Para infelicidade da oposição - quanto pior melhor - não vivemos o fim do mundo

Para desgosto da oposição, a inflação cai, a indústria e o comércio reagem, a confiança do consumidor vai se recuperando e não haverá o fim do mundo nos Estados Unidos. Pelo contrário, houve acordo no Congresso sobre a dívida do país, evitando o calote. E há também a indicação de um pouso suave em 2014 nos estímulos monetários do FED (Federal Reserve).

A criação aqui no Brasil de 211 mil novas vagas com carteira assinada em setembro reforça a sinalização de uma demanda firme e um crescimento maior no próximo ano. Boas notícias para o Brasil, mas ruim para a oposição.

Ao divulgar os números, o Ministério do Trabalho avaliou que há uma “reação do mercado de trabalho” formal no país. Em julho, haviam sido criadas apenas  41.463 vagas. Já em agosto foram 142 mil. E agora esses 221 mil.
Para o ministério, o resultado foi positivo porque houve uma “expansão quase generalizada dos setores de atividade econômica”. A indústria de transformação gerou 63,2 mil vagas.
por José Dirceu

EUA: país da babaquice pronta

O Brasil é o país da piada pronta - disseram, dizem -, ótimo, bom humor só faz bem.

Ser o país da babaquice pronta é que me desagradaria.

Pois não é que os EUA bem merecem esse titulo?

A penúltima que donos de um restaurante orgânico - só podia ser - inventaram foi todo mundo comer no mais absoluto silêncio.

Quanta idiotice, quanta falta do que fazer.

Escutem as explicações dos jênios yanques Aqui

Luis Nassif: A utopia improvável de Marina Silva

Ontem, no meu Blog, tentei entender os movimentos em torno da candidatura de Marina Silva (http://glurl.co/c7Q) a partir de três atores importantes no jogo político: os grupos econômicos, os partidos políticos e as escolas de pensamento.
A noiva são os grupos econômicos, cada qual com seu leque de interesses. A mediação entre os grupos e os partidos se dá através de escolas de pensamento ou dos chamados intelectuais oportunistas, buscando discursos eficientes.
O discurso mais eficiente é aquele que, incorporando os interesses dos grupos econômicos parceiros, seja vendido como uma utopia ao eleitor.
Em países de pouca tradição programática, os partidos políticos são o chamado cavalo de umbanda. Quando não servem mais, as escolas procuram um novo cavalo para baixar o santo. É o caso de André Lara Rezende, um dos pais do Real, que pulou do PSDB para Marina.

Dê um exemplo de apóstrofo

Apóstrofo: elisão de sons ou supressão de palavras
Olho-d'água é um exemplo.

Quero descrescer na vida

by claudia regina
Quando me mudei pro Rio, fiz uma escolha que muita gente faz pra ser viável morar na zona sul, perto da praia e do agito artístico: morar num conjugado apertado. Isso, para muita gente da minha classe social, é indigno. Mas qualquer pessoa mais esperta sabe que, mesmo sendo apertado, ainda é um privilégio de classe muito grande desbancar milhares de reais de aluguel por poucos metros quadrados.
De qualquer forma, aprendi em Copacabana esse tal conceito de usar o espaço público como quintal.
Se quero ler um livro com um ventinho fresco vou pra nossa praia, não pra minha varanda. Se quero nadar, vou pra nossa praia, não pra minha piscina. Se quero tomar um suco com uma amiga, vou pra nossa praia, não pro meu quintal.
E essa troca do meu pelo nosso é tão boa. E cada dia que passa, sinto que meu conjugado é grande demais. Que não preciso de tanta espaço meu. Que não preciso de tanta coisa minha.
Tão lindo de ver, compartilhadas por aí, as ideias de hortas compartilhadas, bibliotecas compartilhadas, bicicletas compartilhadas… Casas cada vez menores, cidades cada vez mais compartilhadas.
Vou me livrando do privado, aqui e ali, pensando num mundo bonito sem tantos meus e com mais nossos. Na utopia profunda de que assim, a sociedade pode acolher a todos nós, igualmente.

Quero ver Chico afastar esse cálice

Paulo Cesar de Araújo - historiador e escritor - autor da biografia ‘Roberto Carlos em detalhes’, mencionado em artigo de Chico Buarque no O Globo, retrucou as afirmações do compositor:
Foi com grande espanto que li, quarta, declaração de Chico Buarque aqui no GLOBO, afirmando que jamais me deu uma entrevista. Ou seja, ele alega que eu teria faltado com a verdade ao incluí-lo entre as fontes listadas na biografia “Roberto Carlos em detalhes”. Ocorre que Chico Buarque foi, sim, uma das 175 pessoas que entrevistei para a pesquisa que resultou naquele livro.

O artista certamente se esqueceu, mas ele me recebeu em sua casa, na Gávea, na tarde de 30 de março de 1992. E esta entrevista, com duração de quatro horas, foi gravada, filmada e fotografada. Falamos muito sobre censura, interrogatórios — creio que por isso ele escreveu, junto com o autógrafo que me deu na capa do disco “Construção”: “Para o Paulo, meu amável interrogador, com um abraço do Chico Buarque. Rio, março/92.”
Naquela entrevista, Chico me falou sobre as principais fases e canções de sua carreira. Uma de minhas perguntas foi sobre sua relação com Roberto Carlos nos anos 60, quando ambos representavam polos opostos na nossa música popular — suas frases estão reproduzidas na página 184 da biografia que escrevi.

FHC quis sepultar a era Vargas, não conseguiu

Marina, Aécio e Campos querem sepultar a era Lula, não conseguirão. Darão com os burros n'agua.
Eu convivi, certa feita, com dois idiotas, ambos de péssimo caráter, a quem chamávamos de Azeitona e Empada, de tanto que se completavam as suas nulidades.
Como não tinham capacidade de raciocinar com profundidade, apelavam para expressões pernósticas para explicar suas estultices, e a preferida era “quebrar os paradigmas”.
Volta e meia, quando não tinham o que dizer, falavam que “era preciso quebrar os paradigmas”.
Nem é preciso dizer que eu e outros ironizávamos:
- Ah, vou me atrasar, o carro quebrou o paradigma…
- Fulano está no hospital? Por que? Quebrou o paradigma, coitado…
Por isso, fico incomodado quando vejo Marina Silva falando em disruptura.
Bem, vamos achar que ela está querendo falar em disrupção, do latim disruptio, fratura, quebra, despedaçar, romper, destruir…
Em política, o significado seria, então, o de revolução, não é?
Por que fugir da palavra, mesmo com as ressalvas de que seria pelo voto, sem violência ou atropelos?
Porque Marina adotou, como todos vemos, uma agenda cheia de palavrórios mas, em termos de conteúdo, idêntica a do conservadorismo.
Apresentou-se, logo que teve oportunidade, como a defensora do status quo.
O tripé, a santíssima trindade do neoliberalismo.
É o crucifixo que não se pode deixar de adorar, embora se saiba que o crucificado ali é o povo.
Nega-lo é heresia e heresia é fogueira.
Tanto que se diz que Dilma o negligencia e ela tem de vir a público dizer que nele crê, mesmo  que não seja sempre “praticante”.
Mas em Marina, não se pode negar, a fé é fundamentalista.
Ao ponto de seu “irmão” Aécio o reconhecer:
Ele (Aécio)ainda se colocou ao lado da ex-senadora Marina Silva, que afirmou que o governo atual flexibilizou o controle da inflação e da política fiscal. O senador disse que considera que as propostas da candidatura do PSB com a Rede são “muito semelhantes” às do PSDB.
- Vejo que há uma aproximação do discurso da Marina com aquilo que o PSDB vem pregando. Tenho certeza que uma eventual candidatura do PSB nasce exatamente por essa visão muito semelhante à nossa, de que esse ciclo de governo do PT, em beneficio do Brasil, tem que ser encerrado.
Pouco importa se Marina Silva é ou não uma pessoa de direita, embora eu tenda a achar que ninguém possa ser de esquerda com seu fundamentalismo moral.  O fato objetivo é que parte da direita sentiu nela – e no seu comportamento marcado por personalismo, rancores e vaidades – a oportunidade de dividir e derrotar um projeto progressista que, ficou claro, as ambições traiçoeiras de Eduardo Campos, o vazio de Aécio Neves e a repugnância de José Serra não permitiriam.
Tal como Fernando Henrique, na sua gabolice estúpida, disse que chegava ao poder para sepultar a Era Vargas, Marina vem para tentar sepultar a quadra histórica mais semelhante àquela que já tivemos: a Era Lula.
Só que vai ter de se defrontar com o retrato do Velho, outra vez. E de um Velho vivo, vivíssimo.
por Fernando Britto no Tijolaço