O G1/PiG, os sepulcros caiados e os argueiros

Sepulcro caiado representativo do PIG
O G1, da família Marinho, noticiou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) multou em R$ 53,2 mil o Instituto Sensus por ter divulgado pesquisa eleitoral antes do prazo legal (a regra eleitoral estipula o prazo de cinco dias para a divulgação, a contar do registro das informações no TSE; o Instituto Sensus divulgou com antecedência de 24 horas, em 13 de abril).

Vale lembrar que a pesquisa, divulgada no dia 13 de abril, apontava empate técnico entre o pré-candidato tucano José Serra (32,7%) e a petista Dilma Rousseff (32,4%). A multa foi pedida pelo PSDB.

Na verdade, o Sensus havia feito o registro da pesquisa no dia 5 de abril, mas cometeu um erro material ao indicar o Sindicato de Trabalhadores em Concessionárias de Rodovias (Sindecrep) como a entidade que encomendou os serviços, quando na verdade queria se referir ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada de São Paulo (Sintrapav).

Ao notar o lapso, o instituto levou novo formulário de registro à Justiça Eleitoral, isso no dia 9 de abril. Todavia, 6 entre os 7 ministros do TSE entenderam que o registro não se consolidou no dia 5 de abril, mas somente quando o nome do sindicato que encomendou a pesquisa foi corrigido.

Fácil perceber que o TSE não multou o Sensus por ter cometido algum erro metodológico, manipulado resultados ou agido de má-fé, mas em função de negligencir o prazo de cinco dias entre o registro e a divulgação da pesquisa.

Em que pese tais circunstâncias, vejam o título malicioso que consta na matéria veiculada no Portal G1 (ver clicando aqui): Instituto Sensus é multado em R$ 53 mil por erro em pesquisa eleitoral.

Onde está o erro, cara-pálida? Ora, o TSE não afirmou que houve erro na pesquisa, mas antecipação de um dia na divulgação do seu resultado! Erro, se ocorreu, foi em relação a data da divulgação, não envolvendo a pesquisa em si.

E qual a razão para tamanha desfaçatez na elaboração de um frontispício tão desconectado com a realidade (e com o próprio corpo da matéria)? Parece-me óbvio: desconstituir a pesquisa do Instituto Sensus, que apontava empate técnico entre Serra e Dilma (quando os outros institutos de pesquisa, como o DataFolha, indicavam ampla vantagem do candidato tucano).

Conforme o Novo Testamento (Bíblia Sagrada, Mateus 23.7), Jesus dirigiu-se aos fariseus, comparando-os aos sepulcros caiados:

“Ai de vocês, escribas e fariseus, hipócritas! Pois são semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos mortos e de toda a imundícia”.

Pois as Organizações Globo e os demais membros do PiG (Partido da Imprensa Golpista) estão agindo, conforme demonstra de forma cabal a matéria em testilha, como sepulcros caiados. Por fora, são faustosos. Mas pelo seu interior só se encontra imundícia.

Aliás, já que o blog hoje está imerso em reflexão religiosa, mais um versículo bíblico merece ser endereçado ao PiG:

“E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho; estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão” (Mateus 7.2-5).

Nos olhos da grande mídia empresarial há uma enorme, uma gigantesca trave, melhor, uma penca de traves! Esses falsos do PiG não reúnem legitimidade para apontar eventuais argueiros no olho do governo Lula ou da candidatura de Dilma.


Postado por Charles Leonel Bakalarczyk

O papagaio, a calcinha e a pernambucana

Uma pernambucana, antes de ir para seu cursinho pré-vestibular,
passava por uma  rua que tinha um papagaio em cima do muro...
Um dia, quando ela passava por  essa rua indo a caminho do curso, o
papagaio grita:
- Pernambucana tá de calcinha preta!
E, por incrível que pareça, o papagaio acerta na mosca.
A menina continua e  pensa que foi apenas um golpe de sorte.
No outro dia, indo de novo, o papagaio grita mais uma vez:
- Pernambucana  tá de calcinha branca!
Novo acerto e dessa vez a menina fica meio assustada com a situação,
mas acha que o papagaio tarado teve sorte novamente no palpite.
No terceiro dia,  no mesmo trajeto, o papagaio denuncia:
- Pernambucana tá de calcinha vermelha!
Ela dessa vez FICA indignada com a adivinhação do papagaio.
No outro dia,  resolve sair sem calcinha, só pra testar.
O papagaio não falha:
- Pernambucana tá de calcinha cabeluda!
Irritadíssima, ela toma uma decisão drástica.
No dia seguinte passa sem calcinha e depilada.
Vai passando, e o papagaio não diz nada.
Ela já ia virando a esquina, crente de que havia tapeado finalmente o
penoso, quando  ouviu o grito:
- Ê Pernambucana!
Ela se volta, impaciente:
- O que é papagaio?
- Passou no vestibular, foi?
 

A VIDA É RESUMIDA EM 5 GARRAFAS

Voz do além

PSDB e Folha perdem


Em boa hora o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou pedido do PSDB para multar em R$ 100 mil o Instituto Sensus por ter divulgado aquela pesquisa de 13 de abril, na interpretação tucana, um dia antes do prazo legal para torná-la pública. Firula dos tucanos, o recurso a que deram entrada no TSE era parte da estratégia da oposição de desqualificar e desacreditar o levantamento e o instituto.

O PSDB foi secundado vigorosamente nos bastidores pela Folha de S.Paulo, além da campanha de mais de uma semana que o jornal moveu contra o Instituto Sensus publicando matérias e notas contra ele. Ainda bem que o TSE colocou uma pá de cal nessa tentativa da Folha e do PSDB ao moverem ação grosseira e vil para desmoralizar um Instituto com história e currículo. Na prática, a ação era uma intimidação e a alternativa através da qual pretendiam até questionar os critérios técnicos do Sensus e mesmo do Instituto Vox Populi.

Incrível como a Folha entra nisso... Fez aquela campanha de vários dias contra o Sensus, sem nenhum pudor! Justo eles que são proprietários de um instituto de pesquisas, o Datafolha. Isso é medo do concorrente? Mas a ação junto à justiça eleitoral termina virando uma forma de concorrência desleal que foge do padrão convencional da livre concorrência.

Da parte dos tucanos foi uma demonstração de desespero, já que estão com um candidato a presidente que "só cresce para trás" - há um ano e meio só cai nas sondagens eleitorais. Na prática, tucanos e Folha queriam era censurar os dois institutos de pesquisa. Já imaginaram se fosse o PT que ingressasse com essa ação na justiça eleitoral? A casa caia, era gritaria geral: "chavismo", censura, tentativa de implantar ditadura... E por aí vai.

Sinal dos tempos, quem emprestou veículos para a ditadura militar utilizar na repressão, hoje, arvora-se em defensora da ética da liberdade.

Aumento da dívida bruta com repasses ao BNDES não preocupa o governo


O governo não tem nenhum tipo de preocupação quanto ao aumento da dívida bruta, principalmente, se é provocado pelo repasse de recursos do Tesouro para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiar o crescimento o Brasil. A afirmação é do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Para enfrentar a crise, o banco de fomento recebeu R$ 180 bilhões do Tesouro para repassar ao setor produtivo.
Ele criticou aqueles que não compreendem de forma adequada as circunstâncias que levaram o governo a tomar esse tipo de medida, afirmando que existem duas formas de aumentar a dívida bruta. A primeira é o aumento das reservas cambiais. Essa medida mostra solidez do país e, segundo ele, provou-se correta durante o enfrentamento da crise econômica e financeira mundial.
“Agora, tem uma contrapartida. Toda vez que as reservas aumentam é preciso esterilizar a moeda nacional, que foi usada para comprar essa moeda estrangeira. Isso significa aumento da dívida pública. Isso é normal e é a contrapartida do aumento de reservas”.
A outra forma é justamente o tipo de operação que levou o Tesouro a repassar recursos para o BNDES durante a crise. O secretário lembrou que os recursos representam investimentos sólidos, pois financiam o crescimento mais forte da economia sem gerar inflação.
“Estamos financiando a capacidade do país de melhorar seu desempenho econômico com investimentos em bens de capital proporcional ao que está ocorrendo, portanto, sem pressão inflacionária. Isso do ponto de vista fiscal é ótimo”
O secretário entende que, nesse cenário, o governo passa a sofrer uma pressão menor do ponto de vista do pagamento de juros, à medida que não há justamente inflação. A consequência também, segundo ele, seria o aumento na arrecadação.
“É uma das operações, do ponto de vista da estabilidade fiscal, mais adequadas que foram feitas, porque garante estabilidade econômica, garante arrecadação e garante que não haja uma política monetária mais forte. Portanto, ela tem resultado fiscal bom, positivo”.

Dilma dá uma aula de política fiscal à Miriam Leitão


Alexandre Porto – Blog de Ale

Miriam Leitão – A grande dúvida a respeito da senhora é que nunca demonstrou, durante o período em que estava mais exposta na vida pública, apoiar políticas que garantiram a estabilidade da moeda, por exemplo, controle de gastos. Quando os seus colegas de partido, Antonio Palocci e Paulo Bernardo propuseram reduzir e zerar o déficit público, a senhora considerou a ideia rudimentar. E eles estavam certo. Tanto estavam certo que, de lá para cá, a dívida pública bruta subiu de R$ 1,2 trilhão para R$ 2,2 trilhões. Agora, a senhora tem defendido estabilidade da moeda, tem defendido políticas restritivas fiscais e monetárias. Quando é que a senhora mudou de ideia, que eu perdi essa parte?
Dilma Rousseff – Ô, Miriam, deixa eu te falar uma coisa. A nossa visão naquela época, de ajuste de longo prazo, ela ainda não estava completa. A questão do ajuste fiscal de longo prazo é algo que você constrói, porque implica, inclusive, relações complexas intertemporais. Exemplo: nós mantivemos sempre a trajetória e perseguimos isso. Aliás, eu queria te esclarecer, eu sou integrante, fui aliás, desculpe, da junta orçamentária. Todos os cortes de gastos aprovados por esse governo, em 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009, e início de 2010, foram aprovados com meu acordo. Todos os superávits primários e as metas de superávit primário foram aprovadas com o meu acordo. Aliás, o Programa de Aceleração do Crescimento mostra, da nossa parte, uma maturidade maior, porque eu não posso prever um plano de ajuste fiscal de longo prazo em que o PIB começa mais alto e acaba mais baixo. É o inverso, eu tenho de prever um plano de ajuste fiscal de longo prazo em que o PIB começa mais baixo e passa para um patamar mais alto. O próprio plano de ajuste fiscal é um fator de elevação do nível de crescimento da economia.
[Aqui a ministra está dizendo que não se pode fazer ajuste fiscal constrangendo o investimento e o crescimento. Ao contrário, o ajuste deve vir como consequência do crescimento, do incentivo ao crescimento.]
ML – Ministra, deixa eu interromper, porque a minha pergunta não está sendo respondida.
DR – Eu estou tentando, viu, Miriam, estou fazendo o melhor dos meus esforços para te responder. Então, no caso do PAC, por exemplo, nós trabalhamos com metas de superávit primário, de queda do déficit nominal e de taxa de juro. Tanto é assim que foi só porque o valor do PAC, vamos supor, o primeiro valor, R$ 500 bilhões e pouco, era consistente com essa trajetória que a gente queria de queda do endividamento, e você a de convir comigo, o único governo nos últimos anos que perseguiu queda sistemática do endividamento foi o governo do presidente Lula.
ML – Ministra, os números mostram o contrário. A dívida pública cresceu, ministra.
DR – Você está falando a bruta, né, Miriam?
[Só na cabela da Miriam a dívida Bruta é a mais importante que a líquida. E como se verá a seguir, não há truques contábeis, mas diferentes interpretações sobre o papel da capitalização do BNDES. A política fiscal está tão 'descuidada' que o Risco País continua caindo. Quem será que está errando? Truques contábeis é ela se referir ao valor nominal da dívida e não sua relação com o PIB.]
ML – A bruta, que é a mais importante, até porque na líquida tem alguns truques contábeis.
DR – Então, vamos discutir porque a dívida bruta cresceu.
ML – Mas deixa eu terminar a minha pergunta. Pelo contrário, o governo Lula, a partir do momento em que a senhora assume e a partir do momento em que o ministro Palocci sai, começa a aumentar muito os gastos públicos. Então, a minha pergunta é o seguinte: a senhora estava errada quando atropelou a proposta do ministro Palocci?
DR – Me desculpa, Míriam, você está falando uma coisa que não é correta.
ML – O que não é correto?
DR – No momento em que nós fizemos o maior superávit primário, tão grande que nós pudemos construir o fundo soberano, foi em 2008. Você está equivocada no que se refere a números. Além disso, Miriam, vou te falar uma coisa. Você falou em dívida bruta. Você sabe por que que a nossa dívida bruta cresceu? A dívida líquida você concorda que é cadente.
[E mais. Foi na gestão Dilma e Mantega que o Brasil elevou as reservas aos níveis que nos garantiram passar pela crise internacional com soberania. Fruto, é claro, do trabalho iniciado por Palocci e Henrique Meirelles, mas dizer que a política fiscal foi deixada de lado com Dilma na Casa Civil, é uma afirmação que não tem base real. ]
ML – Ela aumentou recentemente também.
DR – Fizemos um pequeno desvio diante da crise, muito necessário para a gente poder sair da crise sem grandes conseqüências. Aliás, o Brasil tem um dos menores déficits nominais e uma das menores dívidas/PIB.
[A dívida líquida aumentou em 2009, mas já retomou seu ritmo de queda em 2010, mesmo com algumas desonerações ainda em curso. ]
ML – A senhora estava errada quando atropelou a proposta do ministro Palocci?
DR – Miriam, me desculpa, eu acho que você está errada no conceito. Não houve essa questão. Temos perseguido e cada vez mais aprimorado nossa política de ajuste de longo prazo. Tanto é assim que, no caso da dívida bruta, as razões pelas quais ela cresce são o fato de a gente ter construído 250 bilhões de dólares de reserva. E você sabe tão bem quanto eu: se eu quiser diminuir a dívida, eu posso. As reservas têm liquidez imediata, o BC liberou R$ 100 bilhões para os bancos, diante da crise, e agora já está voltando a recompor o compulsório. Por último, transferimos R$ 180 bilhões para o BNDES, um pouco menos do que isso, a título de garantir empréstimo e investimento de longo prazo, impedir que as empresas brasileiras tivessem um enorme choque de crédito. Portanto, não se pode discutir dívida bruta no Brasil sem dizer porque ela aconteceu. Senão, é como a gente lançar plumas ao vento. Eu digo: olha, a dívida bruta subiu e não digo, por exemplo, ela é completamente diferente da dívida bruta da Grécia, que está quebrando. Nós não estamos quebrando, pelo contrário. Estamos cada dia mais robustos.
[Dívida líquida é a diferença entre o que o país deve (dívida bruta) e o que tem a receber mais as reservas. Os tais truques contábeis, citados na pergunta anterior, se baseiam na tese mercadista segundo a qual a capitaização de um banco de investimento, no caso o BNDES, deve ser computado como dívida líquida e não apenas como dívida bruta. Essa tese não leva em consideração que o banco não só tem retorno dos financiamentos que faz ao setor privado, como tem lucro. O índice de inadimplência do BNDES é muito baixo para ser considerado uma capitalização de risco. Risco seria deixar os investidores com projetos sem financiamento.]
Você está pegando uma discussão de 2005. Que era a seguinte: como faremos? Sabe como fizemos, Miriam? Colocamos o investimento na ordem do dia, mantivemos talvez nessa trajetória até 2008 a maior queda nos últimos tempos na dívida líquida/PIB e no déficit nominal. Fomos interrompidos pela crise? Fomos. Saímos de um patamar de 3,6% ou 3,3% do superávit primário, e só fizemos 2,1%. Este ano, estamos recompondo o superávit primário. A mesma coisa houve com o déficit nominal. Estávamos numa trajetória de queda no endividamento, mas sobretudo, eu acho que a grande conquista fiscal do Brasil foi desindexar a dívida interna brasileira das moedas externas, o que foi altamente relevante. Você há de convir que país nenhum tem margem de manobra fiscal se não é capaz de ter a sua gestão internacional, em termos de dívida, de endividamento, sem o dedo do Fundo Monetário. E isso, nós conseguimos.