Frango assado

Like a Boss

Eleições 2012: torcida e realidade

É possível fazer bons prognósticos a partir de pesquisas de intenção de voto realizadas a três meses da eleição?

Como em quase tudo na vida, a resposta é ambígua: depende.

Depende do tipo de eleição e da situação concreta de cada uma.

Em eleições gerais, nossa experiência de muitos anos mostra que sim. Bem lidas e corretamente interpretadas, essas pesquisas previram todas as eleições presidenciais desde a redemocratização. Em nenhuma, os verdadeiros favoritos do início de julho mudaram.

Em nível menor, as eleições de governador também são assim. Nelas, podem ocorrer "fenômenos de última hora", mas não são comuns. A regra é a vitória de quem lidera desde essa época.

Na última eleição, por exemplo, se pensarmos nos maiores estados, a única "surpresa" aconteceu em Minas Gerais. Alguns poderiam até imaginar o desempenho que Antonio Anastasia (PSDB) acabou tendo, mas, em julho, nenhuma pesquisa o projetava.

Já em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Pernambuco e Ceará, terminaram vencendo os que despontavam então.

Nas eleições municipais - especialmente nas capitais e onde há televisão -, no entanto, costuma prevalecer quase que o inverso. Em inúmeros casos, o vitorioso de outubro era um azarão (ou um derrotado) em julho.

Em 2008, isso aconteceu em quase todas as principais metrópoles.

Se os levantamentos do início do período de campanha tivessem sido confirmados, São Paulo seria governada por Marta Suplicy (PT), o Rio de Janeiro por Marcelo Crivella (PRB), Belo Horizonte por Jô Moraes (PCdoB), o Recife por Mendonça Filho (DEM) e Salvador por ACM Neto (DEM). Nada disso, como se sabe, aconteceu.

Pelo contrário. Em algumas, ganhou quem estava em terceiro lugar em julho, como Eduardo Paes (PMDB), no Rio (que era superado por Crivella e Jandira Feghali, do PCdoB), Marcio Lacerda (PSB), em Belo Horizonte (que ficava atrás de Jô e de Leonardo Quintão, do PMDB), e João da Costa (PT), no Recife (que perdia para Mendonça e empatava com Cadoca, do PSC).

Mesmo alguns dos prefeitos que buscavam a reeleição andavam mal naquele momento. Em São Paulo e Salvador, Gilberto Kassab (PSD) e João Henrique (PP) amargavam incômodos terceiros lugares. Em Fortaleza, Luizianne Lins (PT) estava embolada com Moroni Torgan (DEM). Os três contrariaram os resultados de julho e venceram - ela no primeiro turno.

Só em Porto Alegre e Curitiba essas pesquisas já identificavam os vitoriosos. José Fogaça (PMDB) e Beto Richa (PSDB) - ambos disputando a reeleição - foram eleitos, com números até parecidos aos que obtinham.

O que se deduz é óbvio: é preciso cautela com os prognósticos prematuros a respeito das eleições para prefeito. Nelas, é comum que as pesquisas de julho não sejam capazes de antecipar o resultado final - ou até de vislumbrá-lo.

As razões para isso são conhecidas e decorrem das condições de mídia muito peculiares que nelas prevalecem. Em especial, da ocupação maciça da grade de programação das emissoras de televisão pelos comerciais de campanha dos candidatos. Desde que bem feitos e com conteúdo, eles podem fazer com que velhos prognósticos caduquem da noite para o dia.

Quem vai ganhar nas capitais? Os favoritos de hoje resistirão? Não haverá qualquer "surpresa" em 2012 - como tivemos em todas as anteriores?

Ninguém sabe e correm sério risco de errar os que profetizam os resultados de outubro baseados nas pesquisas de agora.

Como os responsáveis pela manchete de um jornal carioca, que - com mal disfarçada alegria - decretava que "o quadro para o PT é sombrio", pois apenas um de seus candidatos está hoje na frente, consideradas as 10 maiores capitais.

Tanto o PT, quanto o PSDB - ou qualquer outro partido - podem sair da eleição maiores ou menores. O que é impossível é afirmá-lo em julho.

No máximo, pode-se desejá-lo.

Marcos Coimbra

Campanha eleitoral


TEMPO DE TV É COMO COMIDA E BEBIDA: EM EXCESSO FAZ MAL!
  
1. Tempo de TV é importante. A razão é que o eleitor difuso acha que quem não tem tempo de TV é porque é candidato sem chance. O voto útil esvazia as candidaturas com muito pouco tempo de TV.
  
2. Nos últimos anos, o uso da TV -em campanha ou fora dela- perdeu o impacto que tinha até 2002. Até nos EUA os clássicos comerciais eleitorais já não têm mais o impacto de antes. Não impactam, mas dão informações básicas: quem são os candidatos e qual são as agendas que destacam.
   
3. Ter muito, muito tempo de TV é um risco. Não ter tempo induz o eleitor difuso a achar que não tem chance. Porém, ter tempo demais leva o eleitor a achar que o candidato é rico e prepotente e não quer dar espaço aos demais. Não é fácil administrar tanto tempo. Basta pensar o que é um bloco do Jornal Nacional e sua diversidade.
   
4. E há um fator a mais, e esse comprovado, que se repete. Quando um candidato tem tempo de TV no primeiro turno maior que o tempo que terá no segundo turno -ou seja- maior que 10 minutos, a derrota no segundo turno é garantida.
    
5. Explica-se. Suponhamos um candidato com 12 minutos de tempo de TV no primeiro turno e que passa para o segundo turno com um concorrente que teve no primeiro turno metade ou menos de seu tempo de TV. No segundo turno, o tempo do primeiro candidato diminui. E o do segundo candidato cresce explosivamente, dobrando ou mais.
    
6. A sensação do eleitor difuso é que o primeiro perdeu força, desinflou e que o segundo está crescendo, crescendo, está muito forte e vai ultrapassar. É a sensação de uma atropelada incontornável em corrida de cavalo. E o locutor vibra e antecipa a vitória.
    
7. No Rio, em eleições de prefeito, isso ocorreu em 1996 e 2000. Em 1996, no primeiro turno, com o crescimento do adversário, o líder destacado resolveu mudar a agenda e administrou mal seu tempo de TV. O segundo ultrapassou. Mas no segundo turno, com a inversão de tempo, o segundo disparou.  Em 2000, no primeiro turno, o líder abriu frente 15 pontos e manteve essa frente em 11 pontos. Mas, no segundo turno, aberto com 15 pontos-Ibope de vantagem, com a queda de seu tempo e a quintuplicação do tempo de seu concorrente, esse fez uma "atropelada" sustentada até ultrapassá-lo quase em cima do laço.
     
8. Moral da História. Tempo de TV no primeiro turno acima do tempo de TV do segundo turno é derrota certa para quem tinha esse latifúndio no primeiro turno. E o adversário nem precisa se movimentar muito: sua "atropelada" será inexorável. E o eleitor difuso muda de lado em razoável proporção e faz um novo voto útil. Ou ganha no primeiro ou perde no segundo.

por Cesar Maia

A mania de diminuir o Brasil

[...] só pode ser medo de um grande país dar certo, o que, em muitos aspectos já está acontecendo

por Guilherme de Aguiar Patriota, Chanceler e integrante da Assessoria Especial da Presidência da República.

“O derrotismo encontrou até acolhida teórica na formulação de que o país "não possui excedente de poder" e, portanto, não pode aspirar a objetivos fora do fácil alcance das mãos.

Essa tese predestina o quinto maior país do mundo - hoje sexta economia - a um desígnio de perpétuo alinhamento aos mais fortes, numa versão diplomática do mal-afamado complexo de vira-lata.

Verificamos ser necessário que uma estrangeira (Julia Sweig, do Conselho de Relações Exteriores dos EUA) nos ajude a interpretar de forma mais sofisticada e, ouso dizer, positiva, o episódio da suspensão do Paraguai do MERCOSUL e da incorporação da Venezuela ao bloco. Essa última iniciativa vinha se arrastando por vários anos. Os termos da acessão já haviam sido negociados e firmados no mais alto nível pelos chefes de Estado dos quatro membros do MERCOSUL e do país entrante. A plena incorporação da Venezuela ao MERCOSUL - não custa lembrar -foi ratificada pelos poderes legislativos dos países que ainda conservam sua plenitude democrática intacta no âmbito do agrupamento subregional.

A angústia antecipatória com o êxito também se voltou contra a "Rio+20", declarada um fracasso ab initio por Exército de "especialistas", muitos querendo acoplar à maior conferência da história das Nações Unidas suas respectivas agendas políticas paroquiais.

Pouco importa o fato de a organização do evento ter sido impecável. Foram 17 mil inscritos na "Rio-92"; 48 mil na "Rio+20" - eventos de dimensões incomparáveis.

O resultado espetacular para padrões da ONU não parece encontrar eco entre aqueles que apostavam ideologicamente no fracasso. O país anfitrião convenceu (não pela força ou malícia, mas pelo talento de seus diplomatas) 192 Estados membros a aprovarem por aclamação um documento de 49 páginas, 283 parágrafos, que versa sobre praticamente todos os temas da agenda internacional. Não se produziram tratados. Mas, para quem lida com o multilateralismo, uma visão de futuro consensual vale mais do que compromissos pontuais juridicamente vinculantes.

O Brasil incorporou ao consenso sua visão de como estabelecer um círculo virtuoso entre crescimento econômico, inclusão social, e proteção do meio ambiente. Muitos franziram a testa porque o documento não consagrou o caminho das "soluções de mercado". Não se criou mais um fundo assistencialista, ou uma nova agência especializada da ONU - como se resolvessem.

Finalmente, temos os órfãos dos acordos de livre comércio assimétricos, utilizados para promover a abertura unilateral de mercados em países em desenvolvimento. A obsessão por tais acordos não está em sintonia com o mundo pós-Lehman Brothers, sujeito a manipulações cambiais, a afrouxamentos quantitativos trilionários e ao protecionismo do mais forte.

Surpreende que ainda existam pessoas que prefiram reduzir tarifas a reduzir pobreza. Na atualidade da crise, os regimes de comércio têm de levar em conta equilíbrios mais amplos de fatores. É necessário pensar em integração de cadeias produtivas, geração de demanda e empregos, segurança alimentar e energética, acesso à tecnologia e ao conhecimento, produtividade e sustentabilidade. É preciso entender que o dinamismo econômico migra dos países ocidentais desenvolvidos para conjunto cada vez mais assertivo de países em desenvolvimento em processo de expansão quantitativa e qualitativa.

De minha parte, capto ao menos um consenso positivo entre os analistas nacionais: o reconhecimento de que o peso e a projeção do Brasil se alçaram a níveis nunca antes vistos na história deste país.

Tenho orgulho do quanto o país avançou nos meus quase 30 anos de carreira. A complexidade dos desafios, a densidade de nosso papel e as responsabilidades que assumimos não têm nível de comparação com o universo mais simples da diplomacia menos arrojada de antanho. Felizmente, a liderança brasileira de hoje não sofre de vertigem.”

Suflê de chocolate meio amargo

Ingredientes

  • 200 gramas de chocolate meio amargo
  • 200 gramas de manteiga 
  • 4 gemas de ovos
  • 200 gramas de açúcar
  • 4 claras de ovos em neve


Como fazer
Derreta o chocolate com a manteiga em banho-maria. Bata as gemas com o açúcar até obter uma mistura leve e fofa. Quando a mistura de chocolate e manteiga estiver fria, adicionar à mistura das gemas.  Por último,adicionar as claras misturando delicadamente. Assar em forno quente por 45 minutos.

Editora Abril, Policarpo e Cachoeira um trio afinado


O blog reproduz trechos de áudio da Operação Vegas que comprovam a íntima relação do diretor da Veja, Policarpo Junior, com o Carlinhos Cachoeira.


Socialismo, o que é isso?

[...] O socialismo é uma doutrina totalmente triunfante no mundo. E não é paradoxo. O que é o socialismo? É o irmão-gêmeo do capitalismo, nasceram juntos, na revolução industrial. É indescritível o que era a indústria no começo. Os operários ingleses dormiam debaixo da máquina e eram acordados de madrugada com o chicote do contramestre. Isso era a indústria. Aí começou a aparecer o socialismo. Chamo de socialismo todas as tendências que dizem que o homem tem que caminhar para a igualdade e ele é o criador de riquezas e não pode ser explorado. Comunismo, socialismo democrático, anarquismo, solidarismo, cristianismo social, cooperativismo… tudo isso. Esse pessoal começou a lutar, para o operário não ser mais chicoteado, depois para não trabalhar mais que doze horas, depois para não trabalhar mais que dez, oito; para a mulher grávida não ter que trabalhar, para os trabalhadores terem férias, para ter escola para as crianças. Coisas que hoje são banais. Conversando com um antigo aluno meu, que é um rapaz rico, industrial, ele disse: “o senhor não pode negar que o capitalismo tem uma face humana”. O capitalismo não tem face humana nenhuma. O capitalismo é baseado na mais-valia e no exército de reserva, como Marx definiu. É preciso ter sempre miseráveis para tirar o excesso que o capital precisar. E a mais-valia não tem limite. Marx diz na “Ideologia Alemã”: as necessidades humanas são cumulativas e irreversíveis. Quando você anda descalço, você anda descalço. Quando você descobre a sandália, não quer mais andar descalço. Quando descobre o sapato, não quer mais a sandália. Quando descobre a meia, quer sapato com meia e por aí não tem mais fim. E o capitalismo está baseado nisso. O que se pensa que é face humana do capitalismo é o que o socialismo arrancou dele com suor, lágrimas e sangue. Hoje é normal o operário trabalhar oito horas, ter férias… tudo é conquista do socialismo. O socialismo só não deu certo na Rússia. Leia mais>>>