Tsunami avassalador e passos de tartaruga

"Como julgar uma democracia em que não se tem lei de responsabilidade da mídia nem direito de resposta, diante desse tsunami avassalador da internet e enquanto a Justiça anda a passos de cágado? Como ficam os direitos individuais, a proteção à privacidade, o respeito pela pessoa humana"?

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Coisas da vida , choque de opiniões

Matemática do amor
Homem esperto + Mulher esperta = Romance
Homem esperto + Mulher burra = Caso
Homem burro + Mulher esperta = Casamento
Homem burro + Mulher burra = Gravidez

Aritmética de Escritório
Chefe esperto + Empregado esperto = Lucro
Chefe esperto + Empregado burro = Produção
Chefe burro + Empregado esperto = Promoção
Chefe burro + Empregado burro = Hora Extra

Sucesso & Fracasso
Atrás de um homem de sucesso tem sempre uma mulher.
Atrás de um homem fracassado tem no mínimo duas mulheres…

Equações gerais & Estatística
Uma mulher se preocupa com o futuro até ela conseguir um marido.
Um homem nunca se preocupa com o futuro até ele conseguir uma esposa..
Um homem de sucesso é aquele que consegue ganhar mais dinheiro do que sua esposa consegue gastar.
Uma mulher de sucesso é aquela que consegue encontrar este homem.

Felicidade
Para ser feliz com um homem, você deve entendê-lo bastante e amá-lo um pouco.
Para ser feliz com uma mulher, você deve amá-la bastante e jamais tentar entendê-la.

Longevidade
Homens casados vivem mais do que homens solteiros.
No entanto, os homens casados são os que têm mais vontade de morrer.

Propensão à mudança
Uma mulher casa com um homem esperando que um dia ele mude, mas ele não muda.
Um homem casa com uma mulher esperando que ela não mude nunca, mas ela muda.

Discussão técnica
Uma mulher sempre tem a última palavra em qualquer discussão. Qualquer coisa que um homem diga depois disso é o começo de uma nova discussão.

Como impedir as pessoas de ficarem te chateando sobre casamento
Durante os casamentos, tias velhas costumavam vir até mim, me cutucar nas costelas e dizer: “Você será o próximo!”. Elas pararam depois que eu comecei a fazer a mesma coisa com elas nos funerais.

O fetichismo da midiocracia


A dona da história


Denise Dumont resgata a memória do pai, Humberto Teixeira, no filme " O Homem que Engarrafava Nuvens ", projeto pessoal que levou quase dez anos para ser concluído, em exibição, neste domingo, no Cine Ceará

Bom para os EUA, para o Brasil e para o Ceará

Há vários indicativos de que a crise financeira que se abateu sobre o planeta está chegando ao fim.

Consta que o Brasil foi um dos países de grande economia que menos sofreu.

Não foi exatamente uma marola, mas a onda não ultrapassou os limites das areias praianas.

O presidente Lula apostou e acertou.

Ontem, foi divulgada uma informação importante que sinaliza que o mundo pode retomar a rota do crescimento econômico.

A economia dos Estados Unidos se contraiu em um ritmo bem mais lento que o esperado no segundo trimestre, enquanto a queda no investimento comercial e residencial diminuiu acentuadamente.

O Produto Interno Bruto (PIB), que mede a produção total de bens e serviços dentro dos EUA, caiu 1% na taxa anualizada.

Queda sim, mas um grande avanço se comparado à retração de 6,4 por cento no primeiro trimestre. Atentem que a previsão de queda do PIB divulgada inicialmente era de 5,5%.

Trocando em miúdos, a economia dos EUA deve voltar a crescer nos próximos meses. Com ela, o resto do mundo.

É uma ótima notícia para o Brasil e para o Ceará, que possui grandes projetos com forte relação com o mercado mundial.

É o caso da refinaria e da siderúrgica, cujas plantas estão voltadas para a exportação.

Não custa lembrar: sozinhos, esses dois empreendimentos, sem se levar em conta o encadeamento econômico que geram, têm poder de quase dobrar o tamanho da riqueza produzida no Ceará.

O fim dos direitos individuais

José Sarney:

a teorização da arte da política começa com Aristóteles. Ele foi o primeiro a querer saber tudo sobre o seu tempo e como os homens faziam para gerir essa máquina do tempo.

Baixinho e careca, não lhe faltava senso de humor. Contam que lhe indagaram por que gostava de belas mulheres, e ele respondeu que só um cego lhe indagaria isso.

Mas larguemos as mulheres e voltemos à política, a arte de harmonizar conflitos, já que é mais esta do que ciência. Hitler tinha horror à política.

Na tentativa de evitar a Guerra Mundial, um seu general disse que era chegada a hora da política e ele respondeu: "abomino a política".

O ser autoritário é sempre amargurado com a política: o move a força como solução e, para alcançá-la, veste-se do ressentimento, da inveja, do puritanismo, como uma máscara para esconder a hipocrisia.

O conde Afonso Celso, que escreveu um livro delicioso sobre os anos que passou no Congresso, conta que dois grupos eram constantes em cada legislatura, embora mudassem os seus integrantes: os que viviam à custa da honra da Casa e os que faziam política à custa da honra dos colegas. Em geral, eram sepulcros caiados.

Foi Lênin quem aplicou como método as leis da guerra à política. Ele não a via como um instrumento democrático para a conquista do poder, mas como uma disputa cuja finalidade não era o jogo das ideias, e sim, como na guerra, uma luta entre inimigos não para vencer o adversário, mas exterminá-lo -e nisso toda crueldade devia ser usada.

Daí o pensamento dele tão divulgado de que os fins justificam os meios. Quem lê os seus textos sobre o uso do terror fica arrepiado, porque seus exemplos são buscados nos piores momentos do terror da Revolução Francesa, em 1793/94.

Hoje, com a sociedade de comunicação, os princípios da guerra aplicados à política são mais devastadores do que a guilhotina da praça da Concorde. O adversário deve ser morto pela tortura moral disseminada numa máquina de repetição e propagação, qualquer que seja o método do vale-tudo, desde o insulto, a calúnia, até a invenção falsificada de provas.

Como julgar uma democracia em que não se tem lei de responsabilidade da mídia nem direito de resposta, diante desse tsunami avassalador da internet e enquanto a Justiça anda a passos de cágado? Como ficam os direitos individuais, a proteção à privacidade, o respeito pela pessoa humana?

Há alguns anos discutimos esses temas numa Conferência das Nações Unidas em Bilbao. Conclusão: saímos todos certos de que acabou a privacidade e os direitos individuais estão condenados a serem dinossauros de letras nas Constituições.

Os ratos do Mainardi

Veneza está infestada de ratos. Quatro ratos para cada habitante. Um total de 200 000 ratos. Perambulo todas as noites à procura deles. Olha o rato saindo do tubo do esgoto! Olha o rato atravessando o canal a nado! Olha o rato morto com um fiozinho de sangue escorrendo pelo canto da boca!

Eu tenho um imenso respeito pelos ratos venezianos. Um respeito que beira a vassalagem. Eles, por sua vez, me tratam com certa soberba. Eu entendo. Os ratos venezianos pertencem a uma estirpe nobre. O impacto que seus antepassados –rattus rattus – tiveram no desenvolvimento das artes foi incomensuravelmente maior do que o de todos nós – brasileiros brasileiros – em mais de 500 anos de história.

A igreja do Redentor é obra dos ratos venezianos. Melhor dizendo: a igreja do Redentor é obra de Andrea Palladio, um dos mais importantes arquitetos de seu tempo, mas ela só foi erguida para comemorar o fim de uma epidemia de peste, em 1576. Quem propagou a epidemia? Os ratos venezianos e suas pulgas. Eles voltaram a disseminar a peste em 1630, matando outras dezenas de milhares de pessoas. O resultado foi melhor ainda: para comemorar o fim da epidemia, Baldassare Longhena projetou a igreja de Santa Maria della Salute.

Nos períodos de epidemia, os navios com pestilentos a bordo tinham de permanecer ancorados ao largo de Veneza, em quarentena, com uma bandeira amarela no mastro. Alguns dias atrás, a imagem se repetiu, quando passageiros e tripulantes de um navio proveniente da Turquia foram impedidos pela guarda costeira de desembarcar na cidade, porque as autoridades temiam que eles fossem portadores de gripe suína. As barreiras sanitárias erguidas pelos italianos funcionaram até agora. Ninguém morreu de gripe suína na Itália. É o contrário do que ocorre no Brasil. Nós já conquistamos uma primazia nesse campo: de acordo com as estatísticas da Organização Mundial de Saúde, temos a segunda maior taxa de mortalidade por gripe suína do mundo. Atrás apenas deles – os argentinos nos argentinos.

Michel de Montaigne passou por Veneza em 1580, quatro anos depois da epidemia que inspirou a igreja do Redentor. Ele associou a peste ao mau cheiro dos canais venezianos, ignorando o papel dos ratos no contágio. Nos Ensaios, ele filosofou que filosofar é aprender a aceitar a própria morte. Nisso ninguém supera os brasileiros. Nós morremos pacatamente, resignadamente, bovinamente, sem atribuir responsabilidades pelas epidemias, sem protestar contra o ministro da Saúde, sem jogar tomates no presidente da República. No Brasil, falta um Andrea Palladio, falta um Baldassare Longhena. Falta também Tamiflu. Por outro lado, morremos melhor do que os outros. Morremos como Montaigne.

Por Diogo Mainardi