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O Psdb no divã

por Ilimar Franco - O Globo

Marina Silva (PSB) está arrebatando os votos da juventude e dos setores médios, que antes estavam com Aécio Neves. O desempenho do governo Dilma melhora a cada pesquisa. Para enfrentar essas dores de cabeça, o PSDB convocou reunião de emergência para ontem à noite em São Paulo. O temor é com o risco de Aécio deixar de ser o veículo do voto de oposição nas cidades grandes e médias.

Foram convocados para a reunião reservada o ex-presidente Fernando Henrique, o governador Geraldo Alckmin, o prefeito ACM Neto, o vice Aloysio Nunes Ferreira, o ex-governador José Serra e o presidente do DEM, José Agripino. Os tucanos tentam manter a tranquilidade, mas admitem que vivem momentos difíceis.

Torcem para que a largada de Marina e a melhora de Dilma não sejam consistentes. E já temem o efeito da diferença “brutal” do tempo na TV em favor da presidente. Há um risco de Aécio desidratar nos grandes centros. Em 2010, Marina venceu em Belo Horizonte e Brasília. E chegou em segundo no Rio de Janeiro, em Salvador, Recife e Fortaleza.


Marina candidata: PSB perdeu hoje a Presidência, por Paulo Moreira Leite

Abaixo o texto do jornalista, confirma o meu: Crescer ou deixar de existir. É o que o PSB vai decidir

Paulo Moreira Leite _247 - Momentos antes da candidatura de Marina Silva ser oficializada, em evento marcado para esta quarta-feira, o Partido Socialista Brasileiro enfrentava um ambiente menos festivo do que se poderia imaginar. Para além de toda dor provocada pela morte de Eduardo Campos, um líder que soube se impor pela força de mando mas também pela capacidade de oferecer respostas políticas que agradaram a maioria do partido, ficou uma questão grande demais para ser ignorada, mas grave demais para ser discutida abertamente. A candidata não é do PSB, não pensa como o PSB, não tem amigos no PSB nem irá governar, em caso de vitória, com o PSB. Marina é Rede.

Perdemos a eleição hoje, disse um auxiliar dos socialistas, subindo as escadas da sede nacional do PSB, em Brasília — que fica numa sobreloja da Asa Norte, num conjunto de salas que, pelo caráter austero, lembra uma escola de computação. "O que é combinado não é caro," afirmou o governador do Espírito Santo, Renato Casa Grande, ao chegar, depois de participar, no Lago Sul, de uma reunião de dirigentes do partido com a própria Marina. Nem todos os detalhes do acordo entre Marina e o PSB são conhecidos e é provável que muitos deles jamais se tornem públicos. O certo é que, ao longo do dia, os dirigentes do PSB se encarregaram de amassar, embrulhar e colocar na lata do lixo uma ideia exótica que havia circulado na véspera — a de obrigar a candidata a assinar uma carta com compromissos com o partido sob condição de garantir sua candidatura.

Marina Silva não se tornou candidata presidencial porque o PSB queria mas porque não possuía outra opção. Ainda que a candidatura de Eduardo Campos desse a impressão de ter chegado a seu teto sem mostrar-se competitiva — pelo menos antes do início do horário político — seu circulo próximo nunca deixou de acreditar em suas próprias chances de ganhar a Presidência da República. A tese é conhecida: Eduardo seria capaz de bater Aécio no primeiro turno em função do desgaste tucano e, na segunda fase, carregar os votos do PSDB para vencer Dilma. Embora vista com relativa incredulidade fora do PSB, em suas fileiras essa visão era alimentada e repetida cotidianamente, numa narrativa que o jornalista Alon Fewerwerker, coordenador da campanha, conseguia defender com lucidez e argumentos racionais.

Se era assim com um candidato que nos bons momentos das pesquisas mal chegava perto dos dois dígitos de intenção de voto, não é difícil pensar que Marina possa conseguir a mesma coisa. Ela não só obteve o dobro em 2010 como deixou as pesquisas — quando oficialmente também deixou de ser candidata — com 27% das preferências. A Marina de 2014 não é a mesma de 2010. É aquela que pode ser vitaminada pelos protestos de 2013, que enxerga em sua candidatura um caráter anti-sistema e anti-políticos — e até agora não deu mostras de fazer qualquer objeção a presença de um núcleo de auxiliares ultra-conservadores que têm dado as cartas nos debates econômicos, aquela área de qualquer governo que envolve salários, emprego, programas sociais e outras decisões que afetam para melhor ou para pior a vida da população mais pobre.

O PSB tentou resistir a Marina e fez isso enquanto era possível imaginar que se tratava de uma perspectiva realista. Durou pouco. No ano passado, o senador Rodrigo Rollemberg, candidato ao governo do Distrito Federal, foi quem levou a Eduardo Campos o recado de que, após a reprovação da Rede no TSE, Marina Silva mandava dizer que queria preencher a ficha do partido — e ouviu, como primeira reação, uma pergunta que ficaria célebre: "você já bebeu?" Em 2014, candidato junto a um eleitorado fiel a Marina, qualquer que seja seu partido, Rollemberg foi um dos raros partidários de sua candidatura presidencial no primeiro momento. Outros dirigentes, com peso e liderança, vieram depois. Eles temiam ser prejudicados pelo boicote de Marina a suas alianças, como o acordo com Geraldo Alkcmin em São Paulo.

A rendição a nova candidatura se fez em nome da mais preciosa e fugaz mercadoria da vida política. Não é o poder, como muitos pensam. Mas a perspectiva de poder, como já entenderam os profissionais do ramo. Se o poder impõe limites e restrições, pois é preciso fazer escolhas, definir prioridades e dizer "não", por mais que isso seja desagradável, a perspectiva do poder contém uma aura de sonho, de alcance infinito. Foi por causa dela que os socialistas não puderam recusar o apoio a Marina e deram aquele passo em que mesmo uma eventual vitória também irá significar uma estranha derrota, com a qual não contavam — pelo menos agora.


Traduzindo Blablarina

Ao não assinar documento do PSB assumindo os compromissos firmados por Eduardo Campos, a candidata Marina Silva disse textualmente:

Não assumo compromisso dos losotros. Meu compromisso é com minha Rede - Itaú e Natura -, o mais é casamento de fachada e com prazo de validade.

Prego batido, ponta virada!

Pisquila: A cara dos "entrevistadores do Jornal Nacional", depois da entrevista (?) com Dilma

Me liga amigo distante e pergunta qual a minha opinião sobre a performance da presidenta Dilma na entrevista(?) do Jornal Nacional, que já estava no seu finalzinho. Na verdade, mais parecia que ela estava numa inquisição diretamente conduzida pelo próprio Torquemada. Se a intenção do Bonner e da Patrícia Poeta (leia-se, irmãos Marinho) era encurralar a Dilma, passaram do ponto e a coisa virou um angu de caroço. A Dilma saiu como agredida e os dois entrevistadores e principalmente ele, como grossos e sem a devida educação. Eu virei para outro amigo e lhe perguntei: 

Editorial

Deus e o diabo na terra da Globo
Exatamente a sessenta anos atras Getúlio Vargas cometia suicídio, a direita conservadora reedita em farsa a tragédia. Ensaia um simulacro de catarse nacional varguista emprestando à consternação pela morte de Eduardo Campos uma dimensão histórica que ele não tem. Nosso Grande e genial Glauber Rocha que entendia muito de misticismo sempre deixou claro: Deus nos deu a vida. O diabo inventou a cerca e arame farpado. O pig quer nos vender arame farpado como a redenção brasileira. Continua>>>

247: agredida pelo Jornal Nacional Dilma se defende

Foi inacreditável a ação eleitoral do Jornal Nacional contra a presidente Dilma Rousseff; William Bonner fez perguntas quilométricas; Patrícia Poeta chegou a fazer cara de nojo e a colocar o dedo em riste diante de Dilma em razão do "nada" que teria sido feito na área da saúde em 12 anos, ditos com ênfase pela apresentadora; Dilma mal teve a oportunidade de responder perguntas que eram acusações, como sua suposta incapacidade de se cercar de pessoas honestas e os números da economia; quando teve oportunidade falar, Dilma disse que seu governo "estruturou o combate à corrupção" e que "nenhum procurador foi chamado de engavetador-geral da República"; ela lembrou ainda o baixo desemprego e a inflação que se aproxima de zero nos últimos meses; não foi entrevista, foi agressão, fora de qualquer padrão civilizado de jornalismo; presidente conseguiu falar sobre o programa Mais Médicos e informar que a inflação está baixando, com zero de elevação em julho.

Análise política, por Marcos Coimbra

A oposição e mídia
Hoje terça-feira (19), com o início da propaganda eleitoral na televisão e no rádio, entraremos na etapa final da mais longa eleição de nossa história. Começou em 2011 e nossa vida política gira em torno dela desde então. A batalha da sucessão de Dilma Rousseff foi iniciada quando cessou o curto período de lua de mel com as oposições, no primeiro ano de governo. Talvez em razão do vexame protagonizado por José Serra na campanha, o antipetismo andava em baixa.

PSB: Marina pode ser nossa candidata a presidente

Roberto Amaral - presidente do PSB - afirmou para cúpula do partido que Marina Silva pode ser oficializada candidata a presidência da República, até quarta-feira próxima. Basta que:

"Ela publicamente renuncie a criação da Rede. O PSB não será usado e depois descartado por Marina ou quem quer que seja. Esta é nossa condição."

Campos e as raposas na TV

"Vazou" para internet uma das peças da propaganda eleitoral que Eduardo Campos tinha gravado e iria - ainda pode ir - ao ar. Nela, Campos liga a presidente Dilma a: José Sarney, Renan Calheiros e Fernando Collor. Associa o número de ministérios a necessidade da presidente atender os aliados políticos.
Dilma “deu um ministério a um afilhado de Sarney, a um afilhado de Renan Calheiros, outro pra lá, outro pra cá”, diz Campos no vídeo. Os aliados não votavam nada do que Dilma queria. “Eles queriam mais! Ia pra quantos ministérios, 80, 90 100?” No centro de um cenário em forma de arena, observado por um grupo que incluía Marina Silva, Campos realça que o Legislativo só trabalhou quando as ruas roncaram.

Campos capricha na ironia:
“A gente tem que botar a sociedade pra cumprir o seu papel. Eu e a Marina somos os únicos candidatos que estão dizendo agora, mandando avisar pela imprensa: avisa aí ao Sarney, ao Renan e ao Collor (o apoio dos Bourhausens ele não diz que tem) que a gente vai chegar, e conosco eles vão para a oposição. No nosso governo, conosco eles não vão trabalhar. O Sarney já desistiu de ser candidato, já partiu.”

O destino caprichou na ironia, quem já partiu definitivamente foi ele.

A propaganda é boa. Tem palavreado fácil. A atmosfera é informal. Mas só funciona com as plateias domesticadas dos comerciais. Em ambientes normais, alguém talvez se levantasse na plateia para recordar: o PSB usufruía de dois dos 39 ministérios até setembro do ano passado. Num deles, o da Integração Nacional, o ministro era Fernando Bezerra Coelho, cupincha de Campos.

parceria com Josias de Souza


Rodrigo Vianna: Marina pode atropelar os tucanos?

O sonho dos tucanos (leia aqui) é que Marina Silva apareça forte na próxima pesquisa, mas que depois seja desidratada para abrir passagem a Aécio Neves. Falta combinar com os eleitores.
Com o olhar compungido, Marina Silva surge numa sala apertada, para o primeiro pronunciamento depois da morte de Eduardo Campos. Não fala de temas eleitorais, oferece "apenas" conforto à família do candidato morto. Não tem pompa nem pose, não quer parecer uma "estadista"…
Assisto à cena na Redação. Uma colega, menos afeita aos temas da política, pergunta: "quando será que ela começa a campanha pra valer? Precisa esperar uns dias, né?".
Outro jornalista, mais experiente, responde rápido: "a campanha dela já começou; isso aí que você tá assistindo é o primeiro pronunciamento de campanha".
Poucas horas depois, converso com outro colega – raposa velha em coberturas eleitorais: "o que você achou da fala da Marina?". E ele: "importa pouco o que ela disse; importa muito mais a maneira como aquilo foi dito".  
Marina Silva não precisa falar de política pra fazer política. Essa é a grande força da candidatura dela. Não sei se Marina surgirá na faixa dos 15%, ou acima dos 20% na próxima pesquisa DataFolha (que será divulgada entre domingo e segunda-feira). Mas sei que ela tem uma boa chance de encampar o discurso da "não-política". Um discurso que é – claro – tudo menos "não-político".
Eduardo Campos enfrentava enorme dificuldade para conquistar esse eleitor desesperado por algo "novo". Aécio, então, nem se diga…
Esse era o grande nó da campanha em 2014. Um terço dos eleitores está fechado com Dilma; outra parcela (bastante barulhenta, mas que reúne pouco menos de um terço do total) se dispõe a votar em qualquer um contra o PT; só que há ainda 30% dos eleitores que não querem PT mas também não topam PSDB. Esse é o eleitor desiludido "com tudo que está aí".
Em 1960, esse clima de "mar de lama" terminou em Janio. Em 1989, a desilusão terminou em Collor.
Em 2014, Eduardo achou que poderia ser a terceira via, com um discurso moderado, a meio caminho entre PT e PSDB. Não entendeu, talvez, que esse terço "desiludido" dos eleitores não quer meio-termo, não quer meio do caminho. Quer alguém que seja (ou pareça) outro caminho.
Até duas semanas atrás, estava claro que a sorte de Dilma era ter uma oposição que não representava a "mudança". Aécio é um político jovem, mas tem uma imagem precocemente "envelhecida", até pelas companhias de palanque (Serra, FHC etc). Eduardo era uma liderança nova, mas também pesava contra ele a imagem de "político engravatado".
Marina, não.
Comentaristas atucanados nem esperaram o corpo de Eduardo ser recolhido. Começaram a  espalhar que Marina é a candidata perfeita "para garantir o segundo turno". Acham que ela repetirá 2010, quando os votos marineiros levaram de fato Serra ao segundo turno.
Só que no meio do caminho houve junho de 2013. A sociedade, ali, pareceu pedir mudanças mais profundas no sistema político. Dilma fez a leitura correta: propôs a Reforma Política e a Constituinte; estratégia barrada pelo PMDB. O mal estar se aprofundou desde 2013…
A oposição (com seus comentaristas gagos nas rádios e seus acadêmicos de segunda linha) não compreende por que o eleitor que pede mudança não vota no Aécio. Ora, a maioria do Brasil não quer andar pra trás… Um terço vai com Dilma. Outro terço quer mudança sem tucano nem liberalismo velho dos anos 90.
Marina pode ocupar esse espaço.
O sonho dos tucanos é que ela apareça forte na próxima pesquisa, mas que depois seja desidratada para abrir passagem a Aécio Neves. Falta combinar com os eleitores.
O mais provável é que, se a opção Marina prosperar no PSB (e tudo indica que vai prosperar), a eleição se decida entre Dilma e a ex-ministra do Meio Ambiente.
O que pode barrar Marina? O veto do empresariado, dos ruralistas e das empreiteiras preocupados com o discurso "anti-desenvolvimento" dela. Francamente, esse não é um obstáculo relevante do ponto de vista eleitoral…
Marina pode virar a candidata da "anti-política" (mesmo com apoio da Natura, Itaú, e de economistas liberais – que teriam o papel, justamente, de chancelar os compromissos dela com o chamado "mercado"). Até porque, isso é inegável, Marina carrega – legitimamente – as bandeiras de um novo ambientalismo e de uma juventude que esperam mais do que acordos com o PMDB para mudar o Brasil.
Mais que isso: ela vai carregar a imagem de Eduardo Campos Brasil afora. O jovem que queria "mudar o Brasil". O apelo é forte.
Marina pode ser uma espécie de Jânio de 2014? Ela é mais que isso, certamente.
Evangélica, verde, messiânica. Será que é nesse "novo" que o Brasil vai apostar?
Do outro lado, há Lula e um projeto em parte desgastado. Há uma militância que defende Dilma (sem empolgação) contra os tucanos. Mas terá a mesma disposição para enfrentar Marina? Com qual discurso?
Minha impressão é de que a candidatura Marina Silva tem boas chances de prosperar, e de tirar os tucanos do segundo turno.
Marina – se for de fato confirmada como candidata – pode ganhar de Dilma? Sim. Tem chances mais que razoáveis. Mas gostaria de ouvir a opinião dos internautas. Porque nesse tema não há certezas…



Marina Silva não é "Terceira Via"

Eduardo Campos era considerado por analistas políticos o candidato a presidente da “Terceira Via”. Com o seu recentemente falecimento num trágico acidente aéreo, ainda se discute quem assumirá o seu lugar na chapa, mas enquanto...Leia mais>>>


Desesperada a direita implora por Marina

" O desespero é o caminho mais longo para se chegar a vitória"...Mário Conti

A direita desesperada e em pânico clama para o PSB lançar Marina Silva candidata a presidente, imagina com isso ajudar Aécio Neves (Psdb) - seu candidato oficial - chegar ao segundo turno. Autofagia!

Caso o PSB cometa esse desatino de servir a direita e decretar seu fim, também decretará o fim do PSDB, pois Aécio será terceiro colocado na eleição.

Para o PSB e também para Marina Silva o melhor seria lançar um candidato histórico do partido e Marina não ser a vice.

Mas daqui até a decisão do partido vai escorrer muita lama pelas penas pagas do pig.

Vários jorna-listas, colunistas e especialistas políticos da GAFE - Globo, Abril, Folha, Estadão - vão dar furos e barrigadas a gente perder de vista.


Eleição 2014: TSE suspende propaganda paga no Facebook contra Dilma

De acordo com decisão liminar do ministro Tarcísio Vieira de Carvalho, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Facebook deve suspender, imediatamente, a circulação dos anúncios pagos na página de título “Já tirou voto da Dilma hoje?”, hospedada na rede social. O ministro também estipulou o prazo de cinco dias para que o Facebook apresente a relação dos nomes dos responsáveis pela contratação do serviço pago, com os dados constantes do seu cadastro, para que estes sejam notificados.

Propaganda paga por Aécio em Facebook é tirada por ar pela justiça eleitoral.Propaganda paga por Aécio em Facebook é tirada por ar pela justiça eleitoral. A decisão ocorreu com base em informações do próprio Facebook, segundo as quais “todos os conteúdos que contêm a inscrição ou o timbre “patrocinado” se trata de anúncios de pagamento realizado por um usuário”. Para o relator, tal situação, a princípio, aponta para a existência de propaganda eleitoral paga na internet, o que é vedado pela Lei das Eleições (Lei nº 9.504/97, artigo 57-C).

O caso chegou ao TSE por meio de uma representação movida pela coligação “Com a força do povo” e pela candidata à reeleição Dilma Rousseff contra Aécio Neves, sua coligação, Muda Brasil, e também contra o Facebook.

De acordo com a representação, o administrador da página “tem utilizado ativamente do recurso publicitário fornecido pela rede social de patrocinar sua página, visando promover a mais ampla divulgação entre os usuários da rede mediante a remuneração do Facebook para tal”. Sustenta ainda que “a página faz uso explicitamente eleitoral de anúncios pagos direcionados para páginas do Facebook, que permite que os usuários da rede social saibam da existência da referida página e ingressem na já ampla rede de seguidores”.

Em relação ao Facebook, afirma que ele é o provedor de aplicações da internet e o único habilitado a identificar os criadores do perfil que administra a página com conteúdo eleitoral irregular. Já em relação a Aécio Neves e sua coligação, os autores argumentam na representação que “é impossível que desconheçam a propaganda que lhes é favorável, sobretudo pela ampla e irrestrita divulgação da propaganda eleitoral paga”. Aécio e sua coligação tem 48 horas para apresentarem defesa.

Fonte: TSE


Presidenciáveis no Jornal Nacional

Eduardo Campos - presidenciável do PSB -, não soube lidar com os flhasback

Entre os candidatos do maiores partidos, Campos é mais desconhecido do eleitorado. Para boa parte da superaudiência do 'Jornal Nacional', ele era uma espécie de folha de papel em branco. Com a régua da experiência adquirida no governo de Pernambuco e o esquadro da razão, o candidato se esforçou para demonstrar que pode traçar novas coordenadas para sua vida e para o país.

O problema é que Willian Bonner e Patrícia Poeta evocaram flashbacks da trajetória do ex-governador, ex-ministro, ex-deputado e ex-aliado de Dilma que não ornam com o enredo novo que o personagem tenta esboçar. E Campos repetiu no telejornal da Globo algo que fizera em sabatinas e entrevistas anteriores: discorreu sobre o passado sem lançar mão da borracha do arrependimento.

O senhor se articulou com Lula e os partidos para eleger sua mãe, a ex-deputada federal Ana Arraes, ministra do TCU, recordou Willian Bonner a alturas tantas. Considera isso ético? Não foi uma forma de nepotismo?
 “Se dependesse da minha nomeação, enquanto governador, seria nepotismo”, ponderou Campos, antes de lavar as mãos e afirmar que foi a Câmara que elegeu sua mãe.

Bonner insistiu: o que está em questão é o senhor ter usado o seu prestígio, o seu poder, para se empenhar pessoalmente num trabalho de catequese, numa campanha para que sua mãe ocupasse um cargo público e vitalício. Acha que foi um bom exemplo para o país?

Campos não se deu por achado: “Olha, na hora que ela saiu candidata com apoio do meu partido, se fosse uma outra pessoa, eu teria apoiado. Por que eu não apoiaria ela que tinha todos os predicados… Eu nem votei, Bonner, porque eu não era deputado. Eu, simplesmente, torci…” A fala soaria mais apropriada no 'Fantástico'. No 'Jornal Nacional', destoou. Foi como se Campos se auto-absolvesse do próprio passado, idealizando-o.

Abre parênteses: Campos não foi mero torcedor. Mobilizou Lula, visitou líderes partidários, foi de governador em governador. Advogada e servidora licenciada do Tribunal de Contas de Pernambuco, Ana Arraes prevaleceu na disputa pela poltrona no TCU graças a outra credencial: sua carreira como mãe, que dispensa exames psicotécnicos, cursos universitários e antecedentes funcionais. Virou ministra, em 21 de setembro de 2011, graças ao esforço do filho.

Consumado o resultado, os repórteres dirigiram a Ana Arraes a mesma indagação feita agora a Campos: isso não é nepotismo? Na época, a mãe do candidato declarou o seguinte: “Se o nepotismo é feito pelo povo, então é o voto do povo. [...] É uma honra criar um filho como Eduardo. […] Pergunte ao povo de Pernambuco como ele está satisfeito. O Eduardo tem 92,5% de satisfação da população.'' Fecha parênteses.




Retorne-se a Bonner: O senhor não vê nada de errado no seu empenho pessoal nesta eleição de sua mãe para o TCU? E Campos, dessa vez monossilábico: “Não”. Patrícia Poeta emendou na negativa um outro flashback: o senhor indicou um primo seu e um primo de sua mulher para trabalhar no Tribunal de Contas de Pernambuco quando governava o Estado. Como fica a isenção nisso?

Campos viu-se compelido a assumir a ascensão de um dos primos: “Foi indicado na vaga do Executivo, respeitando a legislação em vigor”. Tomou distância do outro: “A vaga era da Assembleia, pessoas podiam se candidatar. E ele não estava impedido por lei de se candidatar.” Absteve-se de dizer que o apoio ao seu governo no Legislativo estadual beirava a unanimidade.

Patrícia foi ao ponto: Se o senhor fosse eleito presidente hoje, manteria esse comportamento no governo federal? De costas para o passado, pesadelo do qual está tentando acordar, Campos reposicionou-se em cena: “…Agora que vamos ter cinco vagas no Supremo Tribunal Federal, o Brasil precisa fazer uma espécie de comitê de busca, o que é feito para os institutos de pesquisa, juntar pessoas com notória especialidade e conhecimento para fazer ao lado do presidente a seleção de pessoas que vão para esses lugares vitalícios.” Huuummm…

Embalado, o candidato engatou uma segunda: “Aliás, eu acho que o Brasil deve fazer uma reforma constitucional para acabar com esses cargos vitalícios que ainda existem na Justiça, é preciso ter os mandatos também no Poder Judiciário, coisa que existe em outras nações do mundo, de maneira a oxigenar os tribunais e garantir que esse processo de escolha seja um processo mais impessoal.” Ah, bom!

Por um instante, teve-se a impressão de que a entrevista estava sendo exibida no horário errado. Combinava mais com o período vespertino, horário em que a emissora leva ao ar a seção ‘Vale a Pena Ver de Novo’. O senhor foi colaborador próximo de Lula, recordou Patrícia Poeta. Era ministro em 2005, quando estourou o mensalão. Afastou-se de Dilma Rousseff só em setembro de 2013, na ante-sala da sucessão. Tudo isso é ambição de ser presidente?

“Não se trata de ambição. Se trata de um direito”, reagiu o entrevistado. “Numa democracia, qualquer partido pode lançar um candidato, pode divergir. Porque você apoiou, você não está condenado a apoiar quando você já não acredita, quando você já não vê, não se representa naquele governo.” Mas o senhor apoiou durante mais de 10 anos esse governo. O que que aconteceu no meio do caminho?

Nesse instante, Campos teve o seu melhor momento na entrevista, talvez o único: “O que aconteceu é que aquilo que foi prometido, que o Brasil ia corrigir os erros e aprofundar as mudanças, não aconteceu. Tantas pessoas que votaram na Dilma e se frustraram…” Campos enveredou para a economia: Dilma comanda “um governo que deixou a inflação voltar, um governo que está fazendo derreter os empregos. Agora, o que o povo quer é alguém que dê solução a isso.”

O candidato levou aos lábios o nome de sua companheira de chapa, uma vice de 20 milhões de votos, até aqui intransferíveis: “Eu e Marina entendemos que para dar solução a isso é fundamental um novo caminho.” Trafegando no acostamento das pesquisas, numa longínqua terceira colocação, Campos fez pose de terceira via: “PSDB e PT há vinte anos governam o país. Se a gente quer chegar a um novo lugar, a gente não pode ir pelos mesmos caminhos.”

O diabo é que, nos momentos em que teve a oportunidade de dizer como pretende financiar suas promessas, Campos deixou embatucados os telespectadores mais atentos. Em vez de explicar os planos e os números, limitou-se a embaralhá-los, tecendo sobre eles indecifráveis silogismos. Formado em economia, o candidato pareceu mais um ficcionista do que um economista.

Patrícia Poeta empilhou as promessas de Campos sobre a bancada: escola em tempo integral, passe livre para estudantes do ensino público, aumento dos investimentos em saúde para 10% das receitas da União, manutenção do poder de compra do salário mínimo e a multiplicação por 10 do orçamento da segurança. Num instante em que a conjuntura pede rigor fiscal, Campos acena com novos gastos. Simultaneamente, promete inflação de 4% em 2016 e 3% em 2019.

Exposta a falta de nexo, sobreveio a pergunta: com promessas se chocam, qual delas o senhor vai descumprir? E Campos: “Patrícia, na verdade, só há uma promessa, que é melhorar a vida do povo brasileiro. A sociedade brasileira tem apresentado na internet, nas ruas, uma nova pauta, que é a pauta da educação, da melhoria da assistência da saúde, que está um horror no país, a violência que cresce nos quatro cantos do país… blá, blá, blá.”

O pedaço do eleitorado que aposta na mudança esperava que o candidato explicasse como produzirá a mágica de tirar cartolas de dentro dos coelhos. Mas Campos refugiou-se atrás de uma peça que sua campanha demora a levar ao centro do palco: “Nós estamos fazendo um programa de governo, ouvindo técnicos, a universidade, gente que já participou de governo. E é possível, sim. Nós estamos fazendo conta, tem orçamento.”

Deu a entender que é possível colher antes de plantar: “Eu imagino que muitas vezes as pessoas dizem assim: ‘Houve uma reunião do Copom hoje e aumentou 0,5% os juros’. E ninguém pergunta da onde vem esse dinheiro. E 0,5% na Taxa Selic significa R$ 14 bi. O passe livre, que é um compromisso nosso com os estudantes, custa menos do que isso. Então, nós estamos fazendo contas para, com planejamento, em quatro anos trazer inflação para o centro da meta, fazer o Brasil voltar a crescer, que esse é outro grave problema, o Brasil parou. E o crescimento também vai abrir espaço fiscal…”

Ao final da entrevista, a a folha de papel em branco do início estava preenchida com um desenho confuso, feito por um candidato fascinante. Os telespectadores mais otimistas foram dormir com a impressão de que Campos tem café no bule. Os pessimistas foram ao encontro do travesseiro com a incômoda sensação de que, eleito, o presidenciável do PSB tomará decisões como uma dona de casa que guarda o café numa lata de sal na qual os responsáveis pela elaboração de suas receitas escreveram açúcar.

E quanto aos flashbacks? Bem, serviram para demonstrar que, como político, Campos é um fabuloso cozinheiro. Se a entrevista fosse um pouco mais longa, ele decerto conseguiria demonstrar que é perfeitamente possível desfritar um ovo diante das câmeras.

por Josias de Souza

Paulo Henrique Amorim: os candidatos são Urubológa, Ataulfo e Sardenberg

Lula e Dilma ocuparam o espaço político de forma ampla, geral e irrestrita.

Da esquerda à centro-direita.

Só sobrou um pedacinho de chão para os vandaleiros, lá e cá.

O PT , Lula e Dilma chuparam o oxigênio dos projetos políticos que faz o Brasil dar o salto irreversível na direção de uma sociedade desenvolvida e justa.

A Direita não tem o que dizer.

Esgotada as forças do neolibelismo, a Direita morreu pra dentro.

Faltam dez dias para o horario eleitoral, quando Dilma tem o dobro do tempo dos outros dois, e eles não conseguiram oferecer uma migalha ao debate de ideias.

Requentaram o Consenso de Washington, revisto e ampliado pelo Farol de Alexandria.

E recorreram ao velho Golpe de sempre, desde Vargas: o Golpe da Corrupção.

Entrou a areia.

O Aecioporto, o trensalão, o arquivamento do mensalão dos tucanos … tudo isso tirou a máscara dos fariseus.

Até o dos múltiplos chapéus diz hoje (10/08) na Fel-lha (*) e no Globo que Dudu e Aecioporto não tem o que declarar.

É preciso receber essa inédita – é um prodíjio ! – observação com grãos de sal.

Como se sabe, o dos múltiplos chapéus é o único interlocutor a que o Padim Pade Cerra dá atenção.

(Insones, de madrugada eles trocam receitas de veneno.)

Portanto, trata-se de uma revelação também nada original: o Cerra vai cristianizar  o Aecioporto.

O PT, o Lula e a Dilma esvaziaram a Casa Grande faz tempo.

A Judith Brito, inesquecivel presidente da global Associação Nacional dos Jornais (sic) já tinha dito que o PiG (**) é a verdadeira oposição.

Por essa ousada declaração, o Barão de Itararé lhe ofereceu o Prêmio “O Corvo”, e ela nunca foi buscar.

Uma ingrata !

Agora, se aprofunda a dependencia da Casa Grande ao PiG.

Criou-se esse factóide da mudança do perfil da Urubóloga na Wikepédia.

Uma hecatombe universal !

O Globo Overseas, em todas as suas nefandas manifestações, se estrebucha de ódio !

Até o Globo Rural entrevista a Urubóloga !

Liberdade de imprensa, a violação do sagrado direito de informar !

Balela !

Primeiro, que os perfis da Wikepédia não são as Tábuas da Lei.

Acredita neles quem quer.

Aquilo é uma bagunça 

Qualquer um mexe, modifica, adultera.

E tem até uns espertalhões – nos Estados Unidos – que cobram US$ 10 mil para alterar o que você quiser…

E se algum pilantra, funcionário do Palácio do Planalto, usou o computador do Palácio para dizer que a Urubóloga defendeu o banqueiro imaculado Daniel Dantas com unhas e dentes – e se isso for mentira ! – (leia “em tempo”) – é muito simples.

Apanhados o IP e o espertalhão, rua com ele,  e implacável processo administrativo.

E chega de bulha.

Porque a Urubóloga não imagina que o Mercadante, a Presidenta, ou o Thomas Traumann se dessem ao trabalho de interromper seus afazeres para “editar” o perfil dela na Wikepédia.

Nem a ególatra mais alucinada imaginaria tal desvio de função.

E a biografia dela já está escrita.

Neste domingo de sol – e sem água, em São Paulo – lê-se na colona (***) do Ataulfo (****) Merval que ele também teve a biografia adulterada na Wikepédia.

Um absurdo !

É preciso chamar a Embaixada Americana e exigir que os drones do Iraque despejem armas mortíferas sobre os que usam o Wi-Fi do Palácio do Planalto !

O episódio tem relevância próxima de zero.

Tem o nível do volume morto do Alckmin.

Porém, ele revela um traço central dessa eleição.

Assim como o PiG é a Oposição, a Urubóloga e o Ataulfo são os verdadeiros candidatos.

Os colonistas do PiG se projetaram de tal forma, assumiram tal notoriedade  e relevância que eles mesmos e sua notoria parcialidade encarnam o sentimento de Oposição e de ódio ao PT,  muito mais do que esses anódinos Aecioporto e Dudu.

A Urubóloga e o Ataulfo, sim, são o arsenal capaz de enfrentar a Dilma – e, não, os candidatos registrados no TSE.

Revela-se, assim, uma singularidade do processo politico e eleitoral do Brasil.

Os candidatos não são o Gilmar Dantas (*****) ou o Joaquim Barbosa, que tentaram, mas sem os cacoetes e a esperteza necessarias naufragaram antes do tempo.

Um foi para o twitter e o outro para os plantões.

Sobraram os mais loquazes, os mais expostos agentes do PiG.

Eles, sim, são o rosto e o cérebro da turma do camarote do Itaúúú.

Se não estavam lá, seriam benvindos.

Muito mais até que o Farol de Alexandria, que se apagou no terremoto chamado Lula e cuja validade vendeu.

O que sobrou da Oposição foi isso: a Urubóloga e o Ataulfo.

Melancolicamente.

Enfim, ficou claro !

O Brasil é como no Rio Grande: o candidato a Governador da Direita é uma “analista” da RBS, a Globo de lá – que começou a decepar jornalistas.

Com a eleição da Dilma no primeiro turno, segundo o Datafalha e o Globope, quem encarnará os principios e os fins da Casa Grande em 2018 ?

E até lá, a Globo já terá morrido gorda, como prevêem este ansioso blogueiro e os midias das agências de publicidade – em off…

É possível que a Casa Grande tenha que recorrer, de novo, ao Padim Pade Cerra (de que vive ele ?)

Já que o projeto vencedor há quatro eleições já tem o seu candidato: Lula.

Em tempo: de fato, o ansioso blogueiro não tem noticia de que a Urubóloga tenha falado bem do imaculado banqueiro. E também não tem noticia de que tenha falado mal …

Em tempo2: o PiG tem tanto medo do imaculado banqueiro, que a Fel-lha de SP (o mau, hálito se acentua com a proximidade da eleição), ao dedicar uma pagina inteira ao factoide da Wikepédia, se esqueceu de dizer que uma das adultareções assacadas contra a Urubologa foi … defender o imaculado banqueiro. Ele é um santinho do pau oco – no PiG e no Supremo … A Fel-lha, então, morre de medo dele.

Clique aqui para ver a reportagem que a Globo censurou e mostra o que Gilmar Dantas – num plantão !!! – ignorou para dar o segundo HC Canguru ao imaculado.

Paulo Henrique Amorim

Aécio Neves: "Está na hora de deixar na mão de quem sabe"

De quem sabe?...

  • Deixar inflação a 12,5%
  • Juros a 45%
  • Quebra o país e apelar para o FMI
  • Não pagar o piso nacional para os professores
  • Vetar 7% para a Educação
  • Perseguir jornalistas
  • Vender (?) empresas a preço de banana em fim de feira
  • Construir aeroporto para família com dinheiro público
Se você quer essa receita, vote no tucano. Mas se você prefere:
  • Inflação dentro da meta (6,5)
  • Juros de 11%
  • Ser credor do FMI 
  • Aprovar 10% do orçamento da União para a Educação
  • Não pressionar jornalistas nem meios de comunicação
  • Não vender nenhuma estatal
  • Ampliar aeroportos para servir ao público e não a família
Então vote na Dilma!

Aécio Neves: “Está na hora de deixarem na mão de quem sabe!'


  • Fazer aeroporto para família
  • comprar a imprensa mineira e nacional também
  • Mentir descaradamente e ter o apoio da mídia venal
  • Prometer aos banqueiros, agiotas, rentistas e Cia entregar o patrimônio que restou do entreguismo de fhc
E,...depois cito outras sacanagens desse santinho do pau-oco

Marcos Coimbra - As “previsões” do mercado

Uma das peculiaridades do momento atual é a intensa e despropositada divulgação das especulações do mercado financeiro a respeito da eleição presidencial. Quase todo dia, a mídia oposicionista faz circular prognósticos eleitorais de bancos e consultorias. E trata-os como se merecessem crédito especial. Talvez considere que nessas empresas existam especialistas notáveis da vida política brasileira, cujas opiniões e pontos de vista precisariam ser conhecidos por todos.
Sem subestimar a competência dos profissionais do mercado financeiro, é fantasia imaginar que possuam grande habilidade analítica em assuntos políticos e eleitorais. Ao contrário, a regra é que estejam improvisados circunstancialmente no papel de “analistas políticos”, o que deixarão de ser tão logo passe a eleição. Em três meses, lá estarão de volta aos afazeres que conhecem, na interpretação de cenários do agronegócio no Piauí, da indústria de calçados ou do comércio de bebidas.
Os bancos, as consultorias econômicas e outras instituições financeiras, nacionais ou não, claro está, têm o direito de elaborar análises da situação política brasileira. E não é de hoje que monitoram os processos eleitorais, para avaliar o impacto dos resultados em seus negócios. Desde a eleição de 1994, muitos dos mais importantes tornaram-se clientes de institutos de pesquisa, às vezes por meio da contratação de pesquisas próprias, às vezes na busca de assessoramento técnico.
Duas coisas são diferentes neste ano. De um lado, há uma proliferação de atores menores, pequenas empresas que buscam espaço no campo das “previsões eleitorais”, algumas no esforço de vender um know-how que não possuem. Quem dispuser de dinheiro para jogar fora que as compre.
De outro, e mais importante, temos atualmente, na imensa maioria dessas “análises”, um extraordinário predomínio do desejado em relação ao observado. Nas “previsões eleitorais” disponíveis, o que encontramos é o retrato do que seus autores gostariam de ver, não do que é mais provável.
Isso fica claro no uso seletivo das pesquisas e na relutância em aceitar o que elas mostram de fato. É o inverso do que o mercado fez em eleições passadas, quando recebia os números com a cautela devida, mas não brigava com eles.
Hoje, a regra passou a ser não acreditar no que as pesquisas dizem e procurar pretensos significados “ocultos”, escondidos nas entrelinhas.
A larga vantagem de Dilma Rousseff, que tem, sozinha, mais intenções de voto do que a soma dos adversários? O fato de ela ter o dobro do segundo colocado e quase cinco vezes o obtido pelo terceiro? A constatação de que os “outros candidatos” sempre terminam com desempenho modestíssimo na urna e são irrelevantes para propiciar o segundo turno? A dianteira da presidenta ante todos em um possível segundo turno? Não dizem nada para quem gasta tempo a perscrutar tabulações e cruzamentos de dados à cata de algum sinal negativo para a presidenta.
E nossa história eleitoral, que indica que quem mais cresce quando começa a propaganda eleitoral na tevê e no rádio são os candidatos à reeleição? E a experiência internacional, que mostra que o “tempo de antena” é um fator decisivo nas eleições modernas? Nada, tudo seria irrelevante, pois viveríamos agora em um hipotético mundo pós-televisivo, no qual o eleitorado conheceria e selecionaria os candidatos por meio das redes sociais.
Engraçado: nas pesquisas esses analistas enxergam apenas o que lhes interessa: a “vontade de mudança”, a “rejeição a Dilma”, o “desgaste do PT”. Para isso serviriam, mas, para qualquer outra coisa, poderiam ser desconsideradas.
As “análises eleitorais” do mercado são hoje pouco mais que exercícios de wishful thinking (quando não são armações para lucrar à custa dos incautos). Os responsáveis por elas fazem “previsões” com base nos desejos de um determinado resultado. Preferem a derrota de Dilma e a anunciam ao mundo.
Lembram o que alguns “analistas” brilhantes da mídia oposicionista ofereceram aos diplomatas norte-americanos na última eleição e o WikiLeaks revelou: um monte de interpretações equivocadas e previsões furadas. No fundo, são muito semelhantes aos comentaristas e colunistas da mesma mídia hoje em dia. Apenas torcedores. Nada mais.

Pode perguntar, Aécio não responde

Entrevista estranha, com - e sem - perguntas esquisitas. Dá para resumir assim a sabatina de Aécio Neves ao G1, que aconteceu hoje (4/8) pela manhã.

Aécio falou mas não explicou direito sobre aeroportos, recriação de um ministério da era Collor e sobre uma estranha sensação de segurança jurídica que tem que reinar novamente sobre o Brasil.

O candidato acha que o número de ministérios é muito alto, e vem propondo sua redução – muito embora a gente já tenha contado aqui que reduzir ministérios não necessariamente reduz o custo Brasil. Ele deixou escapar hoje que pretende juntar uma série de pastas de perfil econômico e recriar o ministério da Infraestrutura, criação original do governo Fernando Collor – que não deu muito certo e foi logo extinto.  

Aécio também teve que responder sobre os aeroportos de Cláudio e Montezuma. Voltou a repetir que a pista de Cláudio é muito importante, pois atende a várias indústrias de fundição locais. Mas como uma pista de avião de pequeno porte vai atender a um setor que trabalha com ferro fundido, material pesado por definição, ele não explicou – também, ninguém perguntou. O aeroporto serve à indústria ou aos empresários? Ninguém perguntou. Também não houve perguntas sobre as chaves do aeroporto de Cláudio que, segundo consta, ficam sob tutela dos donos do terreno e não da prefeitura.

Para o candidato, tudo o que ele fez está dentro dos conformes, não há nada irregular. O problema é a Anac, que não homologou o aeroporto. Outra vez, ele não respondeu como a Anac pode homologar um aeroporto sem que se apresente a documentação necessária para isso, caso da pista de Montezuma. E, outra vez, ninguém perguntou isso.

Aécio contou, ainda, que construiu um total de 29 pistas regionais durante seu governo. Não citou nenhuma. A uma pergunta do internauta sobre por que Minas estava tão endividada, Aécio respondeu que pôs as contas do estado em dia, mas a dívida pública é que é muito alta, e a culpa é da União, que cobra juros muito altos.

Mas o momento mais pitoresco dessa sabatina foi a seleção de uma pergunta de um internauta, que quer saber se Aécio vai reduzir o preço dos games no Brasil.

O candidato entabulou uma resposta sobre redução de impostos. Disse que é muito importante baixar impostos e isso tem que ser resolvido, e vai mandar proposta para o Congresso etc e tal.

O que Aécio não contou é que para se conseguir uma reforma fiscal é necessário que os governos federal, estaduais e municipais entrem em acordo para isso. Sem diálogo e acordo mútuo, não há reforma – e, na maioria das vezes, o gargalo está no governo estadual. Foi assim em 2003 e em 2008. Ele também não contou quais foram os governadores que não permitiram que a reforma trbutária fosse levada adiante em 2008. Nós encontramos a resposta aqui,  mas se você estiver com preguiça de clicar, a gente conta: foram os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves (terceiro parágrafo). Mas isso talvez ele explique melhor em outra ocasião, né?

Com relação aos Games, um dos primeiros posts do Muda Mais fala sobre isso. O problema não é a tributação, mas a margem de lucro. #ficadica.

Voltando à sabatina, Aécio citou várias vezes que é necessário reduzir a sensação de impunidade penal que reina hoje no Brasil. Não explicou o que é isso. Mas disse que o fim de tal sensação vai permitir a retomada do crescimento. Também falou de, no setor de segurança pública, estabelecer parcerias com as Forças Armadas, como se as Forças Armadas não fossem parte do Governo Federal.

Aí cabe a pergunta: Aécio realmente sabe do que está falando?

texto publicado originalmente no Muda Mais

Josias de Souza - Aécio e Campos apostam na vitrine da Globo

Esse Josias é um pandega. Confiram abaixo a veia humorística do rapaz:

A partir desta segunda-feira (4), equipes do Jornal Nacional, da TV Globo, farão a cobertura sistemática dos principais candidatos à sucessão presidencial. O telejornal de maior audiência do país exibirá diariamente reportagens sobre o vaivém de Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos. Exibirá à sua audiência um resumo de um minuto do dia de cada contendor.
Menos conhecidos do eleitorado, Aécio e Campos enxergam essa janela semanal de seis minutos como uma oportunidade a ser aproveitada. Ambos ajustarão suas respectivas agendas às lentes da Globo. Com isso, esperam atenuar o déficit de exposição em relação a Dilma, que faz do exercício do cargo uma vitrine em que os atos da presidente se misturam às conveniências da candidata.
Segundo o último Datafolha, Dilma é conhecida por 99% dos eleitores, dos quais 53% afirmam que a conhecem muito bem; 32%, um pouco, e 15%, só de ouvir falar. Aécio é conhecido por 81%. Mas apenas 17% dizem conhecê-lo muito bem; e 37% só ouviram falar dele. A taxa de conhecimento de Campos é ainda menor: 59%. Conhecem-no muito bem só 7%; de ouvir falar, 34%.
Aécio costuma dizer que “a presença da presidente da República nas mídias de massa é avassaladora”. Na sua definição, o que houve até aqui foi “um monólogo”, não uma disputa real. Coordenador nacional da campanha tucana, o senador José Agripino Maia (DEM-RN), deu uma ideia do tipo de evento que será provido à Globo e às outras emissoras que se dedicam a acompanhar os candidatos.
“Vamos aproveitar o aumento da exposição para estabelecer um diálogo com a sociedade. No Rio Grande do Norte, por exemplo, Aécio visitará a fábrica da Guararapes [confecção do Grupo Riachuelo]. Já teve 17 mil funcionárias. Hoje, por conta da competição com produtos vindos da China, tem apenas 10 mil. Perdeu a capacidade de crescer. E se tornou um símbolo de resistência. É uma história a ser contada. Aécio será recebido pelas operárias. E terá a oportunidade de dizer o que fará para elevar a competividade das empresas brasileiras e impedir a perda de tantos empregos.”
Presidente do PSB de São Paulo e candidato a vice-governador na chapa tucana de Geraldo Alckmin, o deputado federal Márcio França disse que, também no caso de Campos, o aumento da exposição televisiva potencializará a divulgação das propostas do candidato. Avalia, de resto, que será uma chance para informar a quem ainda não sabe que a companheira de chapa de Campos é Marina Silva, uma ex-presidenciável de 20 milhões de votos. Os dois devem realizar mais eventos conjuntos.
Já nesta segunda-feira, Campos e Marina dividirão os holofotes num ato político organizado para fisgar a atenção do pedaço do eleitorado que encheu as ruas em junho de 2013. Lançarão um documento batizado de “Carta das Juventudes”. A peça contém as diretrizes do programa de Campos para os jovens. Coisas como a escola em tempo integral e o polêmico passe livre para estudantes nos transportes públicos.
O comitê de Dilma não está alheio à movimentação dos rivais. A agenda da postulante à reeleição também será ajustada de modo a aproveitar a audiência da Globo. Com uma diferença: Dilma terá de combinar a rotina do Planalto com os interesses eleitorais. Até aqui, atos de campanha vinham sendo camuflados na agenda da presidente como eventos oficiais.
Nesta nova fase, a legislação eleitoral é mais restritiva. Mas a capacidade da marquetagem de se ajustar tende ao infinito. Nesta segunda, por exemplo, Dilma deve posar para as lentes ao lado de profissionais cubanos do Mais Médicos em visita a uma unidade de saúde de Guarulhos, na grande São Paulo.
Dentro de 15 dias, será possível aferir os efeitos das aparições dos candidatos no horário nobre, antes da novela das nove. Os institutos de pesquisa se equipam para divulgar novas sondagens às vésperas do início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão, que começa no dia 19 de agosto.
A plateia saberá, então, se o aumento da taxa de conhecimento dos rivais de Dilma resultará em elevação do índice de intenção de votos. Até aqui, Aécio (20% no último Datafolha) e Campos (8%) não se mostraram capazes de capturar, na proporção que necessitam, os votos que Dilma (36%) deixou escapar. Para complicar, o tempo de propaganda da presidente é quase três vezes maior que o de Aécio e seis vezes maior que o de Campos.
Quarto colocado nas pesquisas, o pastor Everaldo (3%), presidenciável do PSC, também merecerá alguma atenção do Jornal Nacional. Ele ganhará um minuto de exposição por semana, provavelmente às sextas-feiras. Para a oposição, é vital que o nanico cresça. Ajuda a consolidar a perspectiva de um segundo turno. Além do dia dos candidatos, a Globo fará oportunamente, entrevistas com todos eles na bancada do seu principal telejornal.