Mostrando postagens com marcador Fome. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Fome. Mostrar todas as postagens

Não gosto de imagens apelativas, mas esta me faz pensar:

Aonde chegamos? 
Que mundo é este?
Poucos com tanto, Muitos com tão pouco...com nada.
Não faz diferença se é no Brasil, na África, na Europa. É no nosso planeta, o único lugar que conhecemos que podemos sobreviver! 
E não respeitamos nem os nossos pares!
Somos a grande maioria subjugada pelo poder destes poucos.
Algo tem que mudar. 
Não pode continuar assim.

Se fosse uma imagem engraçada

[...] uma uma foto de mulher pelada, todo mundo compartilhava
mas, como é algo que envergonha a humanidade...

Fome

[...] e Energia

Por Jean Marc Sasson*, colunista do Ambiente Energia – Em meu segundo artigo, escreverei sobre dois temas importantes no mundo atual: fome e energia. Aparentemente, seriam dois temas sem qualquer relação. Mas não são.
Em tempo de votação do Código Florestal cujo relatório é tão criticado, esta análise que farei entre agricultura, alimentos, geração de energia e fontes de energia limpas é de grande importância.
Um dos pontos polêmicos da reforma do Código Florestal é se deve manter a Reserva Legal, incluindo nos cômputo destas áreas de APP e excluindo áreas que seriam agricultáveis. Segundo os ruralistas, estaríamos realizando um desfavor ao setor que mais contribui à balança comercial brasileira, aquele cujas exportações são o carro-chefe do Brasil.
De fato, o Brasil, um país continental de clima tropical, permite o cultivo de diversas culturas, entre elas a cana-de-açúcar, soja, milho, mamona, cacau entre outras. Estas culturas servem de matéria-prima para os biocombustíveis, gerando o etanol – proveniente da cana-de-açúcar – e o biodiesel – proveniente de plantas e gordura animal. Continua>>>

Eles querem produzir fome

Como todo produto orgânico, os gastos são mais elevados, mas a procura é intensa. Praticamente toda a produção é exportada, principalmente para a Europa e para os Estados Unidos, onde os consumidores podem pagar mais caro por um gênero de qualidade, internacionalmente certificado. Desde 1994, a demanda tem aumentado 20% ao ano, o que mantém o mercado aquecido.
O Brasil ainda não tem tradição de consumir a soja orgânica (e nem mesmo a soja convencional). O consumidor típico é aquele de poder aquisitivo médio e alto, que se preocupa com a saúde e com o meio ambiente." Idem
"A soja orgânica ainda não é uma commodity, pois não segue as normas de comercialização da Bolsa de Chicago. Por se tratar de um produto com valor agregado e possuir uma boa demanda, seu preço tem se mantido em uma média de até 50% maior que o da soja convencional, o que gera bons resultados aos produtores, apesar do custo de produção ser cerca de 10% maior quando comparado ao cultivo tradicional." Cisoja 
A feroz oposição do verdismo ao novo Código Florestal brasileiro é apenas parte do problema. As mesmas estratégias e táticas utilizadas neste caso são reproduzidas em todo o mundo quando abordam o conservacionismo em oposição à produção agrícola. Portanto, a situação é muito mais grave. Caso eles obtenham êxito, o que não é totalmente impossível visto a cumplicidade dos políticos, somente os economicamente favorecidos sobreviverão. Continua>>>

Fome e Energia



 – Em meu segundo artigo, escreverei sobre dois temas importantes no mundo atual: fome e energia. Aparentemente, seriam dois temas sem qualquer relação. Mas não são.

Em tempo de votação do Código Florestal cujo relatório é tão criticado, esta análise que farei entre agricultura, alimentos, geração de energia e fontes de energia limpas é de grande importância.
Um dos pontos polêmicos da reforma do Código Florestal é se deve manter a Reserva Legal, incluindo nos cômputo destas áreas de APP e excluindo áreas que seriam agricultáveis. Segundo os ruralistas, estaríamos realizando um desfavor ao setor que mais contribui à balança comercial brasileira, aquele cujas exportações são o carro-chefe do Brasil.
De fato, o Brasil, um país continental de clima tropical, permite o cultivo de diversas culturas, entre elas a cana-de-açúcar, soja, milho, mamona, cacau entre outras. Estas culturas servem de matéria-prima para os biocombustíveis, gerando o etanol – proveniente da cana-de-açúcar – e o biodiesel – proveniente de plantas e gordura animal.
O biocombustível é uma fonte de energia renovável e teoricamente limpa. O exemplo da cana-de-açúcar explica o porquê do etanol ser considerado um combustível limpo. Apesar de emitir gases de efeito estufa na sua combustão, seqüestra gás carbônico no seu cultivo, isto é, na prática a emissão e o seqüestro se equivalem. O ciclo de vida do etanol possui lançamento zero de gases de efeito sstufa. Assim, em comparação aos combustíveis fósseis que não são renováveis e contribuem para o aquecimento global, os biocombustíveis aparecem como parte da solução.
Visando a independência dos combustíveis fósseis e de seus preços voláteis, bem como o incremento ao mercado brasileiro de combustíveis, em 2005 foi promulgada a Lei nº 11.097. Ela se preocupou com os efeitos econômicos, sociais e ambientais. Vejam só! Está presente o triple botton line da sustentabilidade.  Tem a vertente econômica porque seu preço é mais barato que o da gasolina (com exceção do período entressafras), social na medida em que favorece a produção familiar ao isentar em 100% de PIS e Confins caso proveniente de agricultura familiar do Norte ou Nordeste contra apenas 32% se não oriundo de cultivo familiar, e ambiental, por óbvio, pelos motivos supracitados.
Estabeleceu, ainda, que a ANP seria responsável pela implementação da Política Nacional de petróleo, gás natural e, agora, dos biocombustíveis e pela fiscalização e aplicação de sanções das atividades neste setor. Autorizou a inserção de biocombustíveis no diesel na proporção de 2% do diesel até 2008, 5% até 2013 e hoje já se pensa em 20%, mas com a certeza de podermos evoluir muito mais, tendo em vista que nos Estados Unidos os automóveis movidos com 100% de biodiesel têm apresentado rendimentos surpreendentes.
Hoje este setor está consolidado e muito se celebra a vocação dos biocombustíveis. Tanto é, que até mesmo os Estados Unidos, considerados a segunda força deste setor logo atrás de nós, estão considerando a possibilidade de importar nossos biocombustíveis, além de enviarem técnicos americanos para verificarem e aprender com a produção brasileira.
Deixando de lado os benefícios ambientais e econômicos, deve ser ressaltado um dos grandes problemas sociais que os bicombustíveis provocam.  Questiona-se se a utilização destes vegetais para a produção de energia seria o ideal em detrimento da produção de alimentos e a erradicação da fome. Esta última, aliás, tem sido uma das principais bandeiras levantas pelos governos petistas de Lula e Dilma.
Ao permitir que leguminosas sejam fontes de matéria-prima dos biocombustíveis, milhões de brasileiros que estão abaixo da linha de pobreza deixarão de ser alimentados. E não apenas os brasileiros. A cada década a população mundial cresce exponencialmente demandando cada vez mais por alimentos. Caberia deixar de produzir alimentos, bem tão básico da vida humana, para produzir energia? Ou ainda, valeria ter o preço dos alimentos majorados a favor do barateamento dos combustíveis?
Relatório da O.N.U. divulgado em 2007 chamou a atenção para este fato. Segundo o relatório, “Os biocombustíveis líquidos podem ameaçar a disponibilidade de suprimentos de comida adequados ao desviar terra e outros recursos de produção das plantações para alimento”. “Muitas plantações hoje usadas como fonte de biocombustível requerem terra agricultável de alta qualidade uso significativo de fertilizantes, pesticidas e água.” Contudo, este documento de 64 páginas, reconhece que “sistemas de bioenergia modernos bem projetados podem de fato aumentar a produção local de comida”. Se o combustível ficar significativamente mais barato, a cadeia de produção e distribuição de alimentos também pode baratear o produto final.
Outro problema, a produção de monoculturas, como a soja no Mato Grosso, tem contribuído para o avanço da fronteira agrícola na Amazônia. A custa de desmatamento, as monoculturas rumam em direção à região Amazônica, o que prejudicaria o benefício ambiental do combustível. Para a produção de cana-de-açúcar, milhares de hectares da Mata Atlântica foram suprimidos. Do que adianta ser um combustível limpo se ao mesmo tempo provoca o desmatamento de milhares de árvores?
Diante deste cenário, urge uma maior atuação do IBAMA cuja maior atribuição é exercer o poder de polícia ambiental, fiscalizando se há ocorrência de desmatamento para a plantação destas monoculturas. Ao governo serve o exemplo da Europa que em 2008 através de lei comunitária, determinou que é proibido a produção de bicombustível em  florestas, áreas pantanosas, reservas
naturais ou áreas de extrema biodiversidade, além de forneceram incentivos fiscais para sua produção.

É verdade que o Programa Proálcool incentivou a produção a partir da cana-de-açúcar. Mas é necessário estender e criar outros programas federais a outras culturas. Já há um tímido incentivo à produção da mamona no Nordeste e na Caatinga como um todo, do dendê no Norte e Amazônia e da soja no Cerrado, Sul e Sudeste. Contudo, o conhecimento sobre o cultivo destas leguminosas é pequeno e o investimento em tecnologia está longe do ideal. A exploração de muitas delas, hoje, é economicamente inviável. Faz-se imperativo, assim, o investimento em pesquisas para o descobrimento de novas fontes de biocombustíveis baratas e competitivas.
A energia, sem dúvida, é fundamental para o progresso da humanidade. Já dizia Lavoisier que na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Não há transformação sem energia.  Mas antes de querer a transformação é necessária a sobrevivência. E para isso é necessário o acesso a alimentos a preços razoáveis.
Portanto, cultive os alimentos. Alimente esta ideia. Esse é o principal combustível da humanidade.
* Jean Marc Sasson é advogado com especialização em gestão ambiental pela COPPE/UFRJ. O colunista também é editor do blog Verdejando (www.verdejeando.blogspot.com)

Open Source Ecology

Combatendo a fome com máquinas open source
 Em uma visita à Etiópia em 2009, eu conversei com um cidadão que me contou que o problema não era tanto a disponibilidade de terras cultiváveis, mas a inexistência de máquinas que permitissem produzir produtivamente.
 Marcin Jakubowski, um expatriado polonês vivendo no Missouri, pode ter uma solução para este problema: máquinas open source.
 Jakubowski é o fundador da Open Source Ecology, um consórcio dedicado à idéia de que sustentabilidade não deve implicar em sacrifícios à qualidade de vida. A rede de fazendeiros e engenheiros que Jakubowski conseguiu organizar está construindo o que poderia ser descrito como o lego da agricultura, um conjunto de máquinas industriais conhecidas como Kit de Construção da Vila Global ("Global Village Construction Set", ou GVCS)
 O GVCS é uma coleção de 50 máquinas feitas para trabalhar umas com as outras, e atender às necessidades de vilas ao redor do mundo, usando apenas materiais e ferramentas disponíveis localmente.
 De fato, algumas das ferramentas no GVCS têm como objetivo manter e fabricar outras ferramentas, como por exemplo a impressora 3D.
 Há até mesmo um extrator de alumínio de argila, e um kit de compressão de blocos de terra para fabricação de tijolos.
 Nem todas as máquinas no conjunto estão completas, embora existam protótipos.
 O que é mais importante, todos os dispositivos na coleção têm especificações livres. À medida em que mais dispositivos forem construídos, bugs são resolvido, e as especificações aprimoradas.
 Eu ouvi falar do projeto de Jakuwski em um video recente do Ted Talks, embora o projeto esteja sendo desenvolvido desde 2003.
 Ao ver a apresentação de Jakubowski, fiquei impressionado sobre como a simples noção de hardware open source poderia extender os benefícios do Software Livre para soluções que podem melhorar vidas de maneira ainda mais fundamentais. O Software Livre pode trazer conhecimento e educação, mas o hardware livre pode ajudar a alimentar e dar abrigo.
 Como em qualquer projeto, existem desafios que a comunidade Open Source Ecology precisa resolver. Mas o esforço colaborativo que eles fizeram até agora é realmente impressionante, e vale ser visto por seus compatriotas na comunidade do Software Livre.
por Foo

A fome financeirizada

A financeirização da fome
Nos últimos 30 anos, a desregulamentação e a liberalização da finança quebraram as barreiras impostas pelas reformas dos anos 30 do século passado, criaram os supermercados financeiros e promoveram a securitização dos créditos. No vendaval das reformas neo-liberais, os governos abandonaram as políticas de estabilização de preços baseadas na formação e operação de estoques reguladores (ainda que os países desenvolvidos tivessem mantidos os subsídios a seus agricultores) e submeteram os mercados de commodities, instáveis por sua própria natureza, ao capricho e à sanha especulativa dos mercados futuros. O artigo é de Luiz Gonzaga Belluzzo, especial para a Carta Maior.
Depois do crash de 1929, o Glass-Steagal Act proibiu o envolvimento direto dos bancos comerciais em operações nos mercados de capitais, mercados imobiliários e na especulação nos mercados de alta volatilidade, como é o caso das commodities. Nos últimos 30 anos, a desregulamentação e a liberalização da finança quebraram as barreiras impostas pelas reformas dos anos 30 do século passado, criaram os supermercados financeiros e promoveram a securitização dos créditos. Na verdade, as inovações financeiras alteraram as relações entre bancos de depósito, bancos de investimento e outras instituições financeiras que se aproximaram das funções cumpridas pelos bancos comerciais. Ao mesmo tempo, estes passaram a executar funções próprias dos bancos de investimento, ao criar os SIVS (Special Investment Vehicles) para carregar os papéis lastreados nas operações de crédito, não só os hipotecários.
Entre outras consequências, as transformações impulsionaram a securitização dos créditos, estimularam a “alavancagem” (palavra horrível) abusiva - ou seja, a utilização do crédito barato para sustentar a posse de ativos em desproporção perigosa com o capital próprio. Na maioria dos casos, antes da crise, a relação era de 30 para 1. Não espanta que tais procedimentos da alta finança tenham promovido o inchaço das operações com derivativos nos mercados futuros de juros, câmbio, matérias-primas e alimentos. No vendaval das reformas neo-liberais, os governos abandonaram as políticas de estabilização de preços baseadas na formação e operação de estoques reguladores (ainda que os países desenvolvidos tivessem mantidos os subsídios a seus agricultores) e submeteram os mercados de commodities, instáveis por sua própria natureza, ao capricho e à sanha especulativa dos mercados futuros.
O Federal Reserve o Tesouro americano deixaram correr farra da alavancagem e o festival da multiplicação de securities lastreadas em empréstimos hipotecários. Essa música tambem embalava a especulação altista com estoques de matérias-primas e alimentos, cuja oferta responde lentamente a um aumento de preços. Às vésperas da crise de 2007-2008, os principais índices de preços das commodities mostravam uma aceleração impressionante.
Nos últimos anos, com o auxílio inestimável dos trabalhadores chineses e do Banco Central da China, a rápida queda de preços do produtos manufaturados ajudou os bancos centrais dos paíse desenvolvidos conseguiram manter a inflação sob controle. Mas o “sucesso” das políticas de metas de inflação não impediu, senão incitou a recorrência de ciclos exuberantes de valorização dos ativos. A concorrência entre os possuidores de riqueza, associada ao crédito elástico e à crença nas intervenções de última instância dos bancos centrais, estimularam o surgimento de episódios especulativos.
O colapso do Lehman Brothers em setembro de 2008, cozido e fervido nos temperos e pruridos ideológicos de Paulson e Bernanke, interrompeu o ciclo de inflação de ativos. Os preços das commodities, aí incluído o petróleo, despencaram. Nesse momento, a corrida dos investidores para a “qualidade” suscitou a valorização do dólar e provocou surtos de desvalorização nas moedas dos países produtores de commodities, sem qualquer efeito sobre a inflação nos emergentes. Isto porque o choque da desvalorização foi compensado pelo colapso dos preços dos produtos básicos.
A vacilada deflagrou as vendas de securities nos fundos mútuos e de hedge administrados por bancos de investimento que financiavam a posse desses ativos tomando recursos nos mercados monetários atacadistas (semelhantes aos fundos DI de curtro prazo no Brasil). As aplicações nesses mercados sustentavam posições alavancadas em ativos originados nos empréstimos hipotecários e outras operações de crédito securitizadas.
A clientela cuidou de retirar os depósitos das instituições menores para concentrar o rico dinheirinho nos títulos do governo americano, vistos com derradeiro refúgio da riqueza líquida das empresas e das famílias endinheiradas. Diante do encolhimento da confiança, os bancos tornaram mais rigorosos os critérios de concessão do crédito no mercado interbancário e, assim, fizeram periclitar instituições ilíquidas, mas solventes. Em situações como a aquela, passar da iliquidez à insolvência é um passo.
Mas, os bancos centrais e as autoridades do Tesouro - imprudentes e cúmplices da especulação - não poderiam deixar a vaca ir para o brejo. Foram compelidos a intervir na cadeia de interrelações entre as instituições para domar a mula sem cabeça dos mercados infectados pela desconfiança. Deixar o bicho à solta seria grave irresponsabilidade. Nos países centrais, a crise de liquidez transformou-se numa crise de crédito, depois transfigurada num festival de insolvências, contida pela intervenção generosa das autoridades
As generosas injeções de liquidez e os programas de compra de ativos podres não fizeram pouco. Ademais de construir um piso para a deflação de ativos, as intervenções suscitaram um movimento global no interior da circulação financeira. Os movimentos observados no interior da circulação financeira, em si mesmos, não prometem à economia global uma saída rápida da trajetória medíocre, mas indicam que os mercados de ativos começam a se restabelecer da derrocada de 2008.
Trata-se, na verdade de um rearranjo dentro do estoque de riqueza que responde aos preços esperados dos ativos, por parte dos investidores que lograram vencer o colapso da liquidez. Salvos das perdas e capturados os benefícios oferecidos pelas autoridades, os investidores eles se mobilizam para a realocação de carteiras. Esse movimento favoreceu a forte recuperação as bolsas, a valorização das moedas dos emergentes e o “aquecimento” dos mercados de commodities. O dólar devolve a valorização observada nos primeiros meses de crise e com isso ajuda a explosão dos preços das matérias-primas e alimentos.
Semanas atrás, escreví no jornal Valor que, em sua coluna no New York Times, Paul Krugman jogou a responsabilidade do aumento de preços às condições climáticas. Sem dúvida, as secas e enchentes em áreas de excelência na produção de alimentos desempenham um papel importante na contração da oferta de muitos produtos, dentre ele o trigo, o nosso pão de cada dia. Krugman, no entanto, rejeitou as hipóteses que, além dos fatores climáticos e do aumento da demanda de alimentos e de outras matérias primas nos emergentes, apontavam a expansão da liquidez global e suas taxas de juro ínfimas que botam fogo na especulação com as mercadorias transfiguradas em ativos. Krugman, assustado com os falcões da austeridade fiscal e monetária que rondam sinistramente a convalescente economia americana, chuta para escanteio a hipótese das “distorções” causadas pelas políticas anticíclicas e pelos derivativos na volatilidade e na elevação dos preços.
Os adversários da crítica ao papel dos derivativos afirmam que os operadores financeiros não intervêm diretamente nos “ativos subjacentes” negociados nos mercados a termo, ou seja, nos mercados físicos de matéria primas. Sustentam que o volume de transações nos mercados a termo é muito superior àquele transacionado nos mercados à vista, com fracas interações entre eles.
O economista Michel Aglietta argumenta que essa visão parte de uma interpretação errônea da transmissão do movimento de preços entre os mercados de derivativos de matérias-primas e os mercados “físicos”. O ponto de vista dos defensores da escassez tem alguns elos fracos: 1) a estrutura de mercado dos produtos agrícolas é fortemente concentrada, governada por monopólios e monopsônios com enorme poder de administrar preços e quantidades. Portanto, se um mercado está em “desequilíbrio” por conta de um choque de oferta, o movimento inicial é amplificado pela formação de posições à termo “compradas” pelos caçadores de tendências. A transmissão para os mercados á vista é efetuada através das grandes empresas que tratam de acumular estoques tão logo antecipam a alta de preços deflagrada nos mercados a termo.
O G 20 se reúne em Paris assombrado pelo espectro da estagflação, fenômeno que os economistas e policy makers imaginavam ter sepultado no início dos anos 80 do século passado, sob o peso das taxas de juros de Paul Volker. O presidente Sarkozy propõe um arranjo internacional, com formação de estoques reguladores administrados por produtores e consumidores para estabilizar os preços das commodities.
Seria conveniente lembra que, na posteridade da 2ª Guerra Mundial Keynes sugeriu a constituição de um comitê internacional encarregado de estabilizar os preços das matérias primas e alimentos. Esse comitê, composto por países produtores e consumidores, teria o apoio da Clearing Union, o sistema público de financiamento dos desequilíbrios dos balanços de pagamentos, envolvendo responsabilidades dos países deficitários e superavitários. Nada mais atual.

Fome

“Sei que você, caro leitor, não me conhece. Pois permita que me apresente.

Moro onde olho nenhum me alcança, no ermo das entranhas. Sou ferida exposta que não se vê. Sou espaço baldio entre o esôfago e o duodeno.

Trago das origens uma certa vocação para a tragédia. Não deve ser por outra razão que venho do grego: ‘stómachos’.

Às vezes, invejo o coração que, quando sofre, é de amor. Eu, pobre tripa flagelada, jamais tive tempo para sentimentos abstratos. Perdoe-me o pragmatismo estomacal.

Só tenho apreço pelo concreto: o feijão, o arroz, a carne... Meu projeto de vida sempre foi arranjar comida.

Pois bem, os dados do IBGE, cuja exposição o signatário do blogterceirizou a mim, revelam o seguinte:

Nada menos que 65,6 milhões de brasileiros não se alimentam adequadamente. O número é de 2009. Mas conserva-se atual.

Desse total, 11,2 milhões de patrícios enfrentam o que o IBGE apelida de ‘insegurança alimentar grave’. Eu prefiro chamar pelo nome: fome.

Outros 14,3 milhões de brasileiros arrostam, no dizer do IBGE, ‘insegurança alimentar moderada’.

São catalogadas assim as pessoas que admitiram: em algum momento dos três meses que antecederam a pesquisa, faltou-lhes dinheiro para a comida. Fome.

No mais, há 40,1 milhões de cidadãos em situação de ‘insegurança alimentar leve’. Admitem que, ocasionalmente, o dinheiro não chega à mesa.

Conheço a realidade das estatísticas de perto. Às vezes, caro leitor, reduzido à minha condição de tripa, cobiço a cabeça.

Quisera me fosse dado revisitar glórias passadas ou, melhor ainda, idealizar um futuro promissor. Quisera não tivesse que dançar ao ritmo da emergência.

Meu mundo cabe no intervalo entre uma refeição e outra. Meu relógio, caprichoso, só tem tempo para certas horas: a hora do café, a hora do almoço, a hora do jantar...

Sem comida, meu relógio ficou louco. Passou a anunciar a chegada de cada novo segundo aos gritos.

Nunca tive grandes ambições. Não quero dormir com aquela personagem fogosa que a Maitê Proença representa em Passione. Tampouco almejo a Sena acumulada.

Só queria a solidariedade de um grão escorregando faringe abaixo. Ardem-me as paredes, bombardeadas por jatos de suco gástrico.

Noutro dia, ouvi a Dilma dizer na TV que sua prioridade é acabar com a miséria. Não sei se conseguirei esperar.

Já não me queixo. A privação de alimentos me proporcionou um encontro com a paz. Sim, encontrei a paz na melancolia da fome.

Atingi outra esfera da existência. Estou prestes a trocar o inferno da mesa vazia pelo paraíso da inexistência física.

Temente a Deus, sei que Ele não se atreverá a pôr em meu céu um novo lote de promessas. Não, não.

Meu céu há de ser uma cozinha como a dos brasileiros afortunados, tão farta que me propicie uma fome de rico, dessas que a gente resolve abrindo a geladeira".

- Siga o blog no twitter.
por Josias de Souza 

Como sempre - G-8 PROMETE, MAS NÃO CUMPRE!

Trechos do artigo de Jeffrey Sachs, diretor do Instituto Terra, Universidade de Columbia 
        
1. De todas as promessas feitas pelo G-8, a mais importante foi aquela feita aos países mais pobres do mundo na Cimeira de Gleneagles, na Escócia, em 2005. Prometeram que este ano aumentariam em US$ 50 bilhões a ajuda anual ao desenvolvimento, em comparação com 2004. Metade desse aumento, US$ 25 bilhões anuais, seria dedicado à África. O G-8 está muito longe dessa meta. A ajuda total foi aumentada em US$ 40 bilhões, em vez de 50 bilhões, e a ajuda à África cresceu entre 10 e 15 bilhões ao ano, no lugar de 25 bilhões. Se medido corretamente a diferença é ainda maior, porque as promessas deveriam ter sido ajustadas a inflação.
            
2. Se estes compromissos fossem atualizados em termos reais, a ajuda total deveria ter aumentado para US$ 60 bilhões, e a parcela destinada a África ao redor de 30 bilhões. Na verdade, o G-8 cumpriu somente metade de sua promessa para a África. A maior parte do aumento global da ajuda do G-8 foi destinada para o Iraque e para o Afeganistão, e não para África.
            
3. Prometeu no ano passado combater a fome através do aporte de US$ 22 bilhões, mas não fez a contribuição. Comprometeram-se a combater a mudança climática com US$ 30 bilhões, mas nada foi entregue até agora.

L3R ? 3NT40 CL1K N0 4NÚNC10 QU3 T3 1NT3R3SS4 ! 4GR4D3Ç0 !

Lula - Campeão Mundial na Luta contra a Fome


O presidente Lula a autoridades africanas que seu governo fez "milagre nos últimos anos". 
Para exemplificar, ele citou o crescimento da classe média no País. 
"Foi a capacidade de consumo dos pobres que fez a economia brasileira resistir à crise dos países ricos. As classes D e E do Norte e Nordeste consumiram mais que a A e B das regiões Sul e Sudeste. Os pobres foram à luta, compraram o que não podiam", disse Lula. 
"É a multiplicação dos pães. É um dos milagres que aconteceram no País", ressaltou. 
"Os pobres viraram classe média, passaram a comprar em shopping centers."
O presidente afirmou ainda que é necessário que os países ricos continuem ajudando as nações africanas e pediu que o próximo presidente da República mantenha as atuais relações com o continente. 
"Eu espero que o próximo governo continue pensando nessa trajetória", disse. 
"Espero que outros presidentes viajem mais do que eu para que possam descobrir o potencial que existe em nossas relações."
O presidente disse que, na política, os candidatos sempre prometem mudar a vida dos pobres, mas que, após a eleição, são os ricos que têm acesso às decisões. 
"Na hora de governar, o pobre sai da agenda e entra o rico", afirmou. 
O presidente reforçou ainda que não se pode esperar que sobre dinheiro do orçamento para investir no combate à fome. 
"O combate à pobreza só será vencido se houver prioridade na política orçamentária de cada país".
O discurso foi feito durante abertura de um encontro em Brasília entre ministros da Agricultura de países africanos e o governo brasileiro, organizado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). 
Lula destacou ainda a importância do desenvolvimento da agricultura africana e a importância de o Brasil e outros países investirem no continente. Lula foi condecorado, durante o evento, como o "Campeão Mundial na Luta contra a Fome".

Pobres fortaleceram economia brasileira, diz Lula ao receber prêmio da ONU por combate à fome


Após receber o prêmio da ONU “Campeão do Mundo na Batalha Contra a Fome”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que foi o consumo das classes menos favorecidas um dos responsáveis pelo fortalecimento da economia nacional, que se descolou do cenário internacional e sofreu menos com os efeitos da crise econômica mundial.
“A classes D e E do Norte e do Nordeste consumiram mais que as classes A e B do Sul e Sudeste, ou seja, os pobres foram à luta para comprar. (…) O que nós fizemos foi garantir um pouquinho para muita gente. E os pobres, que antes ficavam à margem, viraram gente de classe média e compraram coisas que só parte da classe media podia comprar”, destacou o presidente, durante a abertura da reunião Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar.
Mais uma vez, o presidente frisou que a soberania de uma nação só se conquista com a independência alimentar e que não se arrepende de ter alocado dinheiro aos mais pobres porque os programas assistenciais, na visão dele, não desestimulam os cidadãos a trabalhar, mas lhe dão força para trilhar suas vidas.
“Quem tem fome não pensa. A dor de estômago é maior do que muita gente imagina. E pessoa que têm fome não viram guerreiro, viram pedinte. A fome não faz guerreiro, faz o ser humano subserviente, humilhado e sem força para brigar contra seus algozes”, exemplificou.

Realidade

O pernambucano Josué de Castro foi um escritor e diplomata que em 1964 teve os direitos políticos cassados pela ditadura. Em 1946, ele escreveu uma obra fantástica intitulada Geografia da Fome, que deveria ser lida por todos os mauricinhos que enchem a boca para falar em "mercado". Segundo Josué de Castro, querer justificar a fome como "fenômeno natural e inevitável não passa de uma técnica de mistificação para ocultar as suas causas que foram, no passado, o tipo de colonização imposto à maioria dos povos do mundo. E, no presente, o neocolonialismo a que se submetem os países subdesenvolvidos".

Fome



Meus Amigos, que isto não chegue até nós como uma surpresa,mas sim uma realidade eles vivem à nossa volta, no nosso bairro hoje, podemos modificar isto com orações, prestando sempre auxilio aos que dele necessitam.