Lágrimas de crocodilo

O chanceler Celso Amorim está em Teerã, dando curso à estratégia de Luiz Inácio Lula da Silva para a crise em torno do programa nuclear do Irã. A posição do Brasil é conhecida. Somos a favor de os iranianos terem direito de dominar a tecnologia atômica, para fins pacíficos. É bastante razoável. Os povos devem mesmo possuir a prerrogativa da autodeterminação, quando em paz.

É tão razoável que todo o mundo concorda. Onde está a dificuldade? Nas garantias que a Organização das Nações Unidas (ONU) exige, e que Teerã recusa dar. É um jogo de gato e rato, no qual os iranianos desfilam no fio da navalha. Indo e vindo. Buscando a cada passo “comprar” tempo.

E vem uma dúvida, também razoável. Para que exatamente o Irã busca mais tempo? Se o programa nuclear de Teerã é pacífico, como aposta o Brasil, e se é o que as grandes potências exigem do Irã, onde está a dificuldade?

Quando os Estados Unidos e o Reino Unido ocuparam o Iraque, verificaram que Saddam Hussein não detinha mais armas atômicas, químicas ou biológicas. Então por que o presidente iraquiano recusou as inspeções internacionais que poderiam atestar a falsidade das acusações e neutralizar o argumento formal para a invasão?

Há três hipóteses na obstinação suicida de Hussein.

A mais benigna é caracterizá-lo como um estúpido, um lunático que fez o país dele retroceder à dominação colonial em troca de nada. Ou em troca apenas do orgulho de resistir a uma inspeção da ONU.

No segundo caminho, algo mais verossímil, o sunita Saddam não desejava que o xiita Irã tivesse exata noção da fragilidade militar de Bagdá. Inclusive para não desequilibrar o precário equilíbrio político no Iraque do Partido Baath, onde a ditadura da minoria sunita dava as cartas na relação com a maioria xiita.

A terceira, conectada à segunda e mais realista, tem a ver com a política interna iraquiana. A possível existência de armas de destruição maciça era apenas secundariamente uma ameaça para fora: ela apontava prioritariamente para dentro, para controlar a oposição. Pelo medo.

Em qual das três trilhas é possível encontrar a melhor explicação para a estratégia hoje do governo islâmico de Teerã?

Tudo bem que Mahmoud Ahmadinejad possa recolher força política da retórica antiamericana e antissionista, mas o exemplo de Saddam Hussein não encoraja esticar a corda além de um certo ponto.

Uma variável nova é os Estados Unidos estarem ocupados demais no Iraque e no Afeganistão, sem fôlego momentâneo para a terceira frente. Raciocínio arriscado, pois a esta altura o Pentágono já deve ter as equações para Barack Obama decidir caso necessário. Se não as tem, prepara aceleradamente. Já ronda até o noticiário.

O segundo cenário é menos provável, pois ao contrário do que diz a propaganda dos aiatolás o Irã não está ameaçado territorialmente por nenhum país vizinho ou dos arredores. Desde que, naturalmente, ele próprio não deseje varrer ninguém do mapa ou interferir militarmente na vida alheia.

Sobra o terceiro. O sonho de um Irã dotado de armas nucleares transformou-se em vetor de poder interno. E aí mora a complicação maior. Como recuar em ordem, sem assinar o recibo da derrota humilhante? Sem abrir um flanco político talvez fatal?

A aposta brasileira é ser o avalista desse recuo. Se acontecer da maneira como quer Lula, ele terá nas mãos um troféu para exibir nas nossas eleições. Dirá como enfrentou os Estados Unidos, como se opôs às sanções, e também como isso permitiu chegar a uma solução pacífica para a crise.

Importará menos, para efeito de retórica, que o Brasil tenha contribuído para os americanos alcançarem o objetivo principal deles: fazer o Irã recuar do projeto de potência nuclear. Se acontecer, Lula arrastará as cartas no palco interno.

E se não acontecer? Lula poderá dizer que pelo menos tentou. Que não se dobrou ao império. E, afinal, as eventuais sanções não serão contra nós, nem as possíveis bombas cairão aqui.

Custo zero. Não faltarão tampouco as habituais lágrimas de crocodilo.

Santa Zita

Foi durante 40 anos criada de uma família nobre na cidade italiana de Luca.


Distribuía aos pobres o pouco que lhe sobrava do salário recebido. 


Sua santidade foi reconhecida ainda em vida, e confirmada por grande número de milagres. 


É padroeira das empregadas domésticas e patrona de Luca.

Vamos estar com Ciro nessa eleição e no futuro


Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília
O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, coordenador da campanha de Dilma Rousseff ao Planalto, disse nesta segunda-feira (26) ter a “convicção” de que o deputado federal Ciro Gomes (PE-PSB) vai apoiar a candidatura da ex-ministra caso ele próprio não dispute as eleições. Garcia minimizou as declarações do deputado de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “está perdendo a humildade” e de que Dilma seria menos preparada do que o candidato do PSDB à sucessão presidencial, José Serra.
“O presidente Lula tem muito apreço pelo Ciro, sobretudo pelo trabalho que ele desempenhou no nosso governo, pela lealdade que ele teve nos momentos mais difíceis pelos quais o governo passou. Algum desentendimento não vai abalar essa convicção de que nós vamos estar juntos com o Ciro agora nessa eleição e vamos estar no futuro”, afirmou.
Garcia enfatizou que Ciro Gomes é jovem e terá tempo para crescer na política caso o partido dele decida desistir de ter candidatura própria à Presidência da República. Na última quinta-feira (22), reunião de líderes do PSB indicou que o futuro da pré-candidatura do deputado será decidido na terça-feira (27). A tendência é que o partido decida apoiar a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, em vez da candidatura própria com Ciro.
“Ciro é jovem. Ele mesmo disse hoje que daqui 20 anos ele terá a idade que muitos candidatos têm hoje. Ele é uma expectativa para a política brasileira que não vai de maneira alguma diminuir por esse episódio.Ele disse que vai votar na Dilma se não for candidato e isso é que me interessa.”

Objetivos do milênio



Em 2000, a ONU – Organização das Nações Unidas, ao analisar os maiores problemas mundiais, estabeleceu 8 Objetivos do Milênio – ODM, que no Brasil são chamados de 8 Jeitos de Mudar o Mundo.
Juntos nós podemos mudar a nossa rua, a nossa comunidade, a nossa cidade, o nosso país.
A REDE BRASIL VOLUNTÁRIO, que congrega centros de voluntariado de todo o Brasil, consciente da importância desse projeto, criou este site para estimular debates e propiciar o conhecimento e o engajamento de todos os interessados em participar de ações, campanhas e projetos de voluntariado que colaborem com os ODM.
Aqui você encontra exemplos de como muitos já estão contribuindo para que o Brasil alcance esses objetivos. Para mais informações sobre os 8 Jeitos de Mudar o Mundo, entre em contato com o PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento pelos sites www.pnud.org.br ou www.odmbrasil.org.br .
 

Tudo acaba em...


Marco Antônio Leite

O paraíso é aqui
O inferno é aqui
O "céu" é aqui
O divã é aqui
O hospício é aqui
A masmorra é aqui
O demente é daqui
O ladrão é daqui
O galinheiro é daqui
A raposa é daqui
O jardim é daqui
A tiririca é daqui
O pepino é daqui
A laranja é daqui
Misturando todos esses ingredientes tudo acabará em merda! 

Sorria

Há 36 anos, a Revolução dos Cravos

ImageHá 36 anos - completados ontem, 25.04 - eu estava com insônia em Havana e buscava sintonizar rádios mundo afora para ouvir, sem deixar de lado as do Brasil, Pequim e Moscou. De repente sintonizo uma emissora portuguesa e me dou conta de que havia um levante militar e popular contra a ditadura de Antônio Oliveira Salazar, já então com o poder sob a batuta do 1º ministro Marcelo Caetano. Liguei para um amigo do Partido Comunista Cubano (PCC) e contei-lhe o que acabara de descobrir. Resposta dele: "você está sonhando". Não estava.