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Moro inventou um enquadramento para condenar Lula


Reprodução | Agência Brasil:

Pedro Serrano, advogado e professor de Direito Constitucional da PUC - Pontífice Universidade Católica de São Paulo - afirma que Sérgio Moro condenou o ex-presidente Lula por um crime que não estava na acusação do MP - Ministério Público -.
"Lula foi acusado de cometer corrupção a partir de três (03) contratos com a Petrobras, e como não se provou isso no processo, o juiz vai e condena por outro crime: ele recebeu benefício, e isso é suficiente. Só que a Lei não acha isso suficiente, e coloca outros requisitos que não foram cumpridos. De fato, se inventou um enquadramento dele (Lula) em um tipo abstrato de corrupção que não existe, não está escrito no Código Penal. Isso é muito grave no plano jurídico".
Sendo assim fica claro que Lula foi condenado sem direito de defesa. Ainda querem exemplo maior de ditadura?

Juca Kfouri foi direto ao ponto

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Pergunta do jornalista do Extra Classe:

Na sua resposta você falou que hoje o Brasil não vive mais uma ditadura militar. Ousando um pouquinho, não acha que nós estamos entrando numa época de ditadura da toga?


Juca Kfouri: Acho sim. Eu acho e disse isso em praça pública, antes do impeachment. Acho que nós estamos vivendo um golpe em certos sentidos pior do que o golpe militar. Porque para que o golpe militar acontecesse foi necessário o uso da força. Terrível você viver em um país em que havia tortura, em que os opositores políticos eram mortos. Hoje, nós não vivemos isso, mas nós vivemos a implantação de um regime autoritário muito mais suave, muito mais imperceptível, que foi penetrando pelas camadas até culminar em um golpe de toga, parlamentar e midiático. Isso é muito claro. E que evidentemente é um golpe no qual o capital financeiro é quem dá as cartas. E tem uma porção de seguidores para manter essa situação e para fazer com que ela fique cada vez mais sólida no Brasil. Não tenho dúvidas de que é esse o quadro em que nós vivemos.

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A ditadura do judiciário é mais lesiva ao Brasil que a militar

ESTADOPOLICIAL2
O primeiro dever de um governante eleito democraticamente neste país será romper a infecta promiscuidade que se formou, sob os auspícios da mídia e da direita – entre os organismos policiais, o Ministério Público e o Judiciário.
Ninguém está, é óbvio, sugerindo sua dissolução ou seu amordaçamento.
Mas são organismos diferentes, que passaram a se portar como um só e a pretender prevalecer sobre toda a vida nacional.
Porque diferentes, deveriam funcionar como um sistema de freios e contrapesos. Não como um corpo único e, por isso, deformado como o que temos agora.
Um simples delegado de polícia tem o poder de reunir mais de mil policiais (mil!) sobre todo um setor da economia, com as mais graves repercussões, para brilhar numa entrevista cheia de imprecisões e, em alguns casos, bobagens?
Um promotor, doublê de pregador religioso, tem o direito de mandar alugar um hotel para exibir um powerpoint, em rede de televisão, acusando um ex-presidente de liderar uma “propinocracia” por conta de um pombal no Guarujá?
Um juiz de 1ª instância pode gravar o telefone presidencial e distribuir à mídia o conteúdo de uma gravação ilegal e mandar a mulher gravar vídeos agradecendo o “apoio da população” e dizendo que, sem ele, os processos que conduz não poderiam ter se desenvolvido como se desenvolveram?
Todos eles têm superiores e se o fizeram é porque seus chefes se acovardaram ou, ainda pior, viram nisso uma maneira de se armarem para seus apetites de  poder.
E um poder tirânico, porque sujeita aquele que o critica a amanhecer com a polícia na porta e ser metido num camburão para saber com quem eu converso.
E tudo se legitima porque eu sou “do PT” (embora não seja, como não é o Eduardo Guimarães, nem nunca tendo sido).
O Brasil está sendo liquidado por esta histeria, alimentada pelo oportunismo tucano e peemedebista, que agora se vê tragado por ele. E por uma mídia que não é apenas deformada pelo interesse empresarial, mas pela pretensão de ordenar o que se faz neste país, em nome do “mercado”.
O Valor registra hoje um pequeno pedaço do dano que isso causou a mais de um milhão de pessoas, com o corte de 300 mil empregos só nas empreiteiras arruinadas pela Lava Jato, embora seus donos, quase todos, estejam lépidos e faceiros, vivendo em suas mansões, alguns com o incômodo temporário de tornozeleiras eletrônicas.
Some a isso os empregos perdidos nas suas cadeias de fornecedores e você terá um retrato ainda pálido do mal que se fez.
A ditadura jurídica, embora um tanto quanto (e não muito) mais sofisticada, é mais lesiva a este país do que foi a militar.
Porque, junto com as liberdades e a política, está destruindo este país e dando cobertura para que se destrua os direitos sociais em escala que aquele regime jamais fez.\o/

A pergunta

Como será provado, que as doações para campanha de Dilma Rousseff feita pelas empreiteiras saíram da Petrobras?

Falta a Resposta, diz ele.

Mas, quando o mais corrupto dos poderes (o judiciário e seus assemelhados, tipo *TCU) tem de responder alguma coisa?

Depois de uma puta reconhecer que não tinha prova cabal para condenar um réu mas, iria condena-lo porque a literatura jurídica lhe permitia e esse voto valer, o que eles quiserem fazer, fazem e pronto.

O país sob a toga de um corrupto

Acharam pouco obrigar José Dirceu ser submetido a:

  • Foro privilegiado
  • Deturpar a teoria do domínio do fato
  • Subverter a ordem do ônus da prova
  • Condena-lo baseado em literatura
Eis que agora outro corrupto de toga manda prende-lo com a desculpa esfarrapada de interroga-lo. 

Hoje são 21 dias que Dirceu está preso e sequer o dia do seu depoimento foi marcado.

Isso é tortura.
  • Cadê o PT?
  • Cadê a OAB?
  • Cadê as ongs?
  • Cadê a CNBB?
  • Cadê o "Tortura Nunca Mais"?
  • Onde estão os que dizem lutar pelos Direitos Humanos?
Todos escondidos, escolhidos feito ratos amedrontados por os ditadores de toga e as famiglias midiáticas do Brasil.

Covardes!



Não vem ao caso

por Ronaldo Souza

Sempre que surgem situações como a que agora envolve o juiz Sérgio Moro surgem também discussões do que é ilegal, imoral, não recomendável eticamente e coisas desse tipo.
Wadih Damous, advogado e Ex-presidente da OAB-RJ é um dos muitos juristas que dizem que o juiz Moro rasgou a Constituição Brasileira há muito tempo e desrespeita os seus princípios mais elementares

O salário de Juízes e integrantes do Ministério Público é limitado ao salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que hoje é de R$ 37,4 mil.

Segundo Wadih Damous, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, ganha R$ 77 mil por mês, numa violação flagrante ao ARTIGO 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

Cabe aqui a discussão do que é ilegal, imoral, não recomendável eticamente, ou o que quer que seja?

Talvez sim.

Entretanto, mais do que isso cabe discutir a questão sob outro aspecto.

O Juiz Moro ganhou as primeiras páginas da imprensa, prêmios, homenagens especiais e aplausos frenéticos onde quer que vá por ter encarnado a figura do juiz justiceiro, o que manda prender os corruptos sejam eles quem forem.

O juiz que diz que vai eliminar a corrupção no Brasil.

Essa história é antiga e também não é de agora o consenso de que pobre é a sociedade que precisa de heróis.

Mais cedo ou mais tarde, eles terminam se revelando.

Considere-se por outro lado que, independente da já óbvia ação seletiva do juiz, imagina-se que homens assim são imaculados.

No imaginário das muitas pessoas, quem sabe de todas, que idolatram justiceiros como o Dr. Moro, paira a imagem de homens sem pecados. A honestidade está acima de tudo.

Sendo assim, diante da recém descoberta do salário do referido juiz e sabendo-o bem acima do que lhe permitiria a Constituição Brasileira, a qual, como juiz, cabe a ele representar, defender e fazer ser cumprida, não posso crer que caibam discussões à luz fria do que seria recomendável ou não.

Não é assim que o povo vê as coisas.

Nunca foram bem vistas pelo povo, por exemplo, as vantagens que gozam os homens da lei.

Os aspectos técnicos do Direito deixam muitas brechas e podem permitir interpretações diversas, por onde costumam entrar os bons advogados.

Quem sabe o salário do juiz Moro entre por uma dessas frestas.

Reforcemos, porém, que é inconstitucional.

Mas salários em dobro conseguidos por “expedientes”, ainda que não possam ser tidos como ilegais, na visão do povo ganhará um nome; desonestidade.

Lembremos que desonestidade é a ausência de honestidade.

Da mesma forma que quem não tem honestidade não é honesto.

A desonestidade não é uma forma de corrupção?

O que é mesmo corrupção?

Por outro lado, o Dr. Moro já fez reiteradas críticas ao Sistema Jurídico Brasileiro por adotar como premissa básica a presunção da inocência.

A presunção de inocência diz que “todos são inocentes até que se prove o contrário”.

O Dr. Moro já sugere há algum tempo a modificação desse capítulo das normas jurídicas do país.

Segundo ele, o Brasil deve ser regido pelo “todos são culpados até que se prove o contrário”.

O Dr. Moro é juiz, portanto, jamais ousaria discordar dos seus conhecimentos e da sua autoridade.

Pelo contrário, recolho-me à minha ignorância para, entre atônito e perplexo, perguntar-lhe.

Diante do panorama em que se insere a sua questão salarial, o senhor é corrupto e terá que provar a sua inocência?

Ou não vem ao caso?

https://www.youtube.com/watch?v=uDK75S7lCwc

A quadrilha dos sem votos

A oposição partidária, empresarial, midiática, do judiciário e do mpf são farinha do mesmo saco.

  • Os empre$árrio$ bancam os partidos de oposição
  • A mídia proteje-os e malha o PT
  • O ministério público e o judiciário proteje-os
Portanto, a verdade é que hoje eles formam uma quadrilha.

O mais é perfumaria.

Se dependesse deles, desde 2003 o PT já estaria fora do poder. Acontece que o povo, muito mais sábio que esse jênios imaginam, sabe votar.

E o PT governa para a maioria.

É isto que mantém o partido governando.

E ainda governará por bastante tempo. Podem espernear corja nojenta, podre.



Dirceu uma prisão anunciada

O desabafo do advogado Roberto Podval

Recebo de todos os amigos jornalistas a informação de que José Dirceu será preso amanhã. Whatsapp, e-mails, telefonemas e mensagens me encontram com a mesma afirmativa, e eu tentando entender o que estamos vivenciando. Fico imaginando que na época em que nasci vivíamos um período parecido. A grande diferença é que na ditadura todos sabiam as razões! Aqui, por mais que procuro, nada encontro para que se possa justificar a anunciada prisão. Tive contato com todos os documentos, com as contas, depósitos, contratos, tudo… Diga-se de passagem, tudo foi exposto para todos sem nenhum cuidado, sem qualquer preocupação com seu nome, sua privacidade, seus direitos; afinal para alguns ele é a representação do mal. E eu aqui me perguntando: e para estes quem representa o bem? Quem é o grande honesto, quem se coloca nesse papel?
Falo com um par de amigos, todos bem mais cultos que eu, todos influentes, pessoas da mídia, formadores de opinião, tudo o que ouço é parecido: a prisão anunciada é uma questão de tempo, e todos concordam com ela, defendem a saída de Dilma, o fim do PT. Tento dialogar, a Presidente foi eleita, o partido é importante para o País, os erros devem ser punidos, mas a forma deve ser tranqüila, as regras seguidas, afinal foi nossa Presidente eleita e, eleita pela maioria (da qual diga-se de passagem não fiz parte). Mas a vida é assim, vencer é bom, e como é bom, mas aprender a perder é necessário. Enquanto escrevo esse desabafo, aflito e impotente lembro me da copa do mundo, eu com meu garoto assistindo a seleção canarinho; em minutos eu apático vendo o garoto desesperado que com lágrimas nos olhos me suplicando para irmos embora, naquele momento só uma coisa tinha a dizer: não meu filho, faz parte aprendermos a perder…


Pelas regras atuais, pelas formas legais, tudo me leva a crer na desnecessidade desta anunciada prisão, já pelo anúncio em abundância, pela torcida desenfreada de uns, pela miopia de outros, tendo a acreditar que é possível, embora não devida. Torço, de todo coração, que o juiz Sergio Moro – quem tive a chance de conhecer em outra oportunidade – homem probo e bem intencionado, magistrado sério e comigo sempre correto, mantenha-se duro mas não injusto! Mantenha-se legalista e não publicista!, faça justiça e não pratique vingança! Enfim, é esperar o amanhã…

O próximo é você, por Paulo Moreira Leite

O retorno de Delúbio Soares a Papuda, sem direito ao trabalho externo, não permite qualquer dúvida. Depois do retorno provável de outros condenados, o próximo da lista é você.  
Ao revogar uma jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça em vigor desde 1999, quatro anos antes dele próprio ser nomeado para uma cadeira no STF, Joaquim Barbosa criou uma situação nova, que atinge todos nós. Confirmou a disposição de administrar a Justiça brasileira com métodos de ditador. 
Ninguém com mais de 21 anos de idade, vacinado, em pleno gozo de suas faculdades mentais, tem o direito de imaginar que se trata de um caso isolado, limitado a duas dezenas e meia de pessoas. 
Estamos falando da Justiça sob encomenda, aquela que se pratica  para atingir um alvo político, adaptando todos os meios disponíveis para chegar aos objetivos necessários. Você pode chamar isso de "maior julgamento da história." Pode dizer que vai "eliminar a impunidade." Ou pode dizer que é preciso "dar exemplo."
Você pode ter a opinião que quiser sobre os condenados da AP 470. Pode achar que são os maiores criminosos de todos os tempos. Pode achar que são inocentes até que se prove o contrário -- e isso não se provou no julgamento.
Mas precisa compreender que atos de truculência mais dura, gestos arbitrários, medidas que nada tem a ver com a Justiça, são uma ameaça aos direitos da sociedade inteira -- mesmo que o atingido, em determinado momento, seja uma única pessoa. 
Não se imagina  que Joaquim Barbosa pretenda levar de volta para a cadeia aqueles 100 000 prisioneiros que estão na mesma situação, no país inteiro. Seria impraticável e desnecessário. O alvo é seletivo, bem definido e tragicamente previsível. 
Dois anos depois do julgamento, em 2012, quando se disputava a eleição municipal, no ano de eleições presidenciais de 2014, teremos o circo destinado a caçar – no laço da truculência -- prisioneiros ligados ao PT.
Mais uma vez.
Joaquim Barbosa é um homem mau, como disse o professor Celso Bandeira de Mello, mas sua maldade não é delirante, nem fora de controle. É calculada, planejada e medida. Sabe aonde quer chegar e age com senso de estratégia.
Esquece os réus do mensalão PSDB-MG que nem foram levados a julgamento, embora a denúncia seja mais antiga. Esquece o DEM. Todos, no PSDB e no DEM, tiveram direito ao desmembramento, ao segundo grau de jurisdição. Nenhum será submetido a teoria do domínio do fato. Nenhum terá a pena agravada artificialmente.
Esquece o ex-ministro tucano Pimenta da Veiga, que recebeu 300 000 reais na conta, meses depois de deixar o ministério, em 2003, e sequer foi denunciado até agora. Esquece Eduardo Azeredo, que conseguiu, pela renúncia, ser levado para a primeira instância – José Dirceu, Delúbio Soares, 90% dos condenados da AP 470, não tinham sequer um mandato para renunciar. Mas foram julgados pelo STF, que não possui competência original para tanto, e agora não têm onde cobrar o direito universal a revisão completa do julgamento, como os demais terão caso venham a ser considerados culpados.
E se você ainda pensa assim, “bem-feito, quem mandou ser mensaleiro?!” é bom começar a ler um pouco sobre as tragédias políticas para entender como elas ocorrem.  
O enredo das ditaduras  sempre encontra  personagens obscuros, reais ou construídos pelos meios de comunicação de cada época, que, culpados ou não por episódios difíceis de compreender,  servem como uma luva para a consolidação de um poder acima da sociedade.
Até o incêndio do Reichstag, que ajudou a fortalecer o nazismo, foi um caso difícil de compreender, lembra?
A Revolução Francesa transformou-se numa ditadura e, mais tarde, num império, pela prisão de seus heróis mais populares.
Um dos primeiros a ir para guilhotina foi Danton, acusado de corrupção e julgado sumariamente. Um dos últimos foi Robespierre, que era chamado o incorruptível. No fim da linha, o morticínio pela guilhotina foi tão grande que até o crescimento demográfico do país foi atingido.
O vitorioso foi um general, Napoleão, mais tarde coroado imperador, com cetro, coroa e manto, titular de um regime onde os direitos democráticos recém-criados foram esfacelados e até o direito do povo escolher seus representantes foi dificultado.
 Se você acha que a França do final século XVIII  não tem nada a ver com o Brasil de 2014, assista a entrevista a Roberto DÁvilla onde Joaquim Barbosa afirma sua admiração por Napoleão Bonaparte.  
Está lá, em vídeo, na internet. Ninguém tem o direito de dizer que não foi avisado.
Como sempre acontece, uma ditadura -- judicial ou não -- só pode consolidar-se num ambiente de covardia institucional.  
 Sem o silêncio e sem gestos amigos, cúmplices, de quem deveria fazer a democracia funcionar, uma ditadura não consegue se constituir.
 Veja o que acontecia em 64, sob o regime militar.
 A tortura precisava da cumplicidade de médicos que, de plantão na caserna,  examinavam prisioneiros e procuravam orientar, cientificamente, o trabalho dos carrascos. Tentavam prever, macabramente, até onde o sofrimento poderia avançar. Mais tarde, quando o serviço estava terminado, apareciam legistas para assinar atestados de óbito de acordo com a versão conveniente.  
No cotidiano, a sociedade daquele tempo precisava ser alimentada por mentiras em letras de forma. Não  faltavam jornais nem jornalistas capazes de publicar notinhas onde a morte de militantes pela tortura era descrita como atropelamento e suicídio. Também não faltavam aqueles repórteres que, alimentados pelos órgãos de informação, produziam textos que contribuíam para o endurecimento político, a ampliação do sofrimento de quem não podia defender. Nasceu, então, o repórter Amoral Neto, lembra? 
Símbolo da tortura, o delegado Sergio Fleury era glorificado.
Não faltaram, na construção do regime, políticos capazes de aprovar, em Brasília, a vacância da presidência da República para dar posse aos generais – embora o presidente constitucional, João Goulart, não tivesse deixado o país. Como era preciso legalizar o golpe, o STF deu aval a decisão do Congresso.
Atualize os personagens acima, substitua nomes, endereços. Lembre que vivemos, obviamente, sob outro regime político, de liberdade, democracia. Aí comprove, você mesmo, como os papéis e as situações começam   repetir-se, caso a caso.
A medicina subordinou-se a política, no caso de José Genoíno. Não vamos julgar o valor científico de tantos laudos médicos diferentes e contraditórios. Vamos admitir o óbvio: Genoíno  jamais teria sido examinado e reexaminado tantas vezes se não houvesse o interesse exclusivo de justificar seu retorno a prisão de qualquer maneira.
A oposição a Jango, em 1964, chegou a  acreditar que a ditadura seria de curta duração. Só não gosta de admitir a razão de ter cultivado uma crença tão pouco crível. Simples. Queria que o regime militar durasse o tempo necessário para o extermínio político de adversários que não poderiam ser vencidos nas urnas. Imaginava que depois receberia o Planalto numa bandeja. Não foi enganada, como gosta de sugerir. Enganou-se.
Quanto aos jornais, a dúvida é saber qual será o próximo a pedir desculpas pelo papel que desempenhado em 64. Quando começarão a reavaliar o que fizeram na AP 470? 
A covardia institucional de hoje repete o comportamento de meio século. O fundamento é o mesmo.
Quem não pode derrotar o PT nem aquilo que ele representa – confesso que muitas vezes é difícil saber o que realmente  importa hoje – espera que medidas de ditadura ajudem no serviço que eles próprios não conseguem realizar nas urnas. Essa é a razão fundamental do silêncio. 

José Dirceu pede para não ser censurado como José Genoino está

A que ponto a ditadura togada e midiática já chegou...
Nada me espanta, nada me surpreende vindo dessa corja.
O que me causa vergonha e nojo é a omissão e covardia de muitos.
Mas tem nada não, dias melhores virão.

Com um documento em que elenca uma série de direitos elementares de um preso, entre os quais o direito à informação, a se comunicar e a se expressar,  a defesa do ex-ministro José Dirceu entregou esta semana à Justiça, solicitação para que ele seja autorizado a continuar fazendo este seu blog. No pedido o advogado de defesa do ex-chefe da Casa civil, José Luís Oliveira Lima – o Juca -, requer que sejam respeitado seu direito à liberdade de expressão e informação.
Desde 15 de novembro pp., quando o ex-ministro se entregou inicialmente à Polícia Federal (PF), em São Paulo e, no dia seguinte, foi levado para Brasília este seu diário é feito pela equipe do blog montada por ele. Na petição à Justiça, a defesa do ex-ministro exemplifica que ao longo da tramitação e julgamento da Ação Penal 470 ele publicou artigos e entrevistas em seu blog sem qualquer tipo de incidente.
Os advogados de defesa do ex-ministro também pedem que ele seja autorizado a receber, no local a que está recolhido,  jornais, revistas e livros , além de ter assegurado o seu direito de dar entrevistas. Para tanto, no pedido encaminhado à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, o advogado José Luis Oliveira Lima invoca dispositivos da Lei de Execução Penal que estabelece como direito de um preso “o contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação”.
Depois de relacionar direitos do preso, entre os quais à liberdade de expressão e informação, José Luís de Oliveira Lima assinala que só pode haver restrição a estes direitos se sua concessão representasse alguma ameaça à segurança do presídio ou para evitar fugas e motins.  “Mesmo encarcerado, (o preso) mantém o direito de estar informado dos acontecimentos familiares, sociais, políticos e de outra índole, pois sua estadia na prisão não pode significar marginalização da sociedade. Em suma, o sentenciado mantém íntegro o direito à liberdade de informação e expressão”, insiste o advogado de Dirceu.