O Bolsa Família tem impacto positivo sobre evasão escolar


Luciano Máximo

Alunos cujas famílias recebem dinheiro do Bolsa Família apresentam melhores índices de aprovação e abandono escolar que os estudantes regulares da rede pública brasileira. Esse é o principal resultado do cruzamento de informações entre o Educacenso e o Sistema Presença, ferramenta do Ministério da Educação (MEC) que verifica se os filhos dos beneficiados do principal programa social do governo federal estão indo à escola.
De acordo com dados cedidos ao Valor pelo MEC, dos 500 mil alunos do ensino médio de 16 e 17 anos que recebem o Bolsa Família 81,1% passam de ano, enquanto a taxa de aprovação média dos mais de 7 milhões de jovens do censo escolar de 2008 no antigo colegial é de 72,6%. O índice de abandono da escola nesse ciclo educacional chega a 7,2% entre os beneficiários de transferência de renda do governo e 14,3% entre o total geral de estudantes contabilizados pelo Instituto de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão de estatísticas do MEC.
No ensino fundamental, que concentra mais de 30 milhões de crianças matriculadas da 1ª à 8ª séries, a taxa de evasão dos mais de 9 milhões de alunos beneficiários do Bolsa Família é de 3,6%. O restante dos estudantes dessa etapa apresenta índice de 4,8% de abandono da escola. Em termos de aprovação, os alunos do ensino fundamental que não recebem apoio social têm melhor desempenho, com taxa de 82,3%, ante média de 80,5% daquelas crianças cujos pais recebem recursos federais.
Segundo Daniel Ximenes, diretor de estudos e acompanhamento das vulnerabilidades educacionais do MEC, a diferença de desempenho – em termos de frequência e rendimento – está diretamente relacionado com os benefícios do Bolsa Família recebidos pelas famílias pobres.
“A transferência de renda condicionada provoca alerta e cobrança por parte dos pais e reforça o desafio de fazer as crianças permanecerem na escola com maior regularidade. No longo prazo, isso ajuda a corrigir trajetória ruim no processo educacional brasileiro entre crianças e jovens da turma da pobreza”, afirma Ximenes.
O diretor do MEC aproveitou para divulgar resultado do mais recente monitoramento de frequência escolar do Bolsa Família, referente aos meses de fevereiro e março. O balanço mostra que 95% dos 14,117 milhões de crianças e jovens beneficiários com identificação escolar cumprem a regra de frequência exigida pelo programa. O acompanhamento revela que 276,9 mil alunos estão abaixo da exigência e 322,9 mil sequer têm um registro de frequência, totalizando quase 600 mil crianças em situação irregular.
Nesse caso, os beneficiários podem ser punidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social, que coordena o programa. Para receber o benefício do Bolsa Família em dia, uma das condicionalidades é que os pais matriculem os filhos na escola. Os alunos de até 15 anos precisam manter participação de, no mínimo, 85% das aulas a cada mês. A determinação para adolescentes de 16 e 17 anos é de frequência a pelo menos 75% das aulas.

CIP - Carteira digital será emitida a partir de outubro


O governo começará a emitir em outubro o novo modelo de identidade, que será único para o país e terá dez dígitos (uma sequência de nove números mais um dígito verificador). Hoje, cada estado adota numeração diferente e sistemas próprios de emissão das carteiras de identidade. As sequências atuais serão totalmente modificadas dentro dos próximos dez anos.
   A futura carteira será similar a um cartão bancário com chip, reunirá dados pessoais, CPF e título de eleitor, e a impressão digital adaptada ao Sistema Automático de Identificação de Impressões Digitais.
    A emissão da carteira digital será iniciada com projeto piloto em um estado de cada região. A intenção é trocar os documentos de toda a população em até dez anos. Nesse período, serão aceitas a carteira atual e a nova, pois a substituição será gradativa e dependerá da capacidade do governo de aparelhar os institutos.

DEM e PP caluniam Dilma e PT usando estrutura da Câmara Federal


Servidores de gabinetes do DEM e do PP usaram e-mail funcional para distribuir mensagens difamatórias contra Dilma
Além disso, aliados de Serra distribuíram ofícios com timbre da Casa contendo orientação a parlamentares sobre temas para discursos
VALDO CRUZ e ANDREZA MATAIS
A oposição usou a estrutura da Câmara para orientar deputados a defender as ideias do tucano José Serra nos debates da campanha. Além disso, servidores de dois gabinetes, do DEM e do PP, repassaram por e-mail funcional mensagens com ataques à pré-candidata petista Dilma Rousseff.
Documentos obtidos pela Folha mostram que ofícios com timbre da Câmara, assinados pelo líder do DEM, Paulo Bornhausen (SC), distribuíram “paper” para a campanha do tucano, com a orientação de que parlamentares da oposição deveriam utilizá-lo em discursos e entrevistas.
A reportagem também teve acesso a cópias de e-mails que servidores dos gabinetes de ACM Neto (DEM-BA) e de João Pizzolatti (PP-SC) repassaram com mensagens dizendo “Dilma Rousseff e suas vítimas fatais”, acompanhadas de fotos de militares que teriam sido “assassinados pelo grupo terrorista” da petista.
Os ofícios distribuídos por funcionários do DEM foram parar, por engano, em gabinetes de deputados petistas, que também receberam os e-mails repassados com os ataques.
O líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza (PT-SP), pediu abertura de sindicância ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), para apurar a “divulgação de campanha difamatória contra a senhora Dilma Rousseff”, por meio de uso “indevido do serviço de correio eletrônico”.
Vaccarezza criticou também o uso ilegal da estrutura do gabinete da liderança do DEM para distribuição de material de campanha de Serra.
Procurados pela Folha, os deputados reconheceram os desvios e anunciaram providências como a exoneração dos servidores que repassaram os e-mails e a devolução do dinheiro gasto na distribuição do “paper” da campanha do tucano. Os servidores exonerados negaram intenção política.
“Além de devolver o dinheiro, eu aguardo um pedido de desculpas público do líder do DEM, que participa da campanha do tucano José Serra, pelo uso indevido da estrutura da Câmara”, cobrou Vaccarezza.
As mensagens repassadas por servidores do PP e do DEM citam a participação da candidata na luta armada durante o regime militar. “Ela teve amnésia e não se lembra dos assaltos a banco, dos sequestros, delação de colegas e tudo o mais. Só lembra que foi torturada”, diz um dos e-mails, sobre fatos sempre negados por Dilma.
A mensagem contra Dilma causou desconforto no PP porque o partido, apesar de apoiar o governo Lula, está dividido entre Serra e a petista.
“Paper”
No ofício encaminhado aos deputados da oposição, o líder Paulo Bornhausen diz que a “coordenação de campanha de José Serra à Presidência produz, todos os dias, “papers” sobre temas a serem abordados pelos parlamentares dos Democratas, PPS e PSDB” em discursos, entrevistas e artigos.
“Esta é uma maneira efetiva de participarmos da dura campanha que se prenuncia”, diz o documento, que acabou sendo entregue por engano também nos gabinetes dos deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP) e Luiz Sérgio (PT-RJ).
Anexado ao papel timbrado da Câmara, o “paper” produzido pela campanha de Serra e enviado de São Paulo ao líder do DEM orienta os aliados do tucano também a não usar a expressão “continuidade”, mas “avanço”.

O ETucano não responde e se irrita sobre corrupção de Roberto Arruda ex-vice dele

Navalhada

do Conversa Afiada
Navalha

Lembra de 2002, amigo navegante.
Na passagem do primeiro para o segundo turno, o PiG (**), o Farol de Alexandria, Winston Churchill, De Gaulle, Alvarenga e Ranchinho, o Xá da Pérsia, o Bei de Tunis, Lauro Borges e Castro Barbosa, Nizan Guanaes e toda a Globo caíram em cima do Lula: debate, debate, tem que debater !
Vai fugir ?
A presunção era que, num confronto pessoal sobre conteúdo (sic), o Serra massacraria o Lula.
Houve um último debate na Globo, na antevéspera da eleição.
Qualquer massacre ali derrubaria de forma fulminante a candidatura do nordestino analfabeto, operário metalúrgico.
E foi num massacre.
De fato.
Lula ganhou a eleição por 61% a 39%.
Os tucanos de SP se acham.
Se acham os melhores.
Anotem: Dilma vencerá quase com os mesmos números. 

SOBRE SERRA, DILMA E DUNGA


Por Carlos Chagas
Em poucos dias José Serra e Dilma Rousseff entrarão na geladeira, cedendo para  Dunga o lugar no caldeirão. Para os dois candidatos presidenciais será vantajoso, abrindo-lhes tempo e espaço para meditação sobre suas campanhas e até a elaboração final de seus programas de governo.  Para o treinador, abre-se a  oportunidade da glória sem precisar de votos ou um  lugar garantido na  fogueira.

O problema é que só  quando faltar um mês para o início da Copa do Mundo,  na próxima terça-feira,  saberemos quais os 22 craques que irão à África do Sul.  Pior ainda, ignora-se quais os 11 titulares. Muito menos sabemos  se todos se conhecem, quanto mais se dispõem de um mínimo de entrosamento em campo. Os chamados “estrangeiros”, maioria absoluta, virão ao Brasil para ser fotografados e visitar o presidente Lula. Quem sabe  participarão  de um ou outro coletivo. Depois, será o que Deus quiser, ainda que nem Ele, hoje, arrisque um palpite sobre a melhor formação do nosso  time. 


Serra e Dilma pelo menos foram escalados e mostram suas qualidades pelos palanques visitados  e as  entrevistas concedidas, mas o selecionado brasileiro, nem
isso. As pré-campanhas sucessórias começaram há pelo menos dois anos, mesmo sem a escalação formal dos candidatos. A Copa do Mundo parece muito menos previsível do que a escolha do futuro presidente da República. Aqui, o  campeão será o tucano ou a companheira. Lá, o risco pode ser da desclassificação prematura. Melhor alertar antes do que lamentar depois.

AOC montará fábrica em Manaus

A taiwanesa AOC, maior fabricante mundial de monitores de computador, montará uma fábrica de telas de cristal líquido (LCD) no Brasil com o objetivo de acelerar a produção local de aparelhos de TV e monitores. 


O plano é produzir 100 mil telas no primeiro ano de atividade e até 600 mil no terceiro ano de operação. 


Além disso, fará no país a montagem e produção de vários componentes usados em TVs, incluindo as placas de circuito impresso.