

Leia abaixo a íntegra do telegrama:

"Ivan Lessa foi um escritor indomável. Foi irônico, mordaz, provocador, iconoclasta e surpreendentemente lírico – acima de tudo brilhante no trato com as palavras. Sua contribuição à resistência democrática está registrada nas páginas do Pasquim, um espaço de liberdade e crítica que Ivan e seus companheiros souberam abrir, com humor e astúcia, para toda uma geração de brasileiros, num momento em que isso parecia impossível. O Brasil perde um de seus cronistas mais talentosos."


A presidenta Dilma Rousseff enviou hoje (9) telegrama de condolências para a família do sociólogo Antônio Flávio Pierucci, que morreu nesta sexta-feira (8), em São Paulo, aos 67 anos.

Leia abaixo a íntegra do telegrama:

"O professor Antônio Flávio Pierucci deixa um legado intelectual precioso. A par de seus profundos estudos e criteriosa tradução da obra de Max Weber para o Português, Flávio Pierucci dedicou sua inteligência à compreensão de fenômenos sociais e políticos do presente, destacadamente no campo da Sociologia da Religião. Alunos, colegas e leitores reconhecem nele o talento do mestre e o compromisso generoso com a transformação social. É uma perda que lamento profundamente."



Tudo o Que Você Não Queria Saber Sobre Sexo

A vida sexual dos casais em gibi.

Um olhar divertido e irônico sobre a vida a 2.

Uma parceira literária do cartunista Adão Iturrusgarai e a antropóloga Miriam Goldemberg.


Preste atenção na seguinte queixa: “Mania feia! Transa e vai dormir”. Agora veja a replica: “Não torra!”. Ilustrado num colorido quadrinho, esse diálogo até muito pouco tempo atrás era a representação perfeita de uma insatisfação feminina. Mas no livro “Tudo o Que Você Não Queria Saber Sobre Sexo” (Editora Record), escrito pela antropóloga Mirian Goldemberg e ilustrado pelo cartunista Adão Iturrusgarai, quem reclama por mais atenção depois do sexo é o homem. Recém-chegada às livrarias, a obra trata dessa diluição de papéis nas relações afetivas contemporâneas e também de outros temas que permeiam a vida a dois, como a infidelidade e o ciúme.


Miriam, que é professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, faz um apanhado dos seus 25 anos de pesquisas sobre as diferenças entre homens e mulheres no amor e no sexo. Mas o tom da publicação passa longe do acadêmico e todas as questões são tratadas com humor, especialmente pela presença dos irreverentes cartuns de Adão.
Aliás, Miriam acredita que o humor é fundamental para um relacionamento progredir. “O riso ajuda você a lidar com as culpas e os medos presentes numa relação, ele é libertador”, explica a antropóloga. “Por exemplo, muitas pessoas optam pelo casamento, mas preferem não ter filhos. Mesmo feliz com a situação, essa pessoa se sente desconfortável porque não é esse o papel que a sociedade espera dela. Mas quando vê a sua situação retratada de forma bem-humorada, ela percebe que pode lidar com a circunstância de maneira bem menos angustiada”, completa.

Mas apesar do tom divertido, o livro não deixa de tratar das questões importantes nas relações atuais, e mostra como a ideia de que os casais são formados pela combinação de um machão insensível e de uma mulher ultrassensível não está se encaixando mais na realidade. “Na verdade, homens e mulheres estão cada vez mais parecidos”, aposta Mirian.

Outro tema que merece destaque nessa espécie de antropologia em quadrinhos é a infidelidade. Assim, é possível saber que 60% dos homens pesquisados por Mirian já foram infiéis. Entre as mulheres, a porcentagem cai para 47%.

Com relação às motivações para a “pulada de cerca”, eles citam: ‘natureza’, ‘pressão dos amigos’, ‘genes’, ‘DNA’, ‘carne fraca’, ‘índole’ e ‘não dá para comer feijão com arroz todos os dias’. Alguns motivos delas são: ‘solidão e carência’, ‘insatisfação com o parceiro’, ‘vingança’, ‘frustrações’, ‘problemas no casamento’ e ‘aumentar a autoestima’.

Além das questões específicas de namoros e casamentos, o livro traz uma amostra divertida das diferenças entre masculino e feminino. Um exemplo é a questão da inveja. Elas invejam a liberdade e força física deles, mas também o fato dos marmanjos poderem fazer xixi em pé e em qualquer lugar. E eles, o que gostariam de ter igual às moças? A reposta é cruel: nada.



por Ricardo Donisete

Singela homenagem a Ivan Lessa

Última publicação dele: 

Orlando Porto. Taí um nome como outro qualquer. Podia ser corretor de imóveis, deputado, ministro, farmacêutico. Mas não é. Trata-se de um anagrama de um escritor francês - e ator e ilustrador bom e autor e figurinha difícil francesa e aquilo que se poderia chamar de "frasista".
Feio como um demônio, no meio da década de 50 cansei de dar com ele dando comigo lá pelo Boulevard St. Germain, cheretando o Flore, o Lipp, fazia uma cara que quem ia dizer algo importante e logo sumia na companhia do Jean-Pierre Léaud, aquele maluquinho dos filmes autobiográficos do Truffaut. Dupla estranha.
Os desenhos do - esse seu nome, artístico ou de batismo, Roland Topor - eram bacaninhas. Mas sempre foi Orlando Porto para mim. Fez cinema também. O Inquilino do Polanski, o Reinfeld de Nosferatu, do Werner Herzog. Até que bateu o que ocultava seus pés: umas botas estranhas como ele.
De vez em quando, numa revista esotérica, dou com ele. Ei-lo numa em inglês com "100 boas frases para eu matar agorinha mesmo". Se chegou ao fim, e chegou, foi pelo cachê. Meros galicismos literários. E aí trago à cena, mais uma vez, porque cismei, mestre Millôr Fernandes. Esse era profissional. Nada a ver com "frasista". Trabalhava com a enxada dura da língua. Nunca para dar a cara no Flore, principalmente com Topor e Léaud.
Reli umas 100 frases do Orlando, ou Topor, e não resisti à tentação de, em algumas delas dar-lhes uma ginga por cima e outra por baixo, à maneira do frescobol querido do mestre, só para exercitar os músculos muito fora de forma. Cem razões: Faço por bem menos, mas mais Copacabana e Leblon.
Algumas raquetadas minhas em homenagem ao mestre cuja falta continuo sentindo:
- Melhor maneira de verificar, antes, se já não estou morto.
- Mas não se mata cavalos e malfeitores?
- Pelo menos eu driblaria o câncer.
- Milênio algum jamais me assustará.
- Apanhei-te horóscopo! Pura enganação!
- Levo comigo a reputação de meu terapeuta.
- Pronto, agora não voto mais mesmo! Chegou!
- Aí está: uma cura definitiva para a calvície.
- Enfim cavaleiro do reino de sei lá o quê.
- A vida está pelos olhos da cara. Pra morte eles fazem um precinho especial, combinado?
- Enfim, ano bissexto nunca mais. Esses ficam para o Jaguar. O resto pro Ziraldo.
- Ao menos é uma boca de menos a sustentar.
- Só quero ver quanta gente vai sincera no meu funeral.
- Pronto! Inaugurei estilo novo: Arte Morta.
- Sabe que minha vida não daria um filme. O livro eu já escrevi. Deixem o desgraçado em paz, peço-lhes.
- Custou, mas estou acima de qualquer lei que vocês bolarem aí.
- Levou tempo, mas cortei enfim meu cordão umbilical.
- Roncar, nunca mais. Nem eu nem ninguém ao meu lado.
- Que desperdício nunca ter fumado em minha vida!
- Consegui preservar o mistério sempre giarando em meu torno.
- Maioria silenciosa? Essa agora é comigo.
- Na verdade, nunca me senti à vontade nessa posição incômoda de cidadão do mundo.
- Ei, juventude, pode vir que pelo menos uma vaga esrá aberta.
- Emagrecer é isso aqui.
- Agora é conferir se, do outro lado, sobraram tantas virgens assim.
E assim, cada vez que um "frasista" passar por perto de mim, leve uma nossa: minha e de Millôr. Dois contra um a gente ganha mole.