Direitos Humanos

[...] negociaveis

Uma suposta diferença do governo Dilma Rousseff em relação ao anterior, a diplomacia orientada a direitos humanos, não passou nas primeiras provas da vida prática.

O Palácio do Planalto reagiu mal quando a Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu para interromper Belo Monte, a pretexto dos direitos humanos.

E os direitos humanos serviram apenas de ornamento anódino num trecho de um texto qualquer na viagem presidencial à China. Sem maiores efeitos.

Sobre Belo Monte, seria legítimo o governo brasileiro questionar duas coisas.

A primeira é o alcance dos organismos internacionais dedicados aos direitos humanos. Eles podem meter-se em tudo? Tudo agora são direitos humanos? O que Belo Monte tem a ver com os direitos humanos?

A segunda é a intromissão externa num assunto interno do Brasil.

Sobre a primeira objeção, foi o próprio governo do PT (na administração anterior) quem cuidou de expandir bastante o escopo dos direitos humanos.

O Programa Nacional de Direitos Humanos, na sua terceira versão (PNDH-3), cuidou de legitimar a visão expandida que hoje tanto incomoda o governo do PT. Havia até uma teoria a respeito, a expansão era apresentada como upgrade.

Daí que o PNDH-3 tenha resultado numa multiplicidade de propostas nunca antes vista. Que gerou uma multiplicidade também inédita de reações e teve o resultado sabido. Um recuo em toda linha no ano eleitoral.

Mas o texto está lá. O recuo foi político, não programático. E o neoconceito proposto pelo PT incorpora, sim senhor, a legitimidade de organismos vinculados aos direitos humanos meterem a colher em quase todo assunto. Ou em todo assunto.

Sobre a segunda objeção, intromissão externa, a gestão petista enxerga, por exemplo, legitimidade quando organismos internacionais desejam prevalecer sobre a lei brasileira na Anistia.

Pretende-se até que decisões de instâncias supranacionais subordinem sentenças aqui dentro, inclusive quando a palavra é do Supremo Tribunal Federal.

Já na China, tratou-se apenas de operar o óbvio. A "nova política de direitos humanos" nas relações internacionais é mercadoria fácil de vender, mas dificílima de entregar.

Uma tirada humorística sobre o tema diz que o Brasil deveria ser o segundo país em todo o planeta a orientar as relações externas pelos direitos humanos. O problema é que ainda não existe o primeiro.

Votar contra o Irã na Organização das Nações Unidas foi confortável e rendeu aplausos. O Irã vem se transformando em pária, conduzido para o precipício pelo seu presidente.

Mas em seguida o Itamaraty preferiu o muro quando o Conselho de Segurança votou a ação militar na Líbia. Foi um passinho teatral atrás. Sem efeito prático, mas um passinho.

Agora porém o jogo era mais pesado. Teria que ser bem valente para colocar a carta dos direitos humanos na mesa de negociações com uma China de imenso mercado e arcas abarrotadas para investir fora do território chinês.

Duas coisas de que precisamos desesperadamennte.

É razoável considerar que Dilma defendeu o interesse nacional do Brasil quando colocou os direitos humanos em enésimo plano nas relações com a China. Quando na verdade deixou prá lá.

Pressioná-los no quesito não iria adiantar nada mesmo. E poderia atrapalhar os bons negócios. O governo brasileiro optou pelos negócios.

Apesar das juras explícitas de que para este governo os direitos humanos são inegociáveis.

E como sempre é preciso produzir uma teoria, a tese do momento é que o Brasil não trata de direitos humanos nas relações bilaterais, apenas nos organismos e instâncias multilaterais.

Mas não é bem desse jeito. O Brasil não tem qualquer contencioso formal instalado com os Estados Unidos, em nenhuma esfera multilateral, sobre a prisão de Guantánamo. E mesmo assim o assunto comparece volta e meia ao discurso de nossas autoridades, um contrapeso quando precisam criticar as ditaduras amigas.

PAC

[...] União, sindicatos e empresas vão monitorar obras

Governo, empresas e centrais sindicais discutirão um novo cronograma para a conclusão das obras de Jirau. 

A antecipação do prazo de conclusão da obra, de janeiro de 2013 para março de 2012, contribuiu para o motim ocorrido entre os operários há quase um mês. 

A Camargo Corrêa informou que "está discutindo o replanejamento da obra".

O secretário-geral da Presidência da República, afirmou que um avanço na reunião foi a composição de comissão tripartite, com representantes do governo, das empresas e dos trabalhadores, para acompanhar o andamento das obras. 

"Cada grande obra no Brasil vai ter daqui para frente uma comissão interna para evitar a violência e a falta de diálogo", disse Gilberto Carvalho.

Siderurgia

As ações com direito a voto (ON) da Usiminas foram negociadas ontem a R$ 27,46, valor 57% acima do preço das preferenciais (PNA). 

Historicamente, as cotações das duas sempre oscilaram em níveis próximos. 

A preferência dos investidores pelas ONs dá uma dimensão da expectativa do mercado quanto à mudança de controle na companhia.

As especulações começaram no fim de janeiro, quando a CSN - Companhia Siderúrgica Nacional -, confirmou ter feito aquisições em bolsa e já deter 4,99% das PN e 5,03% das ON da Usiminas. Naquele momento, começou a chamar a atenção a diferença entre os dois tipos de papéis, que se alargou mais depois que a Gerdau anunciou oferta pública de ações que culminou com a captação de R$ 3,6 bilhões para o caixa. 

O mercado tomou a oferta como espécie de confirmação de rumores de que a Gerdau também tem interesse em comprar fatia na empresa.

Chip

[...] Com anos de atraso, Brasil começa a produzir chips


O início da produção do primeiro chip brasileiro está marcado, finalmente, para 2012, algo que pelos planos originais deveria ter ocorrido em agosto de 2007. 

O fabricante será o Ceitec - Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada -, como parte de um projeto que completa 10 anos desde a doação dos primeiros equipamentos pela Motorola. 

Nesse período, recebeu R$ 500 milhões de investimentos. 

A instituição havia sido constituída como associação civil sem fins lucrativos e em 2008 foi transformada em estatal para receber um fluxo estável de recursos.

Contratado em agosto de 2010 o físico Cylon Gonçalves da Silva impôs uma nova dinâmica ao trabalho da estatal e adotou uma visão estratégica mais aberta à interação com o mercado.

Franquia

[...] A abertura de capital da Arcos Dorados, operadores de lanchonetes McDonalds na América Latina e no Caribe, foi uma das mais bem-sucedidas após a crise financeira - a demanda superou a oferta em mais de dez vezes e os papéis foram vendidos a US$ 17, acima da estimativa de US$ 13 a US$ 15. 

Na estreia na bolsa de Nova York, subiu 24,7% e chegou a US$ 21,20. 

Em 2010 a empresa faturou US$ 3 bilhões, mais da metade no Brasil (US$ 1,59 bilhão). 

A maior parte dos recursos irá para o os atuais sócios, entre eles Woods Staton e o Gávea Investimentos.

 "Vamos reformar cerca de cem lojas na América Latina este ano para adaptá-las ao novo layout adotado pela rede e abrir outras 100 com esse conceito".

Woods Staton. "Queremos investir mais em outros formatos, como McCafé e quiosques", afirmou Wood Staton, presidente da companhia.

Cardápio do Dia

  • Medalhão com molho de cogumelos e azeitonas
  • Panquecas de legumes com maçã
  • Salada de alho poró
  • Torta sedução
Medalhão com molho de cogumelos e azeitonas
Medalhão com molho de cogumelos e azeitonas 
Tempo de preparo:
de 30 minutos a 1 hora 

Serve:
5 ou mais porções
Confira
Panqueca de legumes com maçã 
Tempo de preparo:
de 30 minutos a 1 hora 

Serve:
5 ou mais porções
Confira
Panqueca de legumes com maçã
Salada de alho poró
Salada de alho poró 
Tempo de preparo:
menos de 30 minutos 

Serve:
3 a 4 porções
Confira
Torta sedução 
Tempo de preparo:
de 30 minutos a 1 hora 

Serve:
5 ou mais porções
Confira
Torta sedução

Artigo semanal de Delúbio Soares

CAMPEI!

                              Um dos acontecimentos mais marcantes da década passada e, seguramente, dos mais importantes da entrada do século XXI, foi protagonizado por duas grandes Nações: Brasil e China. Dois Estadistas visionários conduziram com segurança, discernimento e competência os rumos de suas economias, balizando o papel fundamental que elas desempenhariam nas décadas seguintes no contexto internacional e aproximaram de forma irreversível os seus destinos. Luiz Inácio Lula da Silva e Hu Jintao, não perderam a chance de dar os passos iniciais para que pudéssemos viver o excelente momento em nossas relações bilaterais.

O Brasil e a China, de forma pragmática e transparente, numa equação de co-responsabilidades e metas a serem alcançadas e cumpridas com a participação efetiva do capital privado, iniciaram uma parceria poucas vezes vista entre países de suas dimensões territoriais, importância política e interesses econômicos.  A efetiva parceria entre ambos os países pode ser constatada no imenso fluxo de mercado existente nos dias de hoje em todos os setores de nossa vida: o agronegócio, a mineração, a indústria têxtil, o setor petrolífero e de combustíveis, os eletro-eletrônicos e a tecnologia da informação, a indústria aeronáutica, dentre outros tantos.

Num trabalho paciente, alicerçado em negociação de altíssimo nível, o Brasil e a China removem pouco a pouco as barreiras residuais numa relação que se intensifica ao sabor do impressionante crescimento de ambos os países.  Não há mais mistério para o empresário brasileiro que desembarca em Pequim, Xangai ou Cantão, em busca de bons negócios. Nem há risco algum, além daqueles inerentes à economia de mercado, para o empreendedor chinês que buscar novas oportunidades no Brasil.

O Brasil, de 2003 para cá, deixou para trás uma década infame de idas e vindas aos balcões do FMI em situação falimentar, para experimentar uma verdadeira revolução social com a chegada de mais de 30 milhões de cidadãos à classe média. Nos tornamos, sob a égide da Era Lula, a sétima economia mundial e já estamos às portas da sexta colocação. A produção chinesa, que em 1980, detinha 1,90% no PIB global, em 2000 alcançava os 3,70% e hoje reina sob impressionantes 9,30%. Desde 2009 a China é o maior exportador do mundo; em 2010 tomou o lugar dos Estados Unidos na indústria e tornou-se a maior potência de manufaturados, com 19,8% da produção global contra 19,4% dos norte-americanos.

Nesse cenário, a visita da presidenta Dilma Rousseff à China - com pesada agenda de trabalho, mas coroada de êxito - é um marco não só nas relações bilaterais, mas na consolidação dos Bric's, a união de nosso país à China, Rússia, Africa do Sul e Índia, as potências emergentes do cenário econômico internacional. Foi uma visita de resultados, de semeadura e de colheita, de aprofundamento de relações que amadureceram e já dão bons frutos. Mais de R$ 20 bilhões em projetos tecnológicos chineses no Brasil foram anunciados, de tal forma que um i-pad, o "tablet", passará a ser produzido no Brasil com um preço final ao consumidor quase 40% menor do que o atual. Nova fábrica da gigante tecnológica Foxconn será construída em território nacional, muito provavelmente na região de Campinas (SP).

A ZTE e a Huawei, duas outras empresas de porte mundial, anunciaram novas fábricas no Brasil, com investimentos da ordem de R$ 316 milhões e R$ 553 milhões, respectivamente. Irão produzir, criar novos empregos, pagar impostos, gerar divisas e participar de uma economia que cresce em bases sólidas e sustentáveis, num país que optou pela economia de mercado e pela democracia com justiça social. Trocando em miúdos: os empresários chineses não poderiam escolher lugar melhor que o Brasil para investir.

A Embraer, hoje a terceira maior indústria aeronáutica internacional, atrás somente da Boeing e da Airbus, que já opera uma linha de montagem na China em conjunto com a Harbin Aviation, não só irá reforçar sua produção atual como passará a fabricar os jatos executivos Phenom 100 e 300, sucessos de vendas no Brasil, Estados Unidos e Europa.

Hu Jintao e a presidenta Dilma lançaram as bases para a continuidade de uma relação profícua e o início de um novo ciclo, ainda mais virtuoso e lucrativo para seus países. O imenso mercado chinês se abre para as exportações brasileiras, enquanto a grande potência do extremo oriente deixa claro que seu interesse no Brasil vai para muito mais além do que a soja, o minério de ferro e a celulose.

Foi nítida a mudança de postura da China: se era de colaboração, agora é de associação. Mais de 200 empresários dos mais variados segmentos de nossa economia acompanharam nossa presidenta, organizados por um dos homens públicos mais brilhantes de nosso país, o ministro Fernando Pimentel. Rodadas de negociação em todos os setores se deram com empresários chineses e autoridades governamentais. Não houve setor que não fosse analisado, produto que não fosse discutido, problema que não fosse debatido, pleito que não fosse avaliado. O resultado se fará sentir em nossa balança comercial, com o crescimento do volume de negócios entre as duas potências que mais crescem no cenário econômico mundial.

Em 2003, quando o presidente Lula tomou as rédeas de um país quebrado pelos tucanos e sem nenhuma credibilidade internacional, as exportações brasileiras para a China eram da ordem de apenas US$ 1,1 bilhão. A presidenta Dilma, após os oito anos benfazejos do governo petista, visitou uma China que importou US$ 30,8 bilhões em produtos brasileiros! E sua exitosa missão chinesa certamente agregará ainda mais a essa cifra fabulosa.

Segundo dados do IPEA, o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, em 2009 a China tornou-se o maior parceiro comercial do Brasil, tomando um lugar que era dos Estados Unidos. O Brasil importou US$ 25,6 bilhões da China em 2010. O saldo foi um lucro macroeconômico (superávit) de US$ 5,2 bilhões. Com os EUA, o resultado no mesmo período foi um déficit de US$ 8 bilhões (vendas no valor de US$ 19 bilhões para os Estados Unidos e compras de US$ 27 bilhões). Não é preciso muito esforço para saber que o Brasil Império tinha os olhos voltados para a Europa, o Brasil do passado mirava os Estados Unidos e o Brasil do presente e do futuro tem os olhos postos na grande Nação oriental.

A China não é mais um mistério para os brasileiros, nem o Brasil uma aventura para os chineses. Existe uma similitude grande entre nossos países e nossos povos. Uma mobilidade social imensa, economias que crescem vertiginosamente, necessidades a serem supridas e grandes obras a serem realizadas. Culturas extremamente diversas, mas objetivos convergentes.

Estive no início da década passada visitando a China. Ao lado de companheiros do PT, todos convidados pelo governo chinês, visitei por quase duas semanas diversas regiões, escolas, fabricas, observando o crescimento econômico, a inclusão social, as dificuldades que eram vencidas com o esforço de um povo que tem como sua marca a sabedoria e a perseverança. Emocionei-me com a riqueza cultural daquela Nação-continente, ao visitar a Cidade Proibida, o monumental e milenar conjunto arquitetônico que o mundo conheceu nas telas do cinema através do premiado filme "O Último Imperador", de Bernardo Bertolucci. Enxerguei nos Guerreiros de Xian, um verdadeiro exército de estátuas de terracota, o estranho simbolismo de um povo bom e cordial, mas preparado para defender seu país em qualquer situação, com qualquer sacrifício. Na Grande Muralha, avistada da lua pelos astronautas da NASA, deparei-me com a capacidade de trabalho e a persistência dos chineses. Voltei seguro de que a grande potência do hemisfério norte no século XXI estava nascendo ali. A potência emergente ao sul do Equador já era o Brasil, sob o comando do presidente Lula.

Hoje Hu Jintao e Dilma Rousseff celebram a aliança que consolida a sólida parceria de sucesso entre dois gigantes econômicos e sociais. E a palavra sucesso, em Mandarim, o idioma local mais falado, é o cruzamento de dois ideogramas: risco e oportunidade.

Recordo-me que naquele país fabuloso, ao qual admiro profundamente, estive com importantes líderes políticos em Pequim e convivi com camponeses humildes nas províncias distantes do interior. Em todos a mesma cordialidade, a mesma simpatia quando eram informados de que se tratava de um brasileiro. Invariavelmente levantavam um brinde e repetiam a palavra mágica, vinda do coração, que traduz saúde, felicidade, amizade. Recordo-me de todos eles e homenageio o grande futuro de nossa parceria com os irmãos chineses: Campei!

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