Folha exalta transposição do Velho Chico

Reportagem especial do jornalista Fabiano Maisonnave. hoje domingo 11/03 no jornal Folha de São Paulo, exalta os impactos positivos da obra, apenas hum ano depois da inauguração. Segundo Maisonnave, por enquanto hum milhão de nordestinos estão sendo beneficiados diretamente pelas águas da transposição. Iniciada por Lula e executada na sua grande maioria na gestão da presidenta Dilma Rousseff (PT), na reporcagem não há nenhuma referência a Lula e Dilma. 

Bem disse Veríssimo: "As vezes a única coisa verdadeira num jornal é a data".

Não demora e será publicada outra reportagem especial dando a paternidade da obra ao candidato da Globo, Alckmin, Maia, Meirelles?...

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Desembraguinhos do trf4 antecipam data da execução de Lula

Os três (03) desembargadores do trf4 - Tribunal Regional Federal da 4ª região -, João Pedro Gebran, Leandro Paulsen e Victor Laus, anteciparam para manha do dia 26/03, a sessão que votará os embargos infringentes apresentados pela defesa do ex-presidente Lula. A aposta é que todos embargos serão rejeitados por unanimidade - que surpresa -. Com isso a prisão poderá ser decretada no mesmo dia.

Enquanto isso Sérgio Moro sinaliza que o dinheiro arrecado pelo triplex que era de Lula, para condena-lo, poderá ir parar nas contas da OAS. 

Samba de loiro doido? 

Não!

Samba de canalhas da quadrilha de Curitiba.

: <p>Desembargadores Gebran, Paulsen e Santos Laus - da esquerda para direita</p>
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Bom dia

Que a alegria, a paz e o amor te acompanhe por todo este dia. E, se por acaso, algo ficar difícil, complicado, feche os olhos e se liga ao Céu. Fale com quem escuta até mesmo o teu silêncio.



Literatura e sapiência

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Bom domingo

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Primeiro encontro do Tinder, por Tom T. Cardoso


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- Olá, tudo bem? Senta aí Walkíria.
- Tudo bem, obrigada.
- Que cara é essa, zangada?
- Não. Só tenho esta cara.
- Tô parecido com a foto?
- Tá sim.
- Você tá estranha.
- Primeiro encontro do Tinder. 
– Não, você tá sem graça. O que foi?

– Tá bom, vou falar.
– Fala. 
– Tanto lugar legal na Vila Madá e você marca aqui na Mercearia São Pedro?
– Porra, a Merça é minha segunda casa.
– Humm.
– Relaxa. Você vai gostar daqui.
– Já achei estranho o cara colocar a gente no meio da mesa dos outros.
– Você tá num bar, Walkíria.
– Sei. Só por que é bar tem que ficar amontoado? É um rolo de papel higiênico ali na prateleira?
– É, tem um mercadinho dentro do bar.
– Que nojo. Comer olhando isso. Como é o esquema aqui? Comanda?
– Não, normal. Só chamar o garçom. Tá com fome?
– Sim. Tem espetinho de frango?
– Não. 
– E Temaki?
– Walkíria, isso aqui é um bar.
– Nada a ver. No The End lá da Vila Olímpia tem. E é bar.
– Relaxa, mulher. Vamos pedir um sanduíche de pernil?
– É nosso primeiro encontro e você vai pedir isso? Romântico você, hein. Aliás, você podia fazer a barba.
– Hehe, eu curto barba.
– Só tem homem de barba aqui. Tá parecendo passeata do PT.
– Você é tucana?
– Eu sou qualquer coisa, menos esse lixo do PT. Por que? Não vai me dizer que você é comunista?
– Deixa de ser ridícula, mina. Quem falou que petista precisa ser comunista?
– Ahhhh!!!! Voce é petista! Eu sabia! Eu sabia!
– Sim, com muito orgulho.
– Ah, era só o que me faltava, Comer sanduíche de pernil e com um petista. Bem que minha prima falou que o Tinder era roubada.
– Roubada é você. Sua cafona! 
– Seu comunista!
– Vaza, mina. Vai comer seu espetinho de frango lá na Vila Olímpia!
– Vai cagar, comunista! E não esquece de levar o papel higiênico.


Tom T. Cardoso - escritor e jornalista carioca, reside em São Paulo

Crônica dominical


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Bilhete a um candidato
Olhe aqui Rubem Braga. Para ser eleito vereador eu preciso de apenas  três mil (3.000) votos. Só lá no Jockey Clube, entre tratadores dos animais, jóqueis, zeladores, demais empregados e sócios eu tenho uns  trezentos (300) certos. Lá na hípica, mais uns cem (100). Pessoal do meu clube, o Fluminense, calculando por baixo, sendo pessimista uns seiscentos (600). Só aí estão mil (1.000), garantidos.
Entre colegas de turma e de repartição contei, seguros, duzentos; vamos dizer, cem. Naquela fábrica da Gávea, você sabe, eu estou com tudo na mão, porque tenho apoio por baixo e por cima, inclusive dos comunas; pelo menos oitocentos votos certos, mas vamos dizer, quatrocentos. Já são mil e quinhentos.
“Em Vila Isabel minha sogra é uma potência, porque essas coisas de igreja e caridade tudo lá é com ela. Quer saber de uma coisa? Só na Vila eu já tenho a eleição garantida, mas vamos botar: quinhentos. Aí já estão, contando miseravelmente, mas mi-se-ra-vel-men-te, dois mil. Agora você calcule: Tuizinho no Méier, sabe que ele é médico dos pobres, é um sujeito que se quisesse entrar na política acabava senador só com o voto da zona norte; e é todo meu, batata, cem por cento, vai me dar pelo menos mil votos. Você veja, poxa, eu estou eleito sem contar mais nada, sem falar no pessoal do cais do porto, nem postalistas, nem professoras primárias, que só aí, só de professoras, vai ser um xuá, você sabe que minha mãe e minha tia são diretoras de grupo. Agora bote choferes, garçons, a turma do clube de xadrez e a colônia pernambucana como é que é!
“E o Centro Filatelista? Sabe quantos filatelistas tem só no Rio de Janeiro? Mais de quatro mil! E nesse setor não tem graça, o papai aqui está sozinho! É como diz o Gonçalves: sou o candidato do olho-de-boi!
“E fora disso, quanta coisa! Diretor de centro espírita, tenho dois. E o eleitorado independente? E não falei do meu bairro, poxa, não falei de Copacabana, você precisa ver como ela em casa, o telefone não pára de tocar, todo mundo pedindo cédula, cédula, até sujeitos que eu não vejo há mais de dez anos. E a turma da Equitativa? O Fernandão garante que só lá tenho pelo menos trezentos votos. E o Resseguro, e o reduto do Goulart em Maria da Graça, o pessoal do fórum… Olhe, meu filho, estou convencido de que fiz uma grande besteira: eu devia ter saído era para deputado!”
Passei uma semana sem ver meu amigo candidato; no dia 30 de setembro, três dias antes das eleições, esbarrei com ele na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, todo vibrante, cercado de amigos; deu-me um abraço formidável e me apresentou ao pessoal: “este aqui émeu, de cabresto!”
Atulhou-me de cédulas.
Meu caro candidato:
Você deve ter notado que na 122ª seção da quinta zona, onde votei, você não teve nenhum voto. Palavra de honra que eu ia votar em você; levei uma cédula no bolso. Mas você estava tão garantido que preferi ajudar outro amigo com meu votinho. Foi o diabo. Tenho a impressão de que os outros eleitores pensaram a mesma coisa, e nessa marcha da apuração, se você chegar a trezentos votos ainda pode se consolar, que muitos outros terão muito menos do que isso. Aliás, quem também estava lá e votou logo depois de mim foi o Gonçalves dos selos.
Sabe uma coisa? Acho que esse negócio de voto secreto no fundo é uma indecência, só serve para ensinar o eleitor a mentir: a eleição é uma grande farsa, pois se o cidadão não pode assumir a responsabilidade de seu próprio voto, de sua opinião pessoal, que porcaria de República é esta?
Vou lhe dizer uma coisa com toda franqueza: foi melhor assim. Melhor para você. Essa nossa Câmara Municipal não era mesmo lugar para um sujeito decente como você. É superdesmoralizada. Pense um pouco e me dará razão. Seu, de cabresto, o Rubem.
Rubem Braga - escritor, considerado um dos melhores cronistas brasileiros. Um talento incomparável.