Renda da população negra cresce 222%

Uma das melhores notícias dessa semana veio do Instituto de Pesquisa e Consultoria Data Popular que, em levantamento sobre a renda das famílias brasileiras, revelou que as da população negra e parda tiveram um aumento excepcional de 222% em seu poder aquisitivo no período de 2002 a 2010. A divulgação dos dados ocorreu no dia 13 e maio, quando se completaram 122 anos da abolição da escravatura em nosso país.

Em 2002, a renda total da população negra e parda equivalia a R$ 170 bi. Oito anos depois, esse valor poderá atingir R$ 546 bi esse ano, segundo a previsão do Data Popular feita com base nos dados da PNAD-2008 do IBGE. Para vocês terem uma ideia do que isso representa, de cada R$ 10,00 disponíveis para o consumo neste 2010, R$ 4,00 estarão em poder de trabalhadores negros e pardos do mercado formal ou informal.

A renda do contingente populacional negro e pardo hoje equivale a 40% do total das famílias brasileiras (R$ 1,38 trilhão). Um avanço, sem dúvidas, que se deve ao aumento do emprego formal e à ampliação do acesso à educação e ao crédito, segundo a pesquisa. Como vocês podem ver, aí está mais um resultado concreto, outro atestado de que as políticas implementadas nos dois mandatos do presidente Lula (2003-2010) estão no caminho certo. Políticas, inclusive, bombardeadas pela oposição, é bom lembrar.

Temos que considerar, porém, que o salário do trabalhador negro brasileiro ainda é, vergonhosamente, metade do de um branco. E mais perverso, como explica Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular "em uma família branca, que, em geral, é menos numerosa, é comum encontrar só o pai como gerador de renda. Na família negra, os filhos trabalham. Se não for assim, não terão como pagar a faculdade e melhorar de vida."

Fica claro, portanto, que a luta continua. Sem desconsiderar, porém, esse avanço extraordinário que marca o esforço desse Brasil de hoje em diminuir suas desigualdades sociais.

Serra o privatista, não quer tratar do assunto


Repetindo comportamento que adotou em Porto Alegre, há dez dias, o pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, voltou a se irritar ontem, no Rio, ao ser questionado sobre a eventual disposição de privatizar patrimônio e bens públicos, caso seja eleito. No dia 5, uma pergunta sobre esse tema levou Serra a responder agressivamente a uma jornalista do grupo RBS, que participava de uma entrevista multimídia com o candidato. Ontem, o tucano se irritou com um profissional da empresa pública EBC, ex-Radiobrás. 
    Repórter: “A Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal estão livres da privatização?”
    Serra: “Claro que sim, quem falou o contrário? De onde você é?”
    Repórter: “Da Radiobrás.”
    Serra: “Muito bem, então informe isto a seus patrões”.
     Serra tem insistido em classificar as perguntas de jornalistas sobre privatização como “trololó” de caráter eleitoral. Veladamente, atribui esse “trololó” ao PT. Seu esforço é evitar que cole nele, como colou em Geraldo Alckmin na campanha presidencial de 2006, a imagem de privatista, resultante dos processos de desestatização a que se dedicaram tanto o Governo Fernando Henrique quanto os sucessivos governos tucanos no estado de São Paulo.
    Recente estudo da bancada do PT na Assembleia Legislativa paulista informa que  os governo de São Paulo, sob comando do PSDB, fizeram do estado o “palco do maior processo de transferência de patrimônio público para grupos privados de que se tem notícia no país: nada menos de R$ 79,2 bilhões nos leilões da privataria”. O processo de privatização, que teve ritmo reduzido no Governo Alckmin, foi fortemente retomado nos 39 meses do Governo Serra.
    Apenas no sistema rodoviário, Serra autorizou a operação de, pelo menos, 82 praças de pedágio privadas.

Crítica, sim. Apelo ao golpismo, não!


Não havia a menor dúvida de que tucanos e demos tentariam algo contra o programa do PT que foi ao ar ontem à noite. Devem ter ficado todos sentadinhos em frente à TV, acompanhados de seus advogados, indo ao desespero com a naturalidade de Lula e Dilma e maquinando o que diriam no dia seguinte.
O discurso já amanheceu arrumadinho hoje. “É infração clara à legislação eleitoral”, “bofetada nos juízes do TSE”, “dano irreparável”, “violência”, “desrespeito”, “deboche” e “transgressão”, entre outros adjetivos.
Isso era esperado. E é a chiação própria da matilha política que toma a si o uso de dentes e garras, enquanto seu candidato posa de bom moço e, quando controla a sua natureza, usa e abusa das expressões mais cândidas, dizendo que “Lula está acima do bem e do mal”.
Mas é de extrema gravidade o que o Estadão publicou agora, há poucas horas. Trata-se de uma insuflação ao golpismo mais abjeto. Diz a matéria que, “ganha força no TSE, segundo apurou o Estado com ministros do TSE, a tese de que poderá ter sucesso no tribunal uma eventual representação da oposição acusando Dilma de abuso de poder político e uso dos meios de comunicação em prol da candidatura ao Planalto”.Tal situação, diz o jornal, “pode levar à inelegibilidade do político e de quem o ajudou na prática dos atos irregulares além da cassação do registro do candidato que foi beneficiado pelo abuso de poder.” Continua>>>

Ridícula bobagem tucana


O senador tucano que começou a tripudiar Dilma para ver se a candidata aceita a torpe provocação do PSDB, diz que Serra está igual "pinto no lixo" de tanta felicidade. 

Creio que Serra e companhia estão mais para lixo no pinto, de tanta presunção e arrogãncia antes do tempo.
Vicente Limongi Netto 
Brasília - DF

Candidatos se encontram pela segunda vez e devem debater

Os três principais candidatos à Presidência devem se encontrar pela segunda vez na próxima quarta feira. 


Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) participarão da XIII Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, evento organizado pela Confederação Nacional dos Municípios. 


Durante 3 horas, os candidatos vão responder a perguntas de prefeitos sobre temas de interesse dos municípios

Resposta do Sensus à Veja e à Folha


De Ricardo Guedes

Sobre as notícias veiculadas na imprensa sobre a Sensus ter cedido a pressões para a alteração da ordem das perguntas em seus questionários, vimos fazer as seguintes considerações abaixo relacionadas.
Os partidos, em geral, fazem pesquisas internas que não são divulgadas com o objetivo de avaliarem o posicionamento de seus candidatos, o que é lícito e normal. Sabedores, entretanto, da realidade de seus candidatos, alguns partidos por vezes tentam difamar e mesmo impedir antecipadamente a divulgação de pesquisas que, por serem corretamente aferidas, podem apresentar resultados que não lhes são favoráveis.
Na metodologia das ciências sociais, a introdução de perguntas que replicam a decisão natural dos eleitores antes do espontâneo não altera de nenhuma forma os seus resultados. É certo de que o eleitor quando vai votar para presidente, faz a avaliação prévia do governo, e de sua identificação partidária pessoal, assim como de outros fatores. O exame cuidadoso das pesquisas registradas no site do TSE demonstra que, os institutos de modo geral, têm e fazem uso de questões antes do espontâneo em suas pesquisas nacionais ou estaduais. A ordem das perguntas não altera a vontade popular e as intenções de voto. E as metodologias da ordem das perguntas não diferem em seus resultados.
Entretanto, tal qual hoje caracterizado no país, a Sensus está se precavendo contra as possíveis difamações e ações jurídicas que pretendem protelar, ou mesmo impedir, a divulgação de seus resultados. Em recente episódio em Santa Catarina, tivemos a ordem das perguntas juridicamente questionada, com ganho por unanimidade para a Sensus pelo egrégio Tribunal.
A Sensus é uma empresa há 23 anos no mercado, com trabalhos a nível nacional e internacional, para clientes privados e organizações de grande e médio portes, tendo seus resultados amplamente divulgados pela imprensa nacional e internacional.
A Sensus é uma empresa, não um partido. Não participamos de nenhuma campanha política no país, e temos como clientes a pluralidade da demanda em todo o seu espectro econômico, político e social.
A Sensus não cede a pressões, mas está se precavendo contra ilações políticas, sempre dentro do que é correto na metodologia das ciências sociais.

Delação premiada


Jorge da Mota e Silva, no Correio Brasiliense
Preliminarmente, registro que, durante cinco anos, cinco meses e cinco dias, me impus silêncio total sobre as críticas infundadas que a mídia nacional publicou e ainda publica contra a Telebrás. Período em que tive a honra e o privilégio de presidi-la. Não ocuparei espaço para relatar o que foi feito durante a minha gestão. Tenho certeza de que serei lembrado pelo que não deixei que fizessem: fechá-la. Lutei quase solitariamente, tive apenas o apoio da diretoria, dos conselhos de Administração, Fiscal e de empregados dedicados.
Só agora, quando deixo a presidência, dou esse grito sufocado por tanto tempo, para repor o verdadeiro papel que teve a empresa ao longo desses 38 anos de existência. A grande transformação das telecomunicações brasileiras deu-se após a sua criação em 1972. As redes de fibras óticas, a criação da Embratel, o uso dos satélites, as transmissões a cores pelas televisões, a modernização do sistema, integrando o Brasil de norte a sul, de leste a oeste, foram conquistas, sim, do monopólio estatal. Muitos de boa ou má fé teimam em dar como exemplo de anacronismo a estagnação da telefonia fixa, fruto de políticas adotadas pelos governos, que para manter o famigerado superávit primário impôs restrições aos investimentos, mesmo que houvesse recursos próprios das empresas estatais.
Mas eis que surgem novamente, com as garras aguçadas, os cavaleiros do apocalipse. Os gênios que criaram o atual modelo das telecomunicações, que um brilhante jornalista classifica de privataria. Não a privatização em si, mas o formato. Quem não se lembra da célebre frase estamos no limite da irresponsabilidade, em conversa gravada entre o então presidente do BNDES e um diretor do Fundo Previ (naquela época já se grampeavam as conversas telefônicas)?
O grande argumento da privataria era a busca da livre concorrência para o setor. A abertura para o capital privado, o melhor para o Estado, os exemplos de outros países etc. Hoje, os arautos do modelo da privatização, quase todos a serviço das teles, como lobistas, consultores ou empregados diretos, ganhando polpudos pro labores, querem mais incentivos do governo para levar aos brasileiros o que já deveriam ter feito ao longo desses 12 anos de gordas tarifas e perdão de obrigações assumidas nos contratos de concessão que não cumpriram. Querem sempre mais. Não bastou a distribuição que receberam, em 1998, de ativos da Telebrás da ordem de R$ 31 bilhões e, mais adiante, quase R$ 8 bilhões em compensações tributárias. Agora querem também ditar as políticas públicas de telecomunicações.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está apenas corrigindo distorções que são flagrantes no atual modelo das telecomunicações, estendendo o braço do Estado a milhões de brasileiros ávidos em participar das conquistas da tecnologia, através do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), a preços compatíveis com as suas condições econômicas.
Não é possível falar de modernização das telecomunicações no Brasil sem desfraldar a bandeira da Telebrás. Tanto é assim que, até hoje, após 12 anos, a Anatel acha imprescindível ao seu funcionamento a permanência de técnicos cedidos pela Telebrás, de reconhecida competência, que prestam relevantes serviços àquela agência reguladora.
É importante destacar que todo o arcabouço jurídico e legal que criou a Telebrás permanece inalterado. A lei que a criou, em 1972, continua em vigor. Obedece também à legislação que regula as sociedades anônimas, seu estatuto e regimento, possuindo mais de 2 milhões de acionistas, com papéis negociados na Bovespa. Não está incluída no Programa de Desestatização, sob a responsabilidade do Ministério do Planejamento. Ficou todos esses anos sem operacionalidade, fruto do modelo que deixou para a viúva apenas os ossos da privatização, representados pelo passivo judicial das ações nas áreas dos direitos civil, tributário e trabalhista.
Não seria justo terminar sem prestar a minha homenagem ao melhor dirigente que, durante 12 anos, presidiu a empresa e fez o seu logotipo ser reconhecido e respeitado internacionalmente, nas bolsas de valores de Nova York e Frankfurt. José Antônio de Alencastro e Silva será sempre lembrado pelos que reverenciam a honradez e o cumprimento do dever. Prestou grandes serviços ao Brasil, exemplo de dedicação e competência deixado na história das telecomunicações brasileiras.
Começa agora um novo tempo com o Programa Nacional de Banda Larga. A palavra chave é concorrência. Não ao monopólio privado. Essa, a minha delação. O prêmio é a volta da Telebrás.