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Com o BC e os juros vamos de mal a pior

Contra todas as evidências, o chamado mercado quer uma taxa Selic maior e tudo indica que o Banco Central (BC) vai mesmo aumentá-la de novo em 0,75% na reunião do Comitê de Política Monetária (COP0M) em meados deste mês. Está tudo dominado.

Vão elevar a Selic, apesar do recuo das taxas de juros a longo prazo; dos riscos de deflação na Europa; dos fracos sinais de retomada do crescimento nos Estados Unidos;  e da queda da inflação no Brasil. Além do fato de que a alta inflacionária anterior era sazonal, gerada pelos preços dos alimentos em decorrência de fatores climáticos na agricultura. A pergunta que se faz é: até quando vamos persistir nessa política equivocada?

Basta abrir os jornais para constatar: ainda que fosse verdade o superaquecimento da economia brasileira, o que temos em todos os segmentos são novos investimentos e fábricas. Todas as empresas européias anunciam novas aplicações de capital no Brasil. É acompanhar a mídia, repito, para ver que o governo mantém o ritmo de investimentos; o BNDES aumenta a oferta de crédito e os bancos privados também; como crescem as exportações e o investimento direto estrangeiro (IDE).

Até mesmo a questão explorada recentemente da falta mão de obra qualificada, está sendo equacionada pelo governo. Há ampliação e implantação de novas universidades e escolas técnicas (240 só no governo Lula, com meio milhão de vagas), e parcerias propostas pelas próprias empresas e pelo sistema S (SENAI, SENAC, SESC, SESI).

Assim não dá para entender. Ou dá? Para que aumentar a Selic em até 3% (índice sonhado pela voracidade do mercado) até o final do ano, pagando mais R$ 45 bi de serviço da dívida interna e agravando a situação fiscal? Para que, se o país pode reduzir a taxa e crescer mais e melhor, com ampliação dos investimentos em inovação, educação, e na infraestrutura, e com custos financeiros e tributários menores?

Nosso BC - dos agiotas - e a crise na Europa

Com as Bolsas despencando em todo o mundo - a nossa, inclusive - por causa da crise na Europa, transformada em monstro a assustar a todos, mercado e rentistas brasileiros apressaram-se em plantar nos jornais que talvez não seja possível ao Banco Central (BC) voltar a elevar a taxa Selic nos níveis que eles pretendiam, 1% a mais já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM).

Subir a Selic - como o fizeram na reunião do COPOM nos últimos dias de abril - num momento de impasse e incertezas na Europa só podia dar nisso. Esse é o problema do fundamentalismo e do conservadorismo do BC: sua tendência a atender aos apelos do mercado que tem uma visão míope e influenciada pelos rentistas e pelos ganhos dos especuladores.

Estamos repetindo - e vivendo - a mesma situação do final de 2008, quando o BC se recusou a reduzir drasticamente os juros, mesmo frente à maior crise financeira dos últimos 100 anos. Agora, ao menor sinal de aumento conjuntural e sazonal da inflação, mesmo levando–se em conta o aquecimento da demanda, o BC deu uma “paulada” nos juros que pode se transformar em uma paulada na nossa economia, frente aos riscos de uma crise maior na Europa. Continua>>>


Maiores juros reais do mundo



A decisão unânime do Conselho de Política Monetária (Copom, leia-se, Banco Central) de manter a taxa de 8,75% era uma barbada entre o chamado “mercado”. Embora já estejam especulando com as taxas de juros futuras, sabiam que não havia razões econômicas e, sobretudo, condições políticas de fazer a alta agora. Ainda falta alguns dias para que possam fazer o carnaval do “a inflação está subindo” ou “a inflação dispara” que vocês verão nas manchetes dos jornais a partir da semana que vem.
Alta da inflação em janeiro e fevereiro é outra “pule de dez” em matéria de economia, desde o tempo em que isso era chamado de “inflação gregoriana”, numa referência ao calendário ocidental. São os mês do reajuste anual de impostos (IPTU e IPVA), do reajuste de mensalidades escolares,  de tarifas de ônibus em cidades importantes, como São Paulo, da elevação de preços de produtos sensíveis ao clima chuvoso, da entressafra do álcool e por aí vai.
Ano passado, o IPCA de janeiro foi de 0, 48% , bem acima do de 0,28% de dezembro de 2007. Em fevereiro, idem: 0,55%.  Nos dois meses, alta de 1,03%. E, na ocasião, não havia nenhuma “explosão” na economia, havia, ao contrário, uma baita crise mundial. E a inflação fechou o ano em baixa, como sabemos. No início de 2008, nos dois primeiros meses, a taxa acumulada janeiro-fevereiro foi exatamente igual à de 2009, e o cenário era o de uma veloz expansão da economia.
Ou seja, alta de inflação em janeiro e fevereiro é tão comum quanto temporais nessa época do ano.
Como disse ontem aqui, importa mais analisar de onde e com que força vêm as pressões sobre os preços do que dizer que a taxa foi tantos décimos maior. A inflação janeiro-fevereiro, naqueles índices, anualizada mecanicamente, daria 6,34 ao ano. Foi de 5,9% em 2008 e 4,31% em 2009.
Como eu disse ontem, o que existe é um lobby político. E este o BC já aceitou.
Há uma matéria interessante no Estadão Online que mostra que o Banco Central retirou de seu comunicado todas as explicações que dava para recusar uma elevação de taxa. Deixou apenas a seguinte e óbvia frase: “O Comitê irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária”.
É chato repetir, mas ninguém que não seja tolo diz o óbvio sem segundas intençõesQue o comitê acompanha o cenário econômico para definir a política monetária é o famoso “até aí morreu Neves”O fato objetivo é que, assim, o Banco realimentou toda a especulação de que vá subir a taxa adiante, mais um mês ou dois. Em seguida vou postar um excelente comentário do jornalista José Paulo Kupfer, do Estadão, onde isso fica claríssmo.
Por ora, fico com o gráfico que ilustra este post, mostrando que, com a inflação atual, o Brasil tem os maiores juros reais do planeta.
Mas eles acham pouco.

Melhorou

Esta crise não deixa de ser um tanto esquisita. É a maior paradeira global desde os anos 30 e, no entanto, a economia brasileira vai passando por ela com algumas avarias, sim, mas inteira.

Ontem, por exemplo, saíram os números da Pesquisa Mensal do Emprego levantada pelo IBGE e o que se viu não deixou de surpreender: crescimento do nível de ocupação de 0,8% em relação a maio. Nas contas do IBGE, em junho havia 40,8 milhões de pessoas em idade de trabalhar (população em idade ativa) nas seis regiões metropolitanas cobertas pela pesquisa (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio, São Paulo e Porto Alegre). E, entre essas, 21,1 milhões estavam trabalhando num emprego ou numa ocupação remunerada. Donas de casa ou voluntários, embora ativos, não entram nessa conta porque seu trabalho não é remunerado. Outro dado, correspondente ao anterior, é o que aponta para o nível de desocupação. Caiu 0,7 ponto porcentual em junho (em relação a maio) e se mantém estável desde junho do ano passado - justamente o período de crise.

Esses números causaram alguma surpresa porque os analistas que lidam todos os dias com indicadores econômicos não esperavam por dados tão otimistas. Leia mais>>>

Melhorou

celso.ming@grupoestado.com.br

Esta crise não deixa de ser um tanto esquisita. É a maior paradeira global desde os anos 30 e, no entanto, a economia brasileira vai passando por ela com algumas avarias, sim, mas inteira.

Ontem, por exemplo, saíram os números da Pesquisa Mensal do Emprego levantada pelo IBGE e o que se viu não deixou de surpreender: crescimento do nível de ocupação de 0,8% em relação a maio. Nas contas do IBGE, em junho havia 40,8 milhões de pessoas em idade de trabalhar (população em idade ativa) nas seis regiões metropolitanas cobertas pela pesquisa (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio, São Paulo e Porto Alegre). E, entre essas, 21,1 milhões estavam trabalhando num emprego ou numa ocupação remunerada. Donas de casa ou voluntários, embora ativos, não entram nessa conta porque seu trabalho não é remunerado. Outro dado, correspondente ao anterior, é o que aponta para o nível de desocupação. Caiu 0,7 ponto porcentual em junho (em relação a maio) e se mantém estável desde junho do ano passado - justamente o período de crise.

Esses números causaram alguma surpresa porque os analistas que lidam todos os dias com indicadores econômicos não esperavam por dados tão otimistas.

Mas existem boas explicações para isso. Em primeiro lugar, há as políticas anticíclicas tomadas pelo governo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na venda de veículos e de aparelhos domésticos. Elas devem ser criticadas por não promoverem riqueza permanente. Esses recursos não foram utilizados, por exemplo, na realização de projetos de infraestrutura, como estradas, hidrelétricas, pontes e terminais portuários; vão ficar na antecipação do consumo. Em todo o caso, contribuíram para o aumento do emprego.

O mesmo pode-se dizer do crédito, que continua em expansão. O que arriou foi o crédito externo, em consequência da interrupção das operações ativas dos bancos internacionais. Mas, aqui no Brasil, não há nada de especialmente errado com os bancos e em seis meses o crédito cresceu de 41,3% para 43% do PIB.

O terceiro fator de aumento de emprego é o bom desempenho da construção civil. Os números do IBGE não estão indicando aumento no setor, mas apenas manutenção da atividade, o que, em tempos de crise, já é motivo para comemoração.

Os novos números sobre o nível de ocupação (e desemprego) não podem ser tomados isoladamente. Devem ser comparados com o bom desempenho do comércio exterior (saldo, no ano, de US$ 16 bilhões até a terceira semana de julho); com a inflação em queda, que converge para meta; com a redução dos juros básicos ao patamar mais baixo em dez anos; e com a excelente situação das reservas externas, agora de US$ 210 bilhões, que contribui para a manutenção de um bom nível da confiança. É verdade que o crescimento da atividade econômica continua baixo, provavelmente alguma coisa acima de zero por cento, e que as despesas correntes do governo estão crescendo demais. Em todo o caso, vai-se firmando a percepção de que o Brasil vem tendo um excelente desempenho ao longo desta crise e que vai sair bem melhor do que entrou quando tudo tiver acabado.

Confira

Tem de estar lá - Se a Ata do Copom, a ser divulgada na próxima quinta-feira, não mencionar o risco eleitoral com que a política monetária terá de lidar, deve-se compreender que, no entendimento do Copom, o risco eleitoral não é relevante.

No entanto, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, vem afirmando que o chamado risco eleitoral já tem sido fator relevante na formação dos juros de longo prazo.

Por risco eleitoral entenda-se a insegurança nos juros (ou no câmbio) futuros provocada pela falta de conhecimento do que será a política do próximo governo para esses setores.

Corte de juros

O Copom - Comitê de Política Monetária -, do Banco Central, encerra a série de reuniões hoje com o anúncio do que deverá vir a ser o último corte da taxa básica de juros dos atuais 9,25% ao ano para 8,75% ao ano, consoante a expectativa predominante entre os economistas consultados pelo relatório semanal que o Banco Central elabora semanalmente - Boletim Focus -.

Os analistas acreditam que este será também o último corte de juros que o Copom promoverá, em 2009. No início deste ano, as taxas básicas de juros estavam em 13,75% ao ano.

O agravamento da crise econômica internacional obrigou o Banco Central a promover uma seqüência de reduções na taxa Selic para amenizar os seus efeitos no Brasil.

Os economistas ouvidos pelo BC também esperam que a taxa básica volte a subir no próximo ano, em decorrência do processo de recuperação da economia brasileira.

A média das previsões é de uma taxa de 9,38% ao ano, no final de 2010.

Os analistas do mercado financeiro mantiveram a expectativa de uma queda no PIB de 0,34%, em 2009.

Mantém-se a previsão de uma expansão econômica à taxa de 3,60, em 2010.

Em relação ao desempenho da produção industrial, piorou a previsão de uma retração de 6% para um resultado negativo de 6,09%, neste ano. O presidente da CNI - Confederação Nacional da Indústria -, deputado Armando Monteiro Neto - PE -, confirma essa expectativa pessimista, em entrevista que acaba de conceder.

O COPOM deveria promover o corte de pelo menos 1%. Tem condiçoes para isso. Mas é bom lembrar quanto era a selic no dia 01/01/2003, você sabe Laguardia ?