Olimpíadas e esporte espontâneos


 por Luis Fernando Veríssimo

Não sei muita coisa a respeito de judô. Sempre me pareceu que uma luta de judô consiste em um tentando desarrumar o pijama do outro. Mas uma coisa me surpreendeu, vendo o judô das olimpíadas na TV: como judoca é emotivo.

Tem-se visto manifestações de sensibilidade em outras modalidades, claro. Todo mundo se emociona na vitória ou na derrota, na hora das medalhas e na hora dos hinos. Mas você imaginaria que judocas fossem pessoas duronas, que soubessem conter suas emoções. O simples fato de o puxa-puxa das suas lutas não desandar em brigas de rua, com pontapés e ofensas à mãe (pelo contrário, nada mais civilizado do que as formalidades entre os lutadores antes e depois das lutas), seria uma prova de controle absoluto. Mas não, judocas choram quando ganham e choram quando perdem. O que não deixa de ser muito simpático.
Sempre achei que as olimpíadas se tornariam mais simpáticas se incluíssem o que se poderia chamar de esportes espontâneos. Por exemplo: queda de braço e bolinha de gude. A incorporação destas modalidades populares favoreceria países sem tradição olímpica, que nunca competem nos esportes nobres, mas poderiam muito bem mandar uma delegação vencedora de jogadores de pauzinho (também, conhecido como, desculpe, porrinha).
Qualquer frequentador de bar brasileiro conhece o jogo de pega-bolacha, que consiste em empilhar bolachas de chope na borda da mesa, mandá-las para o alto com um golpe e tentar agarrá-las no ar. Duvido que o Brasil encontrasse adversário à sua altura numa competição de pega-bolacha.
Há esportes espontâneos com uma longa história que quem praticou em criança nunca esquece, como bater figurinha. Com alguns meses de treinamento, qualquer adulto pode recuperar sua habilidade em bater figurinha e ir para os Jogos.
Outras modalidades: embaixada com laranja ou qualquer outra coisa esférica; tiro ao alvo com bodoque; arremesso de invólucro de canudo soprando o canudo; par ou impar. Etc, etc.
E não vamos nem falar nos vários jogos de cartas, como o truco, nos quais nossas chances de ganhar o ouro seriam grandes. Talvez houvesse alguma dificuldade em acordar a delegação do pôquer para o desfile inaugural, e imbuir todo o mundo do espírito olímpico, mas fora isso...

Charge

2 pesos e 2 mensalões

por Jânio de Freitas 

Dois pesos e dois mensalões
Na sua indignação com o colega Ricardo Lewandowski, o ministro Joaquim Barbosa cometeu uma falha, não se sabe se de memória ou de aritmética, que remete ao conveniente silêncio de nove ministros do Supremo Tribunal Federal sobre uma estranha contradição sua. São os nove contrários a desdobrar-se o julgamento do mensalão, ou seja, a deixar no STF o julgamento dos três parlamentares acusados e remeter o dos outros 35, réus comuns, às varas criminais. De acordo com a praxe indicada pela Constituição.
Proposto pelo advogado Márcio Thomaz Bastos e apoiado por longa argumentação técnica de Lewandowski, o possível desdobramento exaltou Barbosa: “Essa questão já foi debatida aqui três vezes! Esta é a quarta!” Não era. Antes houve mais uma.
As três citadas por Barbosa tratavam do mensalão agora sob julgamento. A outra foi a que determinou o desdobramento do chamado mensalão mineiro ou mensalão do PSDB. Neste, o STF ficou de julgar dois réus com “foro privilegiado”, por serem parlamentares, e remeteu à Justiça Estadual mineira o julgamento dos outros 13.
Por que o tratamento diferenciado?
Os nove ministros que recusaram o desdobramento do mensalão petista calaram a respeito, ao votarem contra a proposta de Márcio Thomaz Bastos. Embora a duração dos votos de dois deles, Gilmar Mendes e Celso de Mello, comportasse longas digressões, indiferentes à pressa do presidente do tribunal, Ayres Britto, em defesa do seu cronograma de trabalho.
A premissa de serem crimes conexos os atribuídos aos réus do mensalão petista, tornando “inconveniente” dissociar os processos individuais, tem o mesmo sentido para o conjunto de 38 acusados e para o de 15. Mas só valeu para um dos mensalões.
Os dois mensalões também não receberam idênticas preocupações dos ministros do Supremo quanto ao risco de prescrições, por demora de julgamento. O mensalão do PSDB é o primeiro, montado já pelas mesmas peças centrais -Marcos Valério, suas agências de publicidade SMPB e DNA, o Banco Real. Só os beneficiários eram outros: o hoje deputado e ex-governador Eduardo Azeredo e o ex-vice-governador e hoje senador Clésio Andrade.
A incoerência do Supremo Tribunal Federal, nas decisões opostas sobre o desdobramento, é apenas um dos seus aspectos comprometedores no trato do mensalão mineiro. A propósito, a precedência no julgamento do mensalão do PT, ficando para data incerta o do PSDB e seus dois parlamentares, carrega um componente político que nada e ninguém pode negar.
A Polícia Federal também deixa condutas deploráveis na história do mensalão do PSDB. Aliás, em se tratando de sua conduta relacionada a fatos de interesse do PSDB, a PF tem grandes rombos na sua respeitabilidade.
Muito além de tudo isso, o que se constata a partir do mensalão mineiro, com a reportagem imperdível de Daniela Pinheiro na revista “piauí” que chegou às bancas, é nada menos do que estarrecedor. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, com seu gosto de medir o tamanho histórico dos escândalos, daria ali muito trabalho à sua tortuosa trena. Já não será por passar sem que a imprensa e a TV noticiosas lhes ponham os olhos, que o mensalão do PSDB e as protetoras deformidades policiais e judiciais ficarão encobertas.
É hora de atualizar o bordão sem mudar-lhe o significado: de dois pesos e duas medidas para dois pesos e dois mensalões.

Cieps: Educação em tempo integral


O CIEP é um símbolo do encontro feliz de três gênios brasileiros: Leonel Brizola, o político a favor do povo e da nação; o educador Darcy Ribeiro que mentalizou o CIEP como o útero do povo brasileiro; por fim o arquiteto Oscar Niemeyer, cujo desenho na arquitetura traz a inscrição popular da rede de dormir, das veredas do sertão, das curvas das montanhas e da mulher brasileira. Esse encontro propiciou a criação do CIEP.

Mensalão: magistrados não encontram provas contra Dirceu

A falta de provas contra José Dirceu

Ao menos dois ministros do Supremo procuram na acusação o ato de ofício, a prova que mostre que o ex-ministro da Casa Civil e réu no processo do mensalão José Dirceu estava por trás da compra de parlamentares com o dinheiro obtido pela engenharia que envolvia contratos de publicidade e empréstimos bancários.
Um dos ministros mais antigos do STF ressalta que, para confirmar a prática de corrupção ativa, o Ministério Público deveria ter ouvido o depoimento de um parlamentar contando ter sido procurado pela Casa Civil com a simples promessa de recursos em troca de apoio a projetos de interesse do Executivo. Se não houver prova, disse esse ministro, só restará ao STF absolvê-lo.
Nas quase cinco horas que usou para acusar os réus do mensalão, Gurgel admitiu as dificuldades para produzir provas contra Dirceu. "O autor intelectual, quase sempre, não fala ao telefone, não envia mensagens eletrônicas, não assina documentos, não movimenta dinheiro por suas contas, agindo por intermédio de laranjas e, na maioria dos casos, não se relaciona diretamente com agentes que ocupam níveis secundários da quadrilha." E sustentou as acusações em depoimentos que outro ministro do STF considera inconclusivos.
Um desses depoimentos foi usado por Gurgel na sexta-feira. O empresário Marcos Valério, tido como coordenador operacional do mensalão, disse que Dirceu sabia das operações feitas para financiar os acordos políticos com os líderes partidários e garantiria os empréstimos feitos para o pagamento dos acordos.
Prova cabal. Uma autoridade que acompanha o processo admitiu que no correr das investigações não foi possível encontrar prova cabal que pudesse levar à condenação de Dirceu por corrupção ativa. Disse, porém, que o Ministério Público poderia ter fechado as brechas que podem suscitar dúvidas sobre a culpa de Dirceu se também o tivesse acusado de lavagem de dinheiro. O próprio procurador-geral, avaliou essa autoridade, enfatizou que Dirceu comandava todo o esquema que incluía a montagem de um estratagema para lavar dinheiro.
Gurgel disse, na acusação, que Dirceu tinha conhecimento dos empréstimos tomados pelas empresas de Valério no Banco Rural para financiar acordos políticos firmados durante a campanha de 2002. "José Dirceu comandava de fato o esquema ilícito que resultou no escândalo do mensalão", diz Gurgel. "Sabia da cooptação dos políticos para a composição de base parlamentar de apoio ao governo, sabia que a base estava sendo formada à custa do pagamento de vantagens indevidas e, acima de tudo, de onde vinha o dinheiro que era usado para pagamento aos parlamentares."
Se as provas da corrupção forem julgadas frágeis pelos ministros do STF, Dirceu poderia ainda ser condenado por formação de quadrilha. Mas a pena seria baixa e Dirceu não chegaria a ser preso. 
F.M. e F.R. no Estadão


Mendigo, esmolas e Deus

As pessoas que dão esmolas, imaginando serem recompensados por Deus, deveriam refletir e responder: 

Se mendigos tivessem importância para Deus, estariam nesta situação?

O casamento e definições absolutamente corretas

[...] que as mulheres absolutamente corretas, consideram politicamente erradas


"O diabo coloca o homem em cima da mulher no começo, para depois colocar a mulher em cima do homem" (provérbio da Córsega).

"Existem três tipos de homem que não compreendem as mulheres: os velhos, os jovens, e os que estão entre estas duas idades" (provérbio irlandês).

"O casamento não é uma loteria, porque na loteria sempre existem vencedores" (G. Bernard Shaw).

"O amor é como a sopa: as primeiras colheres são desagradáveis porque queimam, e as últimas são horríveis porque estão sempre muito frias" (Jeanne Moreau).

"O amor é cego, mas o casamento faz com que possamos recuperar a visão" (provérbio alemão).

"A teoria da relatividade é o seguinte: uma hora perto de uma mulher bonita parece durar um minuto. Um minuto perto de uma mulher feia, parece durar uma hora" (Albert Eistein).

"Jamais faça amor sábado à noite, porque o domingo vai chegar, e você não saberá como ocupar seu tempo" (Sacha Guitry).

"Os homens se casam porque estão cansados de procurar. As mulheres se casam porque tem medo de continuar procurando. Ambos terminam tristes com o resultado" (Oscar Wilde).

"As mulheres terminam vivendo sempre mais que os homens - sobretudo quando elas ficam viúvas" (Clemenceau)

"As mulheres dividem nosso prazer, dobram nossa inquietação, e triplicam nossas despesas" (Oscar Wilde).

"O divórcio é uma doença contagiosa, cujos primeiros sintomas surgem no dia de nosso casamento" (Elisabeth Taylor).

"O casamento é o único tipo de prisão perpétua cuja sentença só pode ser suspensa por má conduta" (de novo, Oscar Wilde).