por Carlos Chagas
Agora é oficial, por informação do Banco Central: o capital-motel que entra no Brasil é o dobro do capital que vem colaborar com o nosso desenvolvimento. Quer dizer: o especulador lá de fora envia seus milhões ou bilhões de tarde, passa a noite e vai embora de manhã depois de haver estuprado um pouquinho mais nossa economia. É remunerado com os juros mais altos do planeta, não cria um emprego nem forja um parafuso comprando e vendendo títulos do governo. E não paga imposto de renda.
Foi o sociólogo que criou essa vigarice, a pretexto de abrir o país para o neoliberalismo. O Lula não fez nada, aconselhado por Henrique Meirelles e companhia. Bem que poderia ter imitado o Chile conservador, onde o capital estrangeiro é obrigado a permanecer pelo menos um ano para poder, depois, retirar-se com os devidos lucros.
Os gringos avançam não apenas na floresta amazônica. Refestelam-se na nossa economia e sorriem de banda quando ouvem dizer que estamos crescendo como nunca. Claro: crescemos para eles especularem cada vez mais.
Dilma Rousseff, se eleita, carecerá de condições para mudar a política econômica herdada dos tempos de Fernando Henrique.
José Serra, por sua vez, protesta contra os juros altos, mas silencia diante da lambança do capital-motel.
Marina Silva dá de ombros, desde que o meio ambiente não saia prejudicado. Por mais estranho que pareça, o único candidato que se dispõe a fechar a caverna do Ali Babá é
Plínio de Arruda Sampaio, que a imensa maioria do eleitorado nem sabe quem é.
C0NS3GU3 L3R ? 3NT40 CL1K N0 4NÚNC10 QU3 T3 1NT3RR3SS4 ! 0 BL0GU3lR0 4GR4D3C3!