Mostrando postagens com marcador Petrobrás. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Petrobrás. Mostrar todas as postagens

O que norteou o leilão do Campo de Libra

O que norteou o projeto foi a percepção de que as riquezas do pré-sal se constituíam em um risco ou uma oportunidade para o país.
Risco se o país se deixasse contentar apenas com a receita petrolífera.
A oportunidade consistiria em utilizar o pré-sal para desenvolver a indústria nacional e criar uma competência interna no mercado de águas profundas; e para gerar recursos para áreas centrais de cidadania, como a educação.
***
Para atingir esses objetivos, foram criados diversos mecanismos:
1.     O sistema de partilha, pela qual o Estado participará diretamente da receita auferida com a exploração dos poços.
2.     A criação de uma empresa à parte, a Pré-Sal Petróleo, para administrar os contratos de partilha e receber a parcela da União, seguindo o modelo norueguês.
3.     Percentuais de conteúdo nacional na construção das plataformas.
4.     A operação sendo exclusivamente da Petrobras, para garantir o pleno domínio sobre as informações e sobre a produção.
5.     A garantia legal de que a maior parte da receita dos campos licitados será aplicada em educação.
O que norteia as críticas 
Do mercado, partiram as críticas de que as restrições afastariam os grandes players internacionais, reduzindo a competição e os lances pagos. Para se obter o lance máximo, teria que se abrir mão de todos os princípios originais. Para se manter os princípios originais, teve que se abrir mão de um pagamento maior.
Portanto, foi uma questão de escolha.
Os concorrentes – Petrobras, Shell, Total, CNPC e CNOOC – juntaram-se em um único consórcio e deram o lance mínimo, oferecendo 41,67% à União. Outros 40% do capital são da Petrobras. Tecnicamente, 81,67% do petróleo extraído ficarão com o país.
***
Houve críticas e interpretações algo desconexas. De um lado julgou-se que a preponderância de empresas chinesas marcariauma nova postura geopolítica nacional. Falso! As razões foram puramente comerciais.
Na outra ponta, a interpretação de que, sendo empresas estatais, o estado chinês poderia atropelar contratos com o Brasil. Conspiração por conspiração, os Estados Unidos já montaram diversas operações no Oriente Médio para defender suas petrolíferas.
Onde está o problema?
A operação será toda da Petrobras. Os sócios entraram apenas com capital. Havia dificuldade da Petrobras se endividar mais, para assumir sozinha a operação. Mas a própria Pré-Sal Petróleo poderia ser capitalizada, entrando como investidora.
Este ano, a União enfrenta restrições fiscais momentâneas. Superadas, a exploração de Libra poderia ter sido exclusivamente da Petrobras.
Serão 35 anos de exploração do campo. Internamente, na Petrobras, admite-se que as reservas poderão ser superiores aos 8 a 12 bilhões de barris anunciados.
Nas últimas três eleições, a Petrobras foi o mais eficaz argumento brandido pelo PT. A ponto de, em 2006, o candidato Geraldo Alckmin ter se fantasiado com camiseta de estatais para deter os boatos de que privatizaria as empresas.
Em 2014, o governo terá que encontrar outro discurso.

Parafraseando Eduardo Guimarães

Estão dizendo que Dilma/Lula/PT estão doando, presenteando as petroleiras com o Campo de Libra. 
Repsol acaba de esnobar o presente.
Outras grandes petroleiras também esnobaram, o presente. 
Poderiam os que são contra o leilão me explicar o por que dessa esnobação?

Sei não, mas tem alguma coisa fora do lugar...

Sempre por trás de guerras patrocinadas pelo EUA para se apossar de petroleo de outros países, estão as petroleiras.

Aqui, agora no Brasil, estamos doando a maior reserva de petróleo do mundo e elas não aceitam.

Estranho, muito estranho.

Esse comportamento atípico delas, teria a ver com a China estar receptiva a receber o "presente"?...

Chora tucanalhada


Tô achando super pitoresco ver os setores mais anti-nacionalistas, mais lacaios e entreguistas ficarem aí posando de defensores do interesse nacional. Gente irresponsável, que arruinou com o nosso país, que levou o Brasil à falência, que nos endividou e que se desfez de todo o patrimônio público construído pelo povo brasileiro ao longo de décadas e décadas de suor e trabalho, agora se diz preocupada com o futuro do Brasil. hahahaha

Mais pitoresco ainda é ver setores da esquerda serem arrastados por essa enxurrada de mentira e desinformação.

O leilão de Libra, diferentemente da pouca-vergonha tucana que fhc aprontou no passado, não representa perda nenhuma de patrimônio nacional.

Uma comparação básica: por obra do desmonte do Estado brasileiro operado por fhc, com a PRIVATARIA da Vale do Rio Doce, hoje a China compra o minério de ferro brasileiro a US$ 140/150 a tonelada. E vende trilhos ao país a US$ 850 a toneladas, para abastecer um plano de expansão da malha ferroviária de 10 mil km, até 2020.

Ou seja, aquela escolha irresponsável e mal-intencionada lá atrás nos causa hoje um prejuízo enorme. Lá atrás, os tucanalhas não se preocuparam com o futuro do Brasil. E hoje que esse futuro chegou nós ainda estamos pagando as contas daquele desastre.

Com a regra de partilha do pré-sal é absolutamente diferente. O consórcio que deverá ser estabelecido hoje entre Brasil e China promete ser um dos fatos comerciais mais importantes do mundo nesses tempos. Brasil e China unidos na exploração de uma das maiores reservas de petróleo do planeta representa o fortalecimento dos BRICs e um ainda maior isolamento dos Estados Unidos. Quer dizer, é uma costura interessantíssima de uma parceria estratégica alternativa à que os Estados Unidos tentaram nos impor. Sairemos ainda mais robustecidos desse leilão porque, ao invés de nos anularmos perante os interesses do mercado internacional, estabeleceremos parcerias estratégicas, das quais seremos protagonistas.

Chora tucanalha!!!

Mais um ótimo texto de Rafael Patto

Adiar o leilão de Libra pra que?


Pra quando?

Pra depois de 2014, na expectativa de que possa acontecer um retorno da direita ao poder e, assim, esse leilão se realizar num contexto entreguista?

Os ciclos do ouro, do café, do açúcar e da borracha não nos deixaram nada. Esse país viu suas riquezas naturais serem exploradas até se exaurirem e nada foi construído com todo o dinheiro que se produziu por meio dessa exploração. Querem repetir isso com o petróleo? Com o pré-sal?

Sou um leigo em matéria de petróleo, mas tenho um entendimento minimamente suficiente para compreender que esse líquido preto e viscoso é cobiçado por todo o mundo e é de interesse estratégico fundamental para a economia global. Falar das reservas do pré-sal é falar de um dos aspectos top da geopolítica do nosso tempo.

Eu sempre lamentei muito o fato de ser muito jovem e politicamente cru à época da privataria da Vale do Rio Doce. Lamento não ter podido e sabido lutar contra aquele crime que fhc cometeu contra o nosso país e a nossa soberania. Lamento não ter ido às ruas. Lamento. E sempre disse que, se algo parecido com aquilo se repetisse, eu não deixaria de fazer tudo o que naquela oportunidade eu não fiz. Repito, sou leigo em matéria de petróleo, mas as informações que tenho colhido com pessoas que estudam isso há muito tempo, têm me levado a considerar razoável apoiar o leilão marcado para segunda-feira. Além disso, há também a confiança que tenho na minha Presidenta. Conheço a Sra. Dilma Vana Rousseff. Conheço sua trajetória política, sua biografia impoluta. Conheço seu nacionalismo. Uma mulher que lutou contra a ditadura, que militou ao lado de Brizola, que ajudou Lula a elevar o Brasil a um outro patamar na cena mundial, não faria nada que pudesse ser prejudicial aos interesses do nosso país e do nosso povo.

Foi fhc quem acabou com o monopólio da Petrobras na exploração do petróleo nacional. Quem arreganhou as pernas do Brasil foram os tucanos. Lula, com Dilma na Casa Civil, instituiu o regime de partilha, que assegura à nossa Estatal participação em todos os consórcios que se habilitem por meio de processo licitatório. Isso faz muita diferença. Sem falar que uma empresa 100% estatal, a Pré-Sal Petróleo S.A., a PPSA, será criada para representar o governo federal na gestão do contrato, com voto de minerva e poder de veto. Ou seja, não há argumento para fundamentar a tese de que esse leilão fere o interesse nacional ou coloca em xeque nossa soberania. As coisas estão bem amarradas.

Claro que gostaríamos de não precisar atrair parcerias estrangeiras para essa mega empreitada da exploração do pré-sal, mas eu desconheço uma petroleira no mundo que seja capaz de arcar solitariamente com os custos dessa operação gigantesca. (Estamos falando de um dispêndio de aproximadamente 100 bilhões de dólares, em cinco ou seis anos. Quem banca???). A Petrobras precisa dessas parcerias que se formalizarão por meio dos leilões porque o investimento é altíssimo e o retorno não é imediatíssimo. Ou seja, há uma grande descapitalização inicial antes de se auferir os lucros que virão. E como virão... A educação e a saúde públicas do nosso país agradecerão. Quem viver verá.

Rafael Patto
Desde já agradeço a todos que compartilharem a postagem. Obrigado!

Leilão de Libra

O que existe por trás do debate
Envolto em uma série de debates e polêmicas, o leilão do campo de Libra — a maior reserva de petróleo já encontrada no Brasil — pode não ocorrer no clima de tranquilidade e celebração que o governo gostaria.
De um lado, trabalhadores da indústria do petróleo cruzaram os braços na última quinta-feira pedindo a suspensão do leilão, invadiram o Ministério de Minas e Energia, pararam 15 plataformas e agora ameaçam realizar novas manifestações nesta segunda-feira, quando deve ser anunciado o resultado da disputa por Libra.
Do outro, movimentos sociais, apoiados por esses mesmos sindicatos, ex-diretores da Petrobras e alguns acadêmicos tentam barrar o leilão na Justiça, defendendo que ele promoverá “a privatização” de uma das maiores riquezas do país.
No outro extremo do espectro ideológico, alguns analistas e consultores de negócios já defendem a revisão do novo marco regulatório do setor para futuros leilões do pré-sal, argumentando que o atual marco pecaria por excesso de intervencionismo do Estado e de incertezas para os investidores.
Em uma tentativa de evitar tumulto, o governo decidiu convocar o Exército e a Força Nacional de Segurança para o evento em que será anunciado o resultado da disputa, no Windsor Barra Hotel, na Barra da Tijuca.
A presidenta Dilma Rousseff não deve comparecer ao local e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) anunciou que fará plantões para impedir que recursos judiciais bloqueiem o leilão.

Petrobras a 60 anos Acumulando conquistas e desafios

Líder mundial em tecnologia para exploração de petróleo em águas profundas, a empresa tem agora o desafio de estabelecer parcerias para a retirada de óleo em águas ultraprofundas na camada pré-sal.
Matéria-prima básica para vários segmentos da indústria, o petróleo foi a ferramenta usada pelo ex-presidente da República Getúlio Vargas para industrializar o Brasil na década de 1950. A Petrobras teve um papel decisivo na história do país. Não se pode imaginar o Brasil sem uma empresa como essa. Por isso a importância de sempre buscar novas parcerias para o crescimento e valorização do nosso petróleo.
O programa de investimento em empresas de pequeno porte é viável do ponto de vista da engenharia e das demais variáveis envolvidas, como tecnologia, métricas internacionais, conteúdo local e financiabilidade. A empresa está plenamente preparada para transformar os projetos previstos no Plano de Negócios e Gestão 2013 – 2017 em sondas, plataformas, dutos, terminais, refinarias, fábricas de fertilizantes, plantas petroquímicas, usinas biocombustíveis e em centenas de outros empreendimentos de médio e pequeno porte.
Outra iniciativa em curso é a capacitação de pequenas empresas para atender as demandas do setor de óleo e gás. Para isso, a Petrobras fechou em 2004 um acordo com o Sebrae, que termina em 2014. O investimento previsto é de R$ 78 milhões, dos quais 50% da petrolífera e 50% do Sebrae. Até o momento, os técnicos do Sebrae já atenderam a 17 mil empresas. Segundo Luiz Barretto, Presidente do Sebrae, "são empresas dos mais diferentes perfis, algumas de conteúdo tecnológico, outras puramente comerciais, como papelarias e fornecedores de refeições. Há até o caso de uma pipoqueira, microempreendedora individual, que forneceu pipoca para realização de testes ambientais no entorno de plataformas", conta o executivo.

Leilão de Libra

Petrobras vai jogar pesado

O impacto da desistência das petroleiras americanas e britânicas de participarem do leilão de Libra já foi absorvido pelo mercado, pela imprensa e pelo governo. Houve um receio de que a mídia brasileira, após a saída dos americanos, levasse adiante uma campanha para melar o leilão. Mas as empresas remanescentes tem boas assessorias e Continua>>>

O pré-sal é nosso

Enquanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não se explica sobre a espionagem contra o Brasil, surgem mais revelações sobre o assunto. E elas reforçam a suspeita de que o interesse norte-americano pelo pré-sal seja mesmo a motivação da espionagem. 
Por isso convidamos todos a lerem o post do Tijolaço: O que eles querem é o mapa do tesouro do pré-sal. Não acreditem nessa história de que queriam roubar tecnologia de exploração em águas e rochas profundas, para explorar o pré-sal em outras regiões.
Vejam também em outro post do Tijolaço: Petróleo: contra o jogo sujo do EUA, joguemos o nosso, e já. O centro desse jogo não é a NSA, nem a CIA, nem Snowden, nem mesmo criptografia, “backdoors”, metadados. Nem mesmo Chevron, Exxon, Shell... Isso são peças do cenário, só parte do enredo do drama. O drama chama-se geopolítica.

Pré-sal já representa 10% da produção do país


Conversa com a PresidentaA presidente Dilma Rousseff falou sobre a exploração de petróleo no pré-sal. Em resposta à engenheira Raianne Justus Bezerra de Almeida, ela afirmou que já são retirados das bacias de Santos e de Campos mais de 200 mil barris por dia, o que representa 10% de toda a produção brasileira.
“A exploração do pré-sal, Raianne, vai significar mais encomendas de bens e serviços no Brasil, criando oportunidades de negócio e de emprego para brasileiros e brasileiras. E usando de forma responsável os recursos dos royalties, teremos um passaporte para transformar o Brasil em um país muito mais desenvolvido e com mais oportunidades para toda a população”, acredita.
Dilma ainda respondeu a Pablo Azevedo da Silva, de Cuiabá, sobre o investimento do governo federal no esporte, que teve, somente em 2012, 4.243 bolsistas de 53 modalidades, que conquistaram 17 medalhas nos Jogos Olímpicos de Londres. Para o funcionário público de Porto Velho Carlos Ramos Filho a presidenta explicou a tarifa social de energia.
“Em todos os casos, o responsável pela residência, munido de comprovante da inscrição no Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), deve procurar a empresa de energia elétrica de seu município e solicitar o benefício. Qualquer dúvida sobre esse benefício, Carlos, pode ser esclarecida em ligação gratuita pelo telefone 0800 7072003”, detalhou.

Se a gasolina não aumentar a Petrobrás quebra

[...] com esta mentira deslavada o pig tenta matar dois com um tiro só. Detonar a popularidade da presidente Dilma e prejudicar a Petrobrás. 

Ou seja: aumenta a gasolina, aumenta a inflação e não resolve os problemas da Petrobrás, porque, mesmo com preços astronômicos, ela não saberá tocar o negocio.)  

Roda, roda e os argumentos são esses. Entregar a Petrobrax – ou melhor, entregar o que a Petrobrax compra.

E a lista de compras da Petrobras é a segunda maior do mundo. Só perde para os 25 mil quilômetros de trens-bala da China. O que os pigais jornalistas tentam entregar ao estrangeiro é impressionante, segundo lista da Exame:

- 68 navios-plataforma;

- 22 mil quilômetros de dutos;

- 1 725 arvores de Natal (conjunto de válvulas que tiram óleo e gás do poço);

- 65 petroleiros;

- 361 navios de apoio;

- 65 sondas;

- 3,9 milhões de toneladas de chapas de aço.

Amigo navegante, já imaginou isso à disposição do Cerra, do Perillo, do Lereia, do Paulo Preto, do Ricardo Sergio de Oliveira, da filha do Cerra ?

Não tinha livro do Amaury que desse conta.

Acontece que o ansioso blogueiro acabou de entrevistar a presidente da Petrobras.

As respostas às graves pigais “denúncias” são simples.

1) A indústria brasileira existe – ela explora, por exemplo, o pré-sal, que já produz;

2) a Petrobrás está aqui para remunerar o acionista;

3) com “conteúdo nacional” e tudo ela só compra pelo melhor preço de mercado – onde estiver o equipamento e o fornecedor;

4) a Petrobrás não escolhe ninguém – a Petrobrás compra de quem tiver preço e qualidade;

5) a política de “conteúdo local” é um estímulo a que a empresa estrangeira venha para cá e contrate trabalhador brasileiro;

6) atrasar todo mundo atrasa: produtor nacional, o de Cingapura ou dos Estados Unidos. As sondas de Cingapura e da Coreia, por exemplo, atrasam 500 dias …;

7) a Petrobras não faz a política industrial do Brasil – isso é problema do Governo;

8 ) diante desse volume impressionante de compras,  claro que falta mão de obra – em qualquer lugar do mundo;

9) por isso, a Petrobras investe – por lei – R$ 500 milhões por ano – em laboratórios e em centros de excelência em universidades públicas brasileiras;

10) o que os pigais jornalistas esquecem é que a Petrobras agora tem bala na agulha: pode contratar, treinar, escolher, porque está todo mundo de pires na mão, a cortejá-la;

Como esteve aqui, recentemente, a Hillary Clinton. Que, aliás, não precisou pedir nada em público, porque o  PiG pede por ela.

E aí tem outro detalhe. O Brasil passou a ser o oitavo maior produtor de petróleo e gás do mundo.

E isso confere uma dimensão que os Chatôs, Campos, Marinhos e Fernandos e Cerras jamais conceberam: o Brasil ficou maior, mais forte, mais poderoso. Canta de galo. Deixou de ser Colônia. Saiu da categoria sociológica da “dependência” – livro que define a obra e o sombrio Governo Cerra/Farol de Alexandria.

O Brasil chegou lá.

Com ele, os submarinos nucleares da Amazul, a empresa pública que vai desenvolver a tecnologia para produzir submarinos nucleares. E, mais tarde, a bomba atômica.

do Conversa Afiada

Petrobrás: o consumidor em 1º lugar


Graça Foster tem 34 anos de Petrobrás.

Engenheira química, com pós-graduação em engenharia nuclear e especialização em economia. 

No programa “Entrevista Record Atualidade”, que vai ao ar nesta segunda feira às 22h15, na Record News, logo após o programa do Heródoto Barbeiro, ela deixa conhecer as características que a tornaram tão respeitada: a técnica, minuciosa, que sabe tudo, que acompanha, pessoalmente, 480 projetos que representam 80% dos investimentos da empresa; e o lema “o consumidor em primeiro lugar”.

Sobre isso, ela fala com entusiasmo da ascensão da Classe C – de consumidores que terão um, depois dois carros – e são consumidores do produto que oferece ao mercado.

Graça Foster lembra a Presidenta que a designou.

E, nessa entrevista, ela revela de que trata a Presidenta Dilma, quando liga – muito – para a Presidente da Petrobrás: quer saber sobre o fornecimento de energia, a garantia de abastecimento, a macro-política energética.

Foster discute a responsabilidade da Petrobrás como a maior  compradora da indústria nacional de equipamentos.

Não, ela não aceita que a Petrobrás esteja “puxando a corda” da indústria nacional.

Afinal, para atingir a meta de produzir 6 milhões de barris/dia em 2010, ela vai investir US$ 225 bilhões até 2015 !

E a indústria nacional – e internacional – tem que correr atrás. 

Graça Foster foi pessoalmente assistir ao lançamento ao mar do petroleiro “João Cândido” – “espetacular !” – produzido, com atraso, na Atlântico Sul, em Suape, Pernambuco.

Ela acredita que foram tomadas as providências para que não haja mais atrasos.

Foster fala com entusiasmo da política que ela própria ajudou a montar quando trabalhou com a Ministra das Minas, Dilma Rousseff, no Promimp, o Programa de Mobilização da Indústria de Produção de Petróleo e Gás, que exige uma participação mínima de 60% de “nacionalização” no que a Petrobrás compra.

Ela fala também do Cenpes, o Centro de Pesquisas da Petrobrás, onde ela trabalhou, e nos centros de excelência que o Cenpes monta em universidades públicas brasileiras para formar profissionais para o mercado de petróleo – e não só para a Petrobrás.

O que Hillary Clinton conversou recentemente com ela ?

Hillary quer que empresas americanas participem da exploração do pré-sal.

O Brasil viverá era de ouro para o gás


Visto como a nova fronteira energética do país, o gás natural pode colocar o Brasil em um novo patamar no cenário internacional. Até então associado à exploração de petróleo no mar, o gás virou tema de estudos profundos, feitos pela ANP - Agência Nacional do Petróleo - e por empresas, que indicam enorme potencial em bacias terrestres. 
Para especialistas, o país tem reservas gigantescas de gás natural do porte das de petróleo no pré-sal da Bacia de Santos. Com isso, a oferta ao mercado deve aumentar 360%, passando dos atuais 65 milhões para 300 milhões de metros cúbicos por dia entre 2025 e 2027. Para 2020, a Petrobras, principal produtor, trabalha com um cenário de 200 milhões de metros cúbicos por dia. 
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, vai mais longe. Em entrevista, prevê a autossuficiência do país no setor em cinco anos. Depois, pode até se tornar exportador. Continua>>>

O governo Dilma quer que a Petrobrás cumpra meta de produção e refino

Graça Foster, presidente: “Não adianta sonhar, sonho não constrói sondas”, afirmou, referindo-se à crise no EAS
Por Cláudia Schüffner, Heloisa Magalhães e Francisco Góes | VALOR
A nova presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, que assumiu o cargo há pouco mais de um mês, deixou claro em entrevista ao Valor que pôs um fim à sua trégua com os estaleiros, aos quais a estatal tem encomendas de navios, sondas e plataformas. O principal alvo da executiva à frente da empresa, onde está há 32 anos, é atingir a meta de produção de petróleo, em 2020, de 6 milhões de barris por dia. A entrevista de Graça Foster ao jornal foi feita antes da decisão da saída da companhia coreana Samsung da associação no Estaleiro Atlântico Sul (EAS) com Camargo Corrêa e Queiroz Galvão. A executiva teve reunião com a fabricante coreana na quarta-feira, na sede da companhia, e, na sua opinião, ou a Samsung tinha uma participação expressiva no EAS ou não fazia sentido ficar apenas na associação com apenas 5%, 6% ou 10%.
Abaixo, os principais trechos da entrevista:
Valor: A Petrobras é criticada por descumprir as próprias metas de produção. Porque esse atraso?
Maria das Graças Foster: Nós estamos fazendo o que é previsível e, é um fato, a revisão do plano de negócios todos os anos. O plano de negócios termina e, em seguida, está sendo avaliado novamente. É nesse processo que nos encontramos. Na próxima semana vamos terminar toda a análise de 2012. Estamos pegando o plano de E&P [exploração e produção], abrindo completamente, olhando o que é eficiência operacional e começando a abrir [os números] como se fosse uma cebola, em cascas.
Valor: Há alguma boa notícia na área de produção?
Graça Foster: O que tem de muito bom acontecendo em 2012 é que começamos o ano com 16 sondas de perfuração operando. Ao longo de 2011 chegaram 10 sondas. Ao todo, são 26 sondas. E este ano chegarão mais 14 sondas, totalizando 40 [encomendadas].
Valor: A senhora pode falar sobre a visita que fez ao estaleiro EAS?
Graça Foster: Posso falar daquilo que cabe à Petrobras. Não posso falar das empresas porque não seria ético. Na quarta-feira, a Samsung [acionista do EAS, com 6% ]esteve aqui o dia inteiro reunida conosco.
Valor: A presidente Dilma pediu para a senhora auxiliar na negociação entre os sócios?
Graça Foster: Não recebi da presidenta nenhum pedido para tratar desse assunto. Como controlador desta empresa [Petrobras], o governo quer que a gente cumpra metas de produção, de refino, em relação ao etanol. Para produzir 6 milhões de barris de petróleo por dia [em 2020], tenho que resolver problemas de estaleiro. Nós contratamos a Sete Brasil e eu não vou ficar esperando a empresa resolver problemas que são muito maiores do que ela, pois sei de um problema que é claro de desempenho, abaixo da expectativa do mercado, por parte do Estaleiro Atlântico Sul.
Valor: E por que aconteceu?
Graça Foster: Porque não adianta sonhar, sonho não constrói sonda. Tem duas empresas brasileiras que têm tradição, empresas de envergadura que são Camargo Corrêa e Queiroz Galvão e outra empresa espetacular, a Samsung, que produziu o maior número de sondas de perfuração do mundo. Não adianta vir com 5%, 6% ou 10% [de participação societária] para o Brasil. Isso não funciona, não prospera. Não será possível fazer se a Samsung não crescer em participação societária. Não se pode imaginar que a Samsung, que tem um mercado lá fora que é todo dela, vem para cá com 6%. Ou ela vem para cá gostando do Brasil, dos sócios e de fazer dinheiro aqui… Eu, como não sou a Samsung, só posso dizer que acho que não viria por 5% ou 10%.
Valor: Qual é a solução?
Graça Foster: Que venha e cresça em participação societária e é isso que a gente espera.
Valor: E já há acordo?
Graça Foster: Eles estão discutindo o acordo. Nessa discussão, a Graça só fica olhando e provocando para que eles discutam.
Valor: Mas o acordo seria para a Samsung assumir o controle acionário?
Graça Foster: Não é assumir o controle. Até onde eu sei, veja bem, eu não tenho os detalhes porque eu não sou parte desse jogo, nem a Petrobras nem a Sete Brasil. Então, o que eu faço é [perguntar] se já teve a reunião com a Samsung. Se não teve, chamo a Samsung. Eu esperava que o seu CEO [da Samsung] viesse. Não veio? Veio quem? O vice? Então vamos conversar. Chego, vejo reunião morna entre Petrobras e Samsung e aí digo: “não vai embora não, vou chamar a Sete Brasil, vou chamar as duas empresas para sentarem”. Aí saio da sala porque não sou sócia. Depois da reunião, volto para saber quando vai ser o novo prazo.
Valor: Poderia ser um terço de participação cada um?
Graça Foster: Poderia, mas não sei se será assim. Só sei que do jeito que está não sai sonda.
Valor: Para a Petrobras há um atraso no contrato das primeiras sete sondas com o EAS?
Graça Foster: Parece que não, porque a primeira sonda está prevista para 2015 e como a Sete Brasil tem uma estratégia de contratação já contratou outras sondas, então ela insiste e a gente não tem porque não acreditar, até agora, que vai nos entregar em 2015 a primeira sonda.
Valor: Quando a Petrobras assina contratos das sondas com a Sete Brasil e com a Ocean Rig?
Graça Foster: Aí é diferente. Quero ver onde vai construir, quem são os sócios que estão lá. Eu vou assinar com a Sete Brasil, mas saberei o que estou assinando. Vou assinar porque estou vendo que essas três [sondas] vai fazer ali, duas aqui. Não é ali no meio do mato, sem plano.
Valor: Como vai ficar isso?
Graça Foster: Terão de fazer.
Valor: Alguns dos estaleiros ainda não existem.
Graça Foster: Não tem problema não existir, não pode é não ficar existindo por muito tempo. Os projetos têm um tempo. Não há problema de o estaleiro ser virtual. Só vai ter assinatura de contrato na hora em que a Sete Brasil demonstrar por A mais B mais C mais D mais E que vai construir ali e que aquele estaleiro tem toda a condição de receber a encomenda porque tem um plano B, um plano C. Então a pressão junto à Sete é verdadeira. Não fui nomeada pela presidente [neste assunto]. A presidente me cobra meta e segurança operacional.
Valor: As sondas no Brasil serão construídas com custo em bases internacionais?
Graça Foster: Não tem no contrato com a Sete Brasil, nas sete primeiras [unidades], espaço para aumentar de preço. Se aumentar, está na conta da Sete.
Valor: Qual é o tempo de atraso das sondas?
Graça Foster: Essas sondas atrasaram 36 meses no total e não tem nenhuma brasileira. São todas feitas no exterior. A Petrobras pode fazer um trabalho na frente de que essas sondas vão funcionar este ano. E vão trazer grandes resultados a partir de 2013 e 2014. Depois, vem as unidades de produção. Começamos 2011 com 111 unidades e chegaram mais duas, depois chegaram mais cinco, e este ano, mais duas. Ao final de 2013, teremos 127 unidades de produção. Então teremos as sondas de perfuração, as sondas de produção e o óleo descoberto. Não tem como dar errado.
Valor: Mas trata-se de um atraso de três anos.
Graça Foster: Não é atraso de três anos. É atraso de 36 meses. Uma sonda atrasou três meses, outra cinco meses, outra quatro. Quando soma, tem 36 meses no conjunto. Este ano temos planejamento para fazer 42 poços e estão em harmonia com a chegada das sondas.
Valor: Dá para dizer que atrasou o pré-sal?
Graça Foster: Atraso do pré-sal não. Mas essas sondas que atrasaram 36 meses causam impacto na carteira toda. Você tem recursos e movimenta esses recursos em direção ao que há de maior volume potencial de produzir. Não há correlação direta: atrasou a sonda, atrasou o pré-sal.
Valor: A queixa é que a empresa gasta demais e não produz. Aí vem um outro tema, que é o preço cobrado dos combustíveis. O preço interno inferior ao internacional não é um problema?
Graça Foster: A Petrobras tem um plano de negócios, um pré-sal pela frente, um plano de refino, de novas refinarias, uma série de compromissos já iniciados no que se refere ao investimento e a construção dos ativos. A Petrobras investe US$ 225 bilhões [até 2015], olha para dez anos à frente e para 2020 com uma meta de produção de 6 milhões de barris de óleo equivalente [por dia] ou 4,67 milhões de barris de óleo líquido de gás [por dia]. O fato é que o nosso investimento é de longo prazo e a política de preços também é de longo prazo.
Valor: Qual o benefício?
Graça Foster: Entendemos que é bastante favorável que esse mercado novo vingue. Essas refinarias, no passado, eram todas para a exportação. E reverteu o quadro por conta da inclusão social, da fatia nova de consumidores. Temos noventa e tantos por cento do consumo de gasolina e de diesel no país. Produzimos e consumimos aqui. Temos a produção doméstica, as refinarias e o consumidor aqui. O custo de logística é mínimo comparado com o custo de colocar [os derivados ou petróleo] em um mercado que está a cinco mil milhas e que tem outros ofertantes.
Valor: E as perdas?
Graça Foster: O nosso investimento é de longo prazo, o resultado é de longo prazo e a política de preços também. Esse mercado novo, que cresce em torno de 40% a 50% – essa é a projeção para até 2020 -, é muito interessante. Estados Unidos, Japão e Coreia não ficam dependentes em mais do que 10% da importação de líquidos. No caso da Petrobras, se não tivéssemos esse parque de refino, estaríamos com 40% de importação de derivados e exportando mais petróleo com a volatilidade contra nós na exportação e na importação.
Valor: Mas, e as perdas?
Graça Foster: O que acontecem são perdas reais em determinado mês, em determinado trimestre, como aconteceu no último trimestre de 2011, quando a gente importou muito mais derivados e não teve a paridade exata de preços com o mercado interno. Agora, esse mercado novo para nós é muito valioso. Então, neste mês perdemos, no [quarto] trimestre nós perdemos, mas no conjunto do ano tivemos o segundo melhor resultado da Petrobras – o melhor foi o de 2010 e o de 2011 foi R$ 3 bilhões menor no resultado líquido. Além do que, em 2008, 2009 e parte de 2010 estávamos vendendo mais caro aqui do que estava lá fora. O que queremos é que haja estabilidade econômica, que esse mercado cresça. Em determinado momento vamos ter que ajustar, isso é inexorável. Estou dizendo com todas as letras que vai ter de ajustar em determinado momento.
Valor: Em que momento?
Graça Foster: O momento será aquele necessário para não perdermos a capacidade de investir. O mercado cresce e vai chegar um certo momento em que vai aumentar o preço e ficar mais caro aqui do que lá fora. Não sei que momento é esse, se é em três anos ou daqui a dois ou um. Então, vamos estar com um volume maior que é todo nosso e vou ganhar esse dinheiro de volta.
Valor: O conteúdo nacional é uma política do governo, mas há preocupações com aumentos de custos. Como a sra. vê esse assunto, que é muito sensível, dado o tamanho das encomendas?
Graça Foster: O que me preocupa não é a questão do conteúdo nacional. Todos os números foram apresentados pela Petrobras ao governo. Então não me venha chorar que não dá [para cumprir os compromissos], porque foi você [a empresa] que levou o número. Digo isso porque já estive do lado de lá. Eu montei, com a colaboração da Petrobras, o primeiro Prominp [Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural]. José Eduardo Dutra [diretor da estatal] era presidente da Petrobras, a presidenta Dilma, ministra de Minas e Energia, e, eu, secretária de petróleo e gás [do Ministério de Minas e Energia]. Foi feita uma conta e foi apresentada ao governo 60%, por exemplo, para o conteúdo local de uma sonda de perfuração. O número que é fechado é de total e absoluta responsabilidade da Petrobras, foi a Petrobras que concordou.
Valor: E outras operadoras também.
Graça Foster: E outras tantas operadoras.
Valor: Há entre as empresas quem diga que achava que conseguiria cumprir o conteúdo local, mas não tinha certeza.
Graça Foster: O que havia talvez fosse a possibilidade de que o governo recuasse, mas o governo não vai abrir mão, é política de governo. Acontece na Noruega e em tantos países defender que a indústria de petróleo e gás passe também pelo desenvolvimento da indústria de bens e serviços. Existe uma questão fundamental que cada empresa tem que cuidar que é documentar porque o dia vai chegar. Vai chegar o dia em que [a empresa] terá que ir lá provar [na ANP] que fez o conteúdo local.
Valor: Mesmo que onere custos?
Graça Foster: As 40 sondas que comentei foram feitas fora e estão em valores de mercado. E a gente só assina o contrato [com Sete Brasil e com Ocean Rig ] se o preço estiver dentro das métricas internacionais porque não tem como contratar com valor maior.
Valor: E a questão dos minoritários no conselho de administração. Como a senhora vê a reclamação?
Graça Foster: É algo que a Petrobras não tem poder. Vejo os minoritários tomando posição a favor da companhia no entendimento deles, das melhores práticas [de gestão], das questões de mercado. Vejo com satisfação o movimento a favor da companhia no sentido de observá-la, de participar mais dedicadamente da gestão da companhia através de seu representantes de ações ordinárias e preferenciais. Mas deixo claro, conheço o Josué [Gomes da Silva, presidente da Coteminas, cuja indicação vem sendo criticada], ele é um excelente quadro técnico. Antes de vocês chegarem, eu estava usufruindo do conhecimento do conselheiro [Jorge] Gerdau. Conversamos sobre Petrobras, sobre a indústria. É fantástico ter o minoritário participando da minha vida, de minha gestão, dando ideias.
Valor: Mas há insatisfação dos minoritários em relação a sua representação…
Graça Foster: É algo que não tenho que opinar, é sobre o processo de eleição.
Valor: Quando vão anunciar o plano de desinvestimento?
Graça Foster: Esse ano tem uma programação relevante de desinvestimento. Não posso falar, mas posso dizer que inclui ‘farm-outs’ [venda de participações em campos de petróleo].
Valor: A Argentina está cobrando mais investimentos da Petrobras nas operações locais?
Graça Foster: A reunião acho que será na semana que vem. Eu ainda não sei qual é a agenda. Não vamos investir mais para perder, mas para ganhar, então tenho que conhecer as regras. A depender das regras, a gente pode se interessar mais ou menos pelo negócio.

Samsung deixa de ser sócia do EAS

Por Ivo Ribeiro | VALOR
De São Paulo
Depois de fortes pressões, inclusive da direção da Petrobras, a maior cliente do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), a companhia coreana Samsung Haevy Industriais deixou ontem, após frustradas negociações, a associação que tinha com Camargo Corrêa e Queiroz Galvão no estaleiro, localizado dentro da área do porto de Suape, em Pernambuco.
As duas sócias brasileiras do EAS, que exerceram o direito de preferência na compra da participação de 6% da coreana, já negociam com dois grupos estrangeiros um novo parceiro tecnológico para o estaleiro. A escolha por um deles deverá sair logo, apurou o Valor com uma fonte que acompanha as negociações.
A avaliação de um dos sócios é que a Samsung trabalhava contra o EAS o tempo todo, querendo levar a produção para a Coreia e inviabilizar o EAS.
A Samsung foi escolhida desde o início do projeto, sete anos atrás, para ser a fornecedora de tecnologia ao EAS na construção de navios, sondas de perfuração de petróleo e plataformas. O EAS, o maior e um dos mais modernos do país, no entanto, vinha enfrentando uma série de problemas, como atraso nas entregas, problema na construção do primeiro navio, o “João Cândido”.
O navio é primeiro petroleiro a ser lançado ao mar no âmbito do Programa de Modernização da Frota da Transpetro (Promef), mas até agora não foi entregue à subsidiária da Petrobras. Ao todo, as encomendas da Transpetro ao EAS somam 22 petroleiros e R$ 7 bilhões, dos quais cerca de 90% financiados pelo BNDES. Além de navios, há pedidos de sondas.
A saída repentina da Samsung vai na direção oposta do que desejava o governo. Nos últimos dias, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, seguindo orientação da presidente Dilma Rousseff, que está preocupada com atrasos na entrega de encomendas e com problemas tecnológicos do estaleiro, vinha negociando o aumento da fatia dos coreanos no EAS.