O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, não defendeu abertura de investigação para apurar denúncia feita em Setembro, por Marco Valério ao Ministério Público. Segundo depoimento prestado pelo réu, publicado Aqui, o ex-presidente do STF, Ayres Brito e o atual, Joaquim Barbosa tiveram sua indicação aprovada com votos comprados com dinheiro do esquema do mensalão.

Ayres Britto e Joaquim Barbosa não também não defenderam abertura de investigação. Sequer responderam sobre essa possibilidade.

Como vemos realmente os togados do Supremo julgam-se acima de tudo e de todos. Até mesmo da Constituição.

Aff.





Os antigos donos do poder não se conformam


Julgamento do mensalão, Operação Porto Seguro e agora o vazamento na imprensa de novo depoimento feito à Procuradoria-Geral da República por Marcos Valério, réu condenado a 40 anos de prisão: a ofensiva contra o ex-presidente Lula não tem mais limites, é uma guerra sem quartel, sem data para acabar.
Em texto publicado no último dia 2 de novembro, eu já previa: "O alvo agora é Lula na guerra sem fim".
Não bastava condenar os dirigentes do PT acusados no processo do mensalão. O objetivo maior era demolir a imagem do principal líder do partido que completa dez anos no governo central agora em janeiro.
Os antigos donos do poder simplesmente não se conformam de ter perdido o controle do país depois de 500 anos de dominío.
Como não conseguiram recuperá-lo em sucessivas eleições, buscam agora outros meios para impedir a reeleição da presidente Dilma Rousseff, atingindo o seu principal eleitor, o ex-presidente Lula.
Para atingir este objetivo, tentam desde o início do governo Dilma jogar um contra o outro, buscando desqualificar o PT e as forças sociais que o levaram à vitória em 2002.
Até hoje não funcionou. Ainda ontem, durante visita oficial à França, a presidente Dilma foi a primeira autoridade brasileira a sair em defesa de Lula:
"É sabida a minha admiração,  meu respeito e a minha amizade pelo presidente Lula. Portanto, eu repudio todas as tentativas - e esta não será a primeira vez - de tentar destituí-lo da imensa carga de respeito que o povo brasileiro lhe tem".
A iniciativa do debate político no país para a discussão dos grandes temas nacionais deixou de ser do Executivo e do Legislativo e hoje é determinado por uma ação coordenada entre a mídia e as instituições jurídico-policiais, que estabelecem a pauta do noticiário.
Na mesma terça-feira em que uma reportagem do "Estadão" vazou as declarações feitas por Marcos Valério em depoimento à Procuradoria-Geral da República, em setembro, envolvendo Lula no mensalão, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, ao ser indagado sobre a necessidade da abertura de novas investigações, não pensou duas vezes: "Creio que sim".
Foi o que bastou para que a concorrente "Folha" saísse com a manchete garrafal: "Presidente do Supremo quer Lula investigado no mensalão".
Faltando ainda dois anos para as eleições presidenciais de 2014, só posso atribuir esta ofensiva contra Lula agora ao desespero de setores alijados do poder pelo PT que não conseguem encontrar um candidato viável e confiável. Na falta de um candidato, procuram destruir o outro lado.
Cada vez que sai uma nova pesquisa de opinião mostrando a força de Dilma e Lula no eleitorado e a fragilidade dos candidatos da oposição, parece aumentar o furor dos que não se conformam com as conquistas sociais e econômicas dos últimos anos que garantem a alta popularidade dos líderes petistas, apesar do bombardeio sofrido nos últimos meses.
Desta forma, antes mesmo do julgamento do mensalão terminar, vai começar tudo de novo, quem sabe esticando o caso até as próximas eleições presidenciais, enquanto repousam no Supremo Tribunal Federal toneladas de processos antigos envolvendo outros políticos de outros partidos.

Coluna econômica do Nassiff


Pequenas empresas paulistas estão sofrendo um assédio inimaginável, recebendo visitas de gerentes de bancos, oferecendo linhas de crédito baratas. Conta garantida a 2% de juros ao mês, descontos de duplicata a 0,9%.
A conversa com os gerentes é das mais instrutivas. Informam que orientação que receberam de suas respectivas diretorias é que juros baixos e competição bancária vieram para valer. E os bancos terão que se reinventar.
Não se trata mais de elaborações estratégicas da cabeça de um diretor de banco, mas a orientação que chegou na base, o gerente de conta.
***
Quando se compara a economia a um transatlântico – imagem cunhada há décadas pelo ex-Ministro Mário Henrique Simonsen – tinha-se na cabeça esse efeito-defasagem
A política econômica dá uma guinada radical. Há um tempo de ajuste em que, primeiro, os agentes econômicos precisam ser convencidos da sua irreversibilidade. Depois, um tempo para se ajustarem às novas regras, que passa por definir a nova estratégia e fazer a voz de comando chegar na ponta.Leia mais »

Pequena entrevista com Joaquim Barbosa presidente do STF

*VB - O senhor acha que as acusações feitas por Marcos Valério contra o ex-presidente Lula devem ser investigadas?

*JB - Eu creio que sim.

VB - O senhor acha que as acusações feitas por Marcos Valério contra o ex-presidente do STF, Ayres Britto e também contra vossa excelência devem ser investigadas?

JB - Não!

VB - Por que o senhor defende investigação contra o ex-presidente Lula e é contra investigar ex- e atual presidente do STF?

JB - ....

VB - Por que o senhor acreditou e condenou - sem provas - José Dirceu de ter comprado parlamentares para aprovar leis de interesse do governo Lula, e não acredita que o Chefe do esquema do mensalão comprou votos para aprovar as indicações de vocês dois  para o Supremo?

JB -  ...

Artigo semanal de Paulo Moreira Leite

STF e o Poder Moderador de Pedro I

Imagino que a gripe de Celso Mello possa inspirar reflexões mais sagazes sobre o ato final do mensalão – o destino dos parlamentares condenados. Não há dúvida que eles irão cumprir a pena que lhes foi designada, por mais injusta que lhes pareça.
Só é feio insistir que sejam conduzidos para prisão imediata, sem que o processo tenha transitado em julgado e todos os recursos venham a ser examinados e considerados.
Mas eu acho ainda mais espantoso que se possa ter dúvida sobre a cassação de mandatos.
O artigo 55 da Constituição diz quem deve cassar o mandato de um parlamentar. Será a Câmara, se ele for deputado. O Senado, se for um senador. Está lá escrito, de maneira explícita, de forma coerente com o artigo 1, que explica que todo  poder será exercido em nome do povo, “através de seus representantes eleitos ou na forma da lei,” como lembrou muito bem Rosa Weber, num voto histórico.
Não há duvida.
Há vontade de criar uma dúvida. Alega-se que é incongruente um parlamentar ser condenado à pena de prisão e manter o mandato. Calma lá. Do ponto de vista da Constituição, estamos apressando o debate.
Há uma etapa anterior que ainda não foi cumprida.
O artigo 55 diz que o Congresso é que tem palavra final sobre o mandato. Isso não é uma formalidade. A cassação deve ser submetida a voto secreto, e só será aprovada por maioria absoluta. Aí, o sujeito perde o mandato.
Só teremos uma situação incoerente entre o Supremo e o Congresso se acontecerem dois eventos:
a) os condenados forem julgados pelo congresso; b) se forem absolvidos.
Caso venham a ser condenados, não há problema algum.
Se forem absolvidos pelo Congresso e tiverem de cumprir pena, teremos uma situação transitória, que irá durar, no máximo, alguns meses: deputados com mandato e ao mesmo tempo na cadeia.
Pode ser estranho, inesperado, imprevisto.
Mas pense na alternativa. É passar por cima de um artigo da Constituição.
Pergunto o que é mesmo grave. O que representa riscos para a democracia?
O problema real, que não se quer confessar, é o seguinte. Tem gente querendo criar um poder moderador, acima da Constituição.
Explico. Depois de condenar os réus do mensalão, não se admite sequer a hipótese de que os deputados possam ser absolvidos pelo Congresso. Compreendo essa visão.
Tenho certeza de que muitos brasileiros pensam assim.
Mas o artigo 55 diz que são os representantes eleitos pelo povo que tem o poder de extinguir o mandato de outro representante eleito. Não há outra interpretação.
Muita gente diz e escreve que o deputado Marco Maia “está criando problemas” quando afirma que o Congresso “não abre mão”de seus direitos. Quem está criando problema não é o deputado, porém. É quem não quer respeitar o artigo 55.
Se há um poder supremo, nesta matéria, é o Congresso. Quem está criando caso é quem não quer cumprir essa determinação, descrita com todas as letras, vírgulas, pontos, parágrafos, no artigo 55. (Na dúvida, consulte o Google ou notas anteriores deste blogue).
Muitas pessoas falam no Supremo como se ele fosse um poder “supremo.” Mas isso havia na Carta de 1824, imposta por Pedro I, que criava o Poder Moderador. Não era a Justiça. Era o próprio imperador.
Nem é preciso lembrar que era um regime que não separava a Igreja do Estado, onde o voto era limitado às pessoas de posse.
Convém  não esquecer: conforme esta Constituição, os cidadãos estavam divididos em dois tipos.  Aqueles que eram humanos. E aqueles que eram coisas. Os primeiros eram brancos. Os outros, os escravos.
Felizmente, vieram outras Constituições, que criaram homens com direitos iguais, que nem sempre são cumpridos. Mas vamos chegar lá. A de 1988, que refletiu as dores de uma ditadura que cassou deputados e também mandou que o Supremo submetido fizesse o serviço, deixou a questão para o Congresso. Convém respeitá-la.

Marcos Valério: indicação de Ayres Britto e Joaquim Barbosa foram compradas

Depoimento de Marcos Valério coloca o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, o ex-presidente do STF, Ayres Britto, o atual, Joaquim Barbosa no centro do escândalo do mensalão.

Valério afirmou que dinheiro do esquema do mensalão que comprou votos de parlamentares no Congresso Nacional foi usado para aprovação de dois indicados para ministro do STF pelo presidente Lula, foram: Ayres Britto e Joaquim Barbosa.

O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel é acusado por Marcos Valério de ter excluído esta parte do depoimento.

Urge os acusados virem à público prestar declarações a sociedade.

Ou seriam eles intocáveis?


Clipping do Briguilino