18 Estados podem não ter segundo turno

A uma semana da eleição, o quadro político nos estados mostra que a maioria dos novos governadores deverá se eleger no primeiro turno. Em 17 estados e no Distrito Federal, os eleitores deverão conhecer os nomes dos eleitos já no dia 3 de outubro. Em quatro estados o segundo turno se configura, até o momento, como certo.
Os partidos que apoiam a presidenciável Dilma Rousseff (PT) devem eleger pelo menos 14 governadores. Já a oposição a Lula e a Dilma deve ganhar em seis, incluindo os dois maiores colégios eleitorais: São Paulo e Minas Gerais. A disputa é indefinida em cinco estados.
O desejo de continuidade também é grande. Em 16 estados, o favorito é o governador que tenta a reeleição ou o candidato que tem apoio do governo estadual.
O caso mais extremo é o de Pernambuco, onde o governador Eduardo Campos (PSB), segundo pesquisa Ibope divulgada na sexta-feira, tem 73% das intenções de voto contra 16% do segundo colocado, Jarbas Vasconcelos (PMDB).
Em outros cinco estados, o candidato do governo é competitivo e pode vencer a eleição. O cientista político Carlos Ranulfo, da Universidade Federal de Minas Gerais, lembra que o fenômeno da continuidade não começou nas eleições deste ano.
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O escorpião e o sapo: relação da grande mídia com a democracia

O escorpião é a grande mídia comercial. O sapo é a democracia. Se depender da natureza do escorpião...

Razões para a hostilidade crescente

Por Venício A. de Lima em 22/9/2010, no Observatório da Imprensa

O processo eleitoral e a indisfarçável partidarização revelada na cobertura jornalística dos principais veículos da grande mídia provocaram, nas últimas semanas, reações cada vez mais explícitas e contundentes por parte do próprio presidente da República. Por outro lado, o atual governo chegará ao seu término enfrentando uma hostilidade crescente por parte desses veículos. A virulência dos ataques de editoriais e colunistas contra o governo e o próprio presidente Lula encontram poucos e raros paralelos na história política brasileira.

A hostilidade entre alguns veículos e o governo é agora, mais do que antes, inegavelmente recíproca e pública.

Razões intrigantes

Nesse contexto, diante da proximidade das eleições e da provável vitória da candidata apoiada pelo atual governo – aos quais esses veículos fazem oposição explícita – é inevitável que surjam questões que não só busquem compreender o que vem acontecendo no processo eleitoral, mas, sobretudo, questões prospectivas de como poderão ser as relações da grande mídia com o próximo governo.

Uma questão, em particular, desafia o senso comum: afinal, quais razões teriam levado os principais grupos da grande mídia a fazer oposição sistemática a um governo que continua a contar com maciço apoio popular?

Um observador da mídia que não tem acesso a informações dos bastidores do poder – nem propriamente político, nem midiático – por óbvio, também não tem como responder a essa pergunta. Todavia, é intrigante a constatação do... para ler mais, clique aqui.



É compreensível a dificuldade do Supremo Tribunal Federal para decidir sobre a validade do Ficha Limpa nestas eleições. De um lado, a pressão quase insuportável da opinião pública. Do outro, ameaças reais a princípios do texto constitucional. Como o Supremo deve zelar pelo cumprimento da Constituição, fica um nó difícil de desatar.

Aliás, é curioso como entre nós o radicalismo na defesa dos próprios direitos convive bem com o desprezo pelos direitos alheios. Basta convir. É traço característico da nossa formação autoritária. Eu sou contra a ditadura alheia, mas a minha até que não seria tão ruim assim.

Cada grupo social sonha com o dia em que vai se apoderar do Estado, e assim adquirir condições de botar para quebrar em cima dos adversários, concorrentes ou inimigos.

Nos últimos dias a opinião pública vem mobilizada na defesa da liberdade de imprensa, elemento constitutivo da democracia. A mobilização é justa, legítima, desde que se notam no poder movimentos incomodados com a revelação, pela imprensa, de graves problemas intestinais no Palácio do Planalto. A reação midiática tem sido tão vigorosa que o próprio presidente da República parece ter concluído pela conveniência de um recuo.

Mas a mesma opinião pública exige do STF que deixe para lá sem pestanejar quaisquer dúvidas sobre a possível violação de regras como a vedação da retroatividade das leis, a inexistência de crime sem lei anterior que o preveja e a fixação legal de prazos para a mudança das regras do jogo eleitoral. E por quê? Porque há certos políticos que a opinião pública não gostaria de ver disputando as eleições.

O Ficha Limpa é um bom projeto, mas desperta dúvidas jurídicas. Especialmente sua aplicação nestas eleições. E do STF espera-se que aja com prudência. A última coisa de que o Brasil precisa é um STF jacobino, movido principalmente pelas pressões momentâneas, a decidir conforme o vento na rua. Num país de candidatos a Robespierre, é bom que a tentação do Terror permaneça do lado de fora da suprema corte.

Banco não faz pão e padaria não vende fiado. A opinião pública, como o próprio nome diz, opina. E os tribunais decidem conforme a lei.

Mais ainda quando fatos recentes da política brasileira exibem certa assimetria entre os conceitos de opinião pública e sociedade. Então, de novo, talvez seja prudente não se precipitar.

Se o STF não puder decidir com segurança, que amadureça o assunto. Haverá consequências eleitorais, que o próprio sistema precisará digerir. Será um problema. Mas nada que se compare a autorizar na base da canetada, a partir de uma votação empatada em 5 a 5, a revogação pura e simples de direitos e garantias do cidadão.

Às vezes é preciso coragem para não decidir nada. Talvez tenha sido esse o maior mérito do presidente do STF, Cezar Peluso, na votação desta semana sobre o Ficha Limpa.

Reconheço que o debate carrega um incômodo. A defesa de uma posição ou outra corre o risco de ficar identificada com o alinhamento ao político ou ao partido “x” ou “y”.

Paciência. O risco merece ser corrido. A causa é boa. As pessoas talvez não percebam que se hoje o estado de direito está sendo violado para punir alguém de quem você não gosta amanhã ele estará sendo arranhado para atingir você.

É moleza ser democrata para defender os próprios direitos e os dos amigos. Duro é sê-lo quando essa defesa pode ajudar os adversários, ou inimigos.

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Estrelas do mar




Boa tarde!

No dia de hoje trago uma mensagem que nos faz refletir o quanto somos egoístas com nosso mundo.






Era uma vez um escritor que morava em uma tranqüila praia, junto de uma colônia de pescadores.
Todas as manhãs ele caminhava à beira do mar para se inspirar, e à tarde ficava em casa escrevendo.
Certo dia, caminhando na praia, ele viu um vulto que parecia dançar.
Ao chegar perto, ele reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, jogá-las novamente de volta ao oceano.
"Por que está fazendo isso?"- perguntou o escritor.
"Você não vê! --explicou o jovem-- A maré está baixa e o sol está brilhando.
Elas irão secar e morrer se ficarem aqui na areia".
O escritor espantou-se.
"Meu jovem, existem milhares de quilômetros de praias por este mundo afora, e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia.
Que diferença faz?
Você joga umas poucas de volta ao oceano. A maioria vai perecer de qualquer forma.
O jovem pegou mais uma estrela na praia, jogou de volta ao oceano e olhou para o escritor.
"Para essa aqui eu fiz a diferença..".
Naquela noite o escritor não conseguiu escrever, sequer dormir. Pela manhã, voltou à praia, procurou o jovem, uniu-se a ele e, juntos, começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano.
Sejamos, portanto, mais um dos que querem fazer do mundo um lugar melhor.
Sejamos a diferença!


Amigos!! Façamos cada um a diferença!! Não pense jamais que sua parte não vai contribuir. Você é sim uma das pessoas que pode ajudar o mundo melhorar. Faça a sua parte!

As balas de prata: segundo turno em SP?

Blogueiros e comentaristas passaram o último mês discutindo qual seria e quando chegaria a tal “bala de prata” lançada pela candidatura de Serra, no gesto desesperado de levar a eleição para o segundo turno.

Não percebemos, mas ela talvez já tenha vindo. Não era uma só, eram várias as balas de prata que passaram zunindo em muitas direções. Fizeram algum efeito: 
travaram o crescimento de Dilma, e deram algum alento a Marina. Serra manteve-se praticamente estagnado, com cerca de 25% dos votos.
Podemos listar aqui as balas de prata que já foram lançadas, e seguem a fazer eco na sociedade brasileira:
  1. o terrorismo da palavra nas igrejas; é um discurso difuso, para o qual a campanha de Dilma parece não ter-se preparado; segue a fazer estragos, com ecos na internet, levando eleitores evangélicos e católicos conservadores – especialmente na classe média de grandes cidades -  a abraçar a candidatura de Marina;
  2. a campanha difamatória na internet; conduzida diretamente pelos tucanos (no caso dos videos recém-lançados no youtube), ou por uma militância conservadora difusa (que há meses abastece a rede com e-mails absurdos e maldosos), essa campanha serve mais para dar argumentos a quem já era contra Dilma e o PT;
  3. o terrorismo midiático; essa é a bala de prata mais manjada, e a mais fácil de responder, até pelo aprendizado que ficou de eleições passadas; ainda assim, provoca algum estrago; calculo que nesse setor ainda há os últimos ricochetes a aparecer na semana derradeira antes de 3 de outubro; a última aposta (depois dos casos da Receita e de Erenice) é a história do “autoritarismo petista”, numa tentativa de  fazer parte dos eleitores apostarem num segundo turno.

Parece-me que o efeito dessas balas vai-se sentindo aos poucos: elas atingem de forma diferente as várias camadas da população. A maior parte do público acompanha a eleição com distanciamento, e leva 3 a 4 dias para se inteirar de boatos que atingem os mais engajados em poucas horas.
O serrismo a essa altura depende dessa somatória de balas de prata para sangrar (ainda que timidamente) a candidatura de Dilma. E aposta todas as fichas em reforçar a imagem de Marina. Já disse aqui algumas vezes que, para Serra, basta tirar votos de Dilma, ainda que eles não se transfiram para o tucano.  
No tracking de sábado, no VOX/IG/BAND, Dilma manteve os 50% (recuou 3 pontos ao longo da semana). Serra caiu para 23% e Marina cresceu para 11%. Mais um indício de que as balas de prata já vieram, e provocaram algum efeito. No entanto, o efeito parece não ser  suficiente para mudar o quadro a ponto de forçar  segundo turno. Serra precisaria subir para perto de 30%, e Marina para algo em torno de 15%.
Não há, a não ser pelo DataFolha (suspeito?), sinais de que esse movimento se confirmará.

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A nova luta de classes


por Carlos Chagas

Talvez algum sociólogo, quem sabe um cientista político ou um economista, daqui a alguns anos, venham a dedicar tempo e espaço buscando explicar o fenômeno Lula. Tanta popularidade fluiria apenas de ações administrativas corretas e competentes, quer dizer, resultado da aceitação de seu governo pela maioria? Ou a resposta deve ser buscada no extremo oposto, ou seja, nessa maioria, mais do que no governo?
Podemos estar assistindo a versão moderna da luta de classes, não mais plena de batalhas nas ruas, golpes e sucedâneos, mas um embate igualmente profundo entre as massas e as elites, só que pautado pela não-violência. Marx ficaria insatisfeito se pudesse vislumbrar resultados pacíficos num confronto que em seu tempo só se resolveria pela força.
O Lula pode dar-se ao luxo de eleger uma candidata desconhecida para sucedê-lo, ainda que jamais para substituí-lo, pela simples razão de ser ou de ter sido um operário. Um problema a mais para Dilma, que hoje não amealha nem um voto por ter sido guerrilheira. Como é uma amanuense, terá dificuldades em concentrar a mesma popularidade de seu criador, ainda que possa até fazer mais do que ele, em termos administrativos. Apenas, não veio das fábricas ou da enxada, não pertence à legião que hoje se imagina no poder, representada pelo Lula.  
Mas o tema ainda não chegou ao futuro governo. Vale ficar na atualidade que, realidade ou ilusão, exprime a luta de classes, refletindo-se no sentimento da maioria. Vale o presidente Lula mais pela imagem criada, o sonho tornado evidência, de que os operários e camponeses, afinal, chegaram lá. 
Existem contradições nesse embate milenar. As elites ajeitaram-se com o primeiro-companheiro, que não regateou presenteá-las com benefícios, mas permanecem discriminadas e rejeitadas pela massa que vota e, por enquanto, decide. Cada m dos privilegiados que pesquise o sentimento verdadeiro de suas empregadas domésticas, motoristas, serviçais e trabalhadores humildes. No fundo de cada um, instintiva e até inconscientemente, está a rejeição às elites. O povão vai votar a favor do Lula por ser ele, povão, contra os privilegiados. Todos fingem a inexistência desses fatores, uns por esperteza, outros por ressentimento, mas a verdade é que pela primeira vez as massas encontraram alguém saído delas para exercer o comando. Pouco importa que elas  se frustrariam caso examinassem a fundo os resultados do governo pretensamente dos humilhados e ofendidos.  Mas o fator primordial da popularidade do Lula e  da vitória de sua candidata repousa na luta de classes. Felizmente sem as conturbações do passado. Indaga-se, apenas: 
Até quando?

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Ceará é o 1º em transplante cardíaco no País

Por milhão de habitantes. Quando se fala em números absolutos, o Estado fica em terceiro lugar, com dez cirurgias feitas

A fila de espera por um coração é longa. Alguns pacientes passam de três a seis meses aguardando por esse momento. Contudo, de acordo com dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), no primeiro semestre deste ano, o Ceará ficou acima da média nacional em número de transplantes de coração por milhão de habitantes. Enquanto, no Brasil, ocorreu um transplante do órgão por milhão da população, o Estado registrou 2,4. Essa situação coloca o Ceará em primeiro lugar no País em transplantes de coração.

Entretanto, quando se fala sobre a quantidade de transplantes realizados em números absolutos, o Estado fica em terceiro lugar, com dez procedimentos realizados, perdendo apenas para os estados de São Paulo e Minas Gerais, que realizaram, respectivamente, 49 e 14 transplantes de coração. Mesmo diante desses dados, segundo o coordenador cirúrgico da Unidade de Transplante Cardíaco do Hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (Hospital do Coração de Messejana), Juan Mejía, não há muito o que comemorar, pois estamos muito distantes do número ideal recomendado pela ABTO, que é de seis transplantes por milhão de população.

O ex-empregado da indústria têxtil José Chagas Matos, 37 anos, descobriu há dois anos que tinha uma enfermidade no coração em decorrência da Doença de Chagas. Desde então, ele faz tratamento no Hospital do Coração. Porém, diante da gravidade do seu quadro clínico precisará se submeter a um transplante. Internado há 25 dias na unidade, ele teme não conseguir um coração a tempo. "Sinto-me cansado e, muitas vezes, não tenho nem ânimo para me levantar da cama. Faço um apelo para que a população doe órgãos, pois o sofrimento com a doença é grande".

Para Juan Mejía, a principal dificuldade na captação do órgão no Estado - por consequência, o aumento da espera para realizar o transplante - é a falta de manutenção e acompanhamento dos possíveis doadores nas unidades de saúde. Segundo ele, há uma carência de profissionais capacitados para realizar o diagnóstico da morte encefálica, necessário para que a doação do órgão seja efetivada com sucesso.

Para Mejía, é preciso aumentar o número de profissionais que trabalham diretamente com esse segmento. Conforme ele, com a superlotação das emergências, é quase impossível acompanhar os possíveis doadores. "Hoje, o problema não se restringe à pouca quantidade de doações, mas à qualidade dos doadores. A cada cinco efetivos no Ceará, apenas um doa o coração", frisa.

A coordenadora da Central de Transplantes do Ceará, Eliana Barbosa, concorda com Juan Mejía e ressalta que, não bastassem os tabus religiosos e sociais, também há falta de manutenção dos órgãos, desconhecimento do protocolo pelos profissionais da saúde, carência de neurologistas nas unidades públicas e a superlotação das emergências hospitalares, que favorecem a um diagnóstico tardio da morte encefálica, inviabilizando a realização dos transplantes de órgãos no Estado. Continua>>>

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