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Artigo do dia




Em defesa do populismo. Cadê o Steve Banon da esquerda? por Luiz Roque Miranda Cardia
Steve Bannon é de direita. Donald Trump é de direita. O governo dos Estados Unidos continua sendo imperialista, violento e destruidor. Trump promove políticas reacionárias, racistas, xenófobas e etc. A extrema-direita norte-americana, como o que resta da Ku Klux Klan, foi protagonista da eleição do atual presidente. Internacionalmente, Bannon lidera uma fundação chamada “O Movimento” que articula políticos de direita na Europa, e apoia governos de extrema-direita como o do fascista Viktor Orban da Hungria. Dito tudo isso, para evitar ruídos e acusações histéricas, o objetivo deste texto não é discutir a ideologia conservadora, ou a posição à direita no espectro político no qual se encontra Steve Bannon e seu movimento, e muito menos advogar em prol de seu reacionarismo. A questão proposta é sobre o problema das estratégias de formulação, comunicação e organização, de um movimento político que seja capaz de efetivamente disputar o poder e transformar (inclusive para pior) estruturas profundas da economia política nacional e mundial.
O personagem dessa reflexão é Steve Bannon, e não Donald Trump, porque ele é que formula algo muito mais amplo e duradouro que a eleição e administração de Trump. Bannon foi militar nos anos 70 e 80, tendo servido no Pacífico e também no Golfo Pérsico, e chegou a trabalhar no Pentágono, enquanto estudava para obter um mestrado em Estudos de Segurança Nacional na Universidade de Georgetown. De cara, fica evidente que é um sujeito altamente treinado e ligado às questões mais sensíveis de seu Estado nacional. Depois disso, Bannon trabalhou no poderoso banco Goldman Sachs e saiu para criar seu próprio banco de investimento focado na indústria do entretenimento. Nos anos 90 ingressa na indústria cinematográfica como produtor executivo em Hollywood. Assim, fica óbvio que Bannon conhece também, por intensa experiência, os meandros do poder econômico e midiático dos EUA.

2019: 8º Artigo do dia


O mundo paralelo dos bolsopatas [patos] ou a ilusão de termos sidos mais, por Armando Rodrigues Coelho Neto
Há uma lenda no Direito, de que um povo que vivia à beira de uma montanha era periodicamente atacado pelos que viviam no topo da montanha. Os atacantes tinham cavalos e desenvolveram as lanças. Ao chegarem, saqueavam as plantações e violentavam as mulheres. Um belo dia, resolveram entrar num acordo para criar direitos. O primeiro artigo da lei dizia: quem tem cavalos e lanças têm direito às mulheres e plantações.
...
Faltavam poucos dias para a farsa eleitoral de outubro, quando um homem simples que limpava a piscina da casa de um amigo meu disse que iria votar no Coiso por dois motivos. Primeiro, por ser ele um enviado de Deus, de acordo com o pastor de sua igreja. Segundo, por que ele iria livrar o Brasil do comunismo. Ainda que perplexo com a primeira explicação, meu amigo pulou direto para a segunda. O que você sabe sobre comunismo? “É um jeito de política no qual eles tomam tudo da gente”, respondeu o coitado. Inquieto, meu amigo perguntou: e o que você tem para eles tomarem? “Nada”, respondeu o coitado, mas um dia eu quero ter...
Lembro que tempos depois de deixar a presidência, durante uma entrevista a uma emissora da Europa, o ex-presidente Lula foi perguntado sobre as inquietações no Brasil, diante de uma iminente turbulência política. O que está acontecendo?, perguntou a repórter. Lula foi simplório e objetivo na resposta: “O povo quer mais”. Mais tarde, em 2014, já opinando sobre o governo Dilma Roussef, Lula foi além do mais: "O povo quer mais democracia, mais esperança, mais ética, quer continuar sonhando... o povo está mais exigente, o povo quer mais”. Esse comentário associado a fala do peão da piscina ilustram como Lula tinha e tem a capacidade de ler a alma do povo como poucos.
Essa capacidade de ler almas logo foi captada pela elite esquizofrênica brasileira. Certa feita, um grupo de delegados da PF estava reunido num hotel em Brasília. À beira da piscina, regados a uísque 12 anos, tábuas de frios e de queijos, criticavam o Bolsa Família. Para tornar a cena mais surreal, o hotel só aceitava pagamento em espécie, nada de cartões ou cheque. Para tanto, tinha instalado em suas dependências vários caixas eletrônicos e uma casa de câmbio. Tudo isso porque não poderia entrar dinheiro na conta bancária do hotel enrolado com o fisco. O proprietário estaria envolvido em várias falcatruas fiscais e penais. Ao que consta, o hotel foi vendido durante o ano passado para sanar dívidas.
Também naquela cena surrealista um policial maçom disparou um lamento providencial. “O drama, colegas, é que nem um líder como ele (Lula) nós temos. O drama, colegas, é que nem uma bandeira unificadora nós temos. Mas, eles (a esquerda) não perdem por esperar. A batata deles está assando”. Não necessariamente com essas palavras, o tamanho do Lula fora percebido e a batata assando era já então a procura remota de algo ou alguém que um dia encarnasse o atual presidente “eleito”. Na base do aquilo deu nisso, anos mais tarde começou a construção do mundo paralelo daqueles que hoje cerimoniosamente trato por bolsopatas.
Pois bem. O filho do presidente Coiso declarou há pouco para uma emissora de televisão dos Estados Unidos, que o Brasil jamais voltará a ser um país socialista. Depois, o próprio Coiso declarou numa unidade do Exército, no Rio de Janeiro, que o importante foi livrar o Brasil do comunismo. O mundo paralelo dos bolsopatas criou o “fekomunismo”, que é o comunismo fake, comunismo viúva Porcina -  aquela que foi sem nunca ter sido. Tudo de ruim que acontecer ao povo está explicado pelo combate ao comunismo e por culpa do “petê”. Eis o “líder” e a bandeira fake.
O combate ao comunismo fake compreendeu entre outras artimanhas o falso combate à corrupção, a política de terra arrasada - via Farsa Jato com seus atropelos constitucionais, sobretudo o Art. 5º que estabelece direitos e garantias negados ao ex-presidente Lula. Tudo com a conivência do dito supremo e das Forças Armadas que nem nacionalistas são. Passou também pela apologia da revogação do Art. 206 da Constituição, que estabelece o ensino educacional em igualdade de condições, "liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento... pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas,... gratuito" (a tal escola sem partido). Será mesmo que uma escola “Torturador Brilhante Ustra”  seria sem partido?
Criou-se no Brasil uma usina de loucos que tentam impor seu mundo paralelo. Uma parte de fabricantes de fantasmas como as mamadeiras de piroca, outra de predispostos a crer e temer (n)os tais fantasmas. Eclodiram os juízes, procuradores e delegados federais fanáticos e fundamentalistas religiosos. Da terra plana ao Jesus na goiabeira, uma legião de loucos explodiu no país, inclusive um que, por pretensas razões religiosas, supostamente teria tentado esfaquear o presidente Coiso sangue de barata. Até hoje se espalham lendas sobre ameaças que a PF diz investigar em sigilo, que pelo histórico, se forem reais, só podem ser deles contra eles, pois têm perfis doentios e violentos.
Conclusão: jogaram um mufumbu sobre o País, hoje gerido por loucos. Como disse um amigo da PF, há uma loucura com visíveis patologias: da bipolaridade do Coiso à paranoia de seu filho pit bull, vige um espectro doentio em Ernesto Araújo, Olavo de Carvalho, Damaris, Janaina, Joice, Onyx, Queiroz, Alexandre Frota... São dependentes químicos de desprezo e apalpos ao mesmo tempo. Movidos a ódio, sentimento de vingança e de retaliação, eles têm um quê de delírio, de terra prometida, de povo escolhido, providência divina, de compulsividade.
Tudo isso talvez explique o medo do peão da piscina e a cena surreal do hotel em Brasília. Nós humanistas, que circunstancialmente nos imaginávamos sermos quantitativamente mais, nos demos conta tardiamente de que, quem tem as lanças, os cavalos... ou melhor, quem tem a mídia, a polícia, a justiça, o dinheiro e as armas têm direito a tudo o quanto mais...
Armando Rodrigues Coelho Neto - jornalista e advogado, delegado aposentado da Polícia Federal e ex-representante da Interpol em São Paulo
***
P.S: Patas de (psico) e patos (da Fiesp).
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4º Artigo do dia




Assombrações no Itamaraty, por Vinicius Torres Freire no Jornal Folha de São Paulo
Ainda é cedo para dizer que a nova política externa brasileira será ameaça à segurança nacional e à economia. Discursos ideológicos de posse são palavras, nada mais do que palavras, até que se verifique sua influência na prática da política internacional.
Além do mais, não sabemos quem terá voz nas negociações comerciais. Pode ser que o comércio exterior fique sob a alçada ou siga diretrizes do Ministério da Economia. Goste-se ou não do programa econômico do novo governo, nesse caso a conversa faz parte do universo da razão.
Ainda assim, causa consternação e ansiedade que o Itamaraty corra o risco de se integrar ao núcleo “Arquivo X” do novo governo (ao lado de Educação e Direitos Humanos).
Como talvez se recorde, “Arquivo X” era uma série de TV americana dos anos 1990 que contava histórias de dois agentes do FBI dedicados a investigar ETs e fenômenos paranormais, assim como as conspirações do establishment com o objetivo de ocultar essas ocorrências do outro mundo.
Isto posto, seria útil mostrar que “a verdade está lá fora” (mote do “Arquivo X”), dar outra vez exemplos de como as transações comerciais deveriam ser uma preocupação essencial do planejamento da política externa.
Acabam de sair os resultados do comércio exterior em 2018. A China, maior cliente dos produtos brasileiros desde 2013, se tornou ainda mais preponderante: 28% das exportações vão para lá (para os Estados Unidos, vão 12%). Desde o fim do século passado, quase 31% do aumento das vendas externas do Brasil se deveu ao consumo chinês.
Os chineses compram 57% do petróleo bruto brasileiro, 82% da soja em grãos, 54% do minério de ferro, 42% da celulose e 17% das carnes, entre os principais produtos brasileiros de exportação.
Os complexos soja, carnes, veículos, além minério de ferro, celulose e açúcar, fizeram 57% do valor das vendas no ano passado.
Cliente morto não paga, cliente arreliado não volta e, no caso da China, pode ser que, no limite, um atrito sério os leve a montar loja para novos amigos (bancar plantações e exploração de petróleo em outra parte). De mais concreto, o país pode perder dinheiro chinês ávido por financiar a nossa infraestrutura mambembe.
O Oriente Médio, na maior parte muçulmano, é outro freguês que pode ser insultado por essa ameaça inédita de maus modos na diplomacia brasileira e decisões equivocadas quanto ao conflito entre Israel e Palestina.
Leva apenas 4% das exportações brasileiras. Mas compra 20% das carnes que vendemos lá fora e 22% dos açúcares. Além do problema em si que é ficar sem voz e moral diante do imenso mundo islâmico, perder negócios nesses setores provoca um estrago que vai das plantações de grãos e cana às indústrias processadoras e fornecedoras do setor, um encadeamento econômico muito sério.
A União Europeia é, por definição, internacionalista, quando não globalista, ambientalista e, de quebra, centro e origem da tradição ocidental. Leva 17,6% do valor das exportações brasileiras.
É muito, mesmo com seus protecionismos, que terá mais desculpas ou motivos para continuar a existir caso o Brasil avacalhe instituições multilaterais de cooperação, achincalhe acordos climáticos e dê outros tiros no pé ou na cabeça, como arrasar o ambiente ou baixar a guarda da vigilância sanitária de suas criações.
Retórica jacu e bizarra não paga as nossas contas externas, mas pode ter troco, o de atrair conflitos exóticos para cá.
PS. Não sei se Vinícius sabia, mas o senhor Araújo, segundo o Estadão publicou em novembro, numa palestra ele (Araújo), depois de exibir um slide no qual dois discos voadores apareciam junto ao prédio da ONU, “passou a especular que seria importante discutir seriamente a “exodiplomacia” (diplomacia entre seres de diferentes planetas)“. Depois, disse que foi uma “típica blague diplomática, uma brincadeira para descontrair a plateia”. Deve ter sido: o chefe Olavo diz que esta história de ET é um golpe do globalismo. A nossa “exodiplomacia” cega é um problema bem terrestre.
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1º Artigo do dia - ano 2019


acordo nacional

2018: o ano que deu bosta, por Sérgio Saraiva

A zero hora de hoje (01/01/2019) encerrou-se o grande acordo nacional [?]... "com supremo com tudo". A frase síntese de Romero Jucá (Pmdb/RR) para o Golpe de 2016.



Uma marcha da insensatez que teve início logo após o final da eleição presidencial de 2014, com a suspeitíssima insubordinação do PSDB aos resultados das urnas, e que levou ao pior resultado possível: o perde-perde.
Não há ganhadores. Há perdedores menores e maiores. Mas todos perdedores.
PT: o Grande e pequeno perdedor

O PT perdeu. Foi vítima de um movimento de demonização levado a efeito pelo poder econômico, pela mídia e pelo Judiciário. Suas maiores perdas foram ter seu grande líder preso e a presidente eleita derrubada em um golpe. Eleitoralmente, no entanto, ele é um pequeno perdedor. Levou seu candidato ao segundo turno das eleições pela quinta eleição consecutiva e de lá saiu com 48 milhões de votos. Não ganhou a eleição. Tinha a maior bancada de deputados em 2014 - 69 deputados – tem a maior bancada de deputados em 2018 – 56 deputados – perdeu 13 cadeiras na Câmara Federal. Elegeu cinco governadores em 2014 e quatro em 2018. Perdeu Minas Gerais. No entanto, é o partido com maior número de governadores.
O personagem Lula – é um mártir. Ninguém sério o acusa ser corrupto. Basta ler seus detratores na grande imprensa – os que ainda têm veleidades de ter o nome de alguma maneira respeitado – o máximo que afirmam é que foi "condenado por corrupção". Não é um mero jogo de palavras obviamente. A vigília Lula Livre está lá, há quase um ano, nas portas na Polícia Federal de Curitiba para lembrar que ele ainda é o maior político vivo do Brasil. Fato único na nossa história política. Mas Lula é um homem de 73 anos confinado a uma solitária gourmet. Enquanto se mantiver forte e firme, será, paradoxalmente, a reserva moral da política brasileira. Enquanto se mantiver forte e firme...
PSDB – o grande perdedor

CCCLXV Artigo do dia


O laranja do Trump, seus laranjas e os ladrões da polícia federal, por Armando Rodrigues Coelho Neto

Eis, pois, o clã do Coiso e seus asseclas, se asseclas forem, se honestos ou bandidos forem. A justiça se justiça for o dirá. Se eu fosse um matuto da roça, provavelmente estaria escrevendo sobre as agruras do sertão nordestino e as perspectivas de vida do agricultor da região onde nasci. Mas, sou um matuto da cidade, um ser urbano, nascido e criado no Recife, de onde, após superar conflitos emocionais, sociais  e políticos, fui me aventurar na Polícia Federal. Para quem sonhou ser trapezista, fui feliz no Globo da Morte, corda bamba e em minhas estripulias como policial. É isso que me inspira.
Foi na corregedoria da Polícia Federal que conheci o GAMA, uma sigla criada para designar um grupo de policiais bandidos que lá atuava. GAMA significava Grupo de Assalto a Mão Armada. Sim, havia dentro da PF um grupo de policiais que assaltavam a mão armada. Uns foram apanhados, outros não havia provas, mas havia convicção e acabaram demitidos por motivos outros. A testosterona da Farsa Jato não funcionava, não existia domínio do fato e só rolava o preto no branco, por que a Constituição era respeitada.
Ainda estava viva a memória da ditadura: nem delegado nem procurador inventavam nada, não faziam festinha para a imprensa. Ninguém discutia decisão do dito supremo em cadeia nacional de televisão. Tudo isso, vejam bem, pouco depois dos tempos em que o servidor podia ser tudo, até ladrão e ou corrupto, menos comunista, esquerda - esse conjunto de ideias que até hoje não foram bem absorvidas na instituição. Por exemplo, eu que nada ou pouco li sobre isso, sei que o Brasil nunca foi comunista nem socialista. Mas, até o outro filho do Coiso que trabalhou na PF via comunista embaixo da cama.

Gilberto Dimenstein: A Folha assume que é de esquerda. Os bolsonaros tem razão

Trabalhei na Folha de 1985 até 2015, onde fui diretor da redação de Brasília e do conselho editorial. Conversava quase que diariamente com o dono do jornal – o “seu Frias”.
Sempre tive uma suspeita, mas nunca compartilhei ninguém. Nunca tive coragem.
Suspeitava que a família Frias era de esquerda, até simpática ao PT e até do comunismo.
Só acordei mesmo neste ano diante da afirmação da família Bolsonaro de que o jornal deveria ser chamado de “Foice de São Paulo”.


Mas confesso que apenas hoje, neste domingo, me convenci, ao ler o editorial “A Agenda Retomada”– o jornal escancarou de vez o que sempre manteve em segredo.

A “Foice de São Paulo” – agora assumo esse apelido – teve o desplante da defender as mais tradicionais teses da esquerda. Defendeu a privatização, redução de subsídios às empresas, a reforma trabalhista aprovada por Temer, o texto de gastos públicos, atacou o aumento aos funcionários públicos.Mais grave: defendeu a reforma da previdência. Vejam só como esse trecho do editorial revela o esquerdismo do jornal.

Desse fio de meada deveria principiar o esforço reformista da administração que toma posse nesta terça (1º). Desatar o nó do sistema de aposentadorias, cujos parâmetros estão em franco desacordo com o rápido envelhecimento da população, assume a condição de prioridade incontrastável num cotejo judicioso das tarefas à frente.

Não se trata apenas de equilibrar as contas, sem o que o peso do conjunto das pensões sobre as gerações trabalhadoras do futuro vai se tornar insuportável.

Cumpre, sobretudo, adotar o princípio republicano da isonomia: todos, trabalhem no setor público ou na iniciativa privada, deveriam se submeter ao mesmo regime de contribuição e benefícios.

Fiquei ainda mais convencido de que a imprensa está mesmo nas mãos de comunistas, ao perceber, estarrecido, que O Globo, Estadão e Veja também defendem ideias muito semelhantes

Vida que segue...

CCCLXIX Artigo do dia


Anos perdidos, por Tereza Cruvinel no Jornal do Brasil, hoje 30 de dezembro de 2018
O ano que se finda ainda será muito revisitado para ser compreendido. Nele, constatamos que o fundo do poço pode sempre ser mais escavado. A autoflagelação destrutiva iniciada em 2013, e os desatinos dos anos seguintes, resultaram na opção eleitoral pelo projeto extremista que começa a ser implantado com a posse de Bolsonaro.
E com isso começa o ciclo político que substituirá o da Nova República, iniciado em janeiro de 1985 com a eleição de Tancredo Neves e coroado com a Constituinte, legado que o Brasil e suas elites não souberam aprimorar. Não se pode falar de 2018 sem olhar também para os cinco anos anteriores.
Em 2013, nossas elites políticas não entenderam as manifestações “contra tudo e todos”, especialmente o PT, que governava, e o PSDB, maior força de oposição. Partiram para o confronto eleitoral sangrento em 2014, com a nascente Lava Jato adubando a polarização. No futuro, alcançou outros partidos mas naquela hora, só demonizou o PT. Dilma errou na campanha, omitindo o verdadeiro estado da economia e das contas públicas. Liderado por Aécio Neves, o PSDB não errou menos. Não aceitou a derrota, embarcou na sabotagem ao governo e jurou que Dilma não governaria.

Luis Nassif: xadrez do inacreditável mundos dos bolsonaros

1ª peça - Os núcleos do poder
Conforme já descrevemos em outros Xadrez, há quatro grupos iniciais de poder do futuro governo Bolsonaro.
  1. A corte familiar, englobando os três filhos, mais os ministros ideológicos.
  2. A núcleo militar, ocupando a infraestrutura e monitorando as ações de Bolsonaro, corrigindo cada declaração estapafúrdia.
  3. Paulo Guedes e seus chicagos boys.
  4. Correndo por fora, Sérgio Moro tentando fincar uma torre fora do alcance de Bolsonaro.

2ª Peça – sobre a a família Bolsonaro

Trata-se de um jogo de fácil previsão:
  1. Bolsonaro, o Jair, é emocionalmente frágil, intelectual e socialmente dependente dos filhos.
  2. Os filhos têm a agressividade dos toscos. Não se trata meramente de grossura. Grosso por grosso, ACM era, assim como Gilmar Mendes e outros personagens da política, mas que sabem utilizar a grossura como recurso político. Os Bolsonaro são grossos de graça, primários, valentões de rede social.
  3. Agora, as revelações do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) comprovam que a família compartilha hábitos comuns ao baixo clero político, de receber mesadas e dinheiro de fontes desconhecidas. Não têm escrúpulos, mas também não têm a sofisticação para as grandes tacadas.
  4. O caso COAF foi apenas um aperitivo. A rapidez com que Carlos Bolsonaro e o futuro governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, correram a anunciar negócios milionários com Israel, na área de segurança, mostra um apetite e uma imprudência que atropelam qualquer noção de autopreservação.
  5. Há pistas que surgiram ao longo dos últimos tempos, mostrando ligações dos Bolsonaro com policiais ligados a milícias. Pode ser que sejam apenas apoiadores da família. Mas, com a total falta de noção dos irmãos, e com dinheiro brotando nas contas dos seguranças, reforçam as suspeitas de seu envolvimento com as milícias.
  6. A maneira como reagiram às denúncias demonstra falta de malícia a toda prova. Indagado sobre o dinheiro recebido pelo segurança, Carlos Bolsonaro limitou-se a responder que ele é de sua estrita confiança e não há nada que o desabone. Claro que é de sua estrita confiança! Como o contador de Al Capone era de sua estrita confiança. Só faltava terceirizar operações dessa natureza para alguém que não merecesse sua confiança.
  7. Indagado sobre o tema, Onyx Lorenzoni, o porta-voz político, limitou-se a perguntar “onde estava a COAF” nos escândalos petistas. Recorreu ao álibi universal – de se defender mencionando o PT -, sem saber que a COAF foi peça central no rastreamento do dinheiro pela Lava Jato.
  8. O pai Jair teve comportamento pior. Depois de segurar a taça do campeonato do Palmeira com total desenvoltura, alegou recomendação médica para fugir do primeiro evento público após a divulgação da denúncia. Bateu em retirada mesmo.
Tem-se aí, portanto, um quadro de ampla vulnerabilidade para a governabilidade do futuro governo.

3ª Peça – a esperteza de Sérgio Moro

Bem que Moro poderia dizer: meus corruptos são menos corruptos, por Armando Coelho Neto

- Acho que seria melhor ele dizer: nos meus corruptos de estimação ninguém mete a mão. Até que eu decida. Eu tenho a força. Eu sou a Lei! -


O direito penal protege valores de caráter ético social. Ele pune condutas socialmente reprováveis e não necessariamente valores patrimoniais. Desse modo, corrupção não é só dinheiro. Quem não respeita a autoridade máxima do país e divulga ilegalmente conversas de uma mandatária da Nação, não está desrespeitando pessoa, mas sim a instituição Presidência da República. Quem destitui alguém de um cargo público ilegalmente não respeita o Estado de Direito, a democracia. Como não é hora de puxar a capivara do Sejumoro, basta lembrar que condutas erráticas previstas como crime são práticas corruptivas - não existe quase gravidez.
Corta!
No auge do discurso vazio do que deram de chamar elite do atraso, era muito comum dizer que a corrupção passou dos limites. Sempre fiquei intrigado com essa assertiva, pois nunca entendi bem qual era o limite da corrupção. Seria a corrupção praticada pelos militares durante a ditadura instaurada em 1964? Seria a corrupção dos tucanos sempre abafada, nunca ou mal investigada pelas Macabéas do Ministério Público e na Polícia Federal? Talvez o limite passe a ser a corrupção seletiva e consensual do perdão, no melhor estilo Sejumoro.
Admito que a recíproca possa ser verdadeira. Mas, é estranho viver num país de moral elástica ou simplesmente amoral que tem como referência Sejumoro, com aquele perfil lá de cima – e como grande protagonista da execração ilegal e pública do ex-presidente Lula da Silva. Um país no qual um juizeco rasga a lei, rompe a cultura jurídica trabalhando em causa própria não é sério. Se há tribunal sério neste país há aparente crime de prevaricação a ser apurado. A dita Corte Suprema – acuada/ameaçada vai pensar nisso? Há dúvidas se se sente traída por Sejumoro ou se o ajudou a chegar lá.

Incendiários e Bombeiros, por Fernando Horta


Resultado de imagem para fio da navalha

Durante a Guerra Fria, havia um cuidado tremendo com a política externa. Dado que o mundo andava no “fio da navalha”, segundo as narrativas da época, cada palavra e cada ato diplomático geravam reações em cadeia. O termo que se usava era “escalada nuclear”. Pequenas ofensas, pequenos conflitos ou mal-entendidos poderiam desencadear uma reação não querida por nenhum dos lados envolvidos, e que não poderia ser contida. Talvez algumas pessoas não saibam, mas o mundo hoje tem MAIS armamento nuclear e meios de uso, do que na guerra fria. E o Brasil, com a monarquia Bolsonaro, se tornou incendiário no sistema internacional ... O prognóstico não é bom.
A História mostra hoje que uma das maiores razões para o racha entre a União Soviética de Stalin e a Iugoslávia comunista do General Tito era a postura incendiária deste último. Tito buscava autonomia, não apenas econômica, mas também política, se afastando da URSS. Acontece que sua visão de “Revolução” de Tito era muito mais pragmática que a de Stalin. Tito agiu na defesa dos comunistas gregos, em seu levante, logo após o fim da segunda guerra. Stalin tinha empenhado a palavra com Churchill de que não atacaria os interesses do Ocidente. Tito trabalhou para desestabilizar toda a região dos Bálcãs, que levou à famosa “Doutrina Truman”, e o fez por cima das ordens de Stalin. As fontes atuais mostram que, na impossibilidade de conter o ânimo de Tito e com o medo de uma escalada nuclear, Stalin foi se afastando do líder iugoslavo a ponto de o ter como “inimigo”.

Janio de Freitas: Moro num pais tropical


A torrente de acusações judiciais que, de repente, voltou a cair sobre Lula, Dilma Rousseff e até Fernando Haddad —em contraste com o presente antecipado de libertação do delator Antonio Palocci— até agora não teve êxito algum em sua função extrajudicial. Não fez parecer que a continuidade de acusações nega a finalidade, nas anteriores à eleição, de impedir a candidatura de Lula e sua previsível vitória.
O próprio beneficiário do efeito extrajudicial, Sergio Moro, facilitou o fracasso. Ao renegar a afirmação de que jamais se tornaria político, e incorporar-se ao governo que ajudou a eleger, mais do que desmoralizou o seu passado de juiz —como disse que aconteceria, se passasse à política. Tornou mais desprezível a imagem do futuro governo e do país exposta a cada dia pela imprensa mundial.
Voltamos a ser um país com algumas originalidades musicais, carnavalescas, geográficas, mas um país atrasado de um povo atrasado. E não há o que responder.
Onde, no mundo não atrasado, um juiz faria dezenas de conduções coercitivas ilegais, prisões como coação ilegal a depoentes, gravações ilegais de acusados, parentes e advogados, divulgação ilegal dessas gravações, excesso ilegal de duração de prisões, e sua impunidade permanecesse acobertada por conivência ou medo das instâncias judiciais superiores? Condutas próprias de ditadura, mas em regime de Constituição democrática.
No mundo não atrasado, inexiste o país onde um juiz pusesse na cadeia o líder da disputa eleitoral e provável futuro presidente, e deixasse a magistratura para ser ministro do eleito por ausência do favorito.
O juiz italiano da Mãos Limpas tornou-se político, mas sua decisão se deu um ano e meio depois de deixar a magistratura. Moro repôs o Brasil na liderança do chamado subdesenvolvimento tropical, condição em que a Justiça se iguala à moradia, à saúde, à educação, e outros bens de luxo.
A corrupção financeira tem equivalentes em outras formas de corrupção. A corrupção política, com transação de cargos ou postos no Legislativo, por exemplo. A corrupção sexual, a corrupção do poder das leis por interesses políticos ou materiais. Combater uma das formas não gera a inocência automática em outras.
 A maneira mesma de combater a corrupção pode ser corrupção imaterial. Ao falar dessa variedade de antiética e imoralidades, no Brasil fala-se até do Supremo Tribunal Federal. A transação do seu presidente, Dias Toffoli, e do ministro Luiz Fux com Michel Temer, para um aumento em que os primeiros e maiores beneficiários são os ministros do STF, ajusta-se bem a diversos itens daquela variedade.
Sergio Moro é dado como futura nomeação de Bolsonaro para o Supremo. Muito compreensível.
***
Corrupção? No judiciário e no ministério público brasileiro é o que mais tem
No país que criminoso de toga é pego roubando e premiado com aposentadoria, o crime compensa.
Vida que segue...

Artigo do dia


Fernando Brito: 
Embora tragicamente óbvio, é para pensar o texto do alemão Philipp Lichterbeck, que viveu até recentemente no Brasil e escreve na agência estatal de notícias da Alemanha, a Deutsche Welle. Em que estamos nos tornando, sob os “hospícios” da mídia, da elite dirigente, e de interesses políticos e de uma casta jurídica – bacharéis idiotas, intelectuais de concurso –  que, para derrubar uma sequência de governos progressistas, nos fazem viver o paradoxo de termos um estadista na cadeia e um imbecil no poder.
A inteligência tornou-se um crime nestas terras, enquanto durar o tempo do orgulho de ser burro.
***
Brasil, um país do passado. por Philipp Lichterberk na DW Brasil
É sabido que viajar educa o indivíduo, fazendo com que alguém contemple algo de perspectivas diferentes. Quem deixa o Brasil nos dias de hoje deve se preocupar. O país está caminhando rumo ao passado.
No Brasil, pode ser que isso seja algo menos perceptível, porque as pessoas estão expostas ao moinho cotidiano de informações. Mas, de fora, estas formam um mosaico assustador. Atualmente, estou em viagem pelo Caribe – e o Brasil que se vê a partir daqui é de dar medo.
Na história, já houve momentos frequentes de regresso. Jared Diamond os descreve bem em seu livro Colapso: Como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso. Motivos que contribuem para o fracasso são, entre outros, destruição do meio ambiente, negação de fatos, fanatismo religioso. Assim como nos tempos da Inquisição, quando o conhecimento em si já era suficiente para tornar alguém suspeito de blasfêmia.

Artigo do dia


Doutores, é vergonha ou crime de responsabilidade? 
Aumento salarial é casado com auxílio-moradia
O ministro Luiz Fux acabou ontem com o auxílio-moradia numa decisão simultânea à sanção do presidente Michel Temer ao aumento dos salários dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Vergonha é a palavra educada para descrever uma confissão explícita de fisiologia política. Depois de manter durante por cerca de quatro anos uma liminar que permitia a farra do auxílio-moradia para todos os integrantes da magistratura e do Ministério Pública, Fux entendeu que o benefício não fazia mais sentido após o reajuste de 16,35% que será dado aos ministros do STF e que vai ter efeito cascata sobre as contas públicas.
Mais: o benefício só parará de ser pago quando o contracheque engordar com o aumento arrancado dos cofres públicos.
Fux e o presidente do STF, Dias Toffoli, fizeram acordo com Temer e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Um integrante do meio jurídico de Brasília avalia que um entendimento desse tipo é crime de responsabilidade. É algo que vai além da tradicional troca de favores. É mais do que é dando que se recebe praticado com frequência em Brasília.
No ano que vem, o salário dos ministros do STF subirá de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil. Magistrados e integrantes do MP se preparam para obter a mesma vantagem. Em troca desse mimo num momento de grave crise fiscal, Fux determinou o fim do auxílio-moradia de R$ 4,3 mil.
O Brasil não é mesmo para amadores. Lobbies corporativos profissionais abocanham fatias do orçamento público sem o menor pudor.  Defendem privilégios num momento econômico em que as contas públicas estão arrebentadas. Os mais pobres, mais uma vez, pagarão a conta.
Esse exemplo clássico de patrimonialismo que aconteceu ontem em Brasília é uma forma de corrupção, doutores.
Kennedy Alencar
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Artigo do dia


Xadrez de como a mídia e stf não entenderam bulhufas, por Luis Nassif

Peça 1 - as surpresas com a eleição de Bolsonaro

Na reunião de jornalistas econômicos, para uma premiação, a reiteração de discursos de resistência ante as ameaças contra a liberdade de imprensa. Todos unidos, finalmente, em defesa das liberdades democráticas contra as ameaças totalitárias.
Na minha fala, dei-lhes as boas vindas nessa chegada ao Estado de Exceção. Agora, o jornalismo independente não vai se sentir tão isolado assim.
Nos últimos anos, grande média, Procuradoria Geral da República, Supremo Tribunal Federal, Conselho Nacional de Justiça dividiram os direitos individuais em três grupos. Os de baixo, que nunca tiveram direitos; os de cima, com as prerrogativas previstas em lei. No meio, os inimigos, dentre os quais o jornalismo independente que lhes fazia o contraponto.
Sucessivos presidentes do STF criaram conselhos no CNJ em defesa da liberdade de imprensa exclusivamente dos grupos jornalísticos. Nenhuma ação contra o trabalho diuturno de ataques à imprensa independente, na forma de processos judiciais, de critérios ideológicos para a publicidade pública. Pelo contrário, os blogs se tornaram um território maldito. em um pacto tácito cômodo: só são consideradas notícias as que provêm da velha média, mesmo que na outra ponta estivessem jornalistas premiados. Com isso conseguiu-se varrer para baixo do tapete as notícias incômodas, o contraponto, incluindo todas as arbitrariedades e suspeitas levantadas em relação à Lava Jato e ao desmonte gradativo da democracia. Os |inimigos| na verdade foram, durante bom tempo, a única força na trincheira de defesa da democracia.
Agora, no Supremo Tribunal Federal, pipocam declarações tardias de fé nos direitos individuais, na defesa da liberdade de pensamento, da autonomia universitária, comportando-se como a infantaria da linha Maginot, cavando buraco depois que os alemães já tinham entrado em território francês.
Agora, em todos os cantos do país institucional, a falsa surpresa, a decepção com o fato do país ter sido entregue de mão beijada a Jair Bolsonaro e sua troupe, com todos os riscos implícitos e explícitos aos princípios básicos de civilização.
Os dois atores principais que forneceram a base para a bestialização da opinião pública - grande mídia e cúpula do Judiciário - , são o maior exemplo do subdesenvolvimento institucional brasileiro.
A mídia sem a menor noção da sua própria influência, dos desdobramentos de campanhas de ódio sobre a opinião pública, dos riscos da perda de controle e da destruição dos instrumentos democráticos. O STF - especialmente Ministros mediáticos como Luís Roberto Barroso - sem nenhuma noção dos reflexos de suas decisões e atitudes sobre a democracia, o significado da meia virgindade com que tratou a Constituição, comportamento típico das oligarquias jurídicas latino-americanas.
Veja bem, não se está falando de um trabalho intencional contra a democracia. Ambos os poderes - média e Supremo - só se realizam plenamente em ambiente de perfeita democracia. Fala-se de uma ignorância rotunda, uma incapacidade ciclópica de prever consequências óbvias de seus atos e de suas omissões. Ambos serão personagens principais de um futuro Manual do Perfeito Idiota Constitucionalista Latino-Americano, as instituições que levaram Bolsonaro ao poder, que agora as ameaça.

Peça 2 - os alicerces da democracia

Artigo do dia

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Os dois golpes de 2018, por Mauro Santayana
O primeiro golpe do ano está planejado para, em 24 de janeiro, tirar Lula da eleição presidencial. O segundo, em consequência, será a deliberada entrega do país ao fascismo pela “justiça” brasileira
Revista do Brasil
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) anunciou o dia 24 de janeiro como data para a apresentação do resultado do julgamento dos recursos impetrados pela defesa de Lula contra a sua condenação no caso do tríplex do Guarujá. Lula foi condenado, kafkianamente, por ter supostamente “recebido” R$ 3,7 milhões na forma de um apartamento que nunca foi dele – a propriedade está em nome de um fundo gerido pela Caixa Econômica Federal – e de obras nesse apartamento. Segundo seus acusadores, seriam “recursos oriundos” de propinas da Petrobras, quando todo mundo sabe, incluídos os funcionários da empresa, que ele nunca se envolveu diretamente com a gestão da companhia.
Em qualquer lugar do planeta, ninguém poderia ser condenado por ter recebido algo que nunca foi seu.
No país arbitrário, hipócrita e surreal em que estamos vivendo, com o descarado uso político da “justiça” por grupelhos partidários de juízes de primeira instância e procuradores do Ministério Público, isso não é apenas possível, como a parte mais poderosa da mídia endossa e aplaude tal absurdo como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Apenas para efeito de comparação, a mesma “justiça” que se adianta para condenar Lula em segunda instância, no tempo recorde de seis meses, com objetivo de impedir que ele concorra à presidência da República, em uma eleição em que é franco favorito, levou 12 anos para julgar um ex-governador tucano – Eduardo Azeredo, também ex-presidente do PSDB – em primeira instância e mais dois para julgá-lo na segunda, sem confirmar sua prisão e reduzindo, no final, a sua pena.
Mas para uma imprensa que se diz isenta e afirma defender o direito e a liberdade, isso também não vem ao caso e é a coisa mais comum do mundo.
Tivessem um mínimo de pudor, aqueles que querem condenar Lula esperariam outro, entre os muitos processos que estão sendo movidos contra ele, que tivesse um mínimo de provas ou verossimilhança.
Mas isso exigiria, diante de seu constante crescimento nas pesquisas, um precioso tempo.
A mesma justiça que quer homologar a condenação de Lula em tempo recorde, nega à sua defesa o acesso a supostas provas contra ele.
Mas para certa imprensa que se diz isenta e afirma defender o direito e a liberdade, isso também não vem ao caso e é merecedor, apenas, de se fazer cara de paisagem e também a coisa mais banal do mundo.
O povo brasileiro tem o direito de escolher, sem interferência de quem quer que seja, o candidato –qualquer que seja ele – que mais lhe aprouver nas próximas eleições. E de ver subir a rampa do Palácio do Planalto aquele que tiver mais votos.
Há dois golpes em andamento para 2018.
O primeiro, já anunciado, será dado, diante do mundo inteiro, no dia 24 de janeiro: impedir – com uma condenação furada, feita com base em delação premiada e em uma armação jurídica – que o principal candidato concorra às eleições. Isso equivale a um golpe de Estado aqui como em qualquer lugar do globo. É interferir descarada e diretamente na história de um país que conta com a quinta população e o quinto maior território do planeta, como se isso aqui fosse uma República de Banana. (Ou melhor dizendo, alô, alô, sociedade civil organizada; alô, alô, defensores do Estado de Direito e da Democracia: de “bananas”.)
Uma coisa leva à outra.
O segundo golpe – depois não adianta dizer que a cigana não avisou – também já está sobejamente anunciado.
Ele também é filho torto da “justiça” e tão hediondo e temerário quanto o primeiro. E equivalerá a promover, historicamente, a deliberada, assumida e desavergonhada entrega do país ao fascismo, pela “justiça” brasileira – tente-se ou não tapar o sol com a peneira, caso se confirme a decisão já claramente sinalizada por juízes, desembargadores, e até mesmo ministros da Suprema Corte. E não me venham disfarçar ou mascarar isso com especulações fantasiosas ou a edificação de improváveis e imponderáveis, oníricas, quimeras eleitorais – no dia 30 de outubro de 2018.
da Rede Brasil Atual  
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