10 coisas no sexo que homens e mulheres detestam


Eles odeiam quando:

1. “... Ela chama meu pênis por nomes infantis ou finge brincar com ele. Está na cara que aquilo tudo é falso e ela acha que eu estou gostando”
“Essa atitude feminina é, no mínimo, ridícula. Nenhum homem gosta que fiquem brincando com seu membro, ainda mais com palavras em diminutivo, que é o que tendemos a fazer quando temos uma conduta infantil. Eu sempre digo: nunca faça isso. E, se a parceira fizer, já  corte o mal pela raiz logo na primeira vez”Desde o início do relacionamento, qualquer comportamento que você não aprove deve ser comentado, para evitar no futuro uma saia justa maior.
2. “... Logo depois de uma transa gostosa, ela quer discutir a relação. 
“Eu concordo em gênero, número e grau  e muitas mulheres têm mania de fazer isso e, depois, não sabem o que fizeram para perder os seus homens. Quem discute muito a relação deve pensar em separação, no meu ponto de vista. Quer ser feliz no namoro ou no casamento? Então fale o que pensa e diga para o outro fazer o mesmo, sem análises, sem aprofundamento e somente com um objetivo comum: a cumplicidade”

3. “... Quando ela está distante ou não se entrega. Sinto isso quando ela começa, no meio da transa, a fazer comentários desnecessários do tipo ‘estou gorda’. A mulher não acredita que, enquanto estamos transando, não pensamos em celulite ou estrias...”
“A baixa autoestima feminina se revela mais forte no momento da relação em que ela se expõe por inteiro ao companheiro. Então, ao invés de sentir-se à vontade, a mulher se foca nas preocupações estéticas, por exemplo, e se esquece das sensações prazerosas. Nessas horas, percebemos a baixa do desejo sexual e a dificuldade de se excitar ou atingir o orgasmo. A dica que dou para eliminar essa neura é elogiar bastante a parceira, para que ela acredite que é uma mulher desejável e sinta-se como tal”.

4. “... Ela acha que as preliminares devem durar uma eternidade. Tudo bem que aquecer antes de entrar em campo faz parte, mas chega uma hora em que existe um descompasso de ritmos. Isso deixa qualquer um irritado”.
“É primordial que aconteça entrosamento e isso vem com a intimidade, assim um pode dizer ou demonstrar ao outro o que gosta ou não. Fora isso, ainda existe o descompasso natural entre os sexos: um homem demora segundos para ficar excitado, já a mulher pode demorar até vinte minutos. Assim, cabe aos dois encararem as diferenças e isso resolverem juntos”5. “... Ela traz para a cama os problemas do dia ou que tivemos. O momento do sexo deve ser para que os dois se entreguem e não um motivo para provocações ou vinganças. Tudo deve ser resolvido antes de chegarmos ao quarto”
“A cama não é o lugar adequado para resolução dos problemas do casal, sejam eles domésticos, financeiros ou familiares. O homem não está apto a ouvir a mulher nesse momento. Se ele está com desejo, está focado para a relação em si e, após o ato sexual, libera endorfinas que dão a ele o desejo de dormir. Portanto, é o que sugiro, inclusive, em consultas: o ideal é que qualquer desavença ou desencontro seja resolvido em outro momento e, de preferência, bem longe da cama”.

Elas odeiam quando:
1. “... Me produzo toda, com lingerie, maquiagem e salto alto e ele, todo apressado, quer ir para o finalmente, sem nem falar sobre como estou bonita”

Os homens sabem e percebem o empenho da mulher em se mostrar vaidosa, mas que não comentam sobre isso. Daí não adianta! A mulher quer ser elogiada e cortejada. A lingerie e toda sensualidade que a produção para uma noite de amor exige deve ser verbalizada, sim”.

2. “... Ele vira para o lado e dorme depois que fazemos amor. O pior é quando pega o controle remoto da TV e liga no programa de esportes, como se tivesse acabado de tomar um refrigerante”.
“É natural o homem ter esse tipo de reação, porque ele entra em uma fase chamada de ‘refratária’, que corresponde ao tempo que ele vai demorar para excitar-se de novo. Além disso, tudo que foi intenso na hora do orgasmo, agora é relaxamento: ele precisa dormir, descansar. Eu sempre digo : não sejam neuróticas de plantão, deixem seu homem descansar, ele precisa”.

3. “... Ele força a barra para fazer sexo anal. Ele sabe que tenho dor e parece não se preocupar com isso”
“O segredo para isso é o diálogo. A cumplicidade entre os parceiros é importante e existe todo um ritual para que o sexo anal seja bom para ambos. Existem dois tipos de mulher: as que têm medo e nunca fizeram sexo anal e as que fazem e, inclusive, sentem prazer com isso. Prepare o ambiente, use pomadas ou cremes lubrificantes com anestésico para diminuir a dor, relaxe e se descubra dos pudores! O sexo, muitas vezes, está na cabeça; se você se despir de preconceitos, estiver relaxada e com quem ama, com certeza, atingirá o prazer”.

4. "... Ele força a minha cabeça para baixo enquanto estamos nos beijando, para mostrar que quer que eu faça sexo oral nele".
“Ouço direto esse tipo de reclamação  e, na minha opinião, o homem que faz isso precisa aprender a se comunicar. Ninguém deve ser adivinha ou mau educado, já que os bons modos são apreciados na cama também. As mulheres também têm de largar o excesso de sensibilidade e ensinar aos homens que não apreciam a atitude, ao invés de se ofenderem tanto”.
5. "... Ele deixa claro que não se importa com o meu prazer. Ele tenta, sem grandes esforços, me satisfazer mas, no fundo, preocupa-se somente com o dele"
“É comum a mulher interpretar uma situação deste jeito; porém, não é essa a realidade na maioria dos casos. Geralmente, os homens são extremamente preocupados com um desempenho que seja suficiente para as parceiras ficarem felizes. O orgasmo dela pressiona a um ponto que aparecem disfunções, como ejaculação precoce ou disfunção erétil. Quando isso acontece, eles tentam disfarçar, não comentando nada e, assim, dando a impressão de egoísmo. Homens são seres ultragenitalizados e acham bom tudo que for referente a carícias diretas, mas o ideal é que conversem e se entendam. Afinal, o relacionamento se alimenta de flexibilidade, para que os dois se satisfaçam”

Eu devo ser um tolo

por Sanzio
[...] Acompanhei no dia-a-dia o desenrolar dos fatos, TODA a mídia (com a louvável exceção da Carta Capital) tentando incendiar o país e derrubar o Lula, a militância petista em estado catatônico desde a farsa do mensalão, o próprio Lula talvez não soubesse mais em quem confiar. Exigir que, no calor dos fatos, com o  presidente do Poder Judiciário acusando a Abin, com ministros seus respaldando a farsa e com a imprensa toda mordendo seu calcanhar Lula fosse dar uma de machão, bater no peito e dizer "podem vir quente, que eu estou fervendo" é uma atitude politicamente ingênua, para dizer o mínimo.


Se tivesse peitado todo mundo, como querem alguns, Lula sofreria o processo de impeachment que a oposição se arrependeu de não ter aberto em 2005. Não que fosse resultar em nada, mas o barulho seria usado para derrubar o(a) candidato(a) do PT na eleição de 2010 e hoje, talvez, tivéssemos o Serra na Presidência (argh!).




Quanto aos que acham que, baixada a poeira, o governo deveria ter reabilitado Lacerda, lembro que a poeira baixou, mas basta sacudir um pouco que ela levanta novamente. Se, e somente se, ficar comprovado oficialmente pela CPI que tudo não passou de uma farsa dos implicados na Operação Satiagraha para acabar com a mesma, aí pode-se pensar em reabilitar a imagem pública de Lacerda e Protógenes. As funções que ocupavam jamais lhes serão devolvidas, é da natureza da política.

Artigo semanal de Delúbio Soares

MENOS JUROS, MAIS DESENVOLVIMENTO

Faz uma década que o Brasil disparou. Não deixou para trás apenas a letargia de um ciclo neoliberal, elitista e improdutivo. Fez mais: optou pelo desenvolvimento econômico com justiça social, acompanhado do mais exitoso processo de distribuição de renda já visto.

Os brasileiros passaram a conviver com a realidade de um país mais justo, menos desigual e em franco processo de reencontro consigo mesmo, onde a classe média foi fortalecida com a chegada de 40 milhões de cidadãos egressos das classes D e E. Poderia desfilar cifras e elencar fatos da maior relevância para ilustrar o novo país que surgiu, mas opto pelo mais simples: há mais brasileiros comendo, estudando, consumindo, trabalhando, construindo e girando a economia.

Nos últimos anos, o crescimento de nosso PIB - o Produto Interno Bruto – se deu de forma consistente e em viés de alta. A pequena desaceleração observada em 2011 se deveu, em grande parte, a fatores externos como a grave crise que castiga o continente europeu. Mas em 2012, a partir do segundo trimestre, o crescimento de nossa economia retornará ao ritmo de antes e atingirá algo em torno dos 3,5% até os 4%.

Mas o desenvolvimento econômico, com sentidos reflexos na sociedade, tem tido como algoz a elevada taxa de juros praticada pelo sistema financeiro. Os bancos, lamentavelmente, renunciaram a qualquer pretensão de exercer papel de fomento econômico e social para praticar, pura e simplesmente, a usura. Enquanto desponta entre as grandes potências do século 21, tornando-se a sexta economia mundial e apresentando indicadores surpreendentes em todos os setores, o Brasil convivia com o flagelo dos juros irreais que figuravam entre os mais altos do planeta. Enquanto os bancos apresentam ganhos biliardários, as forças produtivas encontram nas taxas praticadas um entrave para o financiamento de suas atividades e a consequente geração de empregos, divisas e riqueza.

A decisão corajosa da presidenta Dilma Rousseff, ao determinar que as duas maiores instituições financeiras do país baixassem os juros, ambas com mais de um século de grandes serviços prestados ao Brasil e aos brasileiros, colocou o ponto final em tão alarmante quadro. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, lastreadas em sólidos ativos e excelentes administrações, cumpriram a determinação presidencial e baixaram a patamares realistas os juros cobrados. Enquanto os bancos privados chegam a cobrar 10% no chamado rotativo (quando o cliente não paga o total da fatura) dos cartões de crédito, BB e Caixa estão operando com a aceitável e correta taxa de 3%. Os juros praticados nos cheques especiais e nas operações de crédito ao consumidor seguiram igual rumo e estão beneficiando dezenas de milhões de brasileiros que, já sendo clientes ou procurando a vasta rede de agências das duas instituições oficiais abrem novas contas, livram-se da verdadeira agiotagem praticada pela banca privada.

É impressionante o número de cidadãos que estão procurando as agências do BB e da Caixa em todo o território nacional, abrindo contas e passando a operar com as duas grandes instituições que sempre apostaram no Brasil e nas potencialidades de sua gente. É um verdadeiro choque de realidade nos que, com ganhos estratosféricos, se afastaram de qualquer comprometimento com o país, seu desenvolvimento e sua população.

A Caixa Econômica Federal, por exemplo, tem mais de 80% do crédito imobiliário de todo o país, além de ser a gestora do FGTS e implementar serviços sociais como o pagamento de seguro-desemprego, PIS, Bolsa Família e o Fies (crédito estudantil). Juntando todos, a Caixa tem impressionantes 57 milhões de clientes, ou seja, quase 30% de toda a população do país.  Aliás, tinha 57 milhões de correntistas, pois mais alguns milhões de brasileiros estão migrando dos bancos sem compromisso com o Brasil para a Caixa e o BB.

Mais de R$ 8 bilhões foram disponibilizados pela Caixa para capital de giro para pequenas e médias empresas, enquanto serão praticadas taxas de 2,33% a 2,55% pelo BB em operações de crédito de até R$ 15 mil em 36 meses. Não é apenas o barateamento do crédito, mas uma verdadeira e potente injeção de capital na economia através de pessoas físicas e pequenas e médias empresas, que se livrarão da usura da banca privada sem compromisso com o Brasil e sem respeito para com seus clientes.

Em competente e corajoso artigo, publicado na Folha de S. Paulo em 17 de abril, o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, lembra que "dos oito maiores lucros auferidos por empresas no Brasil em 2010, cinco foram obtidos por bancos" e, também, que "no ano passado o setor bancário foi o de maior volume de lucro entre as empresas de capital aberto, excluídas da amostra a Petrobras e a Vale. E abocanharam 39,4% do total de lucro obtido pelas 344 empresas avaliadas". Trocando em miúdos: os brasileiros, notadamente a classe média e os pequenos e médios empresários, penaram muito para que tão poucos ganhassem tanto.

A presidenta Dilma Rousseff está fazendo valer tanto a lei do mercado, onde o consumir dá preferência a quem melhor atende suas necessidades, quanto seu compromisso inarredável com o desenvolvimento sustentável do país e a defesa dos interesses maiores de seu povo. A corajosa decisão de nossa presidenta reflete a indignação dos brasileiros diante da agiotagem que boicota o progresso social e o desenvolvimento econômico do Brasil.

 Twitter diHITT 



Uma CPMI para ré-vista Veja


O delegado Paulo Lacerda tinha tudo para ser um ícone do funcionalismo público. Funcionário exemplar, foi responsável pela transformação da Polícia Federal em uma organização eficiente e peça chave na luta contra a corrupção e o crime organizado.
A virada da PF foi o primeiro alento, para o cidadão comum, de que o crime organizado poderia ser combatido de forma eficiente pelo Estado.
Nomeado para a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), estava pronto a repetir o trabalho na PF e a dotar o Sistema Brasileiro de Inteligência (o SISBIN, a coordenação das diversas agências públicas no combate ao crime organizado) em uma organização exemplar.
Em 2007, junto com o general Félix, Ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) visitou os Estados Unidos atrás de modelos de atuação contra o terrorismo e o crime organizado, remodelado após os atentados de 11 de setembro.
Visitaram o Departamento de Defesa, a CIA, o Tesouro, o FBI e um novo órgão, o Departamento Nacional de Inteligência, criado justamente para supervisionar a ação dos demais e integrar as investigações.
Havia a necessidade de um supervisor similar no Brasil, capaz de coordenar as informações provindas da PF, da Receita, Banco Central, COAF, INSS etc. Como a ABIN é um órgão de inteligência,
Decidiram criar um Departamento de Integração do SISBIN dentro da Agência. Reformou-se um anexo da ABIN, instituíram-se concursos que trouxeram novos funcionários, de alto nível, definiu-se uma política de cargos e salários.
O DI ficou em um andar inteiro. Havia um imenso corredor, com um conjunto de salas, cada qual destinada a um órgão da SISBIN. Não havia ingerência da ABIN. Cada órgão indicava um funcionário para trabalhar seu banco de dados, sem obrigação de passar os dados para o grupo.
No fim do corredor, uma sala onde haveria reuniões diárias de todos para analisar as demandas e definir as estratégias de combate ao crime organizado.
Estava tudo pronto para começar, quando estourou a Satiagraha. E aí, uma ação conjunta de Daniel Dantas, da revista Veja, do então presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes e do Ministro da Defesa Nelson Jobim, destruiu o trabalho e atrasou em anos o  avanço da luta contra o crime organizado.
Primeiro, foi a história do “grampo sem áudio” – o telefonema supostamente gravado entre Gilmar Mendes e o lugar-tenente do bicheiro Carlinhos Cachoeira, senador Demóstenes Torres -, repercutido com exclusividade pela Veja.
Depois – mais grave ainda – o falso alarme do STF de que teria havido escuta no órgão. Com base em um relatório que tecnicamente não comprovava escuta, homens de confiança de Gilmar abasteceram a revista – sempre a Veja - com falsas denúncias.
O terceiro tiro foi dado por Jobim que, com base em uma lista falsa, acusou a ABIN de dispor de equipamentos de escuta. A denúncia, mais uma vez, arquitetada com a Veja.
A soma de pressões obrigou ao afastamento de Paulo Lacerda e sua aposentadoria do serviço público.
Nesse período, a revista se aliou a dois esquemas barra-pesadas, o do Banco Opportunity e o de Carlinhos Cachoeira.
A CPI será uma boa oportunidade de passar essas histórias a limpo.

Artigo semanal de Marcos Coimbra

É de quem, a CPMI?


Faz tempo que, na política, não temos um caso tão estranho como esse da CPI do Cachoeira. Quanto mais se leem os jornais, menos se compreende o que está acontecendo.
Dão voltas extraordinárias.
Não faz mais que dias, a CPI era apresentada como fruto exclusivo das movimentações dos partidos governistas. 
Como em um passe de mágica, no entanto, na foto dos congressistas saudando a coleta do número suficiente de assinaturas para instalá-la, só havia figuras da oposição. E todas sorriam, com cara de quem celebrava uma vitória.

Primeiro, diziam que PT e PMDB estavam unidos na disposição de viabilizá-la. Atualmente, o que se lê é que o PMDB foge da CPI. Que pretende, mantendo-se distante, garantir-se como aliado de Dilma (estaria, por acaso, arriscado a perder essa condição?).
Em um esforço de imaginação, pintam agora um quadro em que o PMDB teria decidido permanecer na espreita, apostando no “desgaste do PT” (?) junto à presidente, para assim “aparecer como salvador da Pátria”. Que suas principais lideranças planejam carimbar a CPI como “invenção do PT”
Por que precisariam fazê-lo? Não foi o próprio Lula quem, pessoalmente, pôs a Comissão em marcha?
Passaram dias apregoando que o PT tinha entrado em pânico e estudava a melhor opção para se desembaraçar dela. Na hora em que os votos da bancada foram contados, o que se viu foi que a endossava por unanimidade.
Quem procura entender o caso recorrendo à leitura de alguns colunistas famosos fica perplexo. Chegam a caracterizar a CPI como uma espécie de apocalipse petista, sua “hora da verdade”, o momento em que se defrontará com tudo que evitou em sua história.
Afinal, a CPI é a “cortina de fumaça” que o lulopetismo inventou para esconder os malfeitos do mensalão - como estampou, na capa, a revista Veja -, ou o Dia do Julgamento Final para o PT?
São análises engraçadas. Por elas, parece que Lula não passa de um principiante, um aprendiz de feiticeiro, que deixa livres forças que é incapaz de controlar. Que teria cometido um erro infantil, ignorando a verdade acaciana - que muitos adoram repetir - que “todo mundo sabe como começa uma CPI, mas ninguém sabe como termina”.
Achar isso de alguém como Lula - que já deu as mais óbvias provas de que é tudo, menos tolo -, é pura pretensão. E não há, na política, erro maior que subestimar o outro lado.
E os rostos dos parlamentares da oposição? De onde vinha tanta alegria?
Do fato de que o inquérito que envolve Demóstenes Torres se tornará público? De que as relações entre Cachoeira e o PSDB de Goiás serão reveladas?
Ou será da satisfação de saber que as conversas entre Cachoeira e a redação da Veja serão conhecidas? Que o papel do bicheiro na fabricação de dossiês usados para criar crises políticas será exposto?
Pelo que se sabe até agora, há muita gente e algumas grandes empresas envolvidas nos negócios de Cachoeira. Alguns são petistas de alto coturno.
Entre as empresas, estão fornecedores graúdos do governo federal (assim como de governos estaduais e prefeituras administradas por quase todos os partidos).
Só um ingênuo imaginaria que Lula e as lideranças petistas ignoravam isso quando resolveram criar a CPI. E só quem não conhece Brasília supõe que deixarão que ela seja transformada em palco para que sejam questionados.
Quando Lula afirma que a CPI deve ser feita “doa a quem doer”, podemos apostar que sabe o que diz. E que já calculou em quem doerá mais.
Em matéria de previsões políticas, a taxa de acerto de Lula é muitas (mas muitas) vezes maior que a de nossos comentaristas e colunistas.

A herança bendita


[...] A atual situação se deve basicamente a herança bendita do Governo do Presidente Lula, e a continuidade praticada pelo Governo da Presidenta Dilma.
E ainda precisamos considerar que no primeiro ano do governo da Presidente Dilma foi realizado um enorme aperto fiscal e monetário.
Agora com a redução dos juros da Selic, o aporte ao BNDES, a redução do spread bancário poderá haver um crescimento no ritmo de crescimento do PIB, acompanhado de um crescimento do investimento na produção de bens e serviços.
Em função do aperto fiscal em 2011, e a significativa redução dos juros da Selic, se houver necessidade o Governo da Presidente Dilma terá todas as condições para conceder incentivos fiscais e garantir o aumento do ritmo de crescimento do PIB no Brasil, mesmo que ocorra um agravamento da situação econômica internacional.
O que torna muito provável o crescimento da aprovação do Governo da Presidente Dilma em 2012 e  2013.

por Roberto

Oposição na UTI

por Josias de Souza
Saiu mais uma pesquisa do Datafolha. Tomada pela fachada, faz reluzir o já sabido: a popularidade do governo Dilma sobe. Foi de 59% em janeiro para 64% agora. Tomada pelo miolo, acende uma luz no fim do túnel da oposição. Luz vermelha. São três os dados que piscam para os antagonistas do petismo:
1. Perguntou-se ao meio-fio quem deve disputar a Presidência em 2014: Dilma ou Lula? A maioria (57%) prefere Lula a Dilma (32%). Para 6%, nenhum dos dois deveria disputar. Outros 5% não souberam responder. Ficou entendido que, se quiser e a laringe deixar, o ex-soberano continua na pista.
2. Indagou-se ao asfalto como votaria se o segundo turno de 2010 se repetisse hoje. Descobriu-se que os 56,05% amealhados por Dilma há um ano e cinco meses viraram 69%. E os 43,95% obtidos por Serra murcharam para 21%. Quer dizer: se Lula não quiser ou não puder, a pista é de Dilma.
3. Entre os eleitores que dizem ter votado em Serra, 52% avaliam a gestão Dilma como ótima ou boa. Entre os que se apresentam como simpatizantes do PSDB, a taxa de aprovação da presidente do PT vai a 60%. Ou seja: no pedaço do eleitorado mais afeito ao tucanato, a maioria caiu de amores por Dilma.
Nos últimos tempos, a oposição mata o tempo perguntando a si mesma –e não respondendo— que diabo, afinal, está fazendo neste mundo. Considerando-se os dados da sondagem, a resposta é nada. Frequenta a cena como visita. Quem tenta dar-lhe ouvidos ou escuta o silêncio ou não entende o que ouve.
Já se sabia que falta discurso à oposição. Descobriu-se que não será fácil arranjar um. A idéia segundo a qual um candidato como Aécio Neves pode apresentar-se como melhor alternativa “a tudo isso que está aí” demanda uma pré-condição: a pregação não pode agredir a agredir a realidade.
Por exemplo: o Datafolha informa que 49% dos eleitores acham que a situação econômica do país vai melhorar. Outros 39% avaliam que a coisa ficará como está. Apenas 13% apostam que o cenário vai degringolar. Em junho do ano passado, 51% imaginavam que os preços subiriam. Hoje, esse contingente caiu para 41%.
Primeiro da fila do PSDB, Aécio prevê que a crise internacional reserva dias piores para o Brasil. Ainda que o tempo lhe dê razão, se disser em público o que rumina em privado será visto não como alternativa, mas como mais um membro do clube do ‘quanto pior melhor’.
Por ora, o que a maioria vê nas gôndolas é a carestia contida. No Banco Central, vê-se a faca dos juros. No Planalto, desponta uma presidente que ordena às casas bancárias estatais que ofereçam taxas menores à clientela e abre guerra contra a banca privada para forçá-la a fazer o mesmo.
Como se fosse pouco, o discurso da moralidade, que já fazia água, acaba de ser engolfado pelo Cachoeira. Demóstenes Torres, que se imaginava nascido para nadador, revelou-se um afogado. Há Agnelos com água pelo nariz. Mas também há Marconis. De uma correnteza assim, tão plural, pode emergir muita coisa, menos um discurso.
Em 2010, a oposição compensava a falta do que dizer superstimando a “ausência de candidato” do PT. Lula elegeu sua poste. A dois anos e meio de 2014, o tucanato e Cia. continuam sem saber o que dizer. A diferença é que o petismo agora tem dois candidatos: a pupila e seu patrono.
O Datafolha informa que a oposição brasileira foi transferida da enfermaria para a UTI. Vale repetir o velho bordão: pesquisa não é senão o retrato de um momento. Significa dizer que seria uma imprudência decretar em 2012 o resultado de 2014.
Algo, porém, é inegável: a oposição está diante de uma encrenca que lhe nega o papel que julga desempenhar melhor. O tucanato pode continuar dizendo que veio ao mundo como exemplo. Falta descobrir de quê.
O Plano Real é sonho velho. A estabilidade econômica foi como que apropriada por Lula. Ou a oposição coloca de pé uma utopia nova ou vai continuar arrastando a bola de ferro que torna os seus candidatos os mais cotados para fazer de um petista o próximo presidente da República.