Maniqueísmo

Aquele mundo dividido entre bons e maus, puros e impuros, podia ter levado o PT ao isolamento e à destruição. A vida política não pode ser vista assim tão estreitamente, a não ser por quem detenha a força e possa dela se servir para montar governo com essa facção de intocáveis. Se Lula houvesse renegado acordos e aliança com "os outros", teria terminado o governo, rapidamente, como Fernando Collor.

Os tucanos, apesar de partirem de premissas de que são melhores do que os outros, perceberam que não podiam governar sozinhos. E deram ao PFL de Antonio Carlos Magalhães dois ministérios, malgrado a cara feia da socióloga, mulher do sociólogo que condenou a aproximação. Era impossível constituir base parlamentar sem os pefelistas.

Lula, por sua vez, não teria condições de governar, se não houvesse atraído o PMDB de José Sarney. Há bem pouco, se viu que foi a tropa de choque peemedebista (contra a tropa do cheque tucana) que defendeu o governo do golpe contra sua base político-parlamentar que começaria com a deposição de José Sarney da presidência do Senado. Agora mesmo, nesta chantagem da ex-secretária da Receita Federal contra a candidata Dilma Rousseff, quem acompanhou os debates no Senado viu que a resistência maior foi da bancada do PMDB que se convenceu de ser governo e como tal agiu. Sem as restrições, os poréns, os dramas da bancada do PT que não forma senão um conglomerado de egos desmedidos, cada um se achando capaz de salvar o mundo sozinho, sem a ajuda de ninguém.

Ibop 2º turno 2010 - Julho

Nas simulações para o 2º turno da eleição presidencial do ano que vem Dilma Rousseff (PT) venceria contra qualquer um dos candidatos do PSDB - José Serra e Aécio Neves -.

Eis os números:
Dilma x Serra

  • Dilma 60%
  • Serra 40%
Dilma x Aécio
  • Dilma 55%
  • Aécio 45%
A margem de erro só será apresentada na pesquisa de boca de urna, em 2010.
O resultado são dos votos válidos, como faz o TSE.

Responsável pela pesquisa - Joel Leonidas Teixeira Neto

A direita joga verde

Não sei se a senadora Marina Silva decidiu se fica ou sai do PT, se disputa ou não a presidência da República. Mas sua eventual candidatura já está sendo comemorada pela direita brasileira.

O troféu da babação foi para Danuza Leão, autora de um artigo intitulado “Quem tem medo da doutora Dilma” (Folha de S.Paulo, 16 de agosto). Segundo Danuza, “não existe em Dilma um só traço de meiguice, doçura, ternura (....) Lembro de quando Regina Duarte foi para a televisão dizer que tinha medo de Lula (....) Não lembro exatamente de que Regina disse que tinha medo, mas de uma maneira geral era medo de um possível governo Lula. Demorei um pouco para entender o quanto Regina tinha razão. Hoje estamos numa situação pior, e da qual vai ser difícil sair, pois o PT ocupou toda a máquina, como as tropas de um país que invade outro. Com Dilma seria igual ou pior (...) Minha única esperança, atualmente, é a entrada de Marina Silva na disputa eleitoral, para bagunçar a candidatura dos pe tistas (....) Seja bem-vinda, Marina. Tem muito petista arrependido para votar em você e impedir que (...) Dilma Roussef passe para o segundo turno”.

De maneira menos boçal, variantes deste raciocínio foram matéria de capa da Época (“Marina embaralha o jogo eleitoral de 2010”), da IstoÉ (“o Brasil não é só PT e PSDB”), bem como de textos publicados em Veja (que ainda não deu capa) e outras publicações.

Os que comemoram, não acreditam e geralmente não desejam que Marina possa ser presidente; acham apenas que ela pode atrapalhar uma terceira vitória do PT. Ou seja: sua candidatura é vista como linha auxiliar do PSDB, mais ou menos como o Partido Verde se comporta em vários estados do Brasil.

Como ficaria mal falar isto de maneira explícita, a grande imprensa faz três movimentos diversionistas: a) apresenta Marina como candidata de quem “manteve viva a utopia”; b) destaca a importância de incluir o meio ambiente no debate presidencial; c) diz que o Brasil deve escapar da falsa polarização entre PT e PSDB.

A verdade é que a direita não se incomoda com a defesa das utopias e do meio ambiente, desde que essa defesa não se materialize em atos de governo. Por isso, dirão o que for necessário para impedir uma vitória do PT nas eleições de 2010, pois sabem muito bem que nesta quadra da história não haverá presidente de esquerda, nem defesa efetiva do meio ambiente, sem o Partido dos Trabalhadores.

Neste sentido, a crítica à “falsa polarização PT e PSDB” tem o mesmo objetivo daquele discurso que fala que não existem mais diferenças ideológicas: quem se beneficia de ambos é a direita, que opera nos marcos do senso comum e das personalidades, não precisando demarcar diferenças, nem construir organizações coletivas.

Infelizmente, existem setores do PT que alimentam este discurso. Por exemplo, não por coincidência, a senadora Marina Silva, que em artigo intitulado “Renda básica na política” (FSP, 9/2/ 2009) defende que PT e PSDB, que “têm sido as forças mais estáveis no comando do país”, se unam “pelo resgate da política e por meio de um alinhamento ético”. Política de alianças adotada no Acre, segundo consta.

Acontece que estes dois partidos organizam a disputa política brasileira, exatamente porque representam dois projetos nacionais opostos e contrapostos: o neoliberal e o democrático-popular. Não é a disputa entre PT e PSDB que cria esta contraposição; é esta contraposição na vida real (algo que nossos velhos chamavam de luta de classes) que se traduz na disputa política entre os dois partidos.

Que essa disputa às vezes assuma formas mesquinhas, rebaixadas, pouco claras ou elegantes, é outro assunto. Mas enquanto aquela contradição de projetos for dominante na sociedade brasileira, enquanto petistas e tucanos representarem projetos opostos, não haverá aliança estratégica entre eles.

Neste sentido, quem tiver a ambição de construir uma terceira via entre PT e PSDB, viverá o mesmo dilema do PSOL em 2006: no segundo turno, dividir-se entre Alckmin e Lula. A direita sabe disto e joga verde apenas para colher serra. Motoserra.

Valter Pomar é secretário de relações internacionais do PT

Mudei de lado

Amigos,
MUDEI DE LADO . . .

Resolvi ficar ao lado da tucademopiganalha...
Que me desculpem meus amigos e, por favor, não me critiquem, mas após esfriar a cabeça e analisar melhor a situação atual, considerei melhor... e mudei..... de agora em diante,
ficarei ao lado da corja!
Se eu ficar atrás... Ela me caga.
Se eu ficar na frente..... Ela me fode!
Como não há alternativa, resolvi ficar ao lado dela...
Até que a Muié - Dilma Rousseff - seja eleita ano que vem, e a tucadempiganalha se conforme.

QUEM ENTRA SAI

Lula é assim, simples como o povo e sábio como ele.

Lula disse que não vê crise no PT pela saída da senadora Marina Silva.

Ninguém, fora a Mídia, aliás, vê crise no Partido dos Trabalhadores.

Em crise mesmo quem está é a mídia que tenta plantar crises no Governo desde que Lula aplicou duas surras nela através do PSDB.

A crise da mídia – ou PIG – é a crise da credibilidade e da parcialidade. Esses atributos lhe faltam como falta a atmosfera na Lua.

Ao dizer que quem entra sai, Lula se referiu à anunciada saída do PT do senador do Paraná, Flávio Arns.

Para o Presidente é natural que qualquer pessoa saia de um partido no qual não se sente confortável.

Não existe nada mais simples e lógico do que isso. Continua>>

Mentiras e Marinhos tudo a ver

Marco Antônio Leite da Costa 

O caminho da mentira nos leva ao ridículo de querer mostrar o quanto somos anjos. Nesse evento da ANJ ficou claro o quanto o ser humano é hipócrita ao tentar passar uma imagem de gente boa e democrática para um público de pessoas de "bem", pessoas que usam a democracia para enganar a massa atrasada e, tirar proveito da ignorância de todos nós, a fim de viverem nababescamente. 

Os "Marinhos são ditadores que roubaram o dinheiro do povo bajulando as "autoridades" militares", bem como, os governantes civis, dos quais o FHC foi aquele mais beneficiou o conglomerado Globo. 

Na vida o tempo se encarrega de destruir aquilo que a natureza nos dá gratuitamente, vale dizer que o tempo da família Marinho esta chegando ao fim, que viver verá. 

E fica aqui meus parabéns ao competente jornalista Luiz Carlos Azenha, jornalista que permite que cobras e lagartos exponham suas diferenças políticas sem nenhuma restrição. 

Miséria tucademopiganalha

Editorial da Rolha de S. Paulo

1º a prática, depois a teoria. O presidenciavel José Serra e o PSDB não têm feito segredo dos compromissos que os vinculam, hoje em dia, ao ex-governador Orestes Quécia -para nada dizer das relações cordiais que mantêm com Marina.

Adversários históricos, todos se conciliam em torno de um objetivo que só na aparência corresponde à desgastada tese da "governabilidade".

Em pauta, acima de tudo, está o interesse tucademo de garantir o apoio do PMDB à candidatura Deles. Provêm dessa penosa circunstância, como se sabe, as cenas de hesitação eventual e de governismo explícito que dividem a bancada pmdbista no Rio Grande do Sul. É como se não houvesse nada de mais cômodo, no momento, do que discutir a ética na política -assunto que, no passado, constituía uma constante na retórica do partido.

O pragmatismo tucadempopiganalha vai seguindo seu curso habitual. Nada de novo haveria a assinalar neste tópico, não tivesse o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, oferecido em recente discurso na tribuna do senado, justificações teóricas para o apoio a Sarney contro o espetáculo que o Estadão protagoniza.

Em meio a nebulosas considerações sobre a qualidade dos times brasileiros de futebol e sobre os peixes que cria num lago do Palácio da Alvorada, Serra recorreu a um exemplo histórico para condenar o que chamou de "denuncismo".

"Eu estava lembrando o seguinte", disse Lula. "Este país teve um presidente que governou com mão dura durante 15 anos, chamado Getúlio Vargas (...) esse homem, em quatro anos de democracia, foi levado ao suicídio porque era chamado de ladrão todos os dias".

Num vertiginoso retrospecto, Serra relembrou outros casos de "denuncismo", coroando suas considerações com uma referência casual: "depois foi o Collor".

Nada como uma ditadura, portanto, para proteger governantes de denúncias. É esta, sem dúvida, a única conclusão cabível da referência feita pelo tucano ao período de "mão dura" do Estado Novo.

Não é certamente o caso de atribuir peso excessivo a mais uma das incontáveis infelicidades verbais de Serra. Sinais de tentação autoritária, comuns tanto à direita quanto à esquerda sul-americana, mostram-se menos presentes no Brasil do que em outros países do continente.

Persiste, entretanto, a renitente disposição piguista de atacar o governo federal, cada vez que se desvelam os abusos dos poderosos de redação.

A crítica tucademo ao "denuncismo" não é nova. Mas que se faça o elogio da repressão ditatorial varguista, e que se chegue ao ponto de lembrar o impeachment de Collor como exemplo dos possíveis perigos das mobilizações da opinião pública, é algo que revela, lamentavelmente, a miséria moral dos tucademopiganalhas - e o tipo de companhias de que depende para retormar seu projeto de privataria e entreguismo explicito -.

Olha o pré-sal aí genteee!!!