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Revela Valério!

Revela, Valério, quem te dava dinheiro da Brasil Telecom.
Revela, Valério, quem te dava dinheiro da Telemig Celular.
Revela, Valério, quem te dava dinheiro de Furnas.
Revela, Valério, quem te dava dinheiro da Usiminas.

Quem foi?...
Quem, quem, quem é?...

Foi o mesmo que te mandou a Portugal?
É o mesmo que te mandou queimar recibos?

Revela, Valério, quando começou o mensalão tucano.
Revela, Valério, quanto do mensalão de 98 foi para campanha de FHC.
Revela, Valério, quem levou a tecnologia para o PT?
Revela, Valério, quem é o Dr. Carlinhos?

Quem foi?...
Quem, quem, quem é?...

Foi o mesmo que te mandou a Portugal?
É o mesmo que te mandou queimar recibos?

Valério, fala, delata, revela tudo o que sabe.
O que sabe do PSDB, do PMDB, do PSB, do PT e demais partidos políticos do Brasil

"Perdido por 40 perdido por mil".

O pig, o ínfimo (stf) dois pesos e dois "mensalões"

[...] Conforme a CPMI dos Correios, o dinheiro levantado pelo Valerioduto em Minas Gerais, a partir de 2000, quando era preciso pagar as dívidas da campanha estadual de 1998, chegou a cifras respeitáveis. Apenas a Telemig, que fora privatizada pelo PSDB e pertencia ao banqueiro Daniel Dantas, entregou R$ 122 milhões às agências de Marcos Valério. A Amazonia Celular, outra empresa do grupo, entrou com R$ 36 milhões. A Assembléia Legislativa de Minas Gerais compareceu com R$ 27 milhões e a Secretaria da Fazenda do governo de Minas entrou com R$ 27 milhões. Leia íntegra do artigo Aqui

O ínfimo - stf - absolve Duda Mendonça e sua sócia no caso mensalão

- Vovó Briguilina, por que o marqueteiro Duda Mendonça foi absolvido pelo ínfimo?
- Porque a procuradoria-geral da república de propósito, acusou-o do crime que ele não cometeu.
- Como assim?
- Como ele podia ser condenado por lavagem de dinheiro e evasão de divisas se não foi ele que remeteu o dinheiro para o exterior?..
- E por que a  procuradoria fez isso?
- Porque assim de antemão livra a cara do Duda Mendonça e de todos os marqueteiros que receberam dinheiro no exterior, inclusive os que trabalharam nas campanhas de FHC, Alckmim, Serra etecetera. Tem mais, se o procurador o acusa de corrupção, desmontaria toda a tese do esquema do mensalão - compra de votos -, os ínfimos teriam de admitir que foi o  famigerado caixa 2 que aconteceu, assim teria de absolver os políticos.
- Que canalhice dos procuradores e ministros do ínfimo.
- Meu neto, cuidado com as palavras, essa gente é muito poderosa e perigosa também.
- Tô nem aí eles podem ir tomar aonde as patas tomam. Bando de hipócritas. Corja!

Jânio de Freitas: A mentira, a mesada e o mensalão


Passados sete anos, ainda não se sabe quanto houve de mentira na denúncia inicial de Roberto Jefferson
A mentira foi a geradora de todas as verdades, meias verdades, indícios desprezados e indícios manipulados que deram a dimensão do escândalo e o espírito do julgamento do "mensalão".
Por ora, o paradoxo irônico está soterrado no clima odiento que, das manifestações antidemocráticas de jornalistas e leitores às agressões verbais no Supremo, restringe a busca de elucidação de todo o episódio. Pode ser que mais tarde contribua para compreenderem o nosso tempo de brasileiros.
Estava lá, na primeira página de celebração das condenações de José Dirceu e José Genoino, a reprodução da primeira página da Folha em 6 de junho de 2005. Primeiro passo para a recente manchete editorializada -CULPADOS-, a estonteante denúncia colhida pela jornalista Renata Lo Prete: "PT dava mesada de R$ 30 mil a parlamentares, diz Jefferson". O leitor não tinha ideia de que Jefferson era esse.
Era mentira a mesada de R$ 30 mil. Nem indício apareceu desse pagamento de montante regular e mensal, apesar da minúcia com que as investigações o procuraram. Passados sete anos, ainda não se sabe quanto houve de mentira, além da mensalidade, na denúncia inicial de Roberto Jefferson. A tão citada conversa com Lula a respeito de mesada é um exemplo da ficção continuada.
A mentira central deu origem ao nome -mensalão- que não se adapta à trama hoje conhecida. Torna-se, por isso, ele também uma mentira. E, como apropriado, o deputado Miro Teixeira diz ser mentira a sua autoria do batismo, cujo jeito lembra mesmo o do próprio Jefferson.
Nada leva, porém, à velha ideia de alguém que atirou no que viu e acertou no que não viu. A mentira da denúncia de Roberto Jefferson era de quem sabia haver dinheiro, mas dinheiro grosso: ele o recebera. E não há sinal de que o tenha repassado ao PTB, em nome do qual colheu mais de R$ 4 milhões e, admitiria mais tarde, esperava ainda R$ 15 milhões. A mentira de modestos R$ 30 mil era prudente e útil.
Prudente por acobertar, eventualmente até para companheiros petebistas, a correnteza dos milhões que também o inundava. E útil por bastar para a vingança ou chantagem pela falta dos R$ 15 milhões, paralela à demissão de gente sua por corrupção no Correio. Como diria mais tarde, Jefferson supôs que o flagrante de corrupção, exibido nas TVs, fosse coisa de José Dirceu para atingi-lo. O que soa como outra mentira, porque presidia o PTB e o governo não hostilizaria um partido necessário à sua base na Câmara.
Da mentira vieram as verdades, as meias verdades e nem isso. Mas a condenação de Roberto Jefferson, por corrupção passiva, ainda não é a verdade que aparenta. Nem é provável que venha a sê-lo.
MAIS DEDUÇÃO
Em sua mais recente dedução para voto condenatório, o presidente do Supremo, Ayres Britto, deu como certo que as ações em julgamento visaram a "continuísmo governamental.
Golpe, portanto, nesse conteúdo da democracia que é o republicanismo, que postula renovação dos quadros de dirigentes".
Desde sua criação e no mundo todo, alcançar o poder, e, se alcançado, nele permanecer o máximo possível, é a razão de ser dos partidos políticos. Os que não se organizem por tal razão, são contrafações, fraudes admitidas, não são partidos políticos.
Sergio Motta, que esteve politicamente para Fernando Henrique como José Dirceu para Lula, informou ao país que o projeto do PSDB era continuar no poder por 20 anos.
Não há por que supor que, nesse caso, o ministro Ayres Britto tenha deduzido haver golpe ou plano golpista. Nem mesmo depois que o projeto se iniciou com a compra de deputados para aprovar a reeleição.

Tese do Mensalão: a fraude exemplar


Em agosto de 2005, CartaCapital relembrou como foram feitas as negociações que selaram o acordo entre o PT e o PL, hoje PR, para a campanha presidencial de 2002. O escândalo do chamado “mensalão” acabava de estourar na mídia e, de repente, todos os veículos pareciam dispostos a “revelar” novidades sobre o caso.
Foi o que fez a revista Época ao publicar informações divulgadas três anos antes porCartaCapital. A reportagem, de 20 de outubro de 2002, mostrava o que o então Partido Liberal, em dificuldades para financiar as campanhas de seus candidatos pelos estados, exigia, como contrapartida ao apoio a Luiz Inácio Lula da Lula, cerca de 10 milhões de reais. O fim da história, como se sabe, foi a indicação do vice-presidente da chapa, o empresário José Alencar. Val­de­mar Cos­ta Neto, hoje réu do mensalão, era personagem central da negociação.Nesta terça-feira 24, ele foi condenado pelo revisor do processo no Supremo tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, por corrupção e lavagem de dinheiro.
Relembre a história revelada por CartaCapital muito antes de o escândalo vir à tona: Aqui

Joaquim Barbosa, herói até quando?

O Super-Juiz, Joaquim Barbosa tem um momento determinado para sair de cena do palco STF. Logo que terminar sua atuação no episódio do "julgamento do Século". Por motivo de saúde ele sai de cena sob aplausos e críticas favoráveis do pig - desde que, cumpra o papel que a tucademopiganalhada lhe encomendou -. Mas, se pisar na bola e não seguir o roteiro original e condenar José Dirceu...as vais serão ensurdecedoras.

Indignação genuína

Na voragem das denúncias, abalou-se um dos pilares do Estado de Direito, o da presunção de inocência, uma vez que a mera acusação foi transformada no equivalente à prova de culpa”.
Luiz Gushiken

Pig: o complexado


Midas é um personagem da mitologia grega, rei da cidade de Frígia, possuidor de atributo bem peculiar: tudo em que tocava se transformava em ouro, um mito que adquiriu um caráter simbólico e metafórico na sociedade moderna e que analisa, disseca, certos comportamentos  nos quais se sobrassaem a tendência a imaginar-se para além do que se realmente é. Uma espécie de assunção de poderes  imaginários, uma capacidade além da real de intervir na realidade, uma onipotência, que em psicologia se passou a denominar de Complexo de Midas. 
Por esse aspecto, a mídia em geral, e a chamada "grande mídia", padece desse Complexo. Avalia-se capaz de, num simples "toque", mudar o que acha que deve ser mudado. E esse "toque" ou "toques" estão diariamente estampados no diários e noticiosos de TV e Rádio, numa nítida e absurda inversão advinda dessa falsa consciência de que se a realidade não se amolda à suas percepções ou aspirações, então que a mesma se dane. Continua>>>

Pig se "entrega"

Fosse sido o advogado de defesa de José Dirceu que tivesse cometido um ato falho deste - abaixo -, que o jornalista Ricardo Simlat cometeu, o pig apresentaria à noite no JN o especialista Bolina para explicar as razões. Confiram:

Mensalão: Duas histórias e a prcura da verdade

Foi muito eficiente a defesa do ex-ministro José Dirceu feita pela advogado José Luiz de Oliveira Lima, segundo alguns juristas que consultei há pouco.
Acusação e defesa não são obrigadas a ser isentas. Pelo cotrário. Cada lado conta uma históoria a partir de um mesmo conjunto de fatos.
Dos juízes, sim, espera-se isenção na busca da verdade - por mais relativa que seja a verdade.
Ouvimos duas histórias completamente diferentes até agora sobre a participação ou não de Dirceu no esquema do mensalão.
As duas histórias serão recontadas quando os juízes começarem a votar, absolvendo ou condenando os réus.

Analogia - Mensalão <> Futebol

Os jogadores do time vencedor - governo - são vaiados por fazerem gols no time adversário.

E os jogadores do time perdedor - oposição -, são aplaudidos por fazerem gols contra.

Quem Julga?

[...] Os grandes grupos de mídia brasileiros não se prepararam para a cobertura do julgamento do mensalão. 
Sua parafernália foi montada com outro intuito: noticiar o dia a dia de uma condenação.

Se não de todos os 38 réus, pelo menos das principais figuras do PT e de outros partidos que foram acusadas. Junto com alguns dos personagens de fora da política que se tornaram simbólicos dos eventos que suscitaram as denúncias.
A “grande imprensa” faz plantão na porta do Supremo Tribunal Federal aguardando a condenação. O julgamento é um detalhe, uma burocracia que só retarda o desfecho que espera - e deseja.
A rigor, ela não demonstra interesse pelo que vai acontecer no STF, de agora até que o último réu seja julgado. Parece achar que a história do mensalão já foi escrita.
É irrelevante se o jornalista ou seu empregador estão convencidos da culpa de alguém. Até porque a última preocupação que têm é com a Justiça. Suas convicções políticas, suas antipatias e simpatias impedem a isenção exigida para julgar.
Muitas pessoas acreditam que o pleno exercício do papel da imprensa requer o que chega a ser exacerbação crítica. Sem uma incansável disposição de recusar a verdade estabelecida, sem ser sistematicamente “do contra”, ela seria dispensável. No limite, como dizia Millôr Fernandes, “Jornalismo é de oposição, o resto é armazém de secos e molhados”.
Certa ou errada a frase (e, no Brasil de hoje, nada menos oposicionista - no sentido que Millôr dava à palavra - que os veículos da indústria de comunicação, que costumam ser apenas porta-vozes do situacionismo de ontem), o que ela ressalta é a incongruência entre julgar e fazer imprensa investigativa.
Essa pode - e talvez deva - ir mais longe na denúncia que o justo (considerando, é claro, os veículos e profissionais que se mantêm no jornalismo e ignorando os agentes do jogo ideológico de baixa qualidade).
O mesmo vale para a atuação do Ministério Público. Excessos saudáveis de alguns de seus integrantes ajudaram no amadurecimento de nossas instituições, ainda debilitadas pelo autoritarismo. Promotores “incômodos” são mais úteis à sociedade que os “bonzinhos”.
De novo, isso é incompatível com a função de julgar. “Carregar nas tintas” de uma denúncia é permissível, e, por isso mesmo, alguém tem que evitar que se convertam, automaticamente, em punição.
O julgamento do mensalão não é o endosso dos ministros do STF ao que a “grande imprensa” diz e nem tampouco o referendo da denúncia apresentada pelo Procurador-Geral. É o momento em que a acusação deixa de ser unilateral e a defesa - tão legítima quanto ela - é ouvida.
Dele, ninguém deve sair condenado sem prova irrefutável de culpa.
Nossa “grande imprensa” se colocou em uma posição delicada. De tanto apostar na condenação - seja por estar convencida da excelência de sua investigação, seja para golpear o “lulopetismo”-, ficou sem saída.
Ou o STF faz o que ela quer ou está obrigada a repudiar seu pronunciamento.
Caso não venham as penas, como se explicará a seus leitores e à opinião pública? Reconhecerá que se excedeu, que atacou sem provas, que destruiu imagens e reputações irresponsavelmente?
Ou vai insistir que estava certa e errado é o julgamento do Supremo? Que, portanto, os cidadãos brasileiros não podem confiar na Justiça?
Para ela, só pode haver um desfecho: a condenação. Mas que julgamento seria esse, se todos já foram condenados?
O que a “grande imprensa” brasileira menos quer é que o Supremo julgue. Ela já fez isso.
E não admite a revisão de seu veredicto.
 Marcos Coimbra 

Esquema Cachoeira se cruza com o "mensalão"

O escândalo eleitoral mais ruidoso das últimas décadas, apelidado de ‘mensalão’, e a quadrilha do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, têm mais pontos em comum do que presumiam os magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF), onde o julgamento da Ação Penal (AP) 470 se reinicia, nesta segunda-feira, com o pronunciamento dos advogados de defesa de 38 réus. Juntos, eles teriam formado uma organização criminosa destinada a comprar votos de parlamentares, segundo a longa tese do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, oficializada na sustentação oral de mais de cinco horas, na sexta-feira. Os fatos apurados por parlamentares, agentes da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), porém, começam a desenhar um contorno da realidade bem diferente daquele que sugere a peça de acusação.

Negociadores experientes conversam com Cachoeira, encarcerado no Presídio da Papuda, em Brasília, segundo fonte confidenciou ao Correio do Brasil, “para acertar os pontos finais de uma delação premiada”, benefício legal que poderá ser concedida ao contraventor, caso ele resolva falar o que sabe sobre a rede de crimes que comandava no país. Cachoeira, privado da liberdade há quase seis meses e das visitas íntimas da mulher dele, Andressa Mendonça, desde que ela foi detida pela acusação de tentativa de suborno a um juiz federal, há uma semana, “está vivendo um inferno”, afirmou um advogado a colegas do escritório do jurista Márcio Thomaz Bastos, que renunciou à defesa do bicheiro.

– O Cachoeira está perto do seu momento de quebra. Ele começou a compreender agora, com clareza, que apesar dos recursos financeiros de que ainda dispõe, foi abandonado por todos os seus contatos no mundo político, jurídico e nos veículos de comunicação que, no início, ainda tentavam enquadrá-lo como um ‘empresário na área de jogos’, em uma cartada para evitar que o processo chegasse às conclusões que, dia após dia, ficam mais robustas para as autoridades no Judiciário e do Congresso, onde a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) liga todas as pontas do esquema criminoso. A delação de Cachoeira seria o elo final na cadeia de eventos que teve início com a denúncia do chamado de ‘mensalão’ – disse a fonte.

Uma das linhas de investigação mais consistentes, segundo promotor do MPF que também prefere manter o anonimato para evitar qualquer dano ao processo contra o esquema criminoso de Cachoeira, é aquela que liga a quadrilha do contraventor a um processo de financiamento de campanhas eleitorais e de enriquecimento ilícito de seus cúmplices similar ao outro, controlado pelo publicitário Marcos Valério, principal réu na AP 470. Enquanto Cachoeira “abastecia os cofres de seus aliados políticos à direita”, em legendas como o PSDB, o DEM e o PPS, “Marcos Valério trabalhava para setores da base aliada na montagem de um possante caixa 2, pronto a irrigar candidaturas ligadas ao conjunto de siglas de apoio ao governo”, constata o promotor público em conversa com o CdB, neste domingo.

– A teoria de uma conspiração no Palácio do Planalto, à época do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, montada para comprar parlamentares e perpetuar o governo petista no poder, mostra-se cada vez mais frágil diante dos fatos ocorridos. Não há nenhuma novidade. O que ocorreu em 1994, em escala anabolizada, vinha desde 1998 com o sistema de caixa 2 montado por Marcos Valério em Minas Gerais, destinado a pagar as contas de campanha do então candidato Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Ele desviava quantias vultosas do Erário por meio de um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro – argumenta o promotor.

Esse esquema, batizado de ‘mensalão mineiro’, também chamado de ‘mensalão tucano’ ou ‘valerioduto tucano’, teve início na campanha para a eleição de Azeredo – um dos fundadores, e presidente do PSDB nacional – ao governo de Minas Gerais. O caso está detalhado em denúncia formulada pela Procuradoria Geral da República ao STF contra Azeredo que, segundo os autos, seria “um dos principais mentores e principal beneficiário do esquema implantado”. Azeredo é acusado de “peculato e lavagem de dinheiro”. Uma solução idêntica, mas de dimensões nacionais, administrada também por Valério, teria servido como fonte financiadora para uma série de operações destinadas ao pagamento de dívidas de campanha dos partidos ligados ao Partido dos Trabalhadores (PT).

Até onde conseguiram chegar as buscas por provas no processo da AP 470, Valério e Delúbio Soares, então tesoureiro do PT, trabalhavam em conjunto para quitar os gastos realizados nas disputas a cargos públicos e formar um estoque financeiro suficiente para as próximas campanhas. Tão logo o candidato petista venceu as eleições, em 2004, com a proximidade entre Valério e o tesoureiro do PT, ter-se-ia iniciado o processo de captação de recursos, por meio de contratos fraudulentos em publicidade junto às estatais e aos ministérios. Na oposição – após décadas na condução dos destinos do país e próspero na formulação das políticas criminosas que deram origem ao Best seller do jornalista Amaury Ribeiro Jr, Privataria Tucana – o PSDB, que conheceria por dentro o funcionamento da trama criminosa, teria em Cachoeira o seu principal agente para denunciar a corrupção de funcionário dos Correios, Maurício Marinho, e detonar a mais consistente tentativa de derrubar um governante eleito no país, desde a queda do então presidente Fernando Collor, em 1990.

– Era a oportunidade exata para bater pesado no governo, com o apoio da revista (semanal de ultradireita) Veja e demais meios conservadores de comunicação que o apoiam, entre eles os diários conservadores paulistano Folha de S. Paulo e carioca O Globo – relembra a fonte.

A tentativa falhou. Tanto a popularidade de Lula quanto a renúncia do então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, reduziram a pressão pela abertura de um processo de impedimento do presidente da República, como se chegou a ventilar na época. Dirceu, no entanto, apontado como líder da suposta quadrilha que comprava votos, sempre negou a existência do pagamento de um ‘mensalão’ aos parlamentares da base aliada. Tratava-se, sim, da formação de um caixa 2 para a sustentação das campanhas eleitorais do PT e de seus aliados, como reconheceram os principais acusados à CPMI que produziu o relatório usado pela Procuradoria Geral da República para acusar os 38 réus na AP 470.

A proximidade entre os esquemas de Cachoeira e de Marcos Valério foi citada até em Londres, na edição deste domingo do diário britânico The Guardian, um dos mais vetustos jornais da Inglaterra:

“O escândalo do mensalão não é o único grande caso de corrupção a aparecer nas manchetes nas últimas semanas, com outras questões levantando a probidade das próprias organizações que deveriam estar investigando crimes. O investigador da polícia de Wilton Tapajós Macedo foi morto no mês passado, enquanto regava as flores no túmulo de seus pais. De perto, dois tiros foram o suficiente. Um passou pela têmpora, o outro através da garganta.”

Peça de ficção

A retórica de Gurgel, no entanto, enfrenta agora as críticas, ainda que reservadas, de ministros do STF e de autoridades que acompanharam a sustentação oral da semana passada. Ficou evidente, na peça de acusação, a falta de provas consistentes contra Dirceu, apontado como “mentor intelectual” do que o procurador classifica de o “mais atrevido caso de corrupção e desvio de recursos no Brasil com o objetivo de comprar parlamentares”. Diante dos fatos, a Corte Suprema se divide. Os vários pontos frágeis do relatório de Gurgel, que o deixam próximo a “uma peça de ficção”, segundo comentou um dos ministros do Supremo, reservadamente, deixam dúvidas suficientes para que os magistrados votem pela absolvição dos principais réus no processo.

Segundo uma das autoridades presentes ao Plenário do STF, na sexta-feira, após ouvir a longa exposição de Gurgel, aquela era “uma denúncia ‘pra galera”. Segundo afirmou a jornalistas, não há elementos no processo capazes de imputar a Dirceu a acusação por crime de lavagem de dinheiro. O ex-ministro responde por corrupção ativa e formação de quadrilha.

– Aqueles que tinham o domínio financeiro sobre o esquema ficaram de fora da lavagem de dinheiro. Formação de quadrilha, embora renda boas manchetes para os jornais, não leva a nada – afirmou. Foram enquadrados por lavagem de dinheiro os deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e Pedro Henry (PP-MT), e o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.

A dificuldade do STF para julgar a AP 470 sem esbarrar no envolvimento dos tucanos em ação semelhante, nas Minas Gerais, também foi citada em matéria do conservador El Clarín, de Buenos Aires: “Embora seja uma sentença muito aguardada por alguns setores do governo e da oposição, não parece simples. Um dos 11 juízes do Tribunal tem denúncias contra ele. Trata-se de Gilmar Mendes, de quem se diz ter sido beneficiado por um esquema semelhante de corrupção montado em 1998 em Minas Gerais pelo ex-governador daquele Estado, o social-democrata Eduardo Azeredo. Coincidentemente, os circuitos de dinheiro que impulsionaram esse governador também foram comandados pelo publicitário Marcos Valério.”

Para a rede norte-americana de TV CNN, os partidos de direita falharam completamente na tentativa de desgaste aos governos progressistas liderados pelo PT, que assumiram os destinos do país a partir da metade da última década. “A atual presidente Dilma Rousseff, também do Partido dos Trabalhadores, nunca foi conectada ao escândalo. Na verdade, Dilma Rousseff goza de uma forte taxa de aprovação de 77%. A visão de muitos brasileiros é que ela tomou uma posição firme contra a corrupção, despedindo seis ministros suspeitos de desvios”, afirma a emissora.

Valério presoUm dos 38 réus no processo do ‘mensalão’, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza tem os seus dias de liberdade contados, segundo um dos analistas do julgamento em curso. Acusado de ser o operador do esquema de caixa 2 tanto do PSDB quanto da base aliada do governo, no Congresso, Valério pode ser sentenciado a mais de 140 anos de prisão em razão das dez ações criminais a que responde na Justiça Federal em Minas, além de outros cinco processos criminais na Justiça estadual mineira, entre eles por envolvimento no ‘valerioduto tucano’, e outro no Judiciário do Estado da Bahia.

A maior parte destas ações resulta das próprias investigações que deram origem à denúncia do ‘mensalão’ e que foram desmembradas. Com isso, o Ministério Público Federal (MPF) em Minas já conseguiu duas condenações para o empresário que, juntas, somam 15 anos de prisão. A primeira sentença, dada pela Justiça no ano passado, rendeu seis anos e dois meses de condenação por crime contra o sistema financeiro, mas o MPF recorreu, pedindo o aumento da pena.

A segunda condenação, de fevereiro, é fruto de investigações originadas em torno do ‘mensalão’ e rendeu mais nove anos e oito meses de prisão ao empresário por sonegação fiscal e falsificação de documento público. Além de Marcos Valério, foi condenado seu ex-sócio nas agências SMP&B e DNA Cristiano de Mello Paz, que também é réu na AP 470, mas a defesa recorreu e o caso ainda vai ser analisado pelo Tribunal Regional Federal da 1.ª Região. Nas duas condenações, o Judiciário concedeu aos acusados o direito de recorrer em liberdade.

Valério ainda enfrenta na Justiça Federal em Minas acusações de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal, fraude processual, formação de quadrilha, falsificação de documentos públicos e uso de documentos falsos. Na Justiça mineira, responde ainda a processos por crimes contra a ordem tributária, contra a fé pública e lavagem de dinheiro. Já na Bahia o empresário responde a ação por grilagem de terras e falsificação de documentos e chegou a ficar 12 dias preso no fim do ano passado, em razão das acusações. A legislação brasileira, no entanto, impede que qualquer condenado passe mais de 30 anos na prisão, mas ele poderá ser preso logo após a decisão do STF.

do Correio do Brasil

Mensalão: Ação Penal 470 é apelido

É importante ressaltar que, após cinco anos da Ação Penal 470 [como o processo do mensalão é conhecido no STF]"...
Para a Folha o nome correto é Mensalão. Ação Penal 470 é apenas um apelido pelo qual o processo é conhecido no STF. São realmente uns canalhas.
por Sanzio

Frase do dia

"Minha defesa se baseia no processo e na Constituição, e não em Chico Buarque"
José Luiz Oliveira Lima
advogado de José Dirceu

Mensalão e o comediante sem graça

O procurador-geral da República Roberto (Jô) Gurgel é hilário. Com a cara mais deslavada do mundo vai soltando pérolas no STF sobre o escândalo do "mensalão. Confira algumas piadas sem graça que ele conta:

Comediante sem graça. 

Esquece, ou omite o escândalo da compra votos para reeleição do tucano FHC, onde um único parlamentar recebia 500 mil para votar a favor?...

E sobre os 242 processos engavetados e os 217 arquivados por um antecessor, não tem nada a dizer?...

Claro que o ridículo humorista a serviço do pig seguirá com extrema obediência o script que a máfia midiática lhe entregou em mãos.

Corja!

Frase do dia


Para condenar José Dirceu o pig enforca até Papai Noel em véspera de Natal
Joelneto

Gilmar Dantas não explica nome na lista do valerioduto tucano

da CartaCapital
Citado numa lista de beneficiados pelo esquema de arrecadação ilegal do valerioduto tucano em Minas Gerais, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes tenta agora desqualificar a acusação dizendo que, na época dos depósitos, ainda não atuava na  AGU - Advocacia Geral da União -, como é citado no documento.
O ministro do STF na lista dos beneficiários do esquema
A lista faz discriminadas informações como o nome do beneficiário, cargo, intermediário e valor do pagamento – no caso de Mendes, 185 mil reais. O esquema montado pelo publicitário Marcos Valério vigorou durante as eleições de 1998 e supostamente abasteceu o caixa dois da campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas.
Em sua defesa, Mendes afirmou, em entrevistas recentes, que na época não atuava na AGU, algo que só aconteceria em 2000. O que ele não contou é que em 1998 ele trabalhava na Subchefia para Assuntos da Casa Civil, uma unidade ligada à AGU (conforme se verifica NESTE e NESTE links).
Mendes insiste em dizer que a lista é falsa, mas a documentação foi entregue à Polícia Federal pelo advogado Dino Miraglia Filho, de Belo Horizonte. Ele defende a família da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, assassinada em 2000. Segundo Miraglia, a morte foi “queima de arquivo”, pois a modelo participava do esquema e era escalada para transportar malas de dinheiro. Na lista, Cristiana aparece como destinatária de 1,8 milhão de reais.
A lista traz ainda nomes de governadores, deputados e senadores. Entre os doadores, empresas públicas e prefeituras proibidas de fazer doações de campanha. O banqueiro Daniel Dantas também aparece como repassador de dinheiro ao caixa 2.

STF julga com dois pesos e duas medidas

O ex-senador Demóstenes Torres (DEM) será julgado em 2ª instância, é o que decidiu o ministro do Supremo, Ricado Lewandowski:

Merece acolhimento o pedido da Procuradoria-Geral da República, pois, com a cassação do mandato de senador da República, o qual era exercido pelo investigado, cessa a competência originária criminal deste Supremo Tribunal Federal”, escreveu o ministro no despacho."

Como pode alguém crer na imparcialidade do STF, se no julgamento do "mensalão" petista, por ampla  maioria os ministros decidiram não desmembrar a Ação Penal 470 e julgar apenas os réus que tem foro privilegiado?

  • O "mensalão" tucano, foi desmembrado.
  • O "esquema Cachoeira" foi desmembrado.
O cabaré da Chiquinha tem mais coerência que o STF.

É por isso que para mim o judiciário é o mais corrupto dos poderes.

Tenho dito!

Artigo semanal de Delúbio Soares


CREIO EM DEUS, NO POVO E NA JUSTIÇA
Nos mais de três anos em que ocupo esse espaço semanal em centenas de sites, blogs, jornais e revistas de todo Brasil, jamais abordei o tema da Ação Penal 470, popularizada (por equívoco de uns e má-fé de outros) como o “mensalão”. Discorri sobre os mais variados temas políticos, sociais e econômicos de nossa atualidade, buscando agregar informações, dados e opiniões ao debate político e à discussão civilizada de nossa realidade nacional. Não fugi do assunto, apenas me guardando para a abordagem objetiva, sincera e sem emocionalismo algum na hora em que ela se fizesse oportuna e necessária.
Em maio de 2009, dirigindo-me aos companheiros do PT reafirmei que “não fui, não sou e nem serei vítima”, além de recusar e dispensar esse papel menor. Disse mais: “em todos os momentos de minha vida como professor, como sindicalista e, especialmente, como fundador e militante do Partido dos Trabalhadores, soube dos riscos e das dificuldades. Não fui um alegre, um néscio, um ingênuo. Escolhi os caminhos a serem percorridos e aceitei os riscos da luta. Mas não fui, senão, em todos os instantes, sem exceção, fiel cumpridor das tarefas que me destinou o PT”. E afiançava aos meus companheiros petistas ser um homem sem rancor, sem ressentimentos, sem medo e sem ódio.
De lá para cá, mais de três anos depois, continuo absolutamente isento da companhia insalubre de tais sentimentos, que parecem habitar somente os corações e mentes dos que tentam transformar uma Ação Penal num circo midiático, negando-me a presunção da inocência e colocando a “faca no pescoço” dos magistrados da mais alta e respeitável Corte de nosso país. Não me furtei ao debate e falei a milhares de pessoas e, também, com o mesmo entusiasmo e respeito para plateias escassas. Fui à sindicatos, universidades, escolas, seccionais da OAB, partidos políticos, onde me convidaram. Trago nas solas dos sapatos a geografia do país que amo, percorrido de ponta a ponta, numa luta desigual, mas reconfortante.
Ingênuos são os que não conseguem ver a mais cristalina das verdades, que brilha sob o sol desse país tropical: a manipulação midiática e as mais abjetas pressões, que pensam se esconder sob o manto roto da cobrança por justiça, são apenas o óbvio e felliniano terceiro turno das seguidas eleições presidenciais que vencemos com Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Vencemos nas urnas e realizamos as mais profundas transformações sociais e econômicas de toda nossa história, retirando 40 milhões de brasileiros da pobreza e os levando à classe média, mas isso parece não ter importância para os veículos que tentam transformar em verdade absoluta uma mentira que lhes é providencial. Convivemos em pleno século XXI com elementos anacrônicos, paralisados na década de 50, na “Guerra Fria”. Ontem era o “mar de lama” contra Getúlio, a “maioria absoluta” contra JK, a “república sindicalista” contra Jango. Hoje, é o “mensalão”. No passado, eram "vivandeiras de quartel", sem votos e com teses esdrúxulas tentando evitar a posse dos eleitos através do descarado golpe de estado. Nos dias de hoje, são pauteiros de redação, assassinando reputações e rasgando biografias, buscando pelo engodo o poder que o povo lhes nega seguidamente nas eleições que perdem. Se a verdade não os favorece, dane-se a verdade. Se os fatos não corroboram suas versões, os fatos deixam de ter qualquer importância. Tristes tempos, tristes costumes.
No momento em que o Brasil se apresta a acompanhar o julgamento da Ação Penal 470, o pelotão de fuzilamento moral montado pelos adversários que derrotamos não tem a menor importância. Importantes são os autos do processo e a serenidade dos que irão julgar. Os ódios e ressentimentos, expressos na deplorável fase adjetiva de parte da grande imprensa brasileira, todavia, tiveram o condão pedagógico de mostrar aos brasileiros uma face cruel, até então dissimulada e oculta.
Chegamos ao mais esperado momento do processo em curso. E, às vésperas do início do julgamento, reafirmo tanto a verdade de minha defesa - expressa em memorável trabalho de juristas do porte de Arnaldo Malheiros, Celso Vilardi, Flávia Rahal, Camila Austregésilo Vargas do Amaral e toda equipe,   reconhecidos tanto pelo saber jurídico como pelo firme credo democrático que professam – quanto a inabalável confiança na imparcialidade dos magistrados que o julgarão. Aguardo o veredicto com a serenidade que jamais me abandonou, isento de rancores e firme nos ideais maiores que norteiam minha vida.
Fui, por oito anos, representando a CUT, partícipe da gestão do CODEFAT. Em um desses anos exerci a presidência do Codefat e respondi diretamente por astronômicos valores que, atualizados, superam os 10 bilhões de dólares. Era o governo de Fernando Henrique Cardoso. Na única oportunidade em que o dinheiro público esteve ao alcance das minhas mãos, o Tribunal de Contas da União constatou a seriedade com que lidei com ele, aprovando minhas contas sem reparo algum. Informação por demais relevante, mas tenazmente omitida à opinião pública.
Reafirmo, uma vez mais e por ser a absoluta expressão da verdade dos fatos:  não houve dinheiro público, um centavo sequer, envolvido nos fatos que ocasionaram o atual processo.  Não houve a compra de partidos políticos, de senadores ou de deputados para que votassem matérias de interesse  do governo. Não existiu "mensalão" algum. Não existe o enriquecimento de nenhuma das pessoas denunciadas na Ação Penal 470. Em 394 depoimentos ao longo da investigação, em 394 depoimentos, sendo 79 senadores e deputados, não há sequer a citação de algo que lembre, mesmo de longe, compra de votos ou corrupção: ZERO.
Há nos tribunais de todo o Brasil, mofando em tranquilas prateleiras ou dormitando em gavetas providenciais e obsequiosas, processos como a Ação Penal 470, tratando de recursos não contabilizados em campanhas eleitorais. Não somos os únicos, nem os primeiros, nem os pioneiros. Mas, no centro do mais conhecido deles, cabe-nos relembrar tanto a ausência de um centavo sequer de dinheiro público quanto a flagrante, evidente e reconhecida indigência probatória da espetaculosa denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal.
Não creio na judicialização da vida institucional. Nem creio na politização do Poder Judiciário. Creio na Justiça de meu país como creio em Deus e no meu povo. E essa crença vem do coração, da alma, do espírito de luta e dos ideais que movem minha vida pública e acalentam a imorredoura confiança na verdade.